sexta-feira, 27 de novembro de 2009

PÉ NO TRECHO - A HISTÓRIA DO CAMINHO DO OURO EM PIQUETE: Carta de apreço aos pesquisadores de Paraty pelo rigor nas pesquisas e nas redações voltadas: “A HISTÓRIA DO CAMINHO DO OURO EM PARATY”

PÉ NO TRECHO - A HISTÓRIA DO CAMINHO DO OURO EM PIQUETE: Carta de apreço aos pesquisadores de Paraty pelo rigor nas pesquisas e nas redações voltadas: “A HISTÓRIA DO CAMINHO DO OURO EM PARATY”

Carta de apreço aos pesquisadores de Paraty pelo rigor nas pesquisas e nas redações voltadas: “A HISTÓRIA DO CAMINHO DO OURO EM PARATY”

São Paul 27 de novembro de 2009. Prezados Senhores Meu nome é Sergio dos Santos, sou natural de Piquete São Paulo, terra do Jongo Caxambu. Faz muito tempo que venho lutando como um verdadeiro Don Quixote, em razão do Ultraje à Memória imposto, no que tange a relevância da Histórica de Piquete na formação socio-cultural do Brasil Colônia. Infelizmente, não obstante aos dados Históricos o núcleo correspondente a Piquete, foi simplesmente excluído da condição de trecho que se constitui Historicamente como original caminho do ouro. Entretanto, após encontrar o trabalho da Professora Doutora Andrée Mansy Diniz Silva, referente à sua tese de Doutorado defendida na Sorbone Paris, sobre a Obra de André João Antonil, passeia a não mais estar sozinho. A referida obra (confiscada pela Coroa Portuguesa em 1711) foi publicada na França, bem como em Lisboa e no Brasil pela EDUSP (Editora da Universidade de São Paulo) Em suas criticas e analise ao Roteiro do caminho da vila de São Paulo para as Minas Gerais e para o rio das Velhas pág. 256/259, nota 170, afirma a renomada Doutora que: “Para chegar à primeira encosta depois de Guaratinguetá subia-se o curso de um dos afluentes do Paraíba (talvez o ribeiro da Limeira)”. O talvez possibilita afirmar que a rota percorrida, de qualquer modo, era por essa região, ou seja,  necessariamente seguia-se em direção a Piquete. Quanto ao afluente em questão, poderia ser alguns dos localizados nesta mesma rota, entre outros, o rio do Ronco. Para minha felicidade e consolidação de minhas convicções, deparei com a obra de Marcos Caetano Ribas (A HISTÓRIA DO CAMINHO DO OURO EM PARATY), que não contribui somente para a História de Paraty. Contribuiu indiscutivelmente para o resgate da auto-estima de um cidadão e um povo privado do acesso ao conhecimento de sua verdadeira História. Igualmente, privado do direito de apropriação dos valores que se constitui pela memória, especialmente na condição de filhos da Diáspora Negra, quanto à relevância socioeconômica de seus ancestrais, na formação Histórica de um lugar que veio a se chamar Piquete. O Resgate e a preservação da memória deve ser visto como valioso instrumento na construção de uma cultura de paz. Haja vista dos propósitos da UNESCO, voltado às inúmeras convenções sendo oportuno citar: a que trata da Diversidade Cultural e de Tutela do Patrimônio Imaterial. O valor compreendido no dever de memória, em alto nível, pela comunidade de Paraty, reinvidicando a condição de Patrimônio da Humanidade para o Caminho do Ouro, comprometido com a verdade histórica, renovam minhas esperanças. Ou seja, se Piquete a partir de Lorena foi excluído da condição de original caminho do Ouro, somente o compromisso de vocês com a verdade, a partir da perspectiva de ampliação da discussão, poderão corrigir e resgatar essa divida histórica de forma irrestrita. Não sei se merecerei a atenção de vocês mais continuarei lutando contra os moinhos de ventos do ostracismo imposto ao meu direito e de minha comunidade de existir como agente e protagonista de sua própria História. Sérgio dos Santos.
Sitio Histórico Caminho do Ouro de Paraty, e o Registro (Piquete-SP)
Mapa de Santos-SP, em que a toponímia Alto da Serra, corresponde a espaço colonial de Piquete-SP.

ENTREVISTA NO ESTAFETA - GENTE DA CIDADE, Piquete, novembro de 2009 "feliz é o homem que tem um lugar para onde voltar. Mesmo que nunca volte".

"Não há prosperidade se faltar a chama da esperança, assim como não há esperança se perdemos a capacidade de sonhar. (...) Não há nada mais restaurador do que voltar às memórias despertadas pelo barulho do trem do metro e vislumbrar um lugar que pudesse se chamar Piquetópolis...". A frase é de Sérgio Santos, um piquetense que construiu sua vida fora de Piquete, mas que nutre especial paixão por sua cidade natal.
Sérgio, nascido a 10/03/1959, é filho de Antonio Braz dos Santos e Izabel Maria dos Santos e tem nove irmãos. Sobre a infância, diz que o grande valor foi a intensa vida comunitária, com brincadeiras de rua, banhos em poços, peladas no campinho atrás do mercado, romarias a pé até Aparecida no Norte... Os amigos são tantos, que "torna-se quase impossível citá-los sem preterir alguns", afirma.
Ao iniciar os estudos, sua primeira professora foi D. Irene Fonseca. "Fiz o primeiro ano três vezes, com as professoras Maria de Lurdes, Darci Damico e Cidinha Marcondes...", na Escola do "seu Leopoldo". A partir da quarta série, transferiu-se para o Colégio Leonor Guimarães, onde concluiu o atual Ensino Médio. "As dificuldades financeiras não foram poucas. A partir dos 13 anos passei a  estudar  de manhã e, na parte da tarde e finais de semanas, a trabalhar na Papelaria do Estudante. A remuneração garantia os materiais de que necessitava".
Com muito esforço, Sérgio formou-se em Direito, pela UNIVAP. Em 1998 tornou-se Defensor Público em Minas Gerais, cargo que exerce até hoje.
Inquieto, batalha para aprimorar-se, cada vez mais, na capacidade de se fazer chegar aos corações das pessoas por meio do bom uso da palavra, essencial em sua profissão. Foi assim que, há anos, ingressou com uma ação pública pela preservação da Estação Rodoviária Rodrigues Alves. "Aquele espaço destruído representaria a destruição de uma valiosa parte da história de muitas pessoas e da minha própria" – foi essa a mensagem que tentou transmitir à época para os piquetenses. A defesa do patrimônio histórico e ambiental foi uma das miltâncias junto aos amigos do GAM, Grupo Ambientalistas Marins, um dos mais ativos no Vale do Paraíba já na década de 90.
Negro e pobre, jamais deixou-se vencer por preconceitos. Hoje profissional de destaque, traduz "sucesso" como o "direito de vir a ser" e cita o senso de dignidade e prosperida como sua principal ferramenta. Explica a dignidade com sua infância, que, apesar das privações materiais, contou com o carinho das diversas "vós": Nina, Tutinha, Dorva, Olímpia – sua parteira – e tantas outras. Cita, ainda, Benedita do Euclides, que o levava para piqueniques e dona Ditinha, que o levou para a primeira pesagem. Já a prosperidade é considerada porque acredita que nenhum ser humano nasceu para crescer  como vegetal – "meus amigos, todos tinham um projeto de vida, alguns com menos, outros com mais possibilidades."
Casado desde 16 de fevereiro de 1995 com Luciane Nogueira Amaral dos Santos, tem duas filhas, Juliana e Sofia. Divide o tempo entre Minas Gerais e São Paulo, com visitas frequentes a Piquete, onde está investindo num projeto para desenvolver os temas dignidade  e prosperidade junto à comunidade piquetense, especialmente a negra. Proclama a certeza de que todo ser humano nasceu para ser o protagonista de seu próprio tempo, e reclama do ostracismo imposto pela academia no que diz respeito à relevância do negro na formação socioeconômica de Piquete. Sua premissa merece ser divulgada: "Negar a alguém o direito de apropriar-se do seu passado – que o permite entender o presente e vislumbrar um futuro – talvez seja uma das formas mais cruéis de violência, pois representa negar-lhe o existir".
A sensibilidade de "Sérgião" é emocionante. Incorpora uma criança na inocência dos desejos e um leão quando se propõe a defender Piquete. Deseja uma Piquete idealizada, pois afirma que "feliz é o homem que tem um lugar para onde voltar. Mesmo que nunca volte". Oxalá ele volte logo. Piquete só teria a ganhar."
Abraços piquetepolenses!
Fonte Estafeta: http://migre.me/56cco

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

ROTEIRO DO CAMINHO DE SÃO PAULO PARA AS MINAS GERAIS, E PARA O RIO DAS VELHAS"

Mapa encontrado na Obra - Ribas, Marcos Caetano, A História do Caminho do Ouro em Paraty, Contest Produção Culturais, 2003, 3.º Edição pag. 52 ((Obs. O traçado do mapa no trecho a partir de Guaipacaré faz uma ligeira curva no sentido horário, em direção a Piquete, tendo em vista sua localização, como em todos os mapas oficiais, Esse mapa foi produzido por Bernardo Joffily-Autor do Atlas Brasil 500 anos)
               
Mapa encontrado na obra- Antonil, Adre João, 1650-1716, Cultura e Opulência do Brasil por suas Drogas e Minas” introdução e notas por Andrée Mansuy Diniz Silva -São Paulo; Editora da Universidade de São Paulo,2007 (Documenta Uspiana II) Mapa 2 pág. 257. (Obs. O traçado do mapa no trecho a partir de Guaipacaré faz uma ligeira curva no sentido horário, em direção a Piquete, tendo em vista sua localização,  como em todos os mapas oficiais,)
                                   
                             Mapa Sitio Histórico Caminho do Ouro de Patray - Via Registro (Piquete-SP) Núcleo Embrião.
Clique na imagem para reduzi-la
MAPAS DE SANTOS - Carta corográfica - Capitania de S. Paulo, 1766. (Fonte: http://migre.me/9fwBL)- Toponímia "Alto da Serra" espaço colonial de Piquete-SP. Garganta do Sapucaí, Estrada Real do Sertão, Caminho dos Paulista.
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“ROTEIRO DO CAMINHO DE SÃO PAULO PARA AS MINAS GERAIS, E PARA O RIO DAS VELHAS”Gastão comumente os paulistas desde a vila de São Paulo até as Minas Gerais dos Cataguás pelo menos, dois meses; porque não marchão de sol a sol, mas até ao meio dia; quando muito até uma ou duas horas da tarde; assim para se arrancharem, como para terem tempo de descançar, e de buscar alguma caça, ou peixe, onde o há, mel de páo, e outro qualquer mantimento. E desta sorte aturão com tão grande trabalho.“O roteiro do seu caminho desde a vila de São Paulo, até a Serra de Itatiaia, onde se divide em dous; um para as minas do Caité, ou Ribeirão de Nossa Senhora do Carmo, e do Ouro Preto; e outro para as minas do Rio das Velhas; e o seguinte em que se apontão os pousos, e paragens do dito caminho, com as distâncias que tem, e os dias que pouco mais ou menos se gastão de uma estalagem para outra, em que os mineiros pousão, e se é hoje necessário descanço, e se refazem do que hão mister, e hoje se achão em tais paragens.“No primeiro dia saindo da vila de São Paulo vão ordinariamente pousar em Nossa Senhora da Penha, por ser (como eles dizem) o primeiro arranco de casa; e não são mais que duas legoas.“Daí vão à aldeia de Tacuaquicetuba, cominho de um dia.“ “Gastão da dita aldeia até a vila de Mogi, dous dias.“De Mogi vão às Larangjeiras, caminhando, quatro ou cinco dias até o jantar.“Das Laranjeiras até a vila de jacareí, um dia até as três horas.“De Jacareí até a vila de Taubaté dois dias até o jantar.“De Taubaté a Pindamonhangaba, freguezia de Nossa Senhora da Conceição, dia e meio.‘De Pindamonhangaba até a vila de Guaratinguetá cinco ou seis dias até o jantar.De Guaratinguetá até o porto de Guaipacare, onde ficão as roças de Bento Rodrigues, dois dias até o jantar. Destas roças até ao pé da serra afamada da Mantiqueira pelas cinco serras muito altas, que parecem os primeiros morros, que o ouro tem no caminho, para que não cheguem lá os mineiros, gastão-se três dias até o jantar. Daqui começão a passar o ribeiro, que chamão passa vinte, porque vinte vezes se passa; e se sobe as serras sobreditas; para passar as quais, se descarregão as cavalgaduras, pelos grandes riscos dos despinhadeiros, que se encontrão; e assim gastão dois dias em passar com grande dificuldade estas serras; e daí se descobrem muitas e aprazíveis arvores de pinhões que a seu tempo dão abundancia deles para o sustento dos mineiros, como também porcos mantezes, araras, e papagaios.“Logo passando outro ribeiro, que chamão passa trinta, porque trinta e mais vezes se passa, se vai aos pinheiros; lugar assim chamado, por ser o principio deles; e aqui há roças de milho, abóboras, e feijão, que são as lavouras feitas pelos descobridores das minas, e por outros, que por ai querem voltar. E só disto constão aquelas, e outras roças nos caminhos, paragens das minas; e quando muito tem de mais algumas batatas. Porém em algumas delas hoje, achão-se, criação de porcos domésticos, galinhas, e frangões, que vendem por alto preço aos passageiros, levantando-os tanto mais, quanto é maior a necessidade dos que passão. E daí vem o dizerem, que todo o que passou a serra da Amantiqueira, ai deixou dependurada, ou sepultada a consciência.“Dos Pinheiros se vai à estalagem do Rio Verde, em oito dias, pouco mais ou menos, até o jantar,e esta estalagem tem muitas roças, e vendas de cousas comestiveis, sem lhe faltar o regalo de doces.“Daí caminhando três, ou quatro dias pouco mais, ou menos, até o jantar, se dá na afamada Boa Vista; a quem nem se deu este nome, pelo que se descobre daquele monte, que parece um mundo novo, muito alegre; todo campo bem estendido, e todo regado de ribeirões, uns maiores que outros, e todos com seu mato que vai fazendo sombra, com muito palmito, que se come, e mel de páo, medicinal, e gostoso. naTem este campo seus altos e baixos; porem moderados; e por ele se caminha com alegria, porque tem os olhos que ver e contemplar  perspectiva o Monte Caxambu, que se levanta as nuvens com admirável altura.Da Boa Vista se vai à estalagem chamada Ubay, aonde também há roças, e serão oito dias de caminho moderado até o jantar.“Do Ubay, em três ou quatro dias vão ao Ingay.“Do Ingay, em quatro ou cinco dias se vai ao Rio Grande; o qual quando está cheio, causa medo pela violência com que corre, mas tem muito peixe, e porto com canoas e quem quer passar, paga três vinténs e tem perto suas roças.“Do Rio Grande se vai em cinco dias, aos Rios da Morte, assim chamado pelas que nele se fizerão: e esta é a principal estalagem aonde os passageiros se refazem, por chegarem já muito faltos de mantimentos. E neste rio, e nos ribeirões e córregos, que nele dão, há muito se tem tirado e tira: e o lugar muito alegre, e capaz de fazer nele morada estável, se não fosse tão longe do mar.“Desta estalagem vão em seis dias ou oito dias às plantações de Garcia Rodrigues.“E daqui em dois dias chegão à Serra de Itatiaia.“Desta serra seguem-se dois caminhos: um que vai dar nas Minas Gerais do Ribeirão de Nossa Senhora do Carmo, e do Ouro Preto; e outro, que vai a dar nas minas do Rio das Velhas: cada um deles de seis dias de viagem E desta serra também começão as roçarias de milho e feijão a perder-se de vista, donde se provem os que assistem, e lavrão nas minas.
Nota: (Essa estrada vem relatada na obra de Antonil intitulada “Cultura e Opulência do Brasil” publicada em 1711, com o titulo “Roteiro do Caminho de São Paulo para as Minas Gerais e para os Rios das Velhas" e vem descrita no volume XI dos “Documentos Interessantes de Orville Derby citada por (LEITE, Mário. A Região da Mantiqueira, Ensaio Descritivo. Lisboa-Portugal: Composto e Impresso Na Sociedade Industrial de Tipografia, Limitada, 1951, 1.º ed., p. 121)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Sítio Histórico - Ecológico Caminho do Ouro - O Trajeto

Trajeto Guaratinguetá - Vila Rica - segundo descrição de Antonil (1711), mapa realizado a mando do quarto Capitão General e governador das Minas Luiz diogo Lobo da Silva (entre 1763 e 1768) e Affonso de Taunay (1927).
Guaratinguetá - saída
Guaipacaré - (depois Vila de Nossa Senhora da Piedade, hoje Lorena onde ficavam as famosas roças de Garcia Rodrigues)
Registro - (Piquete)
Conceição do Embaú - (atual Cruzeiro?)
Passa Vinte - (atual Passa Quatro?)
Pinheirinhos
Pouso Alto
Rio Verde - (atual Conceição do Rio Verde?)
Boa Vista -( Perto de onde hoje está Caxambu)
Ingaí - (bifurcação existente na estrada atualmente em Cruzília - corruptela de encruzilhada - leva a esta cidade - mencionada por Antonil)
Grambú - (atual Santana do Garambeú?)
Rio Grande - (atual Piedade do Rio Grande?)
São José Del Rei - (ou S. J. do Rio das Mortes - atual Tiradentes)
Bixinho - (pequeno povoado, atualmente distrito de Tiradentes)
Prados
Lagoa Dourada
Tanque - (?)
Susuhi - (atual São Braz do Suasuí)
Congonhas
Ouro Branco
Ouro Preto - Chegada
Fonte:http://www.paraty.com.br/camou-cron.htm
Nota: Estrada Real de Minas,  cujo traçado, após a transposição  da divisa entre São Paulo e Minas, pelo Alto da Serra, Meia Lua, Garganta do Sapucaí adentra-se ao território de Marmelópolis. 
 Faz-se necessário esclarecer que o acesso a cidade de Passa Quatro davá-se via Registro (Piquete), percorrendo o Vale do Embaú, alcançando a Vila de Conceição do Embaú, em demanda da Garganta do Embaú transpondo a Serra,  pelo Registro da Mantiqueira.
Mapa do caminho http://www.cp2_parati.blogger.com.br/mapa.JPG
Quando André João Antonil na descrição do Roteiro do caminho da vila de São Paulo para as Minas Gerais e para o rio das Velhas, não faz referência a Pouso Alto, afirmando que "Dos Pinheiros se vai às estalagens do rio Verde .." "Daí caminhando três ou quatro dias, pouco mais ou menos, até ao jantar, se dá na afamada Boa Vista", não esta falando exatamente do Alto Sapucaí, cuja a descrição dos Pinheiros, aparcem no Roteiro de André de Leão na descrição de Grymmer?  Uma vez que no roteiro do caminho velho da cidade do Rio de Janeiro para as Minas Gerais dos Cataguás e do rio das Velhas, passando os ribeiros, "com oito dias mais de sol a sol, chegaram ao rio das Velhas" . Ou seja, em se tratando do caminho Velho, via Garganta do Embaú, passando os ribeiros não existe outra opção senão seguir em demanda dos rios das Velhas, não se havendo de cogitar em qualquer hipóses das paragem do Rio Verde? (Fonte Antonil, André João, Cultura e Opulência do Brasil Por suas Drogas e Minas,  Edusp - Editora da Universidade de São Paulo, 2007, pág. 256/262.)
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Parafraseando: Esse mapa  da Capitania de São Paulo de 1766, foi elaborado com particular atenção aos limites com  Minas Gerais, restando definitivamente esclarecido que existiam duas alternativas de caminhos, à partir do Núcleo Embrião de Piquete, via Alto da Serra, Gartanta do Sapucaí, desfiladeiro de Itajubá, hoje Bairo Boa Vista, (Meia Lua), e Conceição do Embaú. Todas as dúvidas surgidas na analises dos roteiros à partir da Vila da Piedade, resultam do desconhecimento do roteiro do Caminho Geral do Sertão, ou seja, em demanda do Alto Sapucaí. Caminho trilhado e identificado no que tange a toponímia Alto da Serra,  por Anthony Knivet em 1597 (montanha coberta de floresta), André de Leão em 1601 (Raiz do Monte), Padre Vigário João de Faria em 1695 (Amantiqueira Quadrilheira), em cujo ponto de travessia da referida, (via Alto da Serra), desembocando na região pertencente hoje a Marmelópolis-MG,  foi instalado o Registro de Itajubá.   Por uma questão de lógica, relativamente ao roteiro do caminho da vila de São Paulo para as Minas Gerais e para o rio das Velhas,  é possível chegar em três dias ao pé da Serra, não sendo necessário transpor os ribeiros antes e subir a serras sobreditas, isto é, somente se o Caminho  seguido for via Garganta do Sapucaí. Caso contrário estando no pé da Serra, no Bairro de Itabaquara, ponto de bifurcação dos caminhos, seguindo em demanda da Garganta do Embaú, nesse caso sim,  atravessa se o rio passa vinte e outros;  "e se sobe às serras sobredita; para passar as quais se descarregam as cavalgaduras pelos grandes riscos dos despenhadeiros que se encontram". Restando indubitável, mais uma vez que, estas dificultades estão relacionadas a Garganta do Embaú. ((Fonte Antonil, André João, Cultura e Opulência do Brasil Por suas Drogas e Minas, Edusp - Editora da Universidade de São Paulo, 2007, pág. 256/262.) 
 Bairro do Itabaquara, ponto de bifurcação dos caminhos.




RESUMO E EVOLUÇÃO DAS REFLEXÕES SOBRE O ROTEIRO DO CAMINHO DE SÃO PAULO PARA MINAS GERAIS E PARA O RIO DAS VELHAS DO QUAL TOMEI CONHECIMENTO EM 23 DE OUTUBRO DE 2008

“.Ainda que não venha dedicando grande tempo à pesquisa, em minhas andanças pelos sebos de São Paulo, sempre que posso vou colhendo material relacionado à História da origem de Piquete. No dia 24 de outubro de 2008, deparei com uma obra cujo titulo chamou atenção: (LEITE, Mário). A Região da Mantiqueira, Ensaio Descritivo. Lisboa-Portugal: Composto e Impresso Na Sociedade Industrial de Tipografia, Limitada, 1951, 1.º ed. Compulsando a obra deparei com algumas considerações no sentido da existência de um outro caminho além da garganta do Embaú, de acesso as Minas Gerais, como o caminho da Bahia. Na p. 123 da obra adrede citada cita: “Ainda Orville Derby nos dá noticias dos caminhos no interior da Mantiqueira, interligados com os de acesso da Serra, vindos do Rio e de São Paulo. A descoberta de ouro nas cabeceiras dos afluentes dos rios Grandes, Doce e S. Francisco tinham criado vários centros de população interior, ligados com a estrada de Taubaté a Parati por uma estrada entre Guaratinguetá e São João d’El Rei, que atravessa sertão bruto.Em seguida afirma o autor:“Essa estrada vem relatada na obra de Antonil intitulada “Cultura e Opulência do Brasil”, publicada em 1711, com o titulo “Roteiro do Caminho de São Paulo para as Minas Gerais e para os Rios das velhas e é descrita no volume XI DOS “Documentos Interessantes de Orville Derby” Estupefato ao passar os olhos pelo roteiro do caminho, parafraseando a professora Doli de Castro Ferreira, (que em documento importante de sua lavra afirma: “Se em 1828 o Bairro do Piquete possuía essas referências, vinha de mais longe a sua origem”) Em conformidade com o tema então desenvolvido pela pequisadora quando da publicação de seu artigo (A Origem da Cidade de Piquete)  sua observação deveu-se ao fato de existir documento de 1828, em que  foi citado o Bairro Piquete que se constituia de um pequeno povoado. Essa constatação pois fim a mirabolante História da origem de Piquete de um Piquete de Cavalaria comandada por Duque de Caixia, quando da revolução liberal de 1842 .A partir da mesma constatação no que tange ao roteiro de viajem citado em obra de  1711 ( Antonil), dando conta da existência  uma localidade, situada entre o porto guaypacaré e o  pé da serra da Mantiqueira. Fiz a mesma indagação podendo afirmar; “um núcleo populacional  originou  no trecho trilhado por expedições rumo a Gerais. Correspondendo esse trecho ao núcleo que deu origem Piquete, localizado entre travessia do rio paraiba e o vale do Embaú, constituido-se inicialmente de um pouso. Eis a verdade.  Assim sendo decidi criar um espaço para, a partir de então, buscar aprofundar minhas pesquisas ao mesmo tempo assumir a pretensão de contribuir com os abnegados conterrâneos dedicados a pesquisa sobre a origem de Piquete".  Passado 01 (um) ano espero nesse espaço desenvolver de forma mais organizada essas ideias.
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Cartografia Histórica e o Núcleo Embrião de Piquete-SP
 Registro (Piquete-SP)
Alto da Serra da Mantiqueira,  espaço colonial de Piquete-SP.
Marmelópolis-MG, localidade alcançada via Alto da Serra da Mantiqueira, Garganta do Sapucai, desfiladeiro de Itajuba, Caminho Velho, Caminho Geral do Sertão, Estrada Real de Minas, espaço colonial de Piquete-SP

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A MEMÓRIA COMO DIREITO FUNDAMENTAL DO HOMEM

No dia 20 de novembro de 2009,  dia da Consciênica Negra, entendi que devesse colocar me a disposição de minha comunidade, e compartilhar de pesquisas relacionadas, bem como, especifica, sobre a origem de Piquete, ou seja, à busca do Direito à Memória Ultrajada. Direito de apropriarmos de nossa identidade, através da apropriação das tradições com respaldo nos valores curlturais, tangiveis e intangiveis. Condições necessárias ao senso de dignidade, pertencimento e "auto-identidade". Dignidade esta ultrajada, quando comprovadamente constatamos que, quem tratou de contar a História Regional, foi capaz de omitir referências históricas e seculares, contidas em roteiros documentados,  excluindo assim Piquete, do Original Caminho do Ouro. À partir dessa experiência, considerando o interesse de muitos conterrâneos, pretendo dar inicio a um movimento contra o  cruel e impensado vilipêndio.

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...