O chamado Caminho Geral do Sertão, Caminho dos Paulistas ou Caminho de São Paulo, era a mais antiga via de acesso ao sertão das Minas Gerais, à época do Brasil Colônia, através da qual haviam passado as inúmeras bandeiras até os afluentes superiores do rio São Francisco. O Caminho de São Paulo foi objeto de muitos relatos, entre eles o Itinerário de Glimmer e o Roteiro do Padre Faria, que o denomina como Estrada Real do Sertão.
Originado numa antiga trilha indígena, percorrida pelos índios Guaianases, era primitivamente conhecida como Trilha dos Guaianases.
O trajeto iniciava-se na altura da atual Jundiaí, passava por São Paulo de Piratininga e alcançava as margens do rio Paraíba do Sul, onde, em função do garimpo, se constituíram diversos arraiais - Mogi das Cruzes (que posteriormente declinaria em favor de Guarulhos, gerando uma variante do percurso), Jacareí, Taubaté, Pindamonhangaba e Guaratinguetá, que até ao século XVIII se constituiu o maior entrocamento viário da região Centro-Sul da Colônia. Deste ponto, o caminho se bifurcava:
- inflectindo para o Norte, para a serra da Mantiqueira, atravessando-a pela Garganta do Embaú, prosseguindo até atingir a região do rio das Velhas.
- inflectindo para o Sul, passando pela Vila Falvão (atual Cidade de Cunha), descia a serra do Mar, alcançando Paraty, de onde se embarcava, via marítima, para Sepetiba, e daí, por terra, para o Rio de Janeiro. A bifurcação sul, entre Guaratinguetá e Paraty, hoje é a atual rodovia SP-171.
Estes dois percursos formavam o chamado Caminho Velho das Minas, ligando o Rio de Janeiro a Paraty, Paraty a Guaratinguetá, e Guaratinguetá a Vila Rica (hoje Ouro Preto).
A via afirmou-se de maneira mais ou menos espontânea com a
intensificação das incursões dos paulistas. O rio Paraíba do Sul era
navegável de Jacareí a Cachoeira Paulista,
o que facilitou o trânsito na região. As principais mercadorias
transportadas eram tropas de muares, comboios de escravos e boiadas.
Além desses itens, das vilas paulistas era remetido gado bovino, toucinho, aguardente, açúcar, milho, trigo, marmelada, frutas, panos, calçados, drogas e remédios, algodão e outros. Do reino provinham sal, ferramentas (enxadas, almocafres, etc.), armas, azeite, vinagre, vinho e aguardente. A cidade de Lorena, por exemplo, nasceu em função da travessia do rio, pelo porto fluvial de Guaypacaré.
Com a abertura do Caminho Novo, por Magé e Petrópolis, na Capitania do Rio de Janeiro,
a ligação entre Guaratinguetá e o Caminho Velho, para Minas Gerais,
ficou obsoleta. Entretanto, em Santa Anna e em Conceição (Guarulhos),
ainda era praticado um caminho por São Pedro, Sapucaí e a Serra de
Mogi-Açu, percurso mais curto para os paulistas atingiram as Minas
Gerais e as trilhas para Goiás e Mato Grosso.
Em 1717, o Governador da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, D. Pedro de Almeida, o Conde de Assumar, viajou por roteiro semelhante, do Rio de Janeiro a São Paulo, passando daí às Minas.
Em meados do século XVIII, com a abertura de caminhos terrestres diretamente para o Rio de Janeiro, o Caminho de São Paulo passou a ter variantes, como:
- a trilha que seguia por Cachoeira Paulista, Silveiras, São José do Barreiro e Bananal, até à Guarda do Coutinho (atual Pouso Seco), no limite entre as capitanias, próximo a Rio Claro, já na Capitania do Rio de Janeiro; ou
- a rota por Resende, Quatis e Piraí, no Rio de Janeiro, até Campo Alegre, e daí por diversos caminhos até ao Rio de Janeiro.
Uma dessas variantes, o Caminho da Calçada, aberta em 1724, ficou conhecida também como Caminho da Independência, por ter sido utilizado por D. Pedro I (1822-1831) quando de seu retorno de Santos ao Rio de Janeiro, quando da proclamação da Independência, às margens do rio Ipiranga. Este caminho ligava o Rio de Janeiro a Guaratinguetá, de onde se tomava o rumo a São Paulo ou a Vila Rica.
À época do Primeiro Reinado, o percurso iniciava-se em São Paulo, prosseguindo por Santa Anna (atual bairro de Santana), Conceição (Guarulhos), Escada (Guararema), Jacarahi (Jacareí), S. José (São José dos Campos), Tubate (Taubaté), Pindaminhaguba (Pindamonhangaba), Guratinguito (Guaratinguetá), Piedº (Lorena) e Guarda do Coutinho (Porto Seco).
Nota: Quando a tergiversação não se sustenta:
"O rio Paraíba do Sul era
navegável de Jacareí a Cachoeira Paulista,
o que facilitou o trânsito na região. As principais mercadorias
transportadas eram tropas de muares, comboios de escravos e boiadas. Alem desses intens.........."???????
*Quer se dizer que, as principais mercadorias transportada era por barco assim como os comboios de escravos e boaiadas?
*Quer se dizer que, em conformidade com o expressos termos do texto, Guaratinguetá não constituia-se no maior entroncamento viário da região Centro-Sul da Colônia ?
*Quer-se dizer que o caminho em Guaratiguetá, não se bifurcava, inflectindo para o Norte, para a serra da Mantiqueira?
* Se no que diz respeito ao caminho que ligava o Rio de Janeiro a Guaratinguetá, somente neste local, poderia se tomar o caminho de São Paulo ou a Vila Rica, em conformidade com o texto. Resultaria absurdo considerar que, existia um caminho para Minas apenas para os que iam em demanda do Rio de Janeiro na localidade que veio a dar origem a Cachoeira Paulista e não para os que de lá retornavam, sendo obrigados a vir até Guaratinguetá ?
* Se no que diz respeito ao caminho que ligava o Rio de Janeiro a Guaratinguetá, somente neste local, poderia se tomar o caminho de São Paulo ou a Vila Rica, em conformidade com o texto. Resultaria absurdo considerar que, existia um caminho para Minas apenas para os que iam em demanda do Rio de Janeiro na localidade que veio a dar origem a Cachoeira Paulista e não para os que de lá retornavam, sendo obrigados a vir até Guaratinguetá ?
Obs: Significado de Tergiversação: s.f. Ato ou efeito de tergirversar, hesitação, vacilação, dubiedade, evasiva.