quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Rousseau - Cristiane (USF, Gestão Ambiental)

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2. INFLUÊNCIA NA EDUCAÇÃO
Rousseau combateu idéias que prevaleciam há muito tempo. Entre elas, a de que a teoria e a prática educacional, junto à criança, deviam focalizar os interesses do adulto e da vida adulta. Ele também chamou a atenção para as necessidades da criança e as condições de seu desenvolvimento.
Sua proposta tem interesse tanto pedagógico quanto político e, nesse sentido, propunha tanto uma "pedagogia da política" quanto uma "política da pedagogia". Um dos instrumentos essenciais de sua pedagogia é o da educação natural: voltar a unir natureza e humanidade. A família, vista como um reflexo do Estado é outro dos elementos centrais de sua pedagogia.
Os pressupostos básicos de Rousseau com respeito à educação era a crença na bondade natural do homem, e a atribuição à civilização da responsabilidade pela origem do mal. Se o desenvolvimento adequado é estimulado, a bondade natural do indivíduo pode ser protegida da *influência corruptora da sociedade.
Considerado por vários estudiosos como autor da “concepção motriz de toda racionalidade pedagógica moderna”, Rousseau vê a infância como um momento onde se vê, se pensa e se sente o mundo de um modo próprio. Para ele a ação do educador, neste momento, deve ser uma ação natural, que leve em consideração as peculiaridades da infância, a “ingenuidade e a inconsciência” que marcam a falta da razão adulta.
Embora as fases no desenvolvimento da vida do indivíduo já tivesse sido reconhecido por vários pensadores, foi Rousseau quem mostrou a importância das mesmas para a educação.(1)
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"Como defender uma civilização que somente o é de nome, já que representam o culto da brutalidade que existe em nós, o culto da matéria." (Mahatma Ghandi)(2)
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"O que os homens chamam de civilização é o estado atual dos seus costumes e o que chamam de barbárie são os estados anteriores. Os costumes presentes serão chamados bárbaros quando forem costumes passados." (Anatole France) (ibidem)
1)Fonte: http://migre.me/6hhTZ
2)http://migre.me/6hhX9
Nota: A Sociedade Brasileira se recusa a refletir obre os efeitos devastadores e deletérios da idéia corruptora de que, não vivemos em um pais racista e se surpreende, quando deparamos com ato de extrema crueldade e incivilidade, como a do linchamento de um motorista de onibus em plena São Paulo, a cidade mais rica do país.  Ou não estamos diante de idéias e comportamentos que nos remetem aos tempos da barbarie?  O que difere uma ação constituida por um verdadero linchamento e o linchamento moral, que busca permanentemente, transferir ao povo negro a responsabilidade pela tragédia da escravidão, tragédia está que, protraindo no tempo, continua vitimando e submetendo os filhos da diáspora a uma condição de real indignidade humana, de cidadãos de segunda classe? Politicas compensatórias ou não, repudiada por significativos seguimentos das elites brasileira, em nome da suposta "meritocracia", resolve? Sendo certo que, na verdade, prevelece em maior número a adesão ao lema; "cada um por si, e o diabo que carregue o último", refletindo tão somente, a certeza e o indizível sentimento no sentido de que, "hipocrisia" tem limite?

domingo, 27 de novembro de 2011

(Transcrição) História da escravidão e dos negros no Brasil

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No Brasil, o elemento negro começou a ser Introduzido com os primeiros engenhos de açúcar de São Vicente. Para alguns historiadores, os escravos africanos aqui chegaram com Martim Afonso de Sousa, em sua expedição de 1532. Durante quase 50 anos este tráfico foi regular, e em 1583 realizou-se o primeiro contrato para a introdução da mão-de-obra africana no Brasil, assinado entre Salvador Correia de Sá, governador da Cidade do Rio de Janeiro, e São João Gutiérres Valéria. Um século mais tarde já havia nas lavouras brasileiras 50 mil escravos negros, a maioria em Pernambuco. Em 1755, o Marquês de Pombal criou a Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão e, em 1759 a de Pernambuco e Paraíba, as quais introduzindo grande número de negros africanos, fomentaram o progresso material do Nordeste brasileiro.

Tencionando contar com o elemento natural para a colonização dos continentes que ocupa vam, os portugueses tentaram- nos primeiros tempos de sua permanência no Brasil - subjugar os silvícolas brasileiros. Assim, em 1533, Martim Afonso de Sousa permitiu a Pero de Góis o transporte para a Europa de 17 indígenas escravizados, e no foral dado a cada donatário contava o direito de vender anualmente até 39 indígenas cativos. O índio brasileiro, entretanto, além de não se adaptar ao regime de escravidão, não servia para o trabalho na lavoura.

Estes fatos, aliados à vinda dos jesuítas, empenhados na defesa do índio, fizeram com que aumentasse o tráfico negreiro, tendo os próprios religiosos usado a mão-de-obra africana até 1870.

A introdução do escravo negro no Brasil representava uma determinante socioeconômica importantíssima para a emancipação colonial, e foi por muitos reconhecida. Entre estes, Nóbrega, em carta ao rei de Portugal datada de 1559; o conceituado Bispo D. José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho, em sua obra Justiça do Comércio de Resgate de Escravos da Costa d' África; e o famoso Padre Antonil, que em sua Cultura e Opulência do Brasil, por Suas Drogas e Minas, escreveu: "Os escravos são as mãos e os pés do senhor de engenho, porque sem eles no Brasil não é possível fazer, conservar e aumentar fazenda, nem ter engenho corrente."

Os negros eram vendidos pelos seus sobas - chefes de tribos africanas - aos portugueses, e trazidos para o Brasil vindos da costa e da contracosta da África. Até meados do século XVII eram eles adquiridos, em sua maioria, pelos senhores de engenho de Pernambuco e Bahia. No início do séc. XVIII seus maiores compradores passaram a ser o Rio de Janeiro e Salvador. Ainda no início do século XVIII os escravos negros foram introduzidos nas regiões cafeeiras, a princípio do Pará e do Maranhão, mais tarde do Rio de Janeiro e São Paulo.
Fonte: http://migre.me/6fGE1

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Os Judeus em Minas Gerais (Marcelo M. Guimarães)

(Transcrição) Em 1591 nomeou-se o primeiro comissário do Santo Ofício, Heitor F. de Mendonça o qual chegou na Bahia no dia 09 de Junho. Oficialmente o decreto de instituição da Inquisição em Portugal e nos países do Reino só aconteceu no dia 31 de Março de 1821.
Entretanto, a separação entre Igreja e Estado no Brasil só ocorreu em 1891, na primeira constituição republicana, quando o direito de crer ou não crer foi respeitado.
Podemos afirmar sem sombra de dúvida, de que o Brasil foi o país do mundo onde a Inquisição durou por mais tempo, 381 anos se considerarmos a data do descobrimento que ocorreu nos primórdios da introdução da Inquisição em Portugal.
As comunidades judaicas se localizavam preferencialmente em cinco Estados. Iniciou-se na Bahia, Pernambuco, Paraíba. Mais tarde, no Rio de Janeiro e Minas Gerais, o Estado que mais se destacou no Brasil no século XVIII e no mundo, quando a notícia da garimpagem do ouro nos seus rios tornou-se e uma sonho para muitos aventureiros.
As idéias iluministas da Revolução Francesa, trazendo uma nova ordem institucional, refletiu diretamente nesta capitania, destacando os famosos e ilustres inconfidentes mineiros, entre os quais, os cristãos-novos descendentes dos judeus portugueses que desempenharam relevantes papéis na independência que mais tarde viria.
Abaixo consta a relação de cristãos-novos de Minas Gerais que foram julgados pela Inquisição de Minas Gerais (estes processos foram analisados pela historiadora Neuza Fernandes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro conforme o livro de sua autoria denominado “A Inquisição em Minas Gerais no século XVIII”.
Processos de Inquisição em Lisboa
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"Na verdade, Portugal sofreu a maior Sangria Migratória para as Minas Gerais.  Foram multidões de cristãos-novos portugueses que atravessaram os oceanos, montanhas e florestas, cerradas, para justamente com os africanos, fazerem a história de um povo", afirma Neuza Fernandes [5].  Abaixo, alguns exemplos de cristãos-novos, grandes atacadistas e agentes financeiros do Estado de Minas Gerais.
David de Miranda, português, morador em Ribeirão do Carmos, hoje Mariana, durante os anos de 1721 e 1724.  Foi importador de tecidos de Lisboa em empreendimento com seu irmão Francisco, atendeu esse negócio até as Minas.  Concomitantemente, aliou-se ao cunhado, Diogo de Ávila Henriques, que, por sua vez, era sócio do primo Diogo de Ávila.  Outros primos, Gaspar Henriques e Jerônimo Rodrigues mantinham ativo comércio entre Minas e Bahia, incluindo roupas e tecidos. 
Damião Roiz Moeda, tinha negócio de transporte de cargas de negros, chapéus e escravos do Rio de Janeiro para Minas Gerais.  Era sócio do cunhado, João Roiz Vizeu, e do proprietário de engenho João Roiz do Vale, que financiou a sociedade estabelecida na base de um terço dos lucros para cada um.
Francisco Nunes de Miranda, (o nobre nome "Nunes" tem origem do hebraico "Ben Num" - "Filho de Num"; o sobrenome "Miranda" vem da importante cidade da fronteira de Portugal com a Espanha, a qual recebeu a maior quantidade de judeus expulsos da Espanha em 1492).  Cristão-novo.  Foi médico e rico comerciante, com domicílio na Bahia, Rio e Minas (cidade-Mariana).  Mantinha relações comerciais com Francisco Pinheiro e com outro parente, Joseph de Castro, que transportava escravos da costa de MIna e de Angola para o Brasil.   Foi o primeiro cristão-novo preso no século XVIII no Brasil pela Inquisição – Processo Número: 1.292. [6]

Manuel Nunes Viana, rico comerciante e homem de negócio de ouro, escravos, terras e gado, sediando na fazendo de Jequitaí, em sociedade com seu primo Luiz Soares.
Miguel Telles da Costa, tinha relações comerciais nas praças de Minas, Rio e Portugal. Associado ao seu sobrinho, concentrou suas atividades na região do rio das Mórtes mais ao sul, próximo a Curralinhos e Itaperava – MG.
João de Moraes Montezinhos, tinha em Minas, negócios com seu cunhado, trabalhando com carregamentos e recebendo uma percentagem de 5% sobre as vendas.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

(Transcrição) Pois como dizia Rousseau "O homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe".(*)

Quando vires um homem bom, tenta imitá-lo; quando vires um homem mau, examina-te a ti mesmo. (Confúcio)
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh263mYabmD3VRuh9X7nz9jM12-j63mYxxZLqLHQRjbXC4d3cZSrLRdoMt84g-kD4ZnUp2wmFpsM4KUkmE_bhb6zFpXHXy8cTBAewqrE7jXu4RpHRkNUncDaPW8whc-aEfxDDrT-qEdFFE/s1600/preconceito.jpg
*Crédito - Blogger Simples Assim:  http://migre.me/6ebbu
A Sociedade e a Corrupção - Pipocam na internete noticias constituidas de um certo ufanismo, relacionadas aos Movimentos espontaneos de brasileiros contra a corrupção, tais como:
1)O Movimento Brasil Contra a Corrupção!
2)Movimento Ordem e Vigilia Contra a Corrupção!
3)Movimento contra a corrupção volta para as ruas neste feriado!
4)Movimento contra a corrupção quer ser uma entidade atuante!
5)Articulação Brasileira contra a Corrupção!
6)Movimento contra a corrpção realiza lavagem da Câmara Municipal!
7)Movimento contra corrupção marca o dia da Idependência!
Nota: Qual é a Ética se, o mesma sociedade que se mobiliza contra a corrupção, não consegue vislumbrar o povo negro, um segmento vivendo em verdadeiro Congo, em baixo de seus olhos, há séculos, submetidos aos mais deploráveis IDH (Indice de Desenvolvimento Humano), bem como submetido a uma  cruel invisibilidade. Submetido especialmente, a uma idéia corrumptora de que, não vivemos em um Brasil RACISTA? Qual é a Ética desses movientos? Existe uma agenda, voltada a construção de  um Brasil que seja verdadeiramente inclusivo para todos? Só o combate a probreza não basta, uma vez que, a pobreza no Brasil tem cor. Existe alguma diferença entre, uma idéia corruptora, que se transforma em ação e se prolonga no tempo, e a corrupção propriamente dita? O que podemos esperar de um país, que não vê como questão de étca, o fato de após uma suposta abolição da escravatura, passados 123 anos, ainda termos reveladas condições de indignidade prevalecente em diversos e piores indicadores sociais, relativamente a esse povo. Ou a idéia continua sendo; "Se a farinha é pouca, meu pirão primeiro?!"
http://nordestevinteum.files.wordpress.com/2011/03/pobreza9.jpg
Origem da foto: http://migre.me/6ekv0 


terça-feira, 22 de novembro de 2011

O POVO NEGRO NO BRASIL NÃO É PERMANENTEMENTE VILIPENDIADO EM SUA DIGNIDADE, PELO RACISMO QUE É ESTRUTURAL ? "A Realidade Subjetiva é aquela resultante da assimilação dos estímulos externos filtrados pela nossa capacidade cognitiva que nem sempre corresponde à realidade objetiva e na qual orientamos nossa vida em função da mesma, tornando-se assim, plenamente mutável."

Parafrasendo: O mobiliário da construção de uma mente racista começa ser adquirido na tenra idade que, até então, é um papel em branco, sem quaisquer letras, sem quaisquer idéias."...o mundo da experiência é produzido pelo homem que a vivencia..."
http://www.rodrigovianna.com.br/files/Image/Racismo.jpg
(Transcrição)NEUROCIÊNCIA COGNITIVA E A NOSSA REALIDADE
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   Vamos então supor que a Mente pudesse ser, como se diz, um papel em branco sem quaisquer letras, sem quaisquer idéias; Como então ela poderia ser mobiliada? De onde vêm todos os materiais da razão e do pensamento? Para isso eu respondo, em uma palavra, da Experiência. Experiência que se fundamenta todo nosso conhecimento e, a partir dela, em última análise, ele se origina.
As experiências que passamos em nossas vidas são informações que chegam ao sistema nervoso central na forma de estímulos sensoriais. O encéfalo processa essas informações procurando compará-las com outras que já estejam previamente guardadas, reconhecendo-as ou não. Esse mecanismo não envolve apenas os aspectos físicos dessa informação (cor, forma, tamanho), mas também as relacionando com os aspectos diretamente ligados aos sentimentos e emoções. Após seu processamento, um conjunto de sensações é memorizado com a informação recebida que pode ser agradável ou não.
Os cinco órgãos dos sentidos são canais de captação dessas novas informações, mas eles apresentam algumas limitações. Por exemplo, nem todas as freqüências sonoras são percebidas pelo nosso sistema auditivo, isto é, nem todos os sons que percebemos, são interpretados pelo nosso encéfalo.
Além disso, nossas percepções diferem qualitativamente das propriedades físicas dos estímulos, visto que o sistema nervoso extrai somente determinadas partes da informação de cada estímulo, enquanto ignora outras, e assim interpreta esta informação no contexto das estruturas encefálicas e das experiências prévias. Assim, nós recebemos ondas eletromagnéticas de diferentes freqüências , mas as percebemos como as cores vermelho, azul e verde. Recebemos ondas de pressão dos objetos vibrando em diferentes freqüências, mas ouvimos sons, palavras e música.
Cores, sons, sabores e odores são criações mentais construídas pelo encéfalo a partir da experiência sensória. Elas não existem, como tal, fora do encéfalo.
Mesmo que nossas percepções quanto ao tamanho, forma e cor dos objetos sejam derivadas de padrões de luz que chegam às nossas retinas, nossas percepções, ainda assim, parecem corresponder às propriedades físicas dos objetos. Na maioria das vezes podemos usar nossas percepções para manipular um objeto e predizer aspectos do seu comportamento. A percepção permite que organizemos características essenciais de um objeto o suficiente para podermos manipulá-lo apropriadamente. Assim, nossas percepções não são registros diretos do mundo ao nosso redor. Ao contrário, elas são formadas internamente, de acordo com as limitações impostas pela arquitetura do sistema nervoso e por suas habilidades funcionais.
A realidade existente ao nosso redor, no mundo exterior, é filtrada por diversos mecanismos, muitas vezes, distorcendo-os. Somente as informações que chegam a ser processadas pelo nosso encéfalo é que constroem uma realidade própria, dentro da interpretação de nosso próprio sistema nervoso, sempre baseado em nossas capacidades cognitivas.
Tem sido dito que a beleza está nos olhos de quem a vê. Como hipótese... essa idéia indica claramente o problema central da cognição... o mundo da experiência é produzido pelo homem que a vivencia... Com certeza existe um mundo real de árvores, pessoas carros e mesmo livros, que tem uma grande relação com a nossa experiência desses objetos. Nós, no entanto, não temos acesso direto ao mundo real, nem a qualquer de suas propriedades.
Tudo o que sabemos sobre a realidade é mediada não somente pelos órgãos do sentido, mas também por complexos sistemas que interpretam e reinterpretam a informação sensória... O termo “cognição” se refere a todos os processos pelos quais uma aferência sensória é transformada, reduzida, elaborada, armazenada, recuperada e utilizada  -  (ULRIC NEISSER, 1967)
A percepção da realidade criada pelo seu cérebro (realidade subjetiva) corresponde totalmente à realidade existente ao seu redor (realidade objetiva) ou é apenas parcial?
E se essa realidade (subjetiva) pudesse ser influenciada ou alterada se tivéssemos um controle maior dos padrões de pensamentos utilizados por nossa memória para comparar informações pré-concebidas com as novas? Não teríamos outra conscientização de uma mesma realidade (objetiva)?
A Realidade Objetiva é aquela  intangível pela restrição perceptiva de nossos cinco sentidos. A Realidade Subjetiva é aquela resultante da assimilação dos estímulos externos *filtrados pela nossa capacidade cognitiva que nem sempre corresponde à realidade objetiva e na qual orientamos nossa vida em função da mesma, tornando-se assim, plenamente mutável.
A ciência já conhece a capacidade de reorganização e reestruturação de nossas conexões neurais (neuroplasticidade). Técnicas de reprogramação mental surgem a cada dia. *Até quando continuaremos a vivenciar experiências que culminem na obrigação de vivermos dentro de uma realidade insatisfatória e desagradável, se dentro de nós mesmos existe a possibilidade de fazer mudanças e transformar nossas realidades? *Tudo depende da conscientização e da vontade de cada um.
Fonte: http://migre.me/6dF6L
Fonte: http://migre.me/6dFgE 





sábado, 19 de novembro de 2011

A realidade subjetiva para convivência em sociedade é mais importante do que a realidade objetiva... Renato Araújo

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSXAjDmxOigzVoGfdtoQsRz-Qqz-v2cXaAIXdVSiqiFx48l9tqhqJeFanbBcQWHQucnwpmSSwfpnGOx_HiT2ocx4u19bM9A2-wi6Jdo4l9J7vTdrfmxlbQ82LycINqFwc5LgRJWlyGOAz7/s1600/NuvensAnimais+(2)_thumb%5B3%5D.jpg

 https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiX0faWxUIUjzh1HKKmWp83S9Suv9wITZL20h5foEza0aDKoawPVVopRUyZwZ45Oakoc6Zp8nx6EbVpSMvKhY1ubdIIomt_5hRjxvyPplZzZmCHVjHc8uvjqTpl93QtwBjt1ja-aj3zooo/s1600/RACISMO1%255B1%255D.jpg
 http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagens/3geografia/1nuvens.jpg
"A lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua, já que nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos."(Mahatma Gandhi)
1) Fonte: http://migre.me/6cd9z
2) Fonte: http://migre.me/6cdca 
3) Fonte: http://migre.me/6cdqa 
4) Fonte: http://migre.me/6cdMZ 

Tolerância

"Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça, sou grato a esses professores."
Khalil Gibran
"A lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua, já que nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos."
Mahatma Gandhi 
Fonte: http://migre.me/6ccVQ 
Fonte: http://migre.me/6cd0f 

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Educação Patrimonial: "Lugares de Memória" (Viviane Adriana Saballa)

"O que se busca é a tomada de oconsciência das comunidades sobre a relevância da geração, valorização e resguardo de pratrimônios culturais locais."(Transcrição)
*http://migre.me/6bO3Q*

No tempo em que, vindo da Bahia, d. Francisco de Souza, esteve pela primeira vez em S. Paulo, aí vivia Guilherme Glymmer, flamengo, que tomou parte em uma expedição ao sertão e que dela fez uma descrição, que encontrou abrigo na obra de P. Marcgrave – História Botânica do Brasil – nos termos seguintes:

Pico da Meia Lua - Piquete SP
por Letypqt (Pico do Meia Lua)
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 Tendo descido este rio maior, em dois dias, encontramos outro ainda muito maior, que nasce no lado setentrional da Serra de Paranapiacaba (assim como o Anhembi nasce no lado austral da mesma Serra), e correndo, a princípio, para o Ocidente, na mesma direção dos montes, depois, formando um cotovelo, se encaminha por algum tempo para o Norte, e, afinal, como geralmente se crê, se lança no Oceano entre o Cabo Frio e a Capitania de Espírito Santo; chama Rio de Sorobis e é abundantíssimo em peixes, tanto grandes como pequenos. Descendo também este rio, durante quinze ou dezesseis dias, chegamos a uma catarata, onde o rio, apertado entre montanhas alcantiladas, se despenha para o Nascente. Por isso, abicamos neste ponto as nossas canoas e marchamos outra vez a pé, ao longo de outro rio que desce do lado ocidental e não se presta a navegação. Com cinco ou seis dias de marcha, chegamos à raiz de um monte altíssimo, e, transpondo-o descemos a uns campos mui descortinados e aqui e acolá sombreados de bosques se vêem lindíssimos pinheiros, que dão frutos do tamanho de uma cabeça humana; as nozes desses frutos têm a grossura de um dedo médio e são protegidas por uma casca como as castanhas, e são mui agradáveis ao paladar e nutritivas (presumo que Glimmer se refere aqui à árvore da Sapucaia). Por muitas milhas no interior se encontram árvores desta espécie.
Fonte: http://migre.me/74g1t 
Clique na imagem para reduzi-la
Fonte:MAPAS DE SANTOS Carta corográfica - Capitania de S. Paulo, 1766 Apresentando  o Estado Político da Capitania de São Paulo em 1766, foi elaborada esta carta, com particular atenção aos limites com Minas Gerais. http://migre.me/9PQMK
Nota: Os rios Anhanbi (Tieté) e Sorobis (Paraíba)  eram as verdadeiras vias expressas rumo ao Sertão. Quanto a Raiz do Monte, no Mapa Alto da Serra, resta claro que se tratar de uma referência toponímica que veio a se chamar Garganta do Sapucaí, Garganta de Itajubá, localidade em que mais tarde se instalou o Registro de Itajubá, hoje Meia Lua, acesso às Minas do mesmo nome, então localizadas na região dos Pinheiros, ocupada hoje pelos Municípios de Marmelópolis-MG e Delfim Moreira-MG. Ou não  estamos falando da Região ocupada pelo Pico do Meia Lua? E tem mais, para citar apenas um dos muitos enganos. Isto é, relativamente ao comentário contido no roteiro; considerar que pudesse um naturalista, no caso de Glymmer confudir Pinheiro com Sapucaí, é o mesmo que admitir que fosse possível Pelé, confundir uma bola de basquete, com uma bola de futebol.


 

(Transcrição) A importância das raízes culturais para a identidade cultural do individuo

Resumo. Este artigo é parte integrante da dissertação de mestrado em educação-investigação educativa e, tem como objetivo apresentar a importância de se conhecer e preservar na memória as raízes culturais regionais. O propósito é de fomentar uma reflexão sobre a importância das raízes culturais de um povo, no sentido da afirmação de sua identidade e pertinência a sua região, nesse sentido, é primordial ter conhecimento e manter viva na memória as próprias origens.
Palavras-chave: Cultura; Raízes culturais; Identidade cultural;
Conceituar cultura não é uma tarefa fácil, cada individuo apresenta uma forma de definição da cultura, Arias (2002, p. 103) descreve o conceito de cultura como:
"… una construcción específicamente humana que se expresa a través de todos esos universos simbólicos y de sentido socialmente compartidos, que le ha permitido a una sociedad llegar a “ser” todo lo que se ha construido como pueblo y sobre el que se construye un referente discursivo de pertenencia y de diferencia: la identidad"
O autor afirma que cultura é uma expressão da construção humana. A cultura é construída através do diálogo entre as pessoas no dia a dia. Nessa interação social é construído gradativamente símbolos e significados que tem sentido a essas pessoas, e são compartilhados entre elas. A construção de uma cultura está repleta de elementos e significados que vão identificar esse povo como pertencente a uma determinada comunidade ou região, diferenciando-os de outras comunidades, surge assim, a identidade cultural.
O entendimento do significado de cultura subsidiará a compreensão das raízes culturais. Quando nos referimos às raízes culturais estamos nos referindo à sua origem, principio, ou seja, a forma como foi construída a cultura de um povo, o que determina que alguns elementos ou algumas manifestações culturais sejam considerados tipicamente desse povo. Não temos a pretensão de nos aprofundar em questões sociológicas. O propósito de enfocar as raízes culturais nesse artigo está direcionado a questão da memória cultural do povo. Não é um trabalho arqueológico, não se pretende escavar o “passado”, mas sim, de se manter viva a história da construção ou da criação da cultura de um povo ou de uma região.
É possível dizer que não se vive do passado, se vive do presente e do futuro. Porém, para se compreender as transformações pelas quais a cultura de um povo tem passado no decorrer dos tempos, se faz necessário conhecer como era antes no inicio de sua construção. Há de se estabelecer parâmetros para se poder definir em que aspectos a cultura foi transformada e em que grau.
Acredita-se que, não se deve pregar o isolamento cultural, se fechando em guetos. O individuo deve estar aberto e receptivel ao novo. Deve-se conhecer e experimentar as outras culturas como forma de valorizar a diversidade cultural dos povos e como enriquecimento cultural.
Supõe-se que, para conhecer e assimilar a história da construção da cultura de outros povos, deve-se primeiro conhecer a história da própria cultura, saber como se deu essa construção e como foi o processo de evolução e desenvolvimento da mesma. Só assim, pode-se conhecer e entender outras culturas. Conhecendo a própria cultura, o individuo compreenderá a importancia de mante-la viva na memoria, protege-la e valorizar a cultura como forma de preservar o que somos, nossas caracteristicas, nossa identidade. Segundo Barros (2008). “proteger não significa defender o isolamento ou o fechamento ao diálogo com outras culturas, mas sim encontrar meios de promover a sua própria cultura”.
Pedroso (l999) afirma que. “Um povo que não tem raízes acaba se perdendo no meio da multidão. São exatamente nossas raízes culturais, familiares, sociais, que nos distinguem dos demais e nos dão uma identidade de povo, de nação”. Percebe-se a importância de se conhecer as raízes da própria cultura para que haja a formação de identidade, no propósito de se definir enquanto cidadão sabendo situar-se na sociedade.
Entende-se que, para a assimilação da relevância desse conhecimento há de se ressaltar a construção histórica da cultura de um povo. Segundo Arias (2002, p.9):
"La cultura no es algo dado, uma herencia biológica, sino uma construcción social e históricamente situada, em consecuencia es um producto histórico concreto, uma construcción que se inserta em la história y especificamente em la história de las inter-acciones que los diversos grupos sociales establecen entre si”
Pelo exposto acima, se entende que a cultura é construída a partir das ações e inter-relações sociais. As pessoas fazendo parte de uma sociedade acabam interagindo umas com as outras, trocando idéias, conhecimentos e etc, desse relacionamento deriva a cultura desse povo, que foi construída passo a passo. Juntos, constroem uma história de vida, onde os hábitos e costumes, manifestações, expressões, sentimentos e outros estão inseridos, identificando cada componente dessa sociedade determinando o seu modo de viver e de ser.
Portanto, acredita-se que: se as pessoas têm conhecimento de suas próprias raízes e conscientemente sabem da relevância das mesmas para suas vidas, passarão a valorizar esse conhecimento transmitindo-o para as gerações futuras, isso evitará que sejam esquecidas ou adormecidas. Dessa forma, a memória do povo continuará sendo “aquecida”.
Abaixo outra citação do autor Pedroso (l999), que enfatiza melhor a importância de se conhecer as próprias raízes.
"Quem não vive as próprias raízes não tem sentido de vida. O futuro nasce do passado, que não deve ser cultuado como mera recordação e sim ser usado para o crescimento no presente, em direção ao futuro. Nós não precisamos ser conservadores, nem devemos estar presos ao passado. Mas precisamos ser legítimos e só as raízes nos dão legitimidade"
Entende-se nessa citação que a vida tem sentido, em se tratando de identidade cultural, quando conhecemos nossas raízes, de onde viemos, quem somos e como somos. É preciso conhecer o inicio de tudo para entendermos as mudanças culturais que ocorrem no presente e que ocorrerão no futuro.
O trecho, abaixo, retirado de uma reportagem realizada no Distrito de Ribeirão Pequeno enfatiza um projeto sobre memória cultural que tem sido desenvolvido em uma escola.
"....incluem em seus programas de história, geografia, língua portuguesa e artes temas relacionados ao patrimônio e à memória locais. O resultado comum dos projetos é um aluno mais interessado e motivado. A longo prazo, vem a mudança da mentalidade e a formação de um cidadão sensibilizado para com suas raízes e identidades culturais".
Na realização desse projeto já se percebe a preocupação em introduzir nas escolas temas que visem trabalhar questões relacionadas ao patrimônio e a memória local. O resultado final desse projeto, pelo que se percebe foi muito satisfatório e gratificante, pois conseguiu atingir os alunos em aspectos muito importantes como no interesse e motivação, já é um ponto inicial para que com a continuação desse trabalho mais alunos tenham uma mudança de mentalidade em relação às próprias raízes e a própria identidade cultural. Que o mesmo possa ser um disseminador dessa idéia para toda a comunidade escolar.
Para enfatizar melhor a importância da memória cultural do povo, podemos citar uma declaração muito interessante, encontrada em um site paraense, que fala sobre o texto de uma peça de teatro escrita por um grupo de alunos sobre a cultura regional local.
"Foi gratificante ver jovens se preocupando com o futuro da nossa cultura e com a memória de nosso povo, o nosso maior patrimônio, com a natureza, enfim..., e o mais importante, nos ensinando a termos orgulho de nossas raízes, cores, sabores, crenças..., nos mostrando que o único e tenaz caminho é assumir, disseminar e manter cada vez mais nossas origens, para que só assim o mundo nos relacionem com respeito e admiração"
Percebe-se nessa declaração, que o texto teatral apresentado foi bem escrito, que enfoca com bastante propriedade o orgulho desses jovens com suas raízes culturais e o mais importante de tudo, a preocupação dos mesmos com o futuro de nossa cultura e a memória de nosso povo.
É importante ressaltar que no contexto da comunicação também há outras formas de aprendizagem da cultura. O ensino escolar é apenas uma parte onde ocorre a aprendizagem cultural do aluno. A escola tem uma contribuição bem especifica nessa aprendizagem, pois é na escola que o aluno vivência diariamente a diversidade cultural, no contato com professores, colegas e outros. Por ser um assunto tão complexo a forma de aprendizagem se faz de maneira formal e informal. Quando o aluno vem para o ambiente escolar já traz consigo informações, vivências e experiências culturais que segundo Vigotsky não podem ser desprezados, mas trabalhadas para que haja assimilação e entendimento das mesmas pelos alunos
A partir dessas considerações, acredita-se, que é um tema relevante que pode levantar reflexões e discussões que possam vir a contribuir com o despertar da consciência coletiva sobre a importância das raízes culturais. O resgate as raízes culturais de uma região poderá despertar no individuo a motivação e o interesse sobre a sua própria cultura, tornando-o um cidadão mais sensível e consciente da importância de suas raízes para preservação de sua história.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Veja abaixo o Mapa da Comarca do Rio das Mortes em 1780 , elaborado por Manoel R. Guimarães , ou clique para ver em mais detalhes um mapa do Sul de Minas em 1778 elaborado por José Joaquim da Rocha.

A História do Sul de Minas Gerais no Século XVIII (Transcrição)

Descoberta do Ouro
No final do século XVII os bandeirantes paulistas foram os primeiros a descobrir as areias auríferas.
"O boato de que no Brasil fora descoberto ouro espalhou-se depressa em Portugal, e depois, Ilha da Madeira e Açores - e a região conheceu, no primeiro quartel do século XVIII , uma 'corrida prodigiosa'".(Roger Bastide).
"O caminho das Minas era batido dia e noite pelas comitivas a pé ou no dorso de muares. Os que não se mudavam para as terras do planalto da Mantiqueira associavam-se aos que o faziam, fornecendo capital em escravos, ferramentas ou gêneros, o que tudo era caríssimo por sua escassez e grande procura".(Augusto de Lima Jr.)
Grande contingente de bandeirantes da Capitania de São Vicente, mineradores procedentes da Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco e outras capitanias, além de portugueses que aqui estavam ou que vieram principalmente das ilhas (Açores e Madeira), foram para a região ao longo do caminho que ia do vale do Paraíba até Vila Rica (atual Ouro Preto), isto é, as regiões do Vale do Inghay (Aiuruoca), Baependy, do Rio das Mortes, em São João Del Rey, região do Carmo, em Mariana, Sabará e Pitanguy.
Tanta gente querendo minerar provocou incidentes entre os bandeirantes e emboabas-os forasteiros, tornando Minas uma região violenta.
"Para pacificar e melhor administrar a região, resolveu-se criar, no mesmo ano de 1709, a nova Capitania de São Paulo e Minas do Ouro. Era assim ,aquela zona, desligada de qualquer dependência do Rio de Janeiro, cujos governadores, desde Artur de Sá e Meneses, haviam sido os primeiros a tomar providências quanto à distribuição das minas, tanto aos seus descobridores como aos que quisessem explorá-las". (Hélio Viana - História do Brasil).
A Vila de São Paulo era a capital, devido a maior facilidade dos caminhos, mas a região mais importante e populosa era a das Minas Gerais.
Em 1710 , D. Antonio de Albuquerque Coelho de Carvalho ,primeiro governador da nova Capitania, criou o distrito das Minas.
Em 1711 foram criadas as três primeiras vilas de Minas: Ribeirão do Carmo(Mariana) a 8 de abril, Vila Rica a 8 de julho e Vila Real (Sabará )a 16 de julho .
Em 1714 é assinado, na Vila do Ribeirão do Carmo, o termo de ajuste sobre a repartição das três primeiras comarcas de Minas Gerais: Rio das Mortes (S.J. Del Rey),Vila Rica(Ouro Preto) e Rio das Velhas (Sabará).
Em 2 de dezembro de 1720, D.João V, representado pelo governador, o Conde de Assumar,desmembra as Capitania de Minas Gerais e de São Paulo.
Em 1745 criaram-se a Diocese de São Paulo e a Diocese de Mariana.
"Aos depósitos de ouro, nos cursos de água e em suas margens, denominavam os antigos de faisqueiras, porque o ouro se apresentava em grãos e folhetos tão grandes que faiscavam ao sol" (Augusto de Lima Jr- A Capitania de Minas Gerais).
Povoamento do Sul de Minas, a oeste do rio Sapucay.
A partir da década de 1740,começa a ser povoada a região do Sul de Minas, a oeste do rio Sapucaí, que até então era totalmente selvagem.
José Pires Monteiro, natural de Jacareí, descobre ouro na margem esquerda do rio Sapucay dando inicio ao povoamento do território a oeste deste rio.
A 2 de março de 1746, o português Francisco Martins Lustoza,vindo da freguesia da Campanha do Rio Verde,é nomeado Guarda Mor Regente do novo descoberto e da região do Sapucaí.
Em agosto de 1748 o Rei de Portugal ordena ao Governador mineiro, Gomes Freire de Andrade, que fizesse nova definição das linhas divisórias das capitanias, "como melhor lhe aprovesse" .
Em 19 de setembro de 1749, o Ouvidor Geral do Rio das Mortes, Dr. Tomaz Rubim de Barros Barreto do Rego, atravessando o Rio, foi ter ao Arraial de Santana do Sapucay, onde fez a divisão e posse ordenadas por Gomes Freire de Andrade.
Em 1755, Pedro Franco Quaresma, vindo do Arraial do Ressacatú, descobre ouro na região de São Carlos de Jacuy, cuja posse é tomada pela Câmara de Jundiaí. Fundamenta-se neste fato a questão da posse mineira ou paulista sobre a região.
Em 4 de março de 1755 , o padre Inácio Paes de Oliveira é provido, como capelão curado, pelo Bispado de São Paulo.
"Em todo "descoberto", que prometesse uma faiscagem de longa duração e que ainda se descobrisse ouro nos barrancos, próximo ao córrego, sobrevinha a formação de povoado e a construção do elemento mais importante: a capela." (Adilson de Carvalho-A Freguesia de Nossa Senhora da Assunção do Cabo Verde e sua História).
Em 05 de setembro de 1764, o governador da Capitania de Minas Gerais, Luiz Diogo Lobo da Silva, resolve fazer uma viagem de inspeção pelas regiões limítrofes com a Capitania de S.Paulo. Partindo de Vila Rica, dirigiu-se a comitiva a S. João del Rey, tomando o rumo noroeste, pela margem do Rio Grande, passando por Oliveira, Tamanduá (Itapecerica) , Piunhi, e atravessando o Rio Grande, junto à barra do Sapucaí, penetrou na região sul-mineira. Chegando ao arraial de S.Pedro de Alcântara e Almas do Jacuí, o General Luiz Diogo, destituiu as autoridades paulistas e publicou um Bando, em 24 de setembro de 1764, pelo qual regulou a posse mineira naquela localidade.
Em dezembro de 1775 as paróquias mineiras eram restituídas ao Bispado de São Paulo.
A região era, então ,governada, no civil , por Minas Gerais e no eclesiástico, pela diocese de S.Paulo.
Em 1778 continua a discussão sobre a questão dos limites.
Fonte: http://migre.me/6bj0A

Núcleo Embrião de Piquete, Boca do Sertão, Veredas das Brumas das Terras Ermas, no Camiho do Ouro, no Caminho da História.

        Guilherme Glymmer, que tomou parte na expedição ao sertão de Andre de Leão em 1601, no final de sua descrição do roteiro afirma: 
       "e assim gastos nove meses nesta expedição, voltamos primeiro a Mogomimin, depois, à cidade de S. Paulo"(1)
       Não restando  dúvida de que, estava o roteirista se referindo,  a Mogim Mirim.
       Por uma questão de lógica e contextualização, evidenciais do caminho percorrido,  faz-se necessário citar a Obra; “São Francisco de Paula de Ouro Fino nas Minas-Gerais” quando então na introdução declara o Autor(2) :
      "Mesmo após o alvará de D. João V, que em 2 de Dezembro de 1720, destacou a capitania de Minas-Gerais do território de São Paulo, os governantes deste continuaram por muitas décadas a considerar, e com justa causa, exclusivamente sua toda a extensa  região aquém dos rios Grandes e Sapucaí, aonde nasceu Ouro-Fino, descoberto e povoado por homens partidos das margens ruidosas do Tietê e do Paraíba
        Somadas as evidências do roteiro descrito por Guilherme Grymmer, e a descrição de acesso a Ouro Fino, via Rio Tietê e  Paraiba, neste ultimo caso necessáriamente via Alto Sapucaí, temos em artigo da lavra de Isabel Lago, relativamente a Pouso Alegre:
       ”Da ambição dos aventureiros que demandavam a região do Sul de Minas, à procura de ouro e outras riquezas, nasceu o conhecimento daquele vasto sertão, ainda desabitado por volta de 1596, quando se deu o primeiro devassamento da bacia do Alto Sapucaí pelos bandeirantes Paulistas(3)
      Nestas condições, ainda que se pudesse desconsiderar a Garganta do Meia Lua, "raiz do monte" do roteiro de Grymmer, como original caminho de acesso  ao Alto do Sapucaí, o Núcleo Embrião de Piquete se constituía em verdadeiro Portão para Minas, pois o cotejo de toponímias  e roteiros, possibilitam afirmar  que, estavam no contexto do caminho percorrido pelas primeiras expedições, via Alto do Sapucaí, com destino a Mogi Mirim as seguintes localidades:
     "o Matosinho, hoje Pouso Alegre, separado pelo campo do mato grande, era um ponto de referência. A região de Estiva era marcada por uma formação montanhosa no formato de um capuz e ganhou o nome de Serra do Carapuça. Próximo de Santana do Sapucaí, hoje Silvianópolis, havia uma elevação com falha de vegetação no cimo, que recebeu o nome de Serra do Coroado; quem de Ouro Fino viajasse para o Matosinho, depois de vencer o mato encontrava o campo e quem do Matosinho seguia para Ouro Fino, depois de vencer o campo, encontrava a mata, por isso a área de transição do campo para a mata era conhecida de uns por Borda do Campo e por outros por Borda da Mata, o nome que perdura.”(ibdem)

1) Fonte: http://migre.me/6b9ZE 
2) Fonte: Leite, Aureliano, São Francisco de Paula de Ouro-Fino nas Minas Gerais, Empresa Gráfica da Revista dos Tribunais, Segunda Edição, São Paulo, 1941,  
3) Fonte: http://migre.me/6bbY7

CARTAS DE UM OUTRO MATOSINHOS (Isabel Lago Diretamente de Portugal)

POUSO ALEGRE – Minas Gerais
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 Desde 1600, um século depois da descoberta do Brasil, a região do Mandu era conhecida, mas não era explorada, nem oficialmente administrada. A região, era banhada pelo Sapucaí Mirim e seus afluentes: o Capivari, Itaim, Mandu e Cervo, tinha uma rica flora (...) e a fauna também era abundante.
A beleza topográfica da região, a terra fértil, a abundância de água e a piscosidade dos rios eram um convite à fixação de colonos na região.
Da ambição dos aventureiros que demandavam a região do Sul de Minas, à procura de ouro e outras riquezas, nasceu o conhecimento daquele vasto sertão, ainda desabitado por volta de 1596, quando se deu o primeiro devassamento da bacia do Alto Sapucaí pelos bandeirantes paulistas. Essas expedições e os raros aventureiros que por aqui transitavam necessitavam de se orientar, por falta de informantes, pelas referências geográficas, que por isso ganhavam nomes inconfundíveis: o Matosinho, hoje Pouso Alegre, separado pelo campo do mato grande, era um ponto de referência. A região de Estiva era marcada por uma formação montanhosa no formato de um capuz e ganhou o nome de Serra do Carapuça. Próximo de Santana do Sapucaí, hoje Silvianópolis, havia uma elevação com falha de vegetação no cimo, que recebeu o nome de Serra do Coroado; quem de Ouro Fino viajasse para o Matosinho, depois de vencer o mato encontrava o campo e quem do Matosinho seguia para Ouro Fino, depois de vencer o campo, encontrava a mata, por isso a área de transição do campo para a mata era conhecida de uns por Borda do Campo e por outros por Borda da Mata, o nome que perdura.
             Foi com a descoberta das minas de Santana, que se iniciou o desenvolvimento do Matosinho do Mandu, primeiro nome de Pouso Alegre.
Durante muitos anos, bem antes da criação do Arraial de Pouso Alegre e do surgimento da primeira Capela, os caminhos do Mandu eram passagem e parada obrigatória de diversas caravanas que iam da cidade de São Paulo para a capital mineira, Ouro Preto.
Muito antes também, esses caminhos foram desbravados pelos Bandeirantes, que abriram trilhas para os tropeiros. Na beira do Rio Mandu, próximo à atual Via Perimetral, as caravanas de tropeiros paravam para o descanso e dormida, onde faziam um pouso alegre. Nesse tempo, começavam a chegar os primeiros colonizadores, adquirindo terras para cultivo e sustento.

O maior historiador de Pouso Alegre, Eduardo Amaral de Oliveira, que dedicou 40 anos de sua vida pesquisando milhares de documentos em Campanha, São Paulo, Ouro Preto e Rio de Janeiro, descobriu que os primeiros proprietários de terras devidamente registradas, na verdade os primeiros sitiantes, foram: Antonio Araújo Lobato, Felix Francisco, João Angelo e Joaquim Reis de Lima - supostamente também chamado de Paulo Araújo Pereira. Esses homens aventureiros para cá vieram e se instalaram, tornando-se os primeiros proprietários de terras nessa região do Sul de Minas e que, pouco depois, seguidos por outros que chegavam, deram início a colonização de um arraial que, três séculos após, tornar-se-ia na sempre crescente e magnífica Pouso Alegre de agora!
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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

CAMINHO DAS ÁGUAS, POVOS DOS RIOS UMA VISÃO ETNOLINGÜÍSTICA DA TOPONÍMIA BRASILEIRA* Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick (USP) Maria Cândida Trindade Costa de Seabra (UFMG)

Caminho das águas:

as trilhas das bandeiras em Minas Gerais
As entradas e bandeiras, organizadas nos séculos XVI e XVII, em busca de prata e esmeralda, seguiam três roteiros: o caminho velho da Bahia, o caminho velho de São Paulo e o caminho novo do Rio de Janeiro. Estes caminhos tinham como meta alcançar a Região das Esmeraldas, entre o Jequitinhonha e o Doce, chamado Rio das Esmeraldas, que poderia conter ouro.
Seguindo o curso do Rio São Francisco, a rota baiana, também conhecida como o caminho dos currais, tornava a região do sertão mineiro, antiga comarca de Serro do Frio, vinculada e dependente da Capitania da Bahia. Por este caminho tentava-se evitar o contrabando do ouro e dos diamantes.
Partindo de São Paulo ou Taubaté, seguindo o rio Paraíba, passando pela atual cidade de Lorena e transpondo a Serra da Mantiqueira pela garganta do Embaú - já conhecida dos índios - seguia a rota paulista. Seu curso coincide hoje com um trecho da Estrada de Ferro Central do Brasil e em outro, com a Rede Férrea Sul Mineira, antiga Minas-Rio.
Este caminho também era feito saindo do Rio de Janeiro, pelo mar, até Parati, subindo a Serra do Mar, por uma antiga trilha aberta pelos índios Goianases, até os Campos do Cunha e daí até Taubaté, no Vale do Paraíba.
No início do século XVIII, abriu-se um novo caminho do Rio de Janeiro até as Minas de Ouro Preto, através do Vale do Rio Paraibuna, na atual Zona da Mata. Este roteiro, conhecido inicialmente como Caminho Novo do Rio de Janeiro, recebeu melhorias, tornando-se a rota oficial de escoamento de ouro da coroa portuguesa. A este caminho foi dado o nome de estrada real.
No estado de São Paulo, vários pontos de paradas dos bandeirantes tornaram-se, posteriormente, vilas, sendo, bem mais tarde, elevadas a cidades. Segundo ANTONIO (In: Megale, 2000: 77-91) na formação desses núcleos urbanos, houve, no território paulista, presença de “famílias inteiras saídas de São Paulo (por ex.: Domingos Luiz leme e seus irmãos, na fundação da cidade de Guaratinguetá; ou Jacques Felix, seu irmão e seus filhos na fundação da cidade de Pindamonhangaba)”. Este aspecto salienta a disseminação da língua pelo interior de São Paulo e destaca o Vale do Paraíba como um ponto de fixação no roteiro das bandeiras.
Já em relação às expedições realizadas pelos bandeirantes paulistas ao atual território de Minas Gerais, pode-se dizer que a maioria delas partia sem qualquer outro interesse que não o da descoberta de ouro e pedras preciosas. Os primeiros desbravadores não pretendiam sesmarias e nem se interessavam em se fixar nas terras descobertas. Traziam armas e munições, mas raramente algum alimento. Muitas vezes, as trilhas das bandeiras se desdobravam, levando parte dos bandeirantes a incursões até então não programadas.
Vários historiadores que se dedicaram ao estudo do Brasil Colônia afirmam que as bandeiras não tinham um caráter colonizador: segundo ABREU (In: Elia, 1979: 175-218) “o bandeirante devassou sem povoar, agindo mais em extensão do que em profundidade”. Enquanto MOOG (1956:148) diz “(...) já não basta que o bandeirante tenha dilatado a pátria, deixando para os pioneiros o ‘problema concêntrico de povoá-la’ (...)”.
Todavia, de acordo com HOLANDA (1977: 71-76) em Minas Gerais essa “ação” dos bandeirantes foi um pouco diferente: “(...) antes do descobrimento das minas, não realizaram obra colonizadora, salvo esporadicamente”, ou seja, na região do ciclo do ouro, o movimento das bandeiras teve caráter colonizador.
Segundo VILLALTA (1997), os bandeirantes abriam caminhos pelo sertão, falando a “língua geral”, mas também liam Camões e traziam sempre em suas bandeiras um padre. Em Minas Gerais, os bandeirantes se depararam com outras “línguas gerais” de origem tupi, mas nesse território, onde foram encontrados minérios preciosos, essas línguas não tiveram uma convivência tão intensa com a Língua Portuguesa como ocorreu nos outros estados brasileiros. VILLALTA (1997: 339) ressalta que a eliminação das “línguas gerais” em Minas foi “radical em decorrência do desenvolvimento urbano acentuado e da força da mineração no conjunto da economia, assentada no uso do escravo africano. Os índios, na região mineradora, foram sendo massacrados e empurrados progressivamente para além das fronteiras da ocupação lusitana”. Mesmo assim, a “língua geral do sul” trazida pelas bandeiras faz-se presente em um grande número de toponímias em suas trilhas pelo território mineiro. Em camadas mais antigas do nosso léxico, podemos observar topônimos de origem indígena que ainda se conservam em nosso léxico, outros foram sobrepostos por nomes de santo.
Com relação à expansão da língua tupi ou geral na região das Minas Gerais, SAMPAIO (1955: 49-50) afirma que à medida em que as várias regiões iam sendo desbravadas, recebiam um nome tupi. Entretanto,



(...) mais para o sul, penetrando já na região mineira, entre a zona litorânea e a Serra do Espinhaço, que foi o país dos botocudos, dos Porys e de numerosas tribus tapuyas, já a raridade dos nomes selvagens na geographia local ressalta logo. Prevalecem denominações portuguesas entre alguns nomes tupis. Dificilmente se encontrará ahi um nome tapuya, botocudo, pory ou camacã, designando um monte, um rio ou um povoado. (...) são bem poucos os vestígios da língua dos primitivos dominadores, acaso salvos do dilúvio tupi ou português, que o bandeirante ou o missionário estendeu por toda a parte.
Fonte: http://migre.me/6aUll


Samba de roda

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Aprimorar a paciência requer alguém que nos faça mal e nos permita praticar a tolerância. (Dalai Lama)

DIA 20 DE NOVEMBRO, DIA DA "CONSCIÊNCIA NEGRA."  POR UM NOVO PARADIGMA! COOPERAÇÃO E RESGATE DO ESPIRITO DE COMUNIDADE. 
"Amar é sofrer juntos pelas derrotas que vierem, mas sem jamais deixar de continuar a caminhada" (Frase de Cleide Rebouças)
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Transcrição: 72º Fórum do Comitê Paulista para a Década da Cultura de Paz parceria UNESCO – Palas Athena

SENSO DE COMUNIDADE E LIDERANÇA PARA OS NOVOS TEMPOS a cargo de Oscar Motomura

Vivemos tempos de turbulência global e incertezas na economia e no mundo dos negócios. Hoje, mais do que nunca, existe uma consciência cada vez maior da interdependência entre países, setores da economia e até entre as próprias empresas. Mas qual a causa-raiz dos problemas que o mundo vive hoje? Seriam as falhas de design do grande sistema político-econômico-social que prevalece na sociedade global? Ou seriam falhas de operação ou nos padrões éticos de quem atua no sistema? Até que ponto o fator crítico não estaria no conflito entre competição e cooperação no mundo empresarial? Que tipo de liderança precisa emergir nas empresas, nas organizações governamentais e na sociedade civil para que as causas-raiz sejam efetivamente trabalhadas e a sociedade passe a evoluir no ritmo e na proporção necessárias? Até que ponto é preciso resgatar o espírito de comunidade em todos os setores da sociedade e, principalmente, no mundo dos negócios?
Fonte: http://migre.me/6agBz
Nota: Não obstante a extrema tragédia da privação, exclusão, intolerância etc., apenas para exemplificar,  deparamos na imagem, com um elementar principio de economia e estratégia, sempre utilizada pelo povo negro, não sendo possivel negar o insofismável poder de resiliência. Economina: "Aplicação eficiente de recursos disponiveis"


Origem da foto: http://migre.me/6aaOk



















GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...