sábado, 31 de março de 2012

Francisco de Sousa

Em São Paulo D. Francisco chegou a São Paulo em maio de 1599 com grande comitiva. Estava vindo do Espírito Santo, onde havia ficado entre outubro e novembro de 1598 em busca de metais preciosos. Em São Paulo, visitou as minas de Araçoiaba de Afonso Sardinha o Moço; Bacaetava, São Roque e Jaraguá. Ao chegar, encontrou em atividade mineração de ouro, mas em pequena escala, no litoral e vizinhanças da capital. Dizia-se que Brás Cubas, o fundador de Santos, descobrira ouro e metais. Em 1578 seria corrente a notícia da existência das minas de ouro e prata da capitania de São Vicente, segundo súdito inglês residente em Santos.
Nomeou Diogo Gonçalves Laço capitão das minas de ouro e prata do Ibiraçoiaba: na ocasião, declarou seus descobridores Afonso Sardinha o Moço e Clemente Alvares. No regimento a Laço, ordenou aos dois Afonso Sardinha as diligências que Nicolau Barreto executaria no ano seguinte, acompanhado por Sardinha, o Moço, morto no sertão em 1604.
Enviou a primeira grande bandeira paulista, comandada por André de Leão, morador do Rio de Janeiro, ao trecho do rio Paraíba e, transposta a serra da Mantiqueira, entraram em território hoje mineiro, dizendo-se que pode ter chegado à bacia do São Francisco. Nela seguiu como prático o holandês Wilhelm Jost ten Glimmer, morador de Santos, que forneceria o roteiro da jornada a João de Laet (escritor holandês da «Descrição das Indias Ocidentais» em 1625). Como dirigentes, um morador de Santos e outro do Rio, conhecedores da penetração pelas vias do Quilombo e de Parati. A diretriz usual era a de Atibaia ou Sapucaí, através do vago «sertão de Parnaíba». As bandeiras quinhentistas ganhavam com mais facilidade a região do Guairá do que o próximo vale do Paraíba, pela profunda desigualdade da flora desses terrenos. Os santistas foram os primeiros a penetrar ali, seguindo o vale do rio Quilombo e se localizando em Mogi das Cruzes, antiga sesmaria de Brás Cubas, o primeiro a tatear tal caminho para penetrar no sertão das Minas. Os de São Paulo obtinham comunicação penosa com Moji pela via do rio Anhembi. Graças a Dom Francisco, uma estrada ligou os dois núcleos de povoamento. Já os moradores do Rio conheciam bem o vale médio do rio Paraíba, pela via de Parati. Obscuras bandeiras de apresamento, porém, iam pentrando o interior, tanto que não se abandonava a esperança dos achados mineiros.
André de Leão permaneceu nove meses no sertão mas nada encontrou de jazidas. Em agosto de 1602 D. Francisco enviou a bandeira de Nicolau Barreto, com centenas de homens, autorizado a descobrir ouro e prata, mas retornaram em 1604 com desilusões. Voltou-se então o governador para «as minas de ferro e aço».(http://migre.me/8uPG1)

sexta-feira, 30 de março de 2012

O PORQUE DA NECESSIDADE DA BUSCA PELOS PORTUGUESES DE UM CAMINHO POR TERRA, OBJETIVANDO ALCANÇAR A CABECEIRA DO BRASIL E MAR DO SUL, EM ALTERNATIVA AO CAMINHO DO PEABIRU?

Martim Afonso de Sousa
Embora a historiografia tradicional em História do Brasil encare sua expedição como a primeira expedição colonizadora, o Regimento a ele passado permite compreender que o principal objetivo de sua missão era colocar padrões de posse portugueses em toda a área da bacia do Rio da Prata, o que não alcançou em função de ter naufragado na região. Diz-se que sua nomeação como governador compreendia a missão de expulsar franceses, descobrir terras, explorar o rio da Prata e fundar núcleos de povoamento.(http://migre.me/8ulhC)
Caminho do Peabiru
Outros relatos dão conta de que Martim Afonso de Sousa, fundador da Vila de São Vicente, só se fixou naquele trecho do litoral porque, de antemão, dispunha de informações de que, dali se teria acesso ao caminho que o levaria às minas do Potosí, na Bolívia, e aos tesouros dos incas. Por sua determinação, uma expedição partiu de Cananeia (litoral Capitania de São Vicente), em 1531, com o mesmo destino, sob o comando de Pero Lobo, tendo Francisco das Chaves como guia. Seguindo por um antigo caminho indígena que entroncava com o Caminho do Peabiru, esta expedição desapareceu, chacinada pelos indígenas Guaranis, nas proximidades de Foz do Iguaçu, quando da travessia do Rio Paraná.(http://migre.me/8ulqF)
Anthony Knivet
Knivet acompanhou o corsário Thomas Cavendish em sua segunda viagem à América (1591), em plena guerra entre Inglaterra e Espanha. Participou do ataque à vila de São Vicente e, após uma viagem trágica ao Rio da Prata, foi capturado pelos portugueses.[2] (http://migre.me/8ulZc)
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Nota: Devemos ter por certo ainda que, a busca de um novo caminho não se deu de maneira aleatória. Senão vejamos: "Em julho de 1550, de Porto Seguro, o capitão Duarte de Lemos escreveu ao soberano, garantindo-lhe que ali "é a terra onde está o ouro, porque de nenhuma destas partes podem ir melhor a ele que por esta", já que o Peru "está na altura de dezessete graus que é onde esta capitania está (...)".(http://migre.me/8ulP0)

CAMINHO PERCORRIDO PELA EXPEDIÇÃO DE ANDRÉ DE LEÃO - DA ALDEIA GUAIPACARÉ AO ALTO DA SERRA.

No tempo em que, vindo da Bahia, d. Francisco de Souza, esteve pela primeira vez em S. Paulo, aí vivia Guilherme Glymmer, flamengo, que tomou parte em uma expedição ao sertão e que dela fez uma descrição, que encontrou abrigo na obra de P. Marcgrave – História Botânica do Brasil – nos termos seguintes:
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"Partindo da cidade de S. Paulo, na Capitania de S. Vicente, chegamos, primeiro à povoação de S. Miguel (distante de S. Paulo cinco ou seis léguas para o Nascente), à margem do rio Anhembi, e nesse lugar achamos preparadas as provisões, que os selvagens tinham de carregar nos ombros. Atravessamos, depois, aquele rio e, com uma marcha de quatro ou cinco dias a pé, através de densas matas, seguimos rumo de Norte, até um riacho que nasce nos montes Guarimumis, ou Marumiminis, onde há minas de ouro. Aqui, aparelhadas algumas canoas de cascas de árvores, continuamos rio abaixo, durante cinco ou seis dias, e fomos ter a um rio maior que corria da região ocidental. Aquele primeiro riacho desliza por sobre campos baixos e úmidos, notáveis por sua amenidade. Tendo descido este rio maior, em dois dias, encontramos outro ainda muito maior, que nasce no lado setentrional da Serra de Paranapiacaba (assim como o Anhembi nasce no lado austral da mesma Serra), e correndo, a princípio, para o Ocidente, na mesma direção dos montes, depois, formando um cotovelo, se encaminha por algum tempo para o Norte, e, afinal, como geralmente se crê, se lança no Oceano entre o Cabo Frio e a Capitania de Espírito Santo; chama Rio de Sorobis e é abundantíssimo em peixes, tanto grandes como pequenos. Descendo também este rio, durante quinze ou dezesseis dias, chegamos a uma catarata, onde o rio, apertado entre montanhas alcantiladas, se despenha para o *Nascente. Por isso, abicamos neste ponto as nossas canoas e marchamos outra vez a pé, ao longo de outro rio que desce do lado *ocidental e não se presta a navegação. Com cinco ou seis dias de marcha, chegamos à raiz de um monte altíssimo, e, transpondo-o descemos a uns campos mui descortinados....
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"Com cinco ou seis dias de marcha, chegamos à raiz de um monte altíssimo...."
Nota: "Ocidente s.m. Lado do horizonte onde o sol se põe; poente. Ocaso. Parte do mundo que está do lado em que o sol se põe." Em sã consciência é difícil entender que, um desembarque além do Porto Guaipacaré, em conformidade com esse roteiro, seguindo à pé rumo Ocidental, implicaria em retornar em direção à Piquete. Gostaria ainda que alguém me dissesse ou indicasse um afluente pela margem esquerda do Rio Paraíba, além de Lorena que deriva do poente?

CAMINHO PERCORRIDO POR ANTHONY KNIVET - DA ALDEIA GUAIPACARÉ AO ALTO DA SERRA.

 "As incríveis aventuras e estranhos infortúnios de Anthony Knivet", narrativas constante de um roteiro de viagem.Uma Tradução do original de 1625 por Vivien Kogur Lessa de Sá, Professora do Departamento de Letras da Puc Rio e especialista em literatura inglesa do Renascimento. Com Organização Introdução e notas de Sheila Moura Hue, edição 2007, Jorge Zahar Editora Ltda, Rio de Janeiro, temos:
- Capítulo 3 - Suas extraordinárias provações com doze portugueses que foram devorados pelos selvagens. Sua vida com os canibais e, depois disto, com os portugueses, de quem foge para Angola e por quem é trazido de volta. E como,  depois de muitas aventuras, é embarcado para Lisboa.
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"Eu e os doze portugueses de quem falei nos despedimos do capitão, preferindo seguir em direção ao mar do Sul do que voltar sem nada.  Os nomes dos  portugueses eram: Francisco Tavares, Luís de Pina, Gonçalo Fernandes, Tomás do Vale, Luís Coelho, Matias de Galo, João da Silveira, Pedro da Costa, Antônio Fernandes, Jorge Dias, Manuel Caldeira e eu mesmo, Anthony Knivet. Depois que deixamos o capitão, fizemos uma canoa bem grande da casca de uma árvore e começamos a descer um rio chamado Jaguari. Uma semana depois chegamos a uma pequena aldeia  de seis casas que parecia estar há muito desabitada. Abandonamos então nossa canoa e decidimos continuar o trajeto por terra. Nessa aldeia encontramos grande quantidade de vasos de cerâmica e, dentro de alguns, pepitas de ouro amarradas a linhas com as quais os índios costumam pescar. Também encontramos pedras  verdes como grama e uma grande quantidade de pedras brancas e brilhantes como cristal. Muitas das pedras, no entanto, eram azuis e verdes, vermelhas e brancas, todas deslumbrantes de olhar. Quando vimos as pepitas de ouro e essas pedras, calculamos estar muito próximos de Potosí. Rumamos então para sudoeste  e subimos uma enorme montanha coberta de floresta."
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Mapa: http://migre.me/8ugAM
"Rumamos então para sudoeste  e subimos uma enorme montanha coberta de floresta."
Nota: Em sã consciência é difícil entender que, um desembarque além do Porto Guaipacaré, em conformidade com esse roteiro, seguindo à pé rumo Sudoeste, implicaria em retornar em direção à Piquete. Gostaria ainda que alguém me dissesse ou indicasse um afluente pela margem esquerda do Rio Paraíba, além de Lorena que deriva do poente? Vamos cogitar da mais extrema ignorância. Quem tendo como objetivo o mar do Sul, região do Rio do Prata, o Alto Peru (hoje Bolívia), por que haveria de seguir rumo leste? Vindo de Paraty, com absoluta certeza, o caminho a ser buscado era o que possibilitasse uma correção de rota, uma vez que o objetivo era a latitude dezenove graus do Sabaraçu e latitude dezessete do  Alto Peru, simples assim. 

Anthony Knivet

Anthony Knivet, também Anthony Knivet Knyvett ou Antonie (fl. 1591-1649) [1] , era um marinheiro Inglês, que caiu nas mãos dos portugueses no Brasil , viveu durante algum tempo com uma tribo indígena brasileira, e escreveu sobre suas aventuras após a sua eventual retornar à Grã-Bretanha. Ele era um filho ilegítimo de Sir Henry Knyvet de Charlton, Wiltshire . [2] Em 1591 ele se juntou a um Inglês corsário , Thomas Cavendish , em uma viagem destinada a invadir explorações portuguesas no Brasil . [3] Cavendish estava no auge de sua fama , tendo completado uma viagem de sucesso ao redor do mundo 1586-1588. Depois os homens de Cavendish haviam invadido a cidade de Santos e destruiu várias plantações de açúcar portugueses, eles viajaram em e eventualmente deixaram Knivet, que tinha desenvolvido frostbite no Estreito de Magalhães , junto com dezenove outros homens doentes ou amotinados na ilha então remota de Ilhabela . Ele foi capturado pelo Português e foi colocado para trabalhar como um escravo em uma plantação de açúcar. Mais tarde, ele foi encarregado de viajar para o interior e entrar em contato com os nativos, a fim de obter mais escravos. Depois de uma tentativa de fuga fracassou, ele foi enviado de volta para uma plantação, onde ele atacou seu dono e fugiu novamente. Ele encontrou um nativo que também fugiram da escravidão, e juntos eles fizeram isso para uma tribo indígena brasileira do povo Tupi , onde permaneceu por nove meses. Vendido para ferramentas de metal de volta para o Português, ele foi forçado a trabalhar para o governador do Rio de Janeiro ,Salvador Correia de Sá, o Velho. Ele conseguiu fugir para a África Ocidental ( Congo e Angola ). O governador do Rio obteve a sua extradição para o Brasil e ele voltou com o governador de Portugal, de onde ele finalmente fez o seu caminho de volta para a Inglaterra em 1601. [4] [2] Ao retornar, Knivet escreveu seu livro de memórias e vendeu para Richard Hakluyt , que a vendeu para Samuel Purchas . Purchas publicada uma versão resumida em seus Purchas sua peregrinação(1613) e uma versão mais completa sob o título "As Aventuras Admiráveis ​​e fortunas estranhas do Mestre Antonie Knivet, que passou com o Mestre Thomas Candish em sua segunda viagem ao Mar do Sul, 1591" em Purchas seus Pilgrimes, parte IV, livro 6, capítulo 7 (Londres 1625). Este trabalho foi reimpresso em 1906. [2] Trechos sobre seu tempo na África foram publicados como "Apêndice I: Anthony Knivet no Kongo e em Angola" da As estranhas aventuras de Andrew Battell de Leigh, em Angola e as regiões adjacentes, 1901. Enquanto descrições Knivet da do Brasil são geralmente precisos e crível, [2] sua escrita sobre a África contém vários erros e contradições. [5] O livro de memórias publicado sofre de exclusão Purchas 'de várias seções, é possível que estes foram motivados por sua atitude negativa para o catolicismo. [2] Anthony Knivet passou a se tornar co-caixa da Royal Mint , graças à intervenção de seu tio Thomas Knyvet [2] que serviu como diretor da Casa da Moeda e era famoso por ter frustrado a Conspiração da Pólvora.(http://migre.me/8tJzg).

quinta-feira, 29 de março de 2012

"ocaso": Andre de Leão e Antyony Knivet", não marchavam para o Oeste, "em direção ao Sol poente.", Caminho Geral do Sertão, Caminho do Potosí .....

1) No tempo em que, vindo da Bahia, d. Francisco de Souza, esteve pela primeira vez em S. Paulo, aí vivia Guilherme Glymmer, flamengo, que tomou parte em uma expedição ao sertão e que dela fez uma descrição, que encontrou abrigo na obra de P. Marcgrave – História Botânica do Brasil – nos termos seguintes: a) chegamos a uma catarata, onde o rio, apertado entre montanhas alcantiladas, se despenha para o Nascente. Por isso, abicamos neste ponto as nossas canoas e marchamos outra vez a pé, ao longo de outro rio que desce do lado ocidental e não se presta a navegação. Com cinco ou seis dias de marcha, chegamos à raiz de um monte altíssimo,...b) "Três dias depois, chegamos a um rio, que deriva do Nascente, e, atravessando-o, durante quatorze dias, tomamos a direção de Noroeste, através de campos abertos e outeiros despidos de árvores, até outro rio, que era navegável e corria da banda do Norte. Atravessamo-lo em umas embarcações chamadas jangadas, e, quatro ou cinco léguas mais adiante, topamos outro rio que corria quase de Norte e era navegável. Creio, porém, que estes três rios, afinal, confluem num só leito e vão desaguar no Paraguai, em razão de que o curso deles é para o Sul, ou para o Ocidente. (http://migre.me/8sVKd)
    2) As incríveis aventuras e estranhos  infortúnios de Anthony Knivet, que foi com Thomas Cavendish em sua  segunda viagem ao mar do sul – 1591: Nota:  1. Knivet e seus companheiros pretendiam fazer o mesmo que os japoneses do navio  de Cavendish: atravessar o continente até atingir as lendárias riquezas do Peru, no mar do Sul. Andrew Battell, inglês que esteve no Brasil e na África, indicara o caminho  por todos desejado: “Da cidade de Buenos Aires chegam todo o ano quatro ou cinco  caravelas à Bahia, no Brasil, e a Angola, na África, que trazem grande carregamento  de tesouros, que é transportado, por terra, do Peru até o rio da Prata.”  b) Rumamos então para sudoeste e subimos uma enorme montanha coberta de floresta.  c) vocês já ouviram  que num dia claro pode-se ver o caminho desde Potosí  até esta montanha.”  (http://migre.me/8sW2s).

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Geografia da América do Sul

"Rumamos então para sudoeste e subimos uma enorme montanha coberta de floresta." (Meia Lua, Garganta do Sapucai, Desfiladeiro de Itajubá, Boa Vista).
Piquete-SP: Latitude 22º 36' 49" SFonte: http://migre.me/8tIsX

"Ocaso": (http://migre.me/8t3fF)



Piquete-SP - Porta para as riquezas do Paraíso Terrestre: a) Ramal do Peabiru Tupi, b) Caminho dos Paulistas, Caminho Geral do Sertão, Caminho Velho, Caminho do Ouro. Via Registro (Piquete), passando por Conceição do Embaú (Cruzeiro-SP) em demanda do Rio Grande pela Garganta do mesmo nome. Ou via Alto da Serra (Desfiladeiro de Itajubá, Garganta do Sapucaí) hoje Meia Lua, em demanda do Rio Sapucai.e Rio Verde

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Mapa de Santos 1776
Mapa do Caminho Velho de Paraty-RJ
Observações: 
1) De acordo com MORAES (2003), a primeira informação da existência do Rio Sapucaí foi em 1530, mas somente em 1596 se deu de fato oconhecimento e o descobrimento do rio pelo sertanista.(http://migre.me/8sYEM
2) “O fato de Cypriano José Rocha ter se feito descobridor do rio Sapucaí não invalida a presença e o conhecimento dos paulistas de Taubaté, Guaratinguetá e de outras cidades, nas margens desse rio. Um documento de 1695 relata que "a três ou quatro dias de viagem deve estar o rio Sapucaí e descendo a dita vila de Guaratinguetá, tomando a estrada Real do sertão, dez dias de jornada para o norte da Amantiquira, quadrilheira do mesmo Sapucaí.” (MORAES – 2003) (http://migre.me/8sUVI)
3) A expectativa do ouro nas cabeceiras dos rios Verde e Sapucaí motivaram muitas pessoas a integrarem bandeiras e uma delas se sobressaiu, a de Martins de Sá, que Juntamente com Antony Knivet, partindo do Rio de Janeiro passou por Parati, transpuseram a Serra da Mantiqueira, alcançara os altos dos campos, região hoje de Campos do Jordão. Ainda em 1597, Antônio Sardinha, junto com o alemão Glimmer, desceram a região do Sapucaí e vislumbraram a grandeza do rio e da região, fizeram diversos relatórios e documentários. (ibidem)
4) Apontamentos existentes na Prefeitura de Campanha-MG, indicam que o Rio Sapucaí era bastante usado para transportar ouro das minas de Itagyba (Delfim Moreira) para a cidade de Buenos Aires, na Argentina. Muitos boatos circulavam, por conta dos aventureiros paulistas, que insinuavam que as minas do Itagyba estavam se exaurindo; por outro lado, contavam glórias da quantidade de ouro desta.(ibidem) 
5) Outras atitudes da metrópole lusa demonstram o seu interesse na região platina, como, por exemplo, o ato da Santa Sé² de, em 1671, colocar sob a jurisdição espiritual da Diocese do Rio de Janeiro essa região, e mais, essa mesma região ter sido concedida como sesmaria a membros da família Corrêa de Sá, no ano de 1676. (Fonte: http://migre.me/8sUQa)
6) Outra razão que levou Portugal a fundar tal colônia no Rio da Prata foi de ordem econômica, já que havia relações comercias com Buenos Aires, sendo que tais relações forneciam "(...) ao Brasil, carente de prata, a obtenção mais ou menos abundante deste metal, através dos 'peruleiros' que desciam do Alto Peru, trocando sua cobiçada mercadoria pelo não menos desejado escravo negro de suma utilidade ao trabalho crescente das minas do altiplano."³ (ibidem)
7) A chamada Trilha dos Tupiniquins também denominada como Caminho de Paranapiacaba ou Caminho de Piaçaguera, foi a mais antiga e principal ligação entre o litoral (baixada Santista) e a vila de São Paulo de Piratininga, durante o período colonialIniciava-se na vila de São Vicente, atravessava uma área alagada (hoje Cubatão) e prosseguia pela serra do Mar acima até às nascentes do rio Tamanduateí (atual Mauá) e daí ao córrego Anhangabaú na aldeia do índio Tibiriçá em Piratininga (atual Pátio do Colégio, no centro histórico de São Paulo). A trilha passava pelo território dos Tamoios e, apesar de ser movimentada, nos primeiros tempos da colonização, muitos viajantes foram por eles atacados e devorados. O percurso consumia dois dias para subir e um para descer. Devido ao movimento crescente na Trilha dos Tupiniquins que, de São Vicente, dava acesso ao Caminho do Peabiru, Tomé de Sousa proibiu o trânsito nessas vias, ameaçando com a pena de morte os infratores.(Fonte:http://migre.me/8sVom)
8) No tempo em que, vindo da Bahia, d. Francisco de Souza, esteve pela primeira vez em S. Paulo, aí vivia Guilherme Glymmer, flamengo, que tomou parte em uma expedição ao sertão e que dela fez uma descrição, que encontrou abrigo na obra de P. Marcgrave – História Botânica do Brasil – nos termos seguintes: a) chegamos a uma catarata, onde o rio, apertado entre montanhas alcantiladas, se despenha para o Nascente. Por isso, abicamos neste ponto as nossas canoas e marchamos outra vez a pé, ao longo de outro rio que desce do lado ocidental e não se presta a navegação. Com cinco ou seis dias de marcha, chegamos à raiz de um monte altíssimo,...b) "Três dias depois, chegamos a um rio, que deriva do Nascente, e, atravessando-o, durante quatorze dias, tomamos a direção de Noroeste, através de campos abertos e outeiros despidos de árvores, até outro rio, que era navegável e corria da banda do Norte. Atravessamo-lo em umas embarcações chamadas jangadas, e, quatro ou cinco léguas mais adiante, topamos outro rio que corria quase de Norte e era navegável. Creio, porém, que estes três rios, afinal, confluem num só leito e vão desaguar no Paraguai, em razão de que o curso deles é para o Sul, ou para o Ocidente. (http://migre.me/8sVKd)
9) As incríveis aventuras e estranhos  infortúnios de Anthony Knivet, que foi com Thomas Cavendish em sua  segunda viagem ao mar do sul – 1591: Nota:  1. Knivet e seus companheiros pretendiam fazer o mesmo que os japoneses do navio  de Cavendish: atravessar o continente até atingir as lendárias riquezas do Peru, no mar do Sul. Andrew Battell, inglês que esteve no Brasil e na África, indicara o caminho  por todos desejado: “Da cidade de Buenos Aires chegam todo o ano quatro ou cinco  caravelas à Bahia, no Brasil, e a Angola, na África, que trazem grande carregamento  de tesouros, que é transportado, por terra, do Peru até o rio da Prata.”  b) Rumamos então para sudoeste e subimos uma enorme montanha coberta de floresta.  c) vocês já ouviram  que num dia claro pode-se ver o caminho desde Potosí  até esta montanha.”  (http://migre.me/8sW2s)
10) Entradas e bandeiras - Em julho de 1550, de Porto Seguro, o capitão Duarte de Lemos escreveu ao soberano, garantindo-lhe que ali "é a terra onde está o ouro, porque de nenhuma destas partes podem ir melhor a ele que por esta", já que o Peru "está na altura de dezessete graus que é onde esta capitania está (...)".(Fonte:http://migre.me/8sWOl)
11) Depois de aludir às expedições de Aleixo Garcia e do espanhol Cabeza de Vaca, pelo caminho iniciado em Cananéia, nos primeiros anos do século XIV, o autor de Visão do Paraíso observa ser "provável que a via de São Vicente a Assunção, aberta aparentemente pelo ano de 1552 ou pouco antes, fosse um dos galhos da mesma estrada. Não há prova de que antes da vinda dos europeus fosse correntemente usada, em todo o seu curso, pelos Tupi vicentinos. Ao menos em certa informação que, depois de 1554, escreveu do Paraguai Dona Mencia Calderón, a viúva de Juan de Sanabria, diz-se que 'de São Vicente se podia ir até Assunção por certo camiño nuevo que se habia descubierto'." (Fonte: http://migre.me/8sY7X)

A Presença Luso-Brasileira na Região do Rio da Prata: 1808-1822. (Transcrição)

2. Fundação da Colônia do Sacramento e a Presença Portuguesa no Prata.
O interesse luso na região do Rio da Prata pode ser constatado através de várias atitudes portuguesas, como, por exemplo, a fundação da Colônia do Sacramento na parte em frente a Buenos Aires no território que hoje é a República Oriental do Uruguai, em 1º de Janeiro de 1680¹.
Entretanto, a fundação da Colônia do Sacramento não é o único fato que evidencia os objetivos de Portugal nessa região. Outras atitudes da metrópole lusa demonstram o seu interesse na região platina, como, por exemplo, o ato da Santa Sé² de, em 1671, colocar sob a jurisdição espiritual da Diocese do Rio de Janeiro essa região, e mais, essa mesma região ter sido concedida como sesmaria a membros da família Corrêa de Sá, no ano de 1676.
Sobre o local onde a Colônia foi fundada, pode-se dizer que, segundo Carvalho (1998), era mal escondido, o que dificultava a defesa da área; além de ficar a apenas oito léguas de Buenos Aires e, assim, o melhor local teria sido Maldonado para o empreendimento lusitano.
O objetivo de tal fundação, segundo o mesmo autor, era colocar um ponto português na região, e com isso, desagregar o domínio espanhol nessa parte da América, o que culminaria em territórios hispânicos sem ligação.
Outra razão que levou Portugal a fundar tal colônia no Rio da Prata foi de ordem econômica, já que havia relações comercias com Buenos Aires, sendo que tais relações forneciam "(...) ao Brasil, carente de prata, a obtenção mais ou menos abundante deste metal, através dos 'peruleiros' que desciam do Alto Peru, trocando sua cobiçada mercadoria pelo não menos desejado escravo negro de suma utilidade ao trabalho crescente das minas do altiplano.
Sobre a circulação da prata peruana na América Portuguesa, mais precisamente no Rio de Janeiro e as relações comercias com o Prata, Muller e Lima (1999) mostram que "(...) os comerciantes sediados no Rio de Janeiro compravam as mercadorias portuguesas para depois revendê-las na América espanhola. Dessa forma, os reales de prata do Peru afluíam ao Rio de Janeiro (...)
A entrada de reales de prata no Rio de Janeiro deve-se também ao fato de que os navios que saiam do Prata (...) passaram a abastecer-se no Rio de Janeiro, onde compravam pau-brasil e mercadorias (...) necessárias para alimentar a tripulação durante a travessia do Atlântico."
Tal contato não fica restrito ao Rio de Janeiro. Em outro trabalho4 , Muller e Lima observam que "(...) no extremo sul, na área onde atualmente se localiza o estado do Rio Grande do Sul, circulavam indistintamente moedas brasileiras e dos países vizinhos.", o que também evidencia a relação existente entre o Brasil e a região do Prata.
É igualmente válido ressaltar que o número de portugueses em Buenos Aires era grande, e que, durante a União Ibérica, o contrabando ocorria com a conivência castelhana. No entanto, a partir de 1640, com a separação de Portugal da Espanha, os súditos da monarquia lusa que viviam em Buenos Aires passaram a sofrer as duras leis fiscais impostas pelos espanhóis. Assim, a Câmara do Rio sugere a fundação de um estabelecimento luso na margem esquerda do Prata 5.
No que diz respeito aos argumentos utilizados por Portugal para justificar a sua presença na região platina, um deles era terem sido os lusitanos os descobridores desse rio e, o outro, era o de que eles estavam a buscar os limites naturais da América portuguesa.6
Entretanto, tal discurso não impediu que o governador de Buenos Aires atacasse a Colônia do Sacramento que, já em Agosto de 1680, estava nas mãos dos espanhóis, tendo sido restituída a Portugal no início de 1683, e, em 1701, Felipe V, novo rei da Espanha, renunciou aos seus direitos sobre a já citada colônia.
Porém, devido às alianças feitas por Portugal na Europa, a Guerra de Sucessão espanhola tem seus reflexos na América: Entre 1701 e 1705, Buenos Aires ataca mais uma vez a Colônia do Sacramento, que fica nas mãos dos súditos de Castela até o Tratado de Utrecht, realizado em 1715 e, assim, Portugal volta a ter a posse da colônia.
Voltando a ser uma possessão lusa, o governador da Colônia do Sacramento começa a competir com o de Buenos Aires, ambos visando fundar novas povoações à esquerda do Prata. Nesse contexto, o representante da monarquia espanhola funda, em 1726, a atual capital do Uruguai, Montevidéu.
Pode-se interpretar essa fundação como prejudicial a Portugal, já que a criação de Montevidéu acarretou em dificuldades de comunicação entre a Colônia e o Rio de Janeiro, e, na criação pelos portenhos, da Banda Oriental.
Em 1735, mais um novo ataque de Buenos Aires à Colônia do Sacramento, tendo sido resistido por 23 meses pelos que ali estavam. Em 1737 há entendimento entre as duas potências, Portugal continua com a possessão que fora atacada por Buenos Aires, e, nesse mesmo ano é criada, como posto português no sul do atual Brasil, a Colônia do Rio Grande de São Pedro.7
Alguns anos depois, mais precisamente no dia 13 de Janeiro de 1750, devido às mudanças territoriais ocorridas desde o estabelecimento da linha de Tordesilhas, um novo acordo é celebrado entre Portugal e Espanha, o tratado de Madrid, que anula as decisões anteriores sobre os limites territoriais, e, assim, a Colônia do Sacramento é trocada pelos Sete Povos das Missões.
Entretanto, esse tratado batizado com o nome da capital espanhola gerou insatisfações, tanto em Pombal, ministro de D. José I, quanto em Carlos III, novo soberano espanhol, e então, em 1761, o tratado de Madrid é anulado pelo de El Pardo.
Vale observar que mesmo com a anulação de um tratado e a realização de um novo, esses atos não impediram novos ataques portenhos à Colônia do Sacramento: um devido à guerra dos sete anos, contabilizando a quarta investida contra essa região, sendo que de tal ataque nem mesmo o Rio Grande do Sul ficou livre; e um outro, após 1776, ano em que Portugal recuperou tais domínios, mas que não impediu nova investida espanhola - dessa vez com 13.000 homens - contra a Ilha de Santa Catarina, a Colônia do Sacramento, e o Rio Grande, tendo somente malogrado o intento castelhano de atacar o último.
A Ilha de Santa Catarina é devolvida a Portugal em 1777, pelo Tratado de San Ildefonso assinado pela herdeira de D. José I, D. Maria, porém, a Colônia do Sacramento, assim como os Sete Povos das Missões, ficaram sob o domínio espanhol.
Um novo tratado é realizado em Badajoz no ano de 1801, no entanto, sem invalidar o de San Ildefonso. Assim, nesse ano, Portugal recupera os Sete Povos das Missões e fixa-se definitivamente no arroio Chuí.
Tais conflitos e disputas não findam-se nesse momento, havendo ainda mais investidas luso-brasileiras no território do atual Uruguai, além das pretensões da esposa do príncipe regente português em constituir uma monarquia no Rio da Prata. Entretanto, entendendo a complexidade dessas questões, elas serão estudadas nos próximos itens do presente trabalho. (http://migre.me/8sTqA)
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quarta-feira, 28 de março de 2012

Centro de Tecnologia Mineral Ministério da Ciência e Tecnologia Coordenação de Apoio Tecnológico a Micro e Pequena Empresa - CATE

ESTRADA REAL: VETOR DE FERTILIZAÇÃO DE CONHECIMENTO E APRENDIZADO PARA A EXPLORAÇÃO MINERAL
3. Estrada Real: Contexto Histórico
Os atuais 1.400 km da Estrada Real compreendem os denominados Caminhos Velho e Caminho Novo. O primeiro, se constitui numa típica rota de penetração que, partindo do porto de Paraty, localizado a cerca de 180 km da cidade do Rio de Janeiro, passava por Cunha, ainda no Estado do Rio de Janeiro, em seguida por Guaratinguetá e Lorena, no Estado de São Paulo, para então penetrar no Estado de Minas Gerais seguindo pelas localidades de Marmelópolis, Caxambu, Cruzília, Carrancas, Nazareno, São João del-Rei, Tiradentes, Lagoa Dourada, Congonhas do Campo, Miguel Burnier, Engenheiro Correa, Santo Antonio do Leite, Cachoeira do Campo e Ouro Preto (vide o mapa a seguir apresentado).
Em fins do século XVII, com o suporte desta rota de penetração, são efetuadas as primeiras descobertas de ouro nas localidades onde veio a surgir a exuberante Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto. A produção crescente do novo centro minerador logo veio a determinar a necessidade de se construir uma nova rota que propiciasse a sua mais fácil, rápida e segura ligação, ao litoral e, por este meio, a Portugal.
Esta missão coube a Garcia Rodrigues Paes, o qual, por determinação da Coroa Portuguesa, se incumbiu da construção do Caminho Novo (ou Estrada da Corte), ligando a região mineradora de Vila Rica ao Rio de Janeiro. De fato, em relação ao Caminho Velho, através da qual a viagem demandava cerca de dois meses, o Caminho Novo passou a permitir o percurso entre os dois centros em 25 dias (a pé), ou 15 dias (a cavalo), propiciando, obviamente, uma notável redução dos custos do transporte. Além de ter se constituído uma rota de saída, de Vila Rica a Rio de Janeiro, o Caminho Novo foi também uma rota de penetração, avançando no sentido norte, para ligar Vila Rica a Vila do Príncipe (atual Serro) e ao Arraial do Tijuco (atual Diamantina).
No seu trajeto de Ouro Preto ao Rio de Janeiro, o Caminho Novo passava por Ouro Branco, Conselheiro Lafaiete, Cristiano Otoni, Carandaí, Ressaquinha, Alfredo de Vasconcelos, Barbacena, Antonio Carlos, Santos Dumont, Ewbank da Câmara, Juiz de Fora, Matias Barbosa, Simão Pereira. Paraibuna, Paraíba do Sul, Inconfidência, Secretário, Três Rios, Petrópolis e Magé. Por outro lado, de Ouro Preto para Diamantina, o Caminho Novo seguia por Mariana, Camargos, Bento Rodrigues, Santa Rita Durão, Santa Bárbara, Barão de Cocais, Itambé do Mato Dentro, Conceição do Mato Dentro, Alvorada de Minas, Serro, Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras. A análise do contexto histórico evidencia, que – apesar do declínio do Ciclo do Ouro do século XVIII, no qual se afirmou - a Estrada Real manteve o seu notável papel como rota de penetração e de desenvolvimento regional com marcantes efeitos para a Região de Influência da Estrada Real (RIER) e para o país, seja em termos de correspondentes formações político-culturais e científico-tecnológicas ou de suas contribuições para a ocupação e o ordenamento do território e para o desenvolvimento regional.
Fonte: http://migre.me/8swji
Rota: Alta da Serrra, Garganta do Sapucaí, Marmelópolis......

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...