domingo, 30 de setembro de 2012

Caminhos Antigos XIV (Transcrição)

Portugueses e Espanhois no Novo Mundo: resistência na Serra do Mar


Serra do mar, Bertioga, Mogi das Cruzes 
Para quem olha no sentido litoral – planalto, a Serra do Mar parece uma verdadeira muralha, só permitindo ultrapassá-la através de gargantas por onde passaram os primeiros colonizadores seguindo as trilhas indígenas.
Esta característica topográfica da Serra do Mar é apontada por Dinah Silveira de Queiroz (autora do romance A Muralha), ao retratar, através da personagem Cristina (na minisérie da TV nome da personagem Beatriz) - recém chegada de Portugal no início da colonização do Brasil - a dificuldade de se locomover de São Vicente aos Campos de Piratininga (São Paulo). A paisagem assim descrita, compõem-se de um “... desfile tenebroso de montanhas, que se encostavam erectas umas às outras, numa procissão de guardas gigantescos...” configurando uma “enorme muralha verde-escuro barrando o horizonte ... mais alto do que passarinho pode voar!” (Queiroz, 2000 :20). 
Mesmo com essa defesa natural, alguns caminhos de acesso litoral-planalto preocupavam as autoridades portuguesas no sentido de ataques ao litoral, por exemplo Bertioga ou Santos, e em seguida à cidade de São Paulo. 

Em branco o contorno da serra do mar 

É assim que, a 10 de março de 1777, uma segunda feira, após enchentes que destruíram na semana anterior, os caminhos e pontes dos arredores da vila de Mogi das Cruzes, chegava o aviso endereçado ao capitão mor, dando conta que a armada espanhola atacava a ilha de Santa Catarina e que poderia se dirigir e desembarcar na cidade de Santos.

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Tracado original Mogi-Santos realçado

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Quanto à questão do abastecimento (farinha e feijão), o episódio gerou uma intensa troca de correspondência entre as capitanias de Minas, São Paulo, e os capitães das vilas no caminho Serra da Mantiqueira – São Paulo, para montar uma rede de transporte para o abastecimento das tropas, devendo os alqueires de farinha serem transportados pelo menos até a vila de Mogi, e daí para São Paulo, como dizia o governador da capitania: ”donde farei transportar em algumas bestas que puder conseguir, e as costas de Índios e escravos.” ou “por rio em canoas.” 

Em 1º de outubro de 1777 foi assinado o tratado de Santo Ildefonso, entre Portugal e Espanha, para encerrar a disputa entre ambos. A Espanha coube territórios que hoje fazem parte do Rio Grande do Sul e Uruguai e Portugal teve devolvida a ilha de Santa Catarina que fora ocupada poucos meses antes como vimos.
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Fonte:.Dialética Cultural Pesquisa e desenvolvimento interpretativo de documentos históricos, itens de cultura material e fatos históricos em museus, bibliotecas e arquivos históricos. Publicação de livros e periódicos, prestação de serviços de produção audiovisual e de comunicação multimídia, desenvolvimento e montagem de exposições etnográficas e religiosas e aulas de campo associadas a estudos de meio.(http://migre.me/aVP79)
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MAPAS DE SANTOS Carta corográfica - Cap. de S. Paulo, 1766 (http://migre.me/aVTdA)
Nota: Relativamente ao conflito entre Portugueses e Espanhois no Novo Mundo, no que tange ao traçado do caminho em direção ao Vale do Paraíba, Piedade (Guaipacaré), transpondo o Rio Paraíba, a passagem da Serra da Mantiqueira era realizada pelo Alto da Serra ou pela Garganta do Embaú, via espaço colonial de Piquete-SP, caminhos milenares.

O Caminho Milenar de Peabirú De São Vicente a Machu Picchu Passando por Paranapiacaba (Transcrição)


 O trânsito intenso através do Peabiru chegou a ser proibido, em 1553, por Tomé de Souza. Segundo o, então, Governador-Geral do Brasil, era preciso fechar o caminho milenar e punir quem por ali transitasse com a pena de morte, pois "a fácil comunicação entre a Vila de São Vicente com as colônias castelhanas causam um grande prejuízo à Alfândega Brasileira, resultado do contrabando".
Só muito tempo depois, algumas dessas trilhas foram aos poucos sendo reativadas. Provavelmente é o caso do chamado Caminho Velho, que teria usado uma das antigas ramificações do Peabiru para ligar Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro, às Minas Gerais. Com a descoberta de pedras e metais preciosos naquela região do interior do Brasil, o Caminho Velho foi calçado com pedras e passou a ser conhecido como Trilha do Ouro.
Hoje, boa parte da Trilha do Ouro pode ser desfrutada em passeios turísticos a partir da cidade histórica de Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro. 
Percorrendo as margens do Rio Mogi chegava-se em Paranapiacaba de onde se alcançava o Planalto de Piratininga. Os Tupis referiam-se a ela como "Peabirú", cuja tradução mais conhecida é "Caminho de Gramas Amassadas", o místico caminho indígena que ligava o Oceano Atlântico ao Pacífico. Teria recebido esse nome, porque seus construtores plantavam uma espécie de grama rasteira e densa para que a trilha não fosse apagada, pois onde era plantado esse tipo de grama não nascia nenhum outro tipo de vegetação.

A Trilha dos Tupiniquins e o Caminho do Padre Anchieta Fonte: Livro
Capitães do Brasil de Eduardo Bueno. Caminho Velho do Ouro - Paraty-RJ

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Fonte: Apresentando o Estado Político da Capitania de São Paulo em 1766, foi elaborada esta carta, com particular atenção aos limites com Minas Gerais. Clique nas imagens para reduzi-las:http://migre.me/aWp8q
Nota: É dificil entender que as Trilhas dos Tupiniquins e Caminho do Padre Anchieta, bem como posteriormente, o Caminho do Piqueri, estão diretamente relacionados a conveniência de Brás Cubas, quando então, se estabelece com sua Fazenda, no que fora posteriormente ponto de partida do prolongamento dos primeiros caminhos em direção ao Sertão, dando origem a cidade de Mogi das Cruzes? Quando então alcançava-se o Alto da Serra da Mantiqueira, espaço colonial que deu origem a Piquete-SP? Ademais a proibição em 1553, por Tome de Souza, de acesso por São Vicente, relativamente aos caminhos, impondo um maior controle, que resultou em confronto com os franceses em 1555, no Rio de Janeiro (grifos meu), não está relacionado à Carta enviada por Duarte de Lemos ao Rei? Ou seja: "Em julho de 1550, de Porto Seguro, o capitão Duarte de Lemos escreveu ao soberano, garantindo-lhe que ali "é a terra onde está o ouro, porque de nenhuma destas partes podem ir melhor a ele que por esta", já que o Peru "está na altura de dezessete graus que é onde esta capitania está (...)". (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. http://migre.me/aZh70) É possível ignorar que desde então a orientação, somados aos relevos que serviam de balisamento, como os Rios Serras e Montes, a astromonia, o sistema de coordenadas que possivilitava a definição da posição e caminho a seguir,  era o principal meio utilizado. Ademais em se tratando de coordenadas o uso da bússula na falta, a observação da posição do sol, não possibilitavam a identificação do ponto em que encontravam, quando do deslocamento.


CAMINHO VELHO DO OURO:

1) - Rio de Janeiro: Latitude 22º 54' 10"S

2) - Cabo Frio: Latitude 22º 52' 44" S

3) - Paraty-RJ: Latitude 23º 13' 21" S

4) - Cunha-SP: Latitude 23º 04' 28" S

5) - Guaratinguetá-SP: 22º 48' 59" S

6) - Lorena-SP: Latitude 22º 43' 51" S

7) - Piquete-SP: Latitude 22º 36' 49" S

8) - Marmelópolis-MG: Latitude 22º 26' 57" S

9) - Mariana-MG: Latitude 20º 22' 40" S

10) - Sabará-MG: Latitude 19º 53' 09" S

11) - Alto Peru (hoje, Bolívia) latitude 17° 0' 0" S

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

OS CAMINHOS ANTIGOS DO BRASIL. (Créditos, Leopoldo Costa - Transcrição)

Leopoldo Costa

i. O CAMINHO DE PEABIRU
O trecho inicial do Caminho de Peabiru, mais tarde chamado de Caminho de Piaçagüera ou Caminho de Paranapiacaba, foi o roteiro mais antigo usado pelos colonizadores para atingir o planalto de Piratininga. Muito antes da chegada dos portugueses, o Caminho de Peabiru era usado pelos índios e especula-se que alcançava até a capital do império Inca (Cuzco) .
A trilha para chegar a São Paulo de Piratininga passava pelas terras dos índios Tamoios, inimigos dos portugueses e tidos como canibais. O caminho era considerado perigoso e apesar de ser movimentado nos tempos da colonização muitos viajantes foram atacados e devorados pelos índios. 
Iniciava-se na vila de São Vicente, atravessava uma área alagada (hoje cidade de Cubatão) e prosseguia pela serra do Mar acima até as nascentes do rio Tamanduateí (atual cidade de Mauá) e daí ao ribeirão Anhangabaú, no centro histórico de São Paulo. O percurso levava dois dias para subir e um dia para descer. 
Em meados do século XVI, com o objetivo de não despovoar a costa, deixando-a mais vulnerável ao ataque dos piratas, a coroa portuguesa proibiu o transito pelo caminho. Quem fosse apanhado trafegando por ele era preso e até poderia ser condenado à forca. Esta proibição com penalidade tão pesada veio a provocar por falta de uso, a destruição do caminho, que foi invadido pela vegetação.
Fonte do Mapa: O Caminho Milenar de Peabirú De São Vicente a Machu Picchu Passando por Paranapiacaba  http://migre.me/aVMxH

Caminho Velho

O chamado Caminho Velho, ou Caminho do Ouro, era uma das vias que dava acesso à região das Minas Gerais, à época do Brasil Colônia.
O caminho remonta a uma antiga trilha indígena (peabiru), utilizada pelos Guaianás que, do litoral de Paraty, atingia o vale do rio Paraíba, atravessando a serra do Mar. Por esse Caminho dos Guaianás, avançaram as forças de Martim Correia de Sá (cerca de setecentos portugueses à frente de dois mil indígenas) que, partindo do Rio de Janeiro em 1597, desembarcaram na enseada de Paraty, subindo a serra do Mar para combater os Tamoios, aliados dos corsários franceses naquele litoral.
A partir da descoberta de ouro no sertão das Minas Gerais, em fins do século XVII, o seu trajeto alcançava a vila do Falcão (atual Cunha), de onde descia alcançando o vale do rio Paraíba(Guaratinguetá), prosseguindo até Vila Rica (atual Ouro Preto), transformando-se no caminho oficial para o ingresso de escravos na região (ida), assim como para o escoamento do ouro das minas (volta), transportado por via marítima de Paraty para Sepetiba, e daí, por via terrestre novamente, pelos domínios da antiga Fazenda de Santa Cruz, até ao Rio de Janeiro, de onde seguia para Lisboa, em Portugal. Esta via estendia-se por mais de 1.200 quilômetros, percorridos, normalmente, em cerca de 95 dias de viagem. O trecho entre Guaratinguetá e Cunha se tornou a atual rodovia SP-171.
Foi por estas vias que o Governador da Capitania do Rio de Janeiro, Artur de Sá e Meneses (1697-1702), se dirigiu ao sertão dos Cataguás e do rio das Velhas, em 1700. Foi a primeira visita de uma autoridade Colonial à recém-descoberta região das Minas.
Por conta do risco de ataque de corsários, de piratas, e de naufrágios, D. João V (1706-1750) recomendou, em 1728, a substituição do trecho marítimo, entre Sepetiba e Paraty. Por essa razão, em meados do século XVIII já existia uma variedade - o Caminho Novo da Piedade - que, partindo do Rio de Janeiro, pelo caminho para a Fazenda de Santa Cruz, alcançava o vale do rio Paraíba, onde entroncava com o Caminho de São Paulo na altura da atual cidade de Lorena.
*Do Guaipacaré (Lorena-SP), Registro (Piquete-SP), Conceição do Embaú (Cruzeiro-SP).
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. http://migre.me/aUEad

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

4-7: Latitude e longitude || Prof. Anderson: Aula de Física em Flash





CAMINHO VELHO DO OURO: 
1)  -  Rio de Janeiro:  Latitude 22º 54' 10"S 
2)  -  Cabo Frio: Latitude 22º 52' 44" S 
3)  -  Paraty-RJ:  Latitude 23º 13' 21" S
4)  -  Cunha-SP:  Latitude 23º 04' 28" S
5)  -  Guaratinguetá-SP: 22º 48' 59" S
6)  -  Lorena-SP: Latitude 22º 43' 51" S
7)  -  Piquete-SP: Latitude 22º  36' 49" S
8)  -  Marmelópolis-MG:  Latitude 22º 26' 57" S
9)  -  Mariana-MG: Latitude 20º 22' 40" S
10) - Sabará-MG: Latitude 19º 53' 09" S
11) - Alto Peru (hoje, Bolívia)  latitude 17° 0' 0" S

          

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...