segunda-feira, 26 de novembro de 2012

QUILOMBO . I (Transcição)

 
 Sanzala

Na realidade actual, um kilombo, é um conjunto de casas dispersas aleatoriamente, em um aglomerado próximo de casas feitas em taipa e cobertas a capim rodeadas de currais e galinheiros ou mesmo *paliça para rebanhos de ovelhas ou cabras e também *currais para alojar muares ou outro gado; animais que dão o sustento a cada casa, a conjugar com os produtos da lavra ou n´haka em terras mais húmidas junto a alguma nascente ou borda de rio. Aqui, a vivência, seja em Angola ou Brasil não difere muito daquilo que hoje se chama de zanzala ou kimbo que, quando situadas na periferia de uma cidade tomam o nome de musseque ou favela; no fundo, são efectivamente os escravos modernos, fornecendo mão-de-obra barata aos senhores da selva em cimento; é tão-somente uma outra forma de escravatura, mais livre, mas sendo os verdadeiros serviçais ou a “arraia-miúda”da urbe que reaproveitando desperdício dos ricos constroem seus bairros de lata ou “bidonville”.
PiquetePequeno potreiroao lado da casaonde se põe ao pasto os animais utilizados diariamente. http://migre.me/bp7MO

domingo, 25 de novembro de 2012

Significado de Paliçada s.f. Estacada de varas ou troncos fincados no solo, ligados entre si, para servir de defesa contra ataques.(1)

DESCOBRIDORES (Transcrição) (3)

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A chegada de Martim Afonso ao Brasil (Pernambuco) foi em 31 de janeiro de 1531, depois de quase sessenta dias de viagem, a contar da partida em 3 de dezembro do ano anterior. Tratou logo de expulsar os franceses, recuperou a feitoria de Igaraçu (ilha de Itamaracá) saqueada pelos franceses.
O terceiro porto do navegador português foi na baía de Guanabara, aonde chegou no dia 30 de abril. Foi no Rio de Janeiro que Martim Afonso estabeleceu sua primeira base. “Embora soubesse que o Rio de Janeiro se localizava ao norte da região que deveria explorar, Martim Afonso decidiu estabelecer ali sua primeira base no Brasil. Já no dia seguinte ao desembarque, seus homens deram início à construção de uma sólida paliçada de toras pontiagudas. Dentro dela, ao longo das semanas seguintes, ergueram uma casa-forte, um estaleiro rudimentar e uma ferraria. (Obra citada, pág. 47).
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a) Significado de Estacada: s.f. Barreira feita com grandes estacas, para fechar uma passagem, proteger trabalhos etc.
b) Sinônimo de estacada: paliçada.
c) Sinônimo de piquete: escolta, estaca e guarda
(1) - dicionário online de português http://migre.me/c4bxl
(2) - Fonte: http://migre.me/c4bhb
(3) - Fonte: http://migre.me/c3p7b

sábado, 24 de novembro de 2012

Brás Cubas

(Porto, Portugal, 1507 — Santos, SP, 1592)
Colonizador e sertanista, foi um dos fundadores da vila de Santos. De família nobre, filho de João Pires Cubas e Isabel Nunes, veio para o Brasil com Martim Afonso de Sousa e governou por duas vezes a capitania de São Vicente (1545-9 e 1555-6). Chegou a ser o maior proprietário de terras da zona litorânea da capitania. Em 1543, fundou a primeira Santa Casa de Misericórdia, a qual chamou de Todos os Santos, nome que passaria à vila de Santos, cujo porto era mais bem localizado que o de São Vicente. Em 1551, foi nomeado por d. João III provedor e contador das rendas e direitos da capitania; no ano seguinte, construiu o forte de São Felipe na ilha de Santo Amaro. Teve participação destacada na defesa da capitania contra os ataques dos tamoios aliados aos franceses. Mais tarde, por ordem de Mem de Sá, realizou expedições pelo interior em busca de ouro e prata. Teria chegado até a chapada Diamantina no sertão baiano. Ao morrer, era fidalgo da Casa Real e um dos homens mais respeitados da capitania. O título de alcaide-mor da vila de Santos passou a seu filho, Pero Cubas.
Mapa do Caminho Geral do Sertão, via Alto da Serra
MAPAS DE SANTOS
Fonte: Carta corográfica - Cap. de S. Paulo, 1766 .Apresentando o Estado Político da Capitania de São Paulo em 1766, foi elaborada esta carta, com particular atenção aos limites com Minas Gerais. (http://migre.me/aWncu)
Nota: A historiografia brasileira, até onde pude alcançar, coloca em dúvida a entrada de Brás Cuba em demanda do Sertão. Todavia no que diz respeito a obsessão da coroa, resta certo que o fidalgo, participou efetivamente desses planos. Tanto assim que veio a se estabelecer como beneficiário de uma concessão, em uma fazenda na Região de Mogi da Cruzes. Essa localidade, que já fora cognominada "boca do sertão", possibilitava a conexão com com o Rio Paraíba do Sul, cuja monções, dada a navegabilidade do rio, alcançavam a região do Guaipacaré (Lorena-SP), limite de sua navegabilidade. Quando então seguiam em direção ao alto da serra, espaço colonial de Piquete-SP, objetivando a tranposição da Serra de Jaquamimbaba, (Mantiqueira). Resta indubitável ser esse o trajeto percorrido pelas expedições constituídas, como sabemos, de caráter oficial, pelo designado caminho dos paulistas, caminho geral do sertão,  por onde ainda adentrou a expedição enviada pelo 7.º governador da Capitania do Sul, D Francisco de Souza. Esta, sob o comando de André de Leão, devidamente documentada em diário, por Alexandre Grimmer em 1601. Caminho também percorrido por Anthony Knivet, em momentos distintos, a mando do mesmo D. Francisco de Souza, bem como em companhia de Salvador Correia de Sá, governador do Rio de Janeiro. Existem dúvidas no sentido que, as fortificações litorâneas tinham como objetivo exclusivo impedir o acesso ao Sertão e que, a da Baia de Paraty e Bertioga se constituíam em alguns  deles.  (Fonte: http://migre.me/c3sFj)

DESCOBRIDORES (Transcrição)

Descobridores








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Depois de Pedro Álvares Cabral (1500) e antes do início da Colonização (1531) diversos indivíduos atravessaram o Atlântico, seja como comandantes ou tripulantes de navio, seja como degredados ou até mesmo náufragos, e pisaram em terras brasileiras, devendo também ser considerados descobridores do Brasil.
Nessa pluralidade, destacam-se três portugueses: Martim Afonso de Souza, Caramuru – Diogo Álvares Correia - e João Ramalho.
“No dia 20 de novembro de 1530, o fidalgo Martim Afonso de Souza foi chamado de Paço de Évora para uma reunião com o rei João III. Aos 30 anos de idade, Martim Afonso era amigo pessoal e convivia com o monarca desde a infância. Mas, até então, nunca tinha sido incumbido de missão tão importante quanto aquela para a qual seria designado - a maior desde a descoberta em 1500 e a primeira comandada por um fidalgo.” Capitães do Brasil, Eduardo Bueno, pág.19
A missão do comandante não era apenas expulsar os franceses traficantes de pau-brasil, dar força às feitorias, e depois, numa tentativa de ocupar as terras, doá-las num regime de sesmarias. Afirmam alguns estudiosos que o principal objetivo da esquadra era descobrir “uma misteriosa Serra da Prata”, minas de ouro.
A chegada de Martim Afonso ao Brasil (Pernambuco) foi em 31 de janeiro de 1531, depois de quase sessenta dias de viagem, a contar da partida em 3 de dezembro do ano anterior. Tratou logo de expulsar os franceses, recuperou a feitoria de Igaraçu (ilha de Itamaracá) saqueada pelos franceses.
O terceiro porto do navegador português foi na baía de Guanabara, aonde chegou no dia 30 de abril. Foi no Rio de Janeiro que Martim Afonso estabeleceu sua primeira base. “Embora soubesse que o Rio de Janeiro se localizava ao norte da região que deveria explorar, Martim Afonso decidiu estabelecer ali sua primeira base no Brasil. Já no dia seguinte ao desembarque, seus homens deram início à construção de uma sólida paliçada de toras pontiagudas. Dentro dela, ao longo das semanas seguintes, ergueram uma casa-forte, um estaleiro rudimentar e uma ferraria. (Obra citada, pág. 47).
Depois de três meses de permanência no Rio de Janeiro, o comandante seguiu para S. Paulo, chegando próximo à fronteira do Paraná em primeiro de agosto de 1531. Após diversas excursões no estuário do Prata, á procura do “ouro branco”, desembarcou numa baía do litoral de S. Paulo, num ponto já habitado e visitado por vários navegadores. “Por coincidência, Martim Afonso desembarcou naquela baia do litoral de São Paulo em 22 de Janeiro de 1532 – o mesmo dia no qual, exatos 30 anos antes, ali haviam chegado Américo Vespúcio e Gonçalo Coelho. Como 22 de janeiro é dia de São Vicente – padroeiro de Portugal -, fora com o nome desse santo que Coelho e Vespúcio tinham batizado o local. Martim Afonso manteve a denominação, mas durante vários anos os portugueses continuaram se referindo ao vilarejo como Porto dos Escravos. (Obra citada, pág. 57 e 58). Além de manter o nome, Martim Afonso tornou o lugar uma vila. Vila de São Vicente, a primeira do Brasil, situada na parte baixa da planície. Na parte alta, no topo, a vila de Piratininga.
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MURO DE PEDRA OURO PRETO-MG, UMA ANALOGIA OPORTUNA COM - GERMÂNIA: O QUE ACONTECEU JUNTO ÀS TROPAS DA FRONTEIRA NO LIMES

Ainda hoje os 120 quilômetros de Hadrianswall - a Muralha de Adriano -, cortam a Grã-Bretanha. Durante 300 anos, suas pedras marcaram as fronteiras setentrionais do Império Romano - um baluarte contra guerreiros da Escócia

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Nove mil soldados vigiavam a muralha de 4,5 metros de altura, entre romanos e escoceses. Os legionários, porém, não tinham muito medo do inimigo: eles zombavam dos bárbaros além do Limes, chamando-os de brittunculi ou pequenos britânicos
Colonizadores recém-chegados da Gália e de outras regiões do Império, reconstruíram os antigos vilarejos germânicos que haviam sido incendiados, após um século de guerras. Imigrantes e colonos forçados a se assentar reavivaram as terras, e agora cultivam novamente os campos pisoteados. Na proteção da Pax Romana garantida por Roma nas províncias, a planície de Wetterau floresceu de novo. Os camponeses fornecem carne e verduras às legiões junto ao Reno e às tropas que guarnecem as fortificações estabelecidas junto ao Limes. São elas que protegem essa mais nova ramificação da civilização em direção ao Norte - e também elas devem caçar intrusos.

Fonte: http://migre.me/c2WR0

Muro de pedra na Serra do Curral pode ser argumento para proteção do patrimônio 
Publicação: 20/02/2011 07:09 Atualização: 20/02/2011 08:15 
A Serra do Curral é muito mais do que símbolo de Belo Horizonte, cartão-postal cheio de charme e testemunha do crescimento urbano. De forma surpreendente, por ser alvo de tanta degradação, atividades minerárias e especulação imobiliária, ela ainda guarda tesouros escondidos e prontos para desafiar pesquisadores e autoridades do patrimônio cultural. É o caso de um muro de pedras, com mais de dois quilômetros de extensão, que se estende no alto da Região Leste e agora recebe atenção especial do Ministério Público Estadual e do Laboratório de Arqueologia da UFMG, a pedido de um grupo cultural e ecológico do Bairro Saudade. Há várias hipóteses para a existência do monumento e, por enquanto, apenas uma certeza: se estudado a fundo, o muro poderá lançar mais luzes sobre os primórdios da cidade, nos tempos do Arraial de Curral del Rey, e fortalecer a história de BH desde então.
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Muro de Pedras
Muro de Pedras
Ouro Preto - MG
Fonto: http://migre.me/c2Yub
Parafraseando: ".....a ligação entre os fenômenos não se constitui na mesma busca, no caso em questão, da definição dos limites impostos pelo tradado de tordesilhas entre a América Espanhola e Portuguesa, tendo em vista a definição pela sistema de coordenadas, latitudes.
TRATADO DE TORDESILHAS
O Tratado de Tordesilhas
Fonte: http://migre.me/c31Lv
Nota: "As fortificações coloniais brasileiras foram construídas por portugueses, espanhóis, franceses e holandeses1. Da mesma  forma que as fortificações litorâneas, as que foram erguidas no  oeste brasileiro serviram como marcos referenciais para  instruir o Tratado de Madrid (1750) e o Tratado de Santo Idelfonso (1777) que definiram, praticamente, as nossas  fronteiras atuais." (Fonte: http://migre.me/c3xHz)

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Sítio arqueológico em São Paulo intriga pesquisadores - Créditos Júlio Ottoboni (Transcrição)

Gazeta do Povo traz com exclusividade o caso que modifica a história da ocupação do brasil. Arqueólogo da USP diz que achado pode revelar a presença de culturas antigas e muito avançadas Curitiba – O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) estuda uma estrutura feita de granitos, que pode vir a ser a primeira pirâmide do Brasil. Ogeólogo e especialista em sensoriamento remoto, Paulo Roberto Martini, chegou a uma conclusão inicial. Essa composição de rochas foi feita pelo homem. O monumento foi descoberto por acaso, numa fazenda no município paulista de Natividade da Serra, nos limites do Parque Estadual da Serra do Mar. São imensas pedras cortadas e empilhadas na forma de degraus até seu topo. "Ainda é cedo para afirmar algo de concreto, mas estamos diante de uma construção feita por uma civilização primitiva avançada", destaca o cientista.
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Mistério reforçado.
Na tentativa de evitar algum aspecto meramente especulativo, o geólogo chega a uma conclusão óbvia. "Não há dúvida que aquilo é algo muito antigo e feito pelo homem". O cientista foi buscar outras informações no Manual sobre Arqueologia Brasileira e pode constatar que o uso das rochas cristalinas pelo indígena brasileiro é desconhecido. Embora existam as edificações nas Reduções Jesuíticas, no Sul do país. "Mas lá se trata de arenitos. A típica cultura rochosa-granítica conhecida na América do Sul é a dos Incas", observa. Entretanto, outra formação encontrada na altura da entrada da estrada de Salesópolis, que liga a Rodovia dos Tamoios, no litoral norte paulista até a região metropolitana, foi identificada em pesquisas anteriores feitas pelo INPE a ocorrência de granulitos, rochas muito antigas compatíveis com aquelas próximas do cume da Serra da Mantiqueira.
A dúvida agora é saber se há ligação entre a possível pirâmide com outros monumentos e formações encontradas. "Não sei ainda se ela poderia estar alinhada com o que encontramos próximo a Tamoios ou se há ligação entre elas, apesar de estaremrelativamente bempróximas", comentou Martini.
A descoberta desta possível pirâmide reabriu a discussão sobre a presença dos Incas no território brasileiro. Eles teriam percorrido um caminho entre os Andes e a costa atlântica, conhecido como Peabiru. Essa antiga estrada e seus ramais cortavam os territórios atuais dos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Um possível elo entre ambas ocorrências tem surgido como lógica aos pesquisadores, que dão agora seus primeiros passos para desvendar essemistério. 
Fonte: Reportagem da Gazetas do Povo http://migre.me/c19EB 
Parafraseando: O primeiro caminho percorrido em direção ao sertão em demanda da região central do Brasil, via Minas Gerais, valendo se os sertanista dos rios e montes para balizamento, não foi via Rio Paraibuna, Rio Jaquari etc. os quais desembocam no Rio Paraiba do Sul, ponto de conexão com o caminho dos paulistas? Istó é, antes do caminho aberto via Serra da  Cangalha (Cunha-SP). Natividade da Serra, desta feita, não se encontra na área de influência do caminho velho? Assim como, a Rodovia Oswaldo Cruz que: "No tempo do Brasil Colonial serviu como parte de um desvio da antiga Estrada Real, atual Via SP-171". Ou, até hoje, não serve também como caminho alternativo do Vale do Paraíba para Paraty? Ou existe dúvida de que: "A Via SP-125 passa pelas cidades paulistas de Taubaté, Redenção da Serra (longe do centro), São Luiz do Paraitinga, Natividade da Serra (longe do centro) e Ubatuba.". Em conclusão, resulta evidente que, não estamos falando tão somente,  de referências e vestigios de culturas antigas e muito avançadas, estamos falando de um caminho primitivo. Não estamos fanlando do ramal do Peabiru? Fonte: http://migre.me/c1bKd 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

São Thomé das Letras-MG (Transcrição)

Gruta que leva a Machu Picchu

















  


A Gruta do Carimbado traz um dos maiores mistérios da cidade de pedras, pois já desertou o interesse de geógrafos, historiadores, pesquisadores e da mídia brasileira. A TV Manchete enviou uma equipe até a cidade para averiguar a gruta, porém eles não deram conta. Então a Rede Globo de Televisão com toda uma aparelhagem específica, técnicos e pesquisadores adentraram a gruta com a missão de chegar ao seu final, percorreram quase 15 quilômetros e não encontraram saída, o ar rarefeito e a alta temperatura do local, tornou o prosseguimento da expedição inviável. Até hoje, ninguém conseguiu alcançar maiores distâncias ou chegar a alguma conclusão sobre onde pode chegar o caminho subterrâneo.Para aqueles que levam em consideração os aspectos geofísicos do relevo local, dizem ser impossível que o vão tenha mais do que 20 ou 30 km de extensão, o que já seria um fato isolado, sem precedentes no Brasil, porém não se sabe como poderia ser realizado um estudo mais ousado e eficaz sem danos ao meio-ambiente e sem modificações na estrutura do local. Uma pessoa de até 1m e 70 cm de altura caminha tranqüilamente pelo caminho inicial somente inclinando um pouco o caminho, o que reforça a teoria de a fenda foi feita por civilizações antigas e não seja obra da natureza. Acreditasse que civilizações místicas antigas como a dos Incas, teriam descoberto através de mapeamento astral, a cidade de São Thomé das Letras e desenvolveram uma passagem subterrânea para lá. Outros ainda, acreditam que exista uma civilização intra-terrena, pessoas que vivem no centro da terra e estão mais evoluídos intelectualmente. A própria lenda de Chico Taquara traz a tona, a temática dos poderes e mistérios das grutas e das passagens magnéticas, dos portais dimensionais e das inter-relações entre humanos, extra-terrestres e intra-terrestres, dando lições à humanidade. O aspecto místico e energético que ligam as cidades de Machu Picchu e São Thomé das Letras não é capaz de resumir todas as interações e compilações existentes nestes locais que refletem o mais antigo dos rituais humanos , o culto aos deuses e à natureza. Mas tudo isto é um mistério que certamente,nunca será revelado, cabendo a nós, aceita-lo ou não. 
Fonte: http://migre.me/c00tC 

Nota: São Thomé das Letras, no Caminho geral do sertão.

domingo, 18 de novembro de 2012

Entradas e Bandeiras (Transcrição)

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Caminho geral do sertão
Por décadas os bandeirantes do Vale do Paraíba que rumavam para as terras do ouro, hoje Minas Gerais, mas na época conhecidas como sertão da capitania de São Paulo, à qual pertenciam, cruzavam a Garganta do Embaú, com notável altitude de 1.133 m no alto da Serra da Mantiqueira. Era o ponto mais baixo dos cumes da serra, visível de longe, e a partir dela, embrenhavam-se pelo chamado "caminho geral do sertão".
Por esta passagem cruzaram bandeiras como as de Fernão Dias Pais, Antonio Delgado da Veiga e de Miguel Garcia. O caminho, mais tarde, foi trecho da antiga Estrada Real, que fazia descer o ouro de Minas Gerais ao porto de Parati, nos arredores do Rio de Janeiro.
a) - Mapa do Caminho Velho - Via Registro (Piquete-SP), Conceição do Embaú (Cruzeiro-SP)

b) Mapa do Caminho Geral do Sertão, via Alto da Serra
MAPAS DE SANTOS
Fonte: Carta corográfica - Cap. de S. Paulo, 1766 .Apresentando o Estado Político da Capitania de São Paulo em 1766, foi elaborada esta carta, com particular atenção aos limites com Minas Gerais. (http://migre.me/aWncu)

Nota: Faz-se necessário esclarecer que, o contexto era o mesmo, espaço colonial de Piquete-SP, entretanto, as vias são distintas; a) Via Garganta do Embaú; b) Via Alto da Serra, no caso, o denominado era Caminho Geral do Sertão, via para o Potosi ou para, Serra das Vertentes, Alto São Francisco.

INDIOS (Transcrição)


Os índios Tuppin Inba (tuppin=tupi / inba=descendente) são considerados pelos historiadores como “o povo tupi por excelência” e eram esses índios que ocupavam a região costeira do cabo de São Tomé (norte do estado do Rio de Janeiro) à Cananéia (sul do estado de São Paulo) na época do descobrimento do Brasil, com maior concentração entre Cabo Frio e Ubatuba. O mais antigo e importante registro da extensão do território tupinambá foi feito pelo náufrago alemão Hans Staden, capturado em Cananéia pelos tupinambás em 1554 e transportados pelo chefe Cunhambebe até as aldeias indígenas de Mambukabe e Tickquarippe (atuais Mambucaba e Taquari, ao norte de Paraty), ficando prisioneiro desses índios por quase um ano. Nessa época as duas principais aldeias tupinambás eram Ariró (em Angra dos Reis) e Iperoig (Ubatuba). Paraty situava-se no meio dessas aldeias. 
Vizinhos aos tupinambás, mas do outro lado da serra do mar, na região de Piratininga (atual cidade de São Paulo) e no Vale do Paraíba, moravam os índios Tuppin Ikin (tuppin=tupi / ikin=vizinho). Nos meses de frio (maio a agosto) desciam anualmente a serra, em diversos pontos, em busca de peixes e mariscos, os quais salgavam ou defumavam para levar serra acima, onde misturavam com outro tipo de alimentação (os meses que os índios desciam para Paraty coincidem com a época que o peixe parati subia os rios para desova, tornando-se presas fáceis). A trilha aberta por eles, num dos pontos mais baixos da Serra do Mar, conhecido pelos portugueses como Serra do Facão, seria futuramente utilizada para escoar o ouro das “minas gerais” e, mais tarde, o café do Vale do Paraíba. Os índios chamavam essa mesma serra de Bocaina que em tupi significa caminho para o alto ou caminho no mato ou ainda de Paranapiacaba cuja tradução é mar a vista.

Esses dois grupos indígenas - tupiniquins e tupinambás - apesar de serem inimigos entre si, na época do descobrimento do Brasil, estavam vivendo um período de relativa harmonia. As áreas de domínio de cada tribo estavam definidas e, eventualmente, as tribos podiam passar pelo domínio vizinho sem serem incomodadas. Essa harmonia seria logo quebrada por incentivo dos portugueses. 
A abrigada baía de Paraty, seus inúmeros rios navegáveis de canoa e a farta biodiversidade da Mata Atlântica, garantiam a abundância de peixes, caça, água potável, frutos e lenha, razão da grande quantidade de indígenas que por aqui viviam ou passavam. O próprio nome da cidade vem da língua tupi e se refere a uma espécie de peixe da família Mugil, abundante nessa região e muito apreciado pelos índios. Esse peixe, o parati, tem a característica de nadar pela superfície da água, o que o tornava presa fácil paras as certeiras flechas indígenas. 
Os tupiniquins chamavam os tupinambás de tamoios que significa mais antigo e, chamavam as aldeias amigas de guaianã que em tupi significa verdadeiramente manso (guaya= manso e nã=verdade). Os portugueses, acostumados a ouvir os tupiniquins chamando os índios amigos de guaianã acharam que essa palavra se referia àquela casta de índio e por essa razão acabaram chamando os tupiniquins de guaianases, concluindo erroneamente que era a forma que eles se autodenominavam. Uma outra hipótese para os portugueses chamares os tupiniquins de guaianases está no fato de que quando estes desciam para o litoral no meses de inverno em busca de alimento, ficavam em tocas formadas por grandes pedra e em tupi goiaminis quer dizer aquele que vive sob pedras e sua pronuncia é parecida com guaianáses. 
O português João Ramalho, náufrago que chegou ao Brasil antes da expedição colonizadora de 1532 comandada por Martim Afonso de Souza, casou-se com a filha de Tibiriçá – um dos mais importantes chefes tupiniquins. João Ramalho utilizou sua influência junto aos índios dessa casta para fazer uma aliança entre os portugueses e os tupiniquins. Por causa dessa união, quando se doava uma sesmaria na região de Paraty costumava-se mencionar na Carta de Sesmaria que os índios guaianases não deveriam ser molestados.
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Mapa do Caminho do Ouro em Paraty - via Registro (Piquete)

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Pesquisas Sobre O Mito de Sumé Peabiru: o caminho da montanha do Sol

Índios loiros no interior de Minas (Transcrição)
Não foram raras as princesas incas que se casaram com os espanhóis, sendo recebidas em pé de igualdade na corte. No Brasil, diz o cronista padre Simão de Vasconcellos, referindo-se aos aimoré: “Desses aimoré alguns são tão brancos como os portugueses.” Talvez por pura coincidência, esses indígenas viviam na região limítrofe entre Minas e Bahia, onde se encontram os alinhamentos e outros importantes monumentos. Mais desconcertante, porém, é a noticia de Knivet. No interior de Minas, no vale do Sapucai, o aventureiro inglês deparou e conviveu algum tempo com os muirapaque (gente esperta).
Segundo palavras do aventureiro, esses indígenas eram muito altos, loiros e barbadas, muito parecidos fisicamente com os holandeses. Este povo não possuia qualquer tradição sobre sua origem ou normas religiosas, havendo adotado inclusive a antropofagia ritual, corrente entre o comum dos nossos silvícolas. Esta circunstância pode avaliar a longa permanência do grupo na terra, já que não se pode considerá-los como nativos. Suas aldeias eram fortificadas com muralhas de pedras, barro e madeira. Habitantes da Mantiqueira devem ter sido destruídos tão logo se iniciaram as incursões dos bandeirantes paulistas, em direção às Minas Gerais. A entrada de Knivet data de fins do século 16, época em que o sertão de Minas permanecia virgem e intocado pelo branco. É ainda significativo o diálogo entre os tamoio e o explorador inglês, em que as palavras soam como eco daquelas com que Montezuma recebeu Hernán Cortez: “Nada receies, pois que teus antepassados foram nossos amigos, e nós amigos deles.” Em seguida, os tamoio conduziram-no ao Cabo Frio, a fim de que testemunhasse, pessoalmente, a obra do grande civiliza dor branco. 

LUIS GALDINO é arqueólogo, membro da Escola Superior de Ciências e especialista em história da arte. Passou cinco anos no interior do Brasil, catalogando e documentando importantes ocorrências arqueológicas. Tem feito conferências e cursos em várias universidades brasileiras. Tem colaborado em jornais e revistas, nacionais e estrangeiros, divulgando e desmistificando fatos ligados à cultura dos brasilíndios.
Texto extraído da Revista Planeta 

Número 4 - Dezembro de 1972

Caminho Velho ....uma antiga trilha indígena (peabiru)

(Transcrição) - O chamado Caminho Velho, ou Caminho do Ouro, era uma das vias que dava acesso à região das Minas Gerais, à época do Brasil Colônia.
O caminho remonta a uma antiga trilha indígena (peabiru), utilizada pelos Guaianás que, do litoral de Paraty, atingia o vale do rio Paraíba, atravessando a serra do Mar. Por esse Caminho dos Guaianás, avançaram as forças de Martim Correia de Sá (cerca de setecentos portugueses à frente de dois mil indígenas) que, partindo do Rio de Janeiro em 1597, desembarcaram na enseada de Paraty, subindo a serra do Mar para combater os Tamoios, aliados dos corsários franceses naquele litoral.
A partir da descoberta de ouro no sertão das Minas Gerais, em fins do século XVII, o seu trajeto alcançava a vila do Falcão (atual Cunha), de onde descia alcançando o vale do rio Paraíba (Guaratinguetá), prosseguindo até Vila Rica (atual Ouro Preto), transformando-se no caminho oficial para o ingresso de escravos na região (ida), assim como para o escoamento do ouro das minas (volta), transportado por via marítima de Paraty para Sepetiba, e daí, por via terrestre novamente, pelos domínios da antiga Fazenda de Santa Cruz, até ao Rio de Janeiro, de onde seguia para Lisboa, em Portugal. Esta via estendia-se por mais de 1.200 quilômetros, percorridos, normalmente, em cerca de 95 dias de viagem. O trecho entre Guaratinguetá e Cunha se tornou a atual rodovia SP-171.
Foi por estas vias que o Governador da Capitania do Rio de Janeiro, Artur de Sá e Meneses (1697-1702), se dirigiu ao sertão dos Cataguás e do rio das Velhas, em 1700. Foi a primeira visita de uma autoridade Colonial à recém-descoberta região das Minas.
Por conta do risco de ataque de corsários, de piratas, e de naufrágios, D. João V (1706-1750) recomendou, em 1728, a substituição do trecho marítimo, entre Sepetiba e Paraty. Por essa razão, em meados do século XVIII já existia uma variedade - o Caminho Novo da Piedade - que, partindo do Rio de Janeiro, pelo caminho para a Fazenda de Santa Cruz, alcançava o vale do rio Paraíba, onde entroncava com o Caminho de São Paulo na altura da atual cidade de Lorena.
 Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre:http://migre.me/bPmue
MAPAS DE SANTOS
Fonte: Carta corográfica - Cap. de S. Paulo, 1766 .Apresentando o Estado Político da Capitania de São Paulo em 1766, foi elaborada esta carta, com particular atenção aos limites com Minas Gerais(http://migre.me/aWncu)
Obs: Alto da Serra, limite entre São Paulo e Minas, Núcleo Colonial de Piquete-SP



sábado, 10 de novembro de 2012

A importância da história de Paraty (Transcrição)

"A região de Paraty encontra-se em área de confluência de diferentes caminhos que se justapõem como que em camadas de História, diferenciados no tempo segundo os interesses,os povos e os grupos sociais dominantes à cada época. Provavelmente a região serviu entre, aproximadamente 10.000 e 5.000 AC, ao trânsito de animais de médio e pequeno porte, possibilitando sua constituição como campo de caça de povos cujos sítios arqueológicos ainda encontram-se em estudo. Ao longo do século XVI bandeirantes vicentinos e militares em entradas atualizaram a significação desses caminhos, colocando-o a serviço de ligação entre a Capitania de São Vicente, o planalto de Piratininga e a sede do Governo-Geral do Rio de Janeiro. Finalmente, essas antigas trilhas transformadas em Caminhos de Pedra no período do ouro e do café por comerciantes e tropeiros foram resignificadas no século XX, servindo ao fluxo turístico entre o Rio de Janeiro e São Paulo, transformando Paraty em portal de acesso ao patrimônio histórico e ao santuário ambiental da Baía da Ilha Grande e ao Parque Nacional da Serra da Bocaina.Não podemos compreender a produção do povoado de Paraty senão no contexto de sua inserção na Baía da Ilha Grande. Os caminhos do mar articulam-se aos caminhos da terra fazendo com que os colonos vicentinos por uma mestiçagem levassem a constituição da cultura caiçara entre o litoral do Rio de Janeiro e o norte do Paraná. Em áreas litorâneas da Baía da Ilha Grande, como as enseadas do Ariró e de Paraty viviam no período pré-cabralino os tupinambás (do tronco tupi) que contribuíram não apenas para toponímia da região como para a designação da fauna e flora - razão pela qual o peixe Paraty, futuramente, usado para a designação do município. Na primeira metade do século XVI, os tupinambás ampliaram seus territórios de caça de Angra dos Reis até Cananéia (SP), locais onde o alemão Hans Staden ficou prisioneiro na década de 1550. Liberto anos depois, Hans Staden retornou à Europa, escrevendo célebres livros como "Viagem ao Brasil", onde fala do cacique Cunhabebe, assim como das localidades de Mambukabe (Mambucaba) e Tiekquarippe , muito provavelmente o distrito de Taquari, distante cerca de vinte quilômetros de Paraty. No século, XVI, a estratégia de proteção da colônia levou a metrópole portuguesa a constituir as capitanias hereditárias. Paraty foi rota vicentina nos dois primeiros séculos da colonização. A localização da grande baía, com inúmera enseadas naturais e praias tranqüilas, a consideração dos ventos, das marés, do clima, do relevo determinaram a lógica de transbordo, dos navios para a terra, enriquecendo e povoando Paraty. Os viajantes vindos do Rio de Janeiro para o litoral sul aportavam em Paraty, seguindo por terra na direção da garganta de Cunha e, desta, descendo para o Vale do Paraíba onde retornavam ao litoral, em direção à São Vicente, ou seguiam para o planalto paulista, rumo a Vila e Colégio São Pedro de Piratininga. No litoral norte paulista, o desenvolvimento da Capitania de São Vicente permitiu a crescente presença de bandeirantes no planalto de Piratininga, tornando Angra do Reis e Paraty pontos de câmbio nos deslocamentos dos vicentinos para a cidade do Rio de Janeiro. Exemplo dessa subordinação apresenta-se na jurisdição de São Vicente sobre Paraty até 1561 e a partir desse ato a Capitania de Itanhaém. Paraty somente alcançou a condição de Vila em 1608 e sua emancipação, em 1667, como Vila de Nossa Senhora dos Remédios.(1) Pelas facilidades geográficas - qualidade das enseadas para portos seguros, gargantas que facilitavam os caminhos superando a Serra do Mar a dinâmica do processo social envolvendo bandeiras,entradas, passagem na exploração da terra e dos índios - hospedarias, ranchos, pastos, estrebarias, ferrarias, engenhos, aldeamentos, missões, escolas e igrejas - contribuiu para que fossem gradativamente transformados em vilarejos, vilas, freguesias e cidades. Assim as cidades hoje fluminenses da Baía da Ilha Grande vincularam-se aos interesses de bandeirantes e tropeiros baseados em São Vicente e na Vila de São Pedro de Piratininga tornando Paraty e Angra do Reis expressões de uma mesma lógica de colonização, unindo-as àquelas hoje situadas no litoral paulista - Ubatuba, São Vicente, Santos - na Serra da Bocaina e no Vale do Paraíba paulista - Cunha, Taubaté e Guaratinguetá. A partir de 1693, Paraty tornou-se o caminho obrigatório de escoamento do ouro descoberto no Sertão de Cataguases, colocando-se em estreita ligação econômica com as cidades mineradoras de ouro e de diamantes da Capitania de Minas Gerais - Vila Rica, Ouro Branco, Mariana, Congonhas do Campo, Diamantina. Exemplo dessa estreita relação foram os caminhos que se reuniam no chamado Caminho Velho do Ouro construído como estrada calçada com pedras pelos escravos numa extensão de 1.200 quilômetros. Se no período colonial, a economia de Paraty era fundada no escoamento portuário da riqueza originada na agro - manufatura do açúcar e na extração do ouro, assistimos no Império a uma rearticulação de funções integrando mais profundamente os caminhos do mar aos da terra. A região renova-se como área estratégica devido a proximidade de seu litoral ( como o de Angra do Reis e de Mangaratiba) das lavouras de café do Vale do Paraíba e, a partir de 1850, das vantagens das inúmeras ilhas e enseadas na Baía da Ilha Grande - ideais no tráfico ilegal de escravos trazidos da África, com reflexos sobre o desenvolvimento da borda d'água em enseadas que transformaram-se em portos de intenso movimento: como Paratymirim, Jurumirin, Ariró, Marambaia, Mangaratiba. (2) A economia da baia da Ilha Grande articulou-se assim o litoral à agro -exportação cafeeira e as cidades como Taubaté, Guará, Cunha, Bananal, São José do Barreiro, diluindo-se sua percepção de fronteira regional fluminense na segunda metade do século XX. Todavia, com a chegada da estrada de ferro em meados do século de XIX, a baía da Ilha Grande sofreu um colapso e, abandonados os caminhos e isolada por terra durante quase cem anos, Paraty somente teve reaberto seu acesso por estrada em 1953, via o município paulista de Cunha. A estrada reaberta tem seu piso sobre parte do antigo Caminho Velho do Ouro, construído pelos escravos no séculos XVIII
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A ausência de uma documentação farta e expressiva, proporcional à sua importância, somente é compreensível se considerarmos a estratégia dissimulada pela coroa portuguesa a quem não interessava a circulação de documentos - mapas, relatos de viagens, diários, cartas náutica - que facilitassem o acesso de navios corsários ou de outros estados à Baia da Ilha Grande.(3) A localização de Paraty no século XVIII era segredo de Estado. Um exemplo desse ocultamento são os documentos referentes à viagem de Martim Afonso de Souza. Em 1531, a esquadra de Martim Afonso de Souza fundeou na Baia da Ilha Grande, organizando uma Entrada que explorou o sertão em direção aos Andes e o ouro existente na Bolívia e PeruSomente em 1839, com o apoio do governo imperial o historiador Varnhagem teve acesso a uma transcrição parcial, modificada, com grafia setecentista e não quinhentista, omitindo a forma de ingresso na baia em questão. (4) O silêncio documental ampliou-se com a proibição para importação de escravos, imposta pela Inglaterra em meados do século XIX. No período, portos na Restinga de Marambáia, Jurumirim, Ariró, Mambucaba e Paratymirim serviram não apenas à exportação do café do Vale do Paraíba, como também, a um intenso contrabando de mão-de-obra escrava, originada na África e ainda lembrada por caiçaras de mais de 90 anos, ouvida de seus pais que participaram como marinheiros do tráfico na costa de Moçambique e Angola. A Coroa, em Lisboa, através do Conselho Ultramarino, monopolizou a produção de informações e restringiu seu acesso, impondo um confisco do conhecimento proporcional e orgânico àquele que realizava no âmbito da produção econômica extrativa, com o pau-brasil, o açúcar e o ouro. Por outro lado, seus representantes coloniais na máquina administrativa, fiscal e no exército,muitas vezes truncavam informações em relatórios, cartas e petições aos órgãos de controle colonial ultramarino. Resultado dessa rede contraditória na gestão colonial foras as Devassas realizadas pela Coroa com o fim de disciplinar e ordenar as práticas econômicas, coibindo o contrabando e os movimentos que ensaiavam o nativismo no século XVIII. Na sociedade dos homens livres, na colônia, envolvendo comerciantes, tropeiros, proprietários de engenhos e canaviais, o documento escrito não se tornou uma moeda simbólica de uso corrente, seja por força de sua condição, eminentemente analfabeta, seja em razão de que o documento textual vinculava-se à oficialidade, despregado do cotidiano onde a comunicação se realizava na língua geral nhengatu, mesclando o português e o tupi. Infelizmente, somada à estratégia oficial de ocultação documental na Colônia e no Império, prosperou ao longo da República a omissão e incúria dos gestores do público em preservar documentos textuais e iconográficos, causando a destruição de acervos inestimáveis, produzidos pelas Câmaras de Vereadores (registros de debates, leis, eleições, discursos), Prefeituras (cópias de leis, posturas, fiscalizações, petições, relatórios, alforrias de escravos) , religiosos ( livros de registro de nascimento, óbitos, casamentos) e da sociedade civil ( atas de assembléias, manifestos, planos de trabalho). Todo esse quadro de truncamento e ocultação dificulta sobremaneira o acesso à documentação referente ao povoamento indígena, lusitano, africano, nipônico ou do oriente médio na área da Baia da Ilha Grande. Surge daí uma cultura perversa de desvalorização documental, que favoreceu a destruição dos acervos produzidos pelo Estado. Paraty é reconhecida como um espaço que gera ações de novo tipo, envolvendo não apenas parcerias inéditas que atuam sobre as contradições estruturais da sociedade brasileira e que se projetam naturalmente sobre a memória e a história da sociedade brasileira. Algumas das mais importantes ações de preservação do patrimônio no município nasceram de movimentos sociais, envolvendo a intelectualidade e a juventude estudantil. Na década de noventa, inúmeras organizações não-governamentais passaram a realizar ações de difusão patrimonial e ambiental, subsidiando a elaboração de planos de manejo urbano e rural, especialmente nas áreas de preservação arquitetônica, paisagística, arqueológica e ambiental no município de Paraty. Entre essas ações encontram-se a constituição do Conselho Municipal do Turismo, voltado a discutir aspectos referentes ao desenvolvimento das condições de infraestrutura, bens e serviços no perímetro do município, a criação do Fórum de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável de Paraty (Fórum DLIS) composto de representantes das associações de moradores do município, reunindo comunidades caiçaras, quilombolas, a criação de organização social pela Prefeitura, voltada ao encaminhamento especifico do processo de tombamento da cidade como Patrimônio Mundial da UNESCO. A valorização da memória cultural, mediante a preservação, o registro e a guarda dos diferentes suportes é extremamente relevante como eixo metodológico unindo em interfaces os diferentes sujeitos sociais e subsidiando políticas públicas voltadas para o patrimônio intercultural no âmbito da educação, da cultura e da oferta de equipamentos urbanos como o acesso a instituições memória.Isso porque, de forma gradativa, vem sendo combatida a ainda hegemônica interdição sobre a história brasileira de um olhar branco, europeu, que dilui sejam as contradições originadas na escravidão, sejam as diferentes formas de discriminação étnica, omitindo, não raro, a influência das manifestações indígenas e africanas - quando não a presença árabe, libanesa, turca, nipônica - no campo simbólico do imaginário, do estético ou do político, ausentando-se finalmente do compromisso em ampliar as oportunidades de acesso na sociedade nacional, coerente com uma cidadania plena. O projeto apresenta-se na perspectiva da educação patrimonial considerando que apesar da importância histórico cultural da região, as condições de acesso ao seu patrimônio documental é deficitária. De um lado, a riqueza expressa na arquitetura de suas vilas históricas, nos sítios arqueológicos como os caminhos de pedra, os conventos, os mosteiros e os sambaquis. De outro lado, a penúria dos sistemas públicos municipais que não detém recursos para preservar e difundir o patrimônio documental acumulado em decorrência das ações culturais e administrativas locais e regionais. O impacto positivo do acesso ao patrimônio registrado e organizado didaticamente na e sobre a região do litoral sul fluminense pode ser dimensionada nos aproximadamente cinqüenta mil alunos e três mil professores, distribuídos por mais de cento e sessenta unidades escolares -- regulares, multisseriadas e diferenciadas, em comunidades da região, culturalmente heterogêneas, presentes principalmente fora dos centros urbanos locais, ou em comunidades de singular cultura, como caipiras, caiçaras, quilombolas ou guarani mibyá, bem como, na perspectiva de viabilizar o acesso de informações sobre o patrimônio para aproximadamente, quinhentos mil turistas que, anualmente, visitam o município de Paraty. Em Paraty, os caiçaras afastados de suas tradicionais vilas de pescadores, concentraram-se nas terras novas da Ilha das Cobras e no Parque da Mangueira, bairros periféricos à Vila Histórica. A maioria daqueles que anteriormente residiam na Vila Histórica, não resistiram à pressão imobiliária e vendendo suas casas, criaram bairros como os de Fátima, Corumbê, ou Chácara, tendo alguns mantido nas margens dos rios Mateus Nunes ou Perequê-Açu a cultura da construção naval de baleeiras, escunas e canoas. No plano da produção da existência pela cultura da pesca é possível encontramos elementos que afirmam a longa duração de saberes em contexto intercultural. Entre os caiçaras,o construtor de canoas sempre foi respeitado pelo seu conhecimento das florestas e do estágios de crescimento de árvores como cedro e jequitibá, matérias primas das embarcações. Como as canoas, escavadas e esculpidas sem o recurso à matemática ou engenharia ocidental, os remos, com pontas semelhantes à flechas, numa hidrodinâmica facilitada por sua forma côncava, tem sua artesania tributária dos ancestrais dos tupinambás. No que diz respeito ao movimento de apropriação da escola (de tradição moderna e não-índia), e da Educação Patrimonial para um contexto intercultural (onde a singularidade do conhecimento indígena seja preponderante), tem se realizado experiências importantes nas aldeia guarani-mbyá localizadas nos municípios de Angra dos Reis e de Paraty, que podem ser apropriados em fontes orais, textuais, fotográficas, videográficas. No caso da história da escola junto ao povo guarani, todas esses fontes podem ser reunidas pois pensar o ensino indígena diferenciado é desconstruir a instituição escolar e reconstruí-la na perspectiva do universo guarani, atualizando-a e resignficando-a como discurso, marcada por uma ênfase mnemônica e pela confluência do tempo do sagrado na experiência individual e do grupo. Essa perspectiva, de caráter metodológico mais geral, se impõe à construção social da escola diferenciada indígena em uma perspectiva de Educação Patrimonial. Os desafios envolvendo a interculturalidade atingem também a comunidade de afro-descendentes, dada as suas características singulares na baía da Ilha Grande. Em que pese sua grande concentração nos engenhos e fazendas de café e de cana até 1888, com a Lei Áurea ocorreu um êxodo em direção ao Rio de Janeiro. Apenas um contingente de famílias afro-brasileiras permaneceu na região, especialmente nas áreas do Campinho(Paraty) e Santa Rita, em Bracuhy (Angra dos Reis). Essas comunidades recentemente tiveram reconhecidos pelo Estado seus direitos de propriedade coletiva, embora o compromisso dos governos municipais e estadual fluminenses em apoiar as ações de afirmação etno-cultural não tenham atingido suas políticas de educação, cultura e turismo. Defendemos nas práticas educativas escolares a pertinência da Educação Patrimonial enquanto eixo transversal aos currículos e em contexto necessariamente intercultural. Nas práticas educativas não escolares, envolvendo o próprio turismo, a educação patrimonial é por nós concebida na confluência das ações do Estado e das organizações não governamentais, reconhecendo-se aos sujeitos institucionais que se apresentam, a condição potenciais agentes multiplicadores da educação patrimonial. Todas essas confluências se fazem em torno de aspectos hoje cruciais à humanidade em sua sobrevivência planetária: a importância da defesa do meio ambiente; a urgência de uma educação patrimonial que afirme as identidades e o diálogo daqueles que habitam lugares de memória; a implementação de educação ambiental estimulando ações de sustentabilidade que viabilizem o agro-eco-turismo e o turismo histórico como eixos de auto sustentação dos povos do mar e da floresta, sem perder de vista a dignidade e privacidade de suas práticas educativas. Talvez, ombreando com outros sujeitos sociais, as escolas no perímetro dos Caminhos de Pedra transformem-se naturalmente em centros de memória e espaços indissociados da cultura local e universal. Quem sabe assim transformemos o tempo e o espaço da escola em esferas da Vida e da Natureza, no movimento da corredeira e não à margem como água ficada, tornando finalmente a escola, parafraseando Pascal, como uma esfera espantosa, cujo centro está em toda parte e a circunferência em lugar nenhum. O presente projeto tem como pressuposto a temporalidade enquanto produção social e espaço de sociabilidade, considerando a História e a Memória como mediações discursivas para preservação das manifestações culturais como sujeitos da Memória, detentores de lugares na história. Por quê associarmos interculturalidade e patrimônio? Entendemos da necessidade de deslocarmos a discussão de patrimônio cultural para a de patrimônio intercultural, isto é, de pensarmos a educação patrimonial em contexto intercultural, condição necessária para que sejam melhor divisados possibilidades, limites e desafios da educação patrimonial em práticas escolares e não-escolares. " 
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(Transcrição): JUSTIFICATIVA: Como justificativa do projeto optamos por transcrever texto de autoria do Prof. Dr. Armando Martins de Barros, da Universidade Federal Fluminense, Coordenador das pesquisas "Memória e Tempo Guarani " e "Memória Caiçara",o qual foi originalmente escrito para compor a justificativa do projeto Caminhos da história: revitalização do acervo documental do Instituto Histórico e Artístico de Paraty, apoiado pela FAPERJ, o qual entendemos ser o presente projeto uma etapa de continuidade. Fonte: http://migre.me/bJOEt

Alto da Serra, espaço colonial de Piquete-SP.

Na linha do tempo Mais de 300 anos de História (Transcrição)

Século 16: os primórdios
A área onde está Paraty ficava sob a jurisdição da atual Angra dos Reis, que começou com um povoado na localidade de Vila Velha e, em 1593, se elevou a Vila dos Santos Reis Magos. Angra dos Reis, por sua vez, pertencia à Capitania de São Vicente. 
O donatário da Capitania de São Vicente era Martim Afonso de Sousa, que fundou como sede a vila de São Vicente, no litoral paulista, em 1532, a primeira povoação oficial da América portuguesa.
O território da Capitania de São Vicente tinha uma seção norte, que ia de Macaé a Caraguatatuba, passando por Cabo Frio, Niterói, Rio de Janeiro, Angra dos Reis e Ubatuba. E uma seção sul, que ia de Bertioga à ilha do Mel, na baía de Paranaguá, passando por São Vicente, Santos, Itanhaém, Peruíbe, Iguape e Cananéia. Entre essas duas seções ficava a Capitania de Santo Amaro, com parte de Caraguatatuba e Bertioga, cujo donatário era Pero Lopes de Sousa, irmão de Martim Afonso de Sousa. 
A atividade econômica de São Vicente era a produção de açúcar para exportação, mas fracassou, entre outros fatores, por problemas do solo e pelo transporte caro, devido à distância do Rio de Janeiro e aos riscos da viagem por mar aberto. 
Diante disso, os colonos de São Vicente e seus descendentes avançaram pelo litoral, subiram a serra do mar e alcançaram o planalto, procurando sítios melhores para se estabelecerem, desenvolvendo outras atividades econômicas, partindo para a busca de riquezas, deixando povoações em seu rastro e promovendo o desbravamento do território brasileiro. 
No planalto paulista, os colonos de São Vicente fundaram várias povoações, entre elas São Paulo de Piratininga, em 1554, onde se dedicaram à agricultura de subsistência, ao gado e chegaram a grandes plantações de trigo usando indígenas como escravos. 
Enquanto isso, a Capitania de São Vicente acabou abandonando a seção norte de seu território e a baía da Guanabara foi invadida pela França, em 1555, sob o comando de Nicholas de Villegaignon, para criar a França Antártica, um encrave colonial no Brasil. 
Entre os objetivos desse encrave estava a comercialização do pau-brasil, madeira de grande valor na Europa e que eles exploravam no Brasil desde o início do século 16, associados a grupos indígenas. Na baía da Guanabara, que abrigava importantes reservas dessa madeira, os franceses foram calorosamente recebidos pelos tupinambás (1), com quem comerciavam desde 1530. 
No sudeste brasileiro, os tupinambás dominavam desde Caraguatatuba e São Sebastião, em São Paulo, até o cabo de São Tomé, no Rio de Janeiro, concentrando-se na baía da Guanabara e em Cabo Frio. A presença dos tupinambás no litoral sudeste foi registrada pelo viajante alemão Hans Staden (2) em 1556, na primeira referência impressa a Paraty.
Aliados aos tupinambás, que estavam unidos na Confederação dos Tamoios (3) contra a escravização pelos portugueses, os franceses passaram a armar emboscadas contra os portugueses por todo o litoral paulista, impedindo-os de se fixarem na terra. Para vencerem os franceses, os portugueses tiveram que fazer um acordo com os tupinambás, mediado pelos jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta. 
Com a expulsão dos franceses, em 1567, a seção norte da Capitania de São Vicente foi desmembrada e refundada como Capitania do Rio de Janeiro, sob o comando de Salvador Correia de Sá. 
Em 1572, a Coroa instalou nessa capitania o Governo Geral do Leste e do Sul (4) , que abriu comunicações com a Capitania de São Vicente. E, desde o século 16, essa ligação foi articulada pela baía de Paraty, onde se chegava por mar e de onde se subia ao planalto por um antigo caminho indígena da serra da Bocaina.
Mais tarde, esse caminho seria batizado como trilha do Facão, nome do arraial onde terminava, hoje a cidade de Cunha. Agora, a trilha do Facão é conhecida, em Paraty, como Caminho do Ouro. 
Essa trilha se transformou no elo essencial de uma próspera rota de comércio conhecida por Caminho Marítimo-Terrestre (5), onde as mercadorias saíam do Rio de Janeiro, desembarcavam no porto de Paraty, subiam a serra até Cunha, passavam por Guaratinguetá e chegavam a São Paulo, de onde seguiam para as povoações paulistas do planalto e desciam a serra do Cubatão rumo a São Vicente e outras vilas litorâneas. . 
Essa intensa linha de comércio pode ter estimulado os colonos da vila de São Vicente, fundadores de São Paulo e dessas povoações, a se estabelecerem na baía de Paraty, formando um povoado no atual morro do Forte e erguendo, em 1630, uma capela a São Roque.
1630-1667: de povoado a vila
A escolha do local para esse povoado seguiu critérios da colonização portuguesa da época. Um deles foi a existência de água potável, essencial para a subsistência da futura população e para o reabastecimento das embarcações de passagem. 
Outros foram a proximidade de terrenos próprios para o cultivo e a localização numa baía abrigada, que favorecesse a defesa e a comunicação com o litoral e o interior. No item defesa entrou a elevação do terreno, elemento determinante na localização de cidades durante os séculos 16 e 17. E, nesse caso, a ameaça eram os ataques dos índios guaianás (6).
Do alto do morro do Forte se vêem a Paraty atual e a praia do Jabaquara, onde fica o sítio arqueológico da Toca do Cassununga, um impressionante arranjo natural de rochedos que faz parte do lendário da cidade e sob o qual está enterrado um cemitério indígena que remonta à primitiva ocupação da região (7).
Em 1646, o povoado do morro recebeu da sesmeira (8) Maria Jácome de Melo uma doação de terras para se fixar entre os rios Perequê-Açu e Patitiba, atual Mateus Nunes, onde está hoje o Centro Histórico. Sesmeiros eram colonos que recebiam da Capitania porções de terra para cultivo e povoamento, chamadas de sesmarias. A condição de D.Maria para a doação dessa área foi de que o povoado erguesse uma Matriz a N.S.dos Remédios, da qual ela era devota. 
Nesse mesmo ano, o povoado iniciou a transferência do morro do Forte para essas terras e atendeu à exigência da sesmeira, erguendo a essa santa uma matriz de pau-a-pique, com cobertura de palha. Por isso, o edifício se arruinou em pouco tempo e os moradores ergueram outro semelhante, mais próxima da baía onde se situou o arraial. 
Cessada a ameaça dos guaianás, com sua dizimação quase total, foi possível o estabelecimento definitivo do povoado na nova área. Essa transferência também foi possível porque, com o desenvolvimento da artilharia, as povoações ganharam defesa maior para ocupar terrenos planos, ao invés de, obrigatoriamente, lugares altos. 
Em 1660, o governador do Rio de Janeiro, Salvador Correia de Sá, mandou alargar a trilha do Facão, então uma estreita picada na mata, transformando o antigo caminho guiaianá numa via de riquezas para a vila Nesse mesmo ano, o povoado se separou por conta própria da freguesia de Angra dos Reis e se auto-nomeou Vila de N.S.dos Remédios de Paraty (9).
Em 1667, a Coroa portuguesa reconheceu essa nomeação como fato consumado e o assentimento a isso se deu em razão do desenvolvimento econômico do povoado e do comércio pela trilha do Facão. Em 1668, a vila iniciou as obras de uma segunda Matriz, em pedra e cal, substituindo a de pau-a-pique.
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Fonte: http://www.paratiando.com/300anos.html
Nota: Quando afirmamos que um dos Ramais do Peabiru tinha inicio em São Vicente, devemos ter em consideração que, Agras dos Reis estava contido nessa mesma região, sendo certo que está ultima, continha a Baia de Paraty, inicio do Caminho Velho. Desta feita,  afirmar que o caminho do Peabiru tinha inicio em São Vicente,  podemos estar falando ainda, do Caminho de Bertioga à Mogi que dada a posição estratégica deu origem a construção de uma Fortaleza em 1553, a mando de Tomé de Souza. Ou existe dúvida quanto ao caminho percorrido pelo Governador do Rio de Janeiro, Salvador Correia de Sá, em 1596, em companhia de Anthony Knivet?

Explore caminhos e tradições dos antigos tropeiros (Transcrição)

Os índios tupi, argutos observadores da natureza, ancestrais habitantes das terras da Mantiqueira, forjaram este nome inspirados na grande quantidade de águas que vertem de suas inúmeras grotas. Amantykyra quer dizer, na linguagem indígena, onde a chuva goteja e se infiltra nas pedras. 
A serra úmida e nevoenta abriga um imponente maciço que se estende por longo trecho acima do planalto, no Vale do Paraíba, formando uma muralha natural entre os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Nos tempos do Brasil Colônia, essa barreira era vigiada pelos guardas da coroa, que ali mantinham postos de arrecadação e fiscalização. O ouro extraído das jazidas mineiras era trazido no lombo dos burros em extenuantes jornadas pelas montanhas, para finalmente ser embarcado no litoral do Rio de Janeiro, nas cidades portuárias de Mambucaba e Paraty. Uma das etapas mais difíceis da jornada era cruzar as gargantas do alto da serra, no teto da Mantiqueira. 
Hoje, séculos depois, essa charmosa região ainda guarda traços vívidos dos tempos antigos, preservando as tradições dos velhos tropeiros dos caminhos do sopé da serra. Algumas imponentes fazendas do Ciclo do Café estão sendo restauradas e adaptadas para transformarem-se em hotéis. As estradas sinuosas receberam asfalto, mas nos muitos caminhos de terra batida ainda é possível avistar o típico carro de boi e a cangalha do burro de carga. 
Os aventureiros do turismo radical ganham os cumes das montanhas com suas mochilas coloridas. Pequenos sítios e propriedades rurais são agora novas e aconchegantes pousadas, prontas para receber casais românticos e famílias em busca de lugares diferentes para curtir a natureza. 
Nesse pequeno território, conhecido situa-se o Pico dos Marins (2.420 metros), um dos pontos culminantes da Mantiqueira, considerado durante décadas o mais alto do Estado de São Paulo. 
E é nessa terra de contrastes que também se descortina a cidade de Piquete, sede de um pequeno município de 160 quilômetros quadrados com 70% de seu território tomados por áreas de proteção ambiental, a 200 km da capital paulista. Seu nome deriva das antigas patrulhas (piquetes) que eram feitas pelos guardas da coroa para vigiar a garganta , por onde se esgueiravam os contrabandistas de ouro. 
A grande variação de altitudes - entre 696 a 2.400 metros - confere ao local atributos especiais, como um número expressivo de nascentes, cascatas, cachoeiras e riachos, que já tinham seduzido as populações indígenas e depois os tropeiros coloniais que ali se instalaram. Agora, não por acaso, essas terras testemunham um novo ciclo: o do ecoturismo. 
Misturando antigas tradições à boa culinária tropeira - ancorada na prática de oferecer pouso e comida aos viajantes, típica das vilas montanhosas -, a região tem tudo para se firmar como um pólo alternativo de turismo da natureza. Trilheiros, bikers, praticantes de vôo livre e muitas outras tribos radicais podem buscar nas alturas suas vastas emoções. 
Os mais acomodados também têm sua chance de passar bons momentos nos confortáveis hotéis-fazendas e pousadas rústicas. Tudo com muito charme, tradição e natureza preservada. 
Caminhos ao pé da serra - O município de Piquete é fruto de caminhos ao pé da serra. O terreno íngreme, de difícil acesso, ajudou a preservar as manchas de Mata Atlântica, o manancial de muitas águas e os campos rupestres que ainda resistem à atividade humana. Recortado por rios caudalosos como o Mendanha, Passa Quatro, Jaracatiá, Benfica e outros, o lugar desenvolveu-se na esteira do movimento daquelas tropas que por ali passavam. 
Os tropeiros costumavam abrir trilhas, muitas delas preservadas até hoje e que agora são utilizadas pelos ecoturistas para eventuais caminhadas e pedaladas. As íngremes encostas das montanhas continuam impondo dificuldades aos caminhantes. Mas foi também graças a elas que boa parte da floresta nativa resistiu à exploração econômica. Os tropeiros caminhavam, em média, 25 quilômetros por dia tocando sua tropa de burros, o que explica a distância entre uma cidade e outra em quase todo o Vale do Paraíba. Os ranchos, que serviam de abrigo aos viajantes, foram se transformando em cidades e bairros rurais. 
Pequenos ranchos - Piquete é um palco vivo desses velhos tempos, considerada a capital do tropeirismo. Muitas famílias dali ainda tiram seu sustento do transporte de mercadorias em cestos colocados no lombo dos burros, pois por causa do terreno acidentado este é o único meio de transporte viável para escoar a produção agrícola dos pequenos sitiantes. 
"Me traga uma mulher bonita e de cabelo bem comprido que eu faço rédeas com os cachos dela", brinca Francisco Domingos Pinto, conhecido por seu Chico, morador de um pequeno rancho na Estrada dos Marins. Nascido e criado na região, ele ainda fabrica, de forma artesanal, as cangalhas, selas e arreios para os burros tropeiros. Aos 70 anos de idade, conta ter aprendido o ofício de seleiro com seu pai, que por sua vez recebeu os ensinamentos do avô. 
Ele é apenas um dos muitos moradores que tiram seu sustento de atividades econômicas ligadas ao tropeirismo. A tropa de burros piquetense é considerada uma das maiores de todo o vale, além de contar também com carros de boi. Para preservar esses costumes em extinção foi criada a Associação Cultural dos Tropeiros e Carreiros de Piquete, que organiza um arquivo de informações sobre o assunto. 
Antigas sedes de fazendas de café do século 19 são outro traço marcante do passado que ainda se busca preservar por ali. Exemplos são as fazendas Santa Lydia e Novo Mundo, bem próximas da cidade. As duas já recebem hóspedes, mas estão investindo na melhoria dos equipamentos para ampliar a oferta de leitos. Fonte: Estadao.com.brSegunda-feira, 23 de Julho de 2001, 17:52  http://migre.me/bJ4pZ

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...