domingo, 27 de janeiro de 2013

PIQUETE-SP: CAMINHO DO OURO, CAMINHO GERAL DO SERTÃO; CAMINHO VELHO; ESTRADA REAL DO SERTÃO; CAMINHO DOS GUAINAZES; CAMINHO PARA GOIÁS; VIA PARA O POTOSI; RAMAL TUPI DO PEABIRU.


Fonte: http://migre.me/cZWip
Registro (Piquete-SP), na confluência do Caminho de Santos  e Caminho de Paraty
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Observação - Fé: Romeiros da Paz pecorrerão 1.500 km até Aparecida (Transcrição)
O grupo Romeiros da Paz iniciará no próximo dia 5, em Brasília, a cavalgada de 1.500 km. O destino final é a cidade de Aparecida do Norte, no Vale do Paraíba.
A previsão de chegada é dia 12 de maio, véspera da missa que será celebrada pelo Papa Bento XVI.
O propósito da romaria é empunhar a bandeira da paz e levá-la desde a capital federal, Brasília, até a capital nacional da fé, Aparecida. Durante o percurso, serão coletados os pedidos e agradecimentos dos devotos de Nossa Senhora Aparecida, que queiram fazê-los, e colocados na “bruaca da fé”, que será conduzida em romaria até o Santuário de Aparecida.
PERCURSO
Os Romeiros da Paz estarão fazendo o seguinte trajeto: sairão de Brasília, entrando no Estado de Goiás, passando pelos municípios de Luziania e Cristalina. A maior parte do percurso será feita em Minas Gerais, em um total de 24 cidades: Paracatu, João Pinheiro, Três Marias, Diamantina, Santo Antônio do Itambé, Conceição do Mato Dentro, Caraça, Mariana, Ouro Preto, Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Carandaí, Tiradentes, São João Del Rei, Madre de Deus de Minas, Carrancas, Cruzília, Caxambu, São Lourenço, Carmo de Minas, Maria da Fé, Itajubá e Wenceslau Braz. No Estado de São Paulo, o grupo vai passar por Piquete, Lorena, Guaratinguetá e, finalmente, Aparecida.
De acordo com Marco Aurélio Chrispim essa iniciativa faz parte do Projeto Caminhos do Brasil, idealizado por ele em 1999. “Após a conclusão dos Romeiros da Paz, vamos dar seqüência ao projeto Caminhos do Brasil. Nós deveremos sair de São Paulo, rumo ao Arroi Chuí e seguir para o Monte Caburaí, em Roraima. (Fonte: http://migre.me/cZZSM)
Observação: Subsídios para a História da Civilização Paulista Edição Monumental Comemorativa do IV Centenário da Cidade de São Paulo Enriquecida de vasta bibliografia sobre pessoas, coisas, lugares e acontecimentos paulistas.
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 1714 – Aos 16 de setembro, são estabelecidos as divisas entre as Vilas de Guaratinguetá e São João de el Rei, comarca do Rio das Mortes, no morro de Caxambu, perto de Baipendi. (Fonte:Aureliano Leite Edição Saraiva São Paulo – 1954  http://migre.me/d0ktq)



O Tratado de Tordesilhas - 1494 - A Divisão do Mundo - Parte 1-6

sábado, 26 de janeiro de 2013

Entradas (Por Cristine Delphino)

(Transcrição) - Diferente das Bandeiras, as Entradas foram expedições apoiadas pelo governo de Portugal com a finalidade de expandir o território brasileiro.
Devido a crise do açúcar no século XVII, as expedições para o interior do Brasil aumentaram com o objetivo de encontrarem riquezas que pudessem suprir os problemas econômicos enfrentados. Essas entradas eram comuns, mas não representaram grande parte das expedições pelo sertão brasileiro, realizados pelas bandeiras. Existiam também outro intuito para a realização destas viagens: os administradores da coroa buscavam por índios que seriam escravizados.
Foram as entradas os primeiros responsáveis pelo extermínio em massa das tribos indígenas no Brasil. Os jesuítas e as missões que tanto se opunham a estas ações violentas dos portugueses acabavam por facilitar sem querer a escravização, já que índios catequizados e aglomerados em missões eram muito mais fáceis de serem presos. Espertos, os lusitanos também aproveitavam-se da da rivalidade entre as tribos, colocando uma contra a outra.
Uma das primeiras entradas data de 1531, organizada por Martim Afonso de Sousa em direção ao Peru. Ele partiu do litoral da Capitania de São Vicente, mas não conseguiu finalizá-la já que o seu grupo foi exterminado pelos índios.
Em 1554 aconteceu a chamada “Entrada de Porto Seguro” realizada pelo castelhano Francisco Bruzo de Espinhosa que partiu da Capitania da Bahia. A sua expedição desceu o litoral, cruzou o sertão da Bahia até alcançar o estado de Minas Gerais, onde foi fundado Espinosa.
Seis anos depois, Brás Cubas partiu de Santos (SP), seguiu pelo rio Paraíba chegando até a Serra da Mantiqueira, passando pelo vale do rio são Francisco até a barra do rio Paranamirim, retornando até o inicio da sua expedição pelo mesmo caminho.
Outras entradas conhecidas foram a de Martim de Carvalho, Sebastião Fernandes Tourinho e de Antônio Dias. Porém, as atividades por busca de ouro tornaram-se mais frequentes durante a União Ibérica. O governador-geral D. Francisco de Sousa buscou no litoral da Capitania da Bahia e do da Capitania do Espírito Santo, visando o título de Marquês das Minas, título prometido pelo soberano espanhol para quem encontrasse ouro nas terras brasileiras.
Em 1598, depois da descoberta de ouro na Capitania de São Vicente, D. Francisco foi pessoalmente para as minas de Jaraguá, Monserrate, Biriçoiaba e Bituruna, próximo a São Paulo. O ouro encontrado nas minas não foi de números significativos, porém as buscas por mais próximos da região aumentaram. O governador faleceu sem ter êxito em suas buscas por ouro.

Fonte: Carta corográfica - Cap. de S. Paulo, 1766 .Apresentando o Estado Político da Capitania de São Paulo em 1766, foi elaborada esta carta, com particular atenção aos limites com Minas Gerais. (http://migre.me/aWncu)
Nota: Alto da Serra, espaço colonial de Piquete-SP, no Caminho Geral do Sertão, no Caminho dos Paulista em demanda da Serra das Vertentes e Alto São Francisco.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Passo 3: As aldeias e o sertão dos Índios Bravos (século XVIII)



OS CAPUCHINHOS E UMA ANALOGIA OPORTUNA. POR QUE? NÃO TERIAM SIDO ESTES CAPUCHINHOS, OS RESPONSÁVEIS PELA FUNDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DA ALDEIA SÃO MIGUEL DO PIQUETE, TAMBÉM LOCALIZADA NO SERTÃO DOS ÍNDIOS BRAVOS? NESTA DIREÇÃO AO FALARMOS DA ROTA FRANCISCANA FREI GALVÃO, ROTA EQUILÍBRIO: LAVRINHAS, CRUZEIRO, PIQUETE E GUARATINGUETÁ, NÃO ESTAMOS FALANDO DE UM ESPAÇO SECULAR DE DEVOÇÃO AO ARCANJO MIGUEL?
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A ESPECIAL DEVOÇÃO DO PADRE PIO A SÃO MIGUEL ARCANJO (Transcrição)
Por que o padre Pio era tão profundamente devoto de São Miguel?
Comodo: Basicamente porque, desde criança, o padre Pio se beneficiou da sua companhia. Porque na luta contra Satanás e o seu exército do mal, ele sempre recebeu a ajuda de São Miguel, que era o guia dele para anunciar a verdade do Ressuscitado e para desmascarar a mentira, que o diabo está sempre espalhando pelo mundo para a destruição das almas. Por estas razões, ele queria que o arcanjo fosse conhecido como uma expressão do amor infinito de Deus, um exemplo superlativo de fé absoluta no Todo-Poderoso, especialmente para os seus devotos e filhos espirituais. Queria que todos pedissem a proteção do arcanjo vigilante e poderoso contra os enganos e as tentações de Satanás, que está sempre à espreita de todos. Ele queria que as pessoas se voltassem para São Miguel como um intercessor poderoso diante de Deus. Não por acaso, a gruta sagrada de Monte Sant'Angelo foi visitada por nobres, cavaleiros, reis, príncipes, cardeais da Igreja Católica Romana. Alguns se tornaram sucessores de Pedro no trono papal, como o inesquecível João Paulo II. E santos, como São Francisco de Assis e o padre Pio. Multidões de pessoas consagradas e simples peregrinos vão até ali para implorar graças e bênçãos. (http://migre.me/cZ0ty)

(Transcrição) - CULTURA E OPULÊNCIA DO BRASIL André João Antonil

                                              Terceira Parte  
Cultura e Opulência do Brasil pelas minas do ouro 
                                              I  
Das minas do ouro que se descobriram no Brasil FOI SEMPRE FAMA CONSTANTE que no Brasil havia minas de ferro, ouro e prata. Mas, também, houve sempre bastante descuido de as descobrir e de aproveitar-se delas, ou porque, contentando-se os moradores com os frutos que dá a terra abundantemente na sua superfície, e com os peixes que se pescam nos rios grandes e aprazíveis, não tratavam de divertir o curso natural destes, para lhes examinarem o fundo, nem de abrir àquela as entranhas, como  persuadiu a ambição insaciável a outras muitas nações, ou porque o gênio de buscar índios nos matos os desviou desta diligência menos escrupulosa e mais útil. Na vila de São Paulo há muita pedra usual, para fazer paredes e cercas, a qual, com a cor,com o peso e com as veias que tem em si, mostra manifestamente que não desmerece o nome que lhe deram de pedra-ferro, e que donde ela se tira, o há. O que também confirma a tradição de que já se tirou quantidade dele e se achou ser muito bom para as obras ordinárias que se encomendam aos ferreiros. E, ultimamente, na serra Ibiraçoiaba, distante oito dias da vila de Sorocaba, e doze da vila de São Paulo, a jornadas moderadas, o capitão Luís Lopes de Carvalho, indo lá por mandado do governador Artur de Sá, com um fundidor estrangeiro, tirou ferro e trouxe barras, das quais se fizeram obras excelentes. Que haja, também, minas de prata, não se duvida, porque na serra das Colunas, quarenta léguas além da vila de Itu, que é uma das de São Paulo ao leste direito, há certamente muita prata, e fina. Da serra de Guamuré, defronte do Ceará, tiraram os holandeses quantidade dela, no tempo em que estavam de posse de Pernambuco. E, na serra de Itabaiana, há tradição que achou prata o avô do capitão Belchior da Fonseca Dória. E em busca de outra, foi alem do rio de São Francisco, Lopo de Albuquerque, que faleceu nesta sua malograda empresa. Mas, deixando as minas de ferro e de prata, como inferiores, passemos às de ouro, tantas em número e tão rendosas aos que delas o tiram. E, primeiramente, é certo que de um outeiro alto, distante três léguas da vila de São Paulo, a quem chamam Jaraguá, se tirou quantidade de ouro que passou de oitavas a libras. Em Parnaíba, também junto da mesma vila, no cerro Ibituruna, se achou ouro e tirou-se por oitavas. Muito mais, e por muitos anos, se continuou a tirar em Paranaguá e Curitiba, primeiro pó oitavas, depois por libras, que chegaram a alguma arroba, posto que com muito trabalho para o ajuntar, sendo o rendimento no catar limitado, até que se largaram, depois de serem descobertas pelos paulistas as minas gerais dos Cataguás e as que chamam do Caeté, e as mais modernas no rio das Velhas e em outras partes que descobriram outros paulistas; e de todas estas iremos agora distintamente falando.
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X - Roteiro do caminho da vila de São Paulo para as minas gerais e para o rio das Velhas.  
GASTAM COMUMENTE OS PAULISTAS, desde a vila de São Paulo até as minas gerais dos Cataguás, pelo menos dous meses, porque não marcham de sol a sol, mas até o meio-dia, e quando muito até uma ou duas horas da tarde, assim para se arrancharem, como para terem tempo de descansar e de buscar alguma caça ou peixe, aonde o há, mel de pau e  outro qualquer mantimento. E, desta sorte, aturam com tão grande trabalho. O roteiro do seu caminho, desde a vila de São Paulo até a serra de Itatiaia, aonde se divide em dous, um para as minas do Caeté ou ribeirão de Nossa Senhora do Carmo e do Ouro Preto e outro para as minas do rio das 
Velhas, é o seguinte, em que se apontam os pousos e paragens do dito caminho, com as distâncias que tem e os dias que pouco mais ou menos se gastam de uma estalagem para outra, em que os mineiros pousam e, se é necessário, descanso e se refazem do que hão mister e hoje se acha em tais paragens. No primeiro dia, saindo da vila de São Paulo, vão ordinariamente a pousar em Nossa Senhora da Penha, por ser (como eles dizem) o primeiro arranco de casa, e não são mais que duas léguas.  Daí, vão à aldeia de Itaquequecetuba, caminho de um dia.  Gastam, da dita aldeia, até a vila de Moji, dous dias.  De Moji vão às Laranjeiras, caminhando quatro ou cinco dias até o jantar.  Das Laranjeiras até a vila de Jacareí, um dia, até as três horas.  De Jacareí até a vila de Taubaté, dous dias até o jantar.  De Taubaté a Pindamonhagaba, freguesia de Nossa Senhora da Conceição, dia e meio. De Pindamonhagaba até a vila de Guaratinguetá, cinco ou seis dias até o jantar. De Guaratinguetá até o porto de Guaipacaré, aonde ficam as roças de Bento Rodrigues, dous dias até o jantar.  Destas roças até o pé da serra afamada de Amantiqueira, pelas cinco serras muito altas, que parecem os primeiros muros que o ouro tem no caminho para que não cheguem lá os mineiros, gastam-se três dias até o jantar. Daqui começam a passar o ribeiro que chamam Passa vinte, porque vinte vezes se passa e se sobe às serras sobreditas, para passar as quais se descarregam as cavalgaduras, pelos grandes riscos dos despenhadeiros que se encontram, e assim gastam dous dias em passar com grande dificuldade estas serras, e daí se descobrem muitas e aprazíveis árvores de pinhões, que a seu tempo dão abundância deles para o sustento dos mineiros, como também porcos monteses, araras e papagaios.  Logo, passando outro ribeiro, que chamam Passa trinta,  porque trinta e mais vezes se passa, se vai aos Pinheirinhos, lugar assim chamado por ser o princípio deles; e aqui há roças de milho, abóboras e feijão, que são as lavouras feitas pelos descobridores das minas  e por outros, que por aí querem voltar. E só disto constam aquelas e outras roças nos caminhos e paragens das minas, e, quando muito, têm de mais algumas batatas. Porém. Em algumas delas, hoje acha-se  criação de porcos domésticos, galinhas e frangões, que vendem por alto preço aos passageiros, levantando-o  tanto mais quanto é maior a necessidade dos que passam. E daí vem o dizerem que todo o que passou  a serra da Amantiqueira aí deixou dependurada ou sepultada a consciência.  Dos Pinheirinhos se vai à estalagem do Rio Verde, em oito dias, pouco mais ou menos, até o jantar, e esta estalagem tem muitas roças e vendas de cousas comestíveis, sem lhes faltar o regalo de doces.  Daí, caminhando três ou quatro dias, pouco mais ou menos, até o jantar, se vai na afamada Boa Vista, a quem bem se deu este nome, pelo que se descobre daquele monte, que parece um mundo novo, muito alegre: tudo campo bem estendido e todo regado de ribeirões, uns maiores que outros, e todos com seu mato, que vai fazendo sombra, com muito palmito que se come e mel de pau, medicinal e gostoso. Tem este campo seus altos e baixos, porém moderados, e por ele se caminha com alegria, porque têm os olhos que ver e contemplar na prospectiva do monte Caxambu, que se levanta às nuvens com admirável altura.  Da Boa Vista se vai à estalagem chamada Ubaí, aonde também há roças, e serão oito dias de caminho moderado até o jantar.  De Ubaí, em três ou quatro dias, vão ao Ingaí.  Do Ingaí, em quatro ou cinco dias, se vai ao Rio Grande, o qual, quando está cheio, causa medo pela violência com que corre, mas tem muito peixe e porto com canoas e quem quer passar paga três vinténs e tem também perto suas roças.  Do Rio Grande se vai em cinco ou seis dias ao rio das Mortes, assim chamado pelas que nele se fizeram, e esta é a principal estalagem aonde os passageiros se refazem, por chegarem já muito faltos de mantimentos. E, neste rio, e nos ribeiros e córregos que nele dão, há muito ouro e muito se tem tirado e tira, e o lugar é muito alegre e capaz de se fazer nele morada estável, se não   fosse tão longe do mar.  Desta estalagem vão em seis ou oito dias às plantas de Garcia Rodrigues.  E daqui, em dous dias, chegam à serra de Itatiaia.  Desta serra seguem-se dous caminhos: um, que vai dar nas minas gerais do ribeirão de Nossa Senhora do  Carmo e do Ouro Preto, e outro, que vai dar nas minas  do rio das Velhas, cada um deles de seis dias de viagem. E desta serra também começam as roçarias de milho e feijão, a perder de vista, donde se provêem os  que assistem e lavram nas minas.  
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Fonte: http://migre.me/cYVDY
Fonte do Mapa:  Cultura e Opulência do Brasil por suas Drogas e Minas - André João Antonil; introdução e notas por Andrée Mansuy Dinis Silva - São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2007 (Documento Uspiano 11), pág 257.



terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Caminho de São Paulo

O chamado Caminho Geral do Sertão, Caminho dos Paulistas ou Caminho de São Paulo, era a mais antiga via de acesso ao sertão das Minas Gerais, à época do Brasil Colônia, através da qual haviam passado as inúmeras bandeiras até os afluentes superiores do rio São Francisco. O Caminho de São Paulo foi objeto de muitos relatos, entre eles o Itinerário de Glimmer e o Roteiro do Padre Faria, que o denomina como Estrada Real do Sertão.
Originado numa antiga trilha indígena, percorrida pelos índios Guaianases, era primitivamente conhecida como Trilha dos Guaianases.
O trajeto iniciava-se na altura da atual Jundiaí, passava por São Paulo de Piratininga e alcançava as margens do rio Paraíba do Sul, onde, em função do garimpo, se constituíram diversos arraiais - Mogi das Cruzes (que posteriormente declinaria em favor de Guarulhos, gerando uma variante do percurso), Jacareí, Taubaté, Pindamonhangaba e Guaratinguetá, que até ao século XVIII se constituiu o maior entrocamento viário da região Centro-Sul da Colônia. Deste ponto, o caminho se bifurcava:
inflectindo para o Norte, para a serra da Mantiqueira, atravessando-a pela Garganta do Embaú, prosseguindo até atingir a região do rio das Velhas.
inflectindo para o Sul, passando pela Vila Facão (atual Cidade de Cunha), descia a serra do Mar, alcançando Paraty, de onde se embarcava, via marítima, para Sepetiba, e daí, por terra, para o Rio de Janeiro. A bifurcação sul, entre Guaratinguetá e Paraty, hoje é a atual rodovia SP-171.
Estes dois percursos formavam o chamado Caminho Velho das Minas, ligando o Rio de Janeiro a Paraty, Paraty a Guaratinguetá, e Guaratinguetá a Vila Rica (hoje Ouro Preto).
A via afirmou-se de maneira mais ou menos espontânea com a intensificação das incursões dos paulistas. O rio Paraíba do Sul era navegável de Jacareí a Cachoeira Paulista, o que facilitou o trânsito na região. As principais mercadorias transportadas eram tropas de muares, comboios de escravos e boiadas. Além desses itens, das vilas paulistas era remetido gado bovino, toucinho,aguardente, açúcar, milho, trigo, marmelada, frutas, panos, calçados, drogas e remédios, algodão e outros. Do reino provinham sal, ferramentas (enxadas, almocafres, etc.), armas, azeite,vinagre, vinho e aguardente. A cidade de Lorena, por exemplo, nasceu em função da travessia do rio, pelo porto fluvial de Guaypacaré.
Com a abertura do Caminho Novo, por Magé e Petrópolis, na Capitania do Rio de Janeiro, a ligação entre Guaratinguetá e o Caminho Velho, para Minas Gerais, ficou obsoleta. Entretanto, em Santa Anna e em Conceição (Guarulhos), ainda era praticado um caminho por São Pedro, Sapucaí e a Serra de Mogi-Açu, percurso mais curto para os paulistas atingiram as Minas Gerais e as trilhas para Goiás e Mato Grosso.
Em 1717, o Governador da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, D. Pedro de Almeida, o Conde de Assumar, viajou por roteiro semelhante, do Rio de Janeiro a São Paulo, passando daí às Minas.
Em meados do século XVIII, com a abertura de caminhos terrestres diretamente para o Rio de Janeiro, o Caminho de São Paulo passou a ter variantes, como:
a trilha que seguia por Cachoeira Paulista, Silveiras, São José do Barreiro e Bananal, até à Guarda do Coutinho (atual Pouso Seco), no limite entre as capitanias, próximo a Rio Claro, já na Capitania do Rio de Janeiro; ou
a rota por Resende, Quatis e Piraí, no Rio de Janeiro, até Campo Alegre, e daí por diversos caminhos até ao Rio de Janeiro.
Uma dessas variantes, o Caminho da Calçada, aberta em 1724, ficou conhecida também como Caminho da Independência, por ter sido utilizado por D. Pedro I (1822-1831) quando de seu retorno de Santos ao Rio de Janeiro, quando da proclamação da Independência, às margens do rio Ipiranga. Este caminho ligava o Rio de Janeiro a Guaratinguetá, de onde se tomava o rumo a São Paulo ou a Vila Rica.
À época do Primeiro Reinado, o percurso iniciava-se em São Paulo, prosseguindo por Santa Anna (atual bairro de Santana), Conceição (Guarulhos), Escada (Guararema), Jacarahi (Jacareí), S. José (São José dos Campos), Tubate (Taubaté), Pindaminhaguba (Pindamonhangaba), Guratinguito (Guaratinguetá), Piedº (Lorena) e Guarda do Coutinho (Porto Seco). Fonre: Wikpedia  http://migre.me/cVWdZ
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Nota: Em 01 de dezembro de 2013 - Correção de rota: caso fosse o rio Paraíba do Sul navegável de Jacareí a Cachoeira Paulista, resultaria injustificável o nascimento da Freguesia da Piedade (Lorena-SP) em função da obrigatoriedade de travessia do rio, pelo porto fluvial de Guaypacaré. Definitivamente, esse era o limite de navegabilidade do Rio Paraíba, uma vez que, a partir dessa localidade a formação de catadupas tornava extremamente arriscado navegar até a Cachoeira Grande. Por outro lado o prolongamento do caminho em direção a Minas Gerais, via  espaço colonial de Piquete-SP, Serra de Jaguamimbaba, resta sobejamente comprovado em cartografias históricas.
Fonte: Mapa http://migre.me/gR91C
Obs: Caminho Geral do Sertão, Estrada Real do Sertão, Caminho dos Paulistas,  via Registro (Piquete-SP) em direção ao Alta da Serra de Jaguamimbaba, (Meia Lua, Garganta do Sapucaí, Desfiladeiro de Itajubá) espaço colonial de Piquete-SP, entrando por Marmelópolis-MG

 Obs: Caminho Velho,  via Registro (Piquete), espaço colonial de Piquete-SP,  passando por Conceição do Embaú (Cruzeiro-SP) entrando pela Garganta do  Embaú  em direção a Minas Gerais. 
Visão de Piquete-SP, Serra de Jaguamimbaba, colinas, descritas entre as 05 (cinco) Serras Altas no Roteiro de Viagem de André João Antonil. Obra, Cultura e Opulência do Brasil, por suas Drogas e Minas, publicada em março de 1711 em Lisboa e confiscada no dia 20 do mesmo mês.

a construção do território brasileiro 7º ano

domingo, 20 de janeiro de 2013

Dicionário Gaudério - Piquete

Piquete: Pequeno potreiro, ao lado da casa, onde se põe ao pasto os animais utilizados diariamente. (Fonte: http://migre.me/cTCdM)
Curral de Pedras
Fonte: Blog Relicário de Memórias  http://migre.me/d04eg
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Curral de Contagem ou Curral de Pedras
O Curral de Contagem é uma construção do século 18 e parece ser a única do gênero em Minas Gerais. Possui um formato quadrado, com duas aberturas para cancelas.
Trata-se de uma edificação de pedras filetadas irregulares com junta seca dispensando, assim, o uso de argamassa e utilizando como acabamento a interpolação de pedras menores entre as maiores. O resultado são paredes bastante largas, com 70 cm de espessuras e 2 m de altura. Com o intuito de facilitar a visibilidade para a contagem do gado, ao lado das cancelas e em uma das laterais, existem degraus de pedra em balanço, para facilitar o acesso ao topo do muro.
Apesar de não existirem documentações que tratem especificamente do Curral da Contagem ou, como também ficou conhecido, Curral de Pedras, sabe-se que o mesmo foi utilizado como entidade alfandegária para que se fizesse a contagem do gado destinado ao abastecimento da região de Diamantina. Existe até mesmo uma hipótese de que a ocupação de Curimataí se deu pela existência desta atividade na região, o que ocasionou a aglomeração de casas na época da formação do povoado.
Ainda hoje, o Curral preserva suas características iniciais, apesar das cancelas de madeira terem sido retiradas, a reconstrução e restauração feita pelos moradores locais. (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre http://migre.me/d04JA)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Do borrão às aguadas: os engenheiros militares e a representação da Capitania (Transcrição)

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O governador D. Francisco de Sousa permaneceu inicialmente em Santos e São Vicente, mas as Atas da Câmara de São Paulo atestam sua presença serra acima em 16 de maio de 1599 (20). Acompanhado por um séquito qualificado de mineradores – Geraldo Betting e Jacques de Oalte –, dado que os motivos de sua nomeação como governador da então criada Repartição do Sul era organizar  e motivar a população de São Paulo a percorrer o sertão em busca de ouro e pedras preciosas, trouxe também consigo dois importantes engenheiros italianos: Massai e Baccio da Filicaia. As notícias de mineração de ouro no Jaraguá reorientaram a política colonizadora nos tempos da União das Coroas Ibéricas,  e D. Francisco foi deslocado às terras meridionais para estimular pesquisas e dar  um caráter sistemático às incursões de entradas e bandeiras nos sertões. A Massai são atribuídas as Relaciones Geográficas da costa da Repartição do Sul; já a Baccio da Filicaia, o primeiro esforço para estabelecer alguma disciplina no  urbanismo da vila de São Paulo e orientar o seu crescimento. Segundo Nestor Goulart, teria sido Baccio da Filicaia (21)  o responsável pelo traçado das duas ruas  retas fora dos muros do povoado: a rua Direita de São Bento e a rua Direita. Em tempos do domínio felipino, também se atribui (22)  o projeto inicial  da Fortaleza de S. Amaro da Barra Grande a outro engenheiro militar italiano,  Giovanni Battista Antonelli, que a teria projetado em 1583. Trata-se, quiçá, de  um terceiro personagem ilustre que por aqui passou, deixando vestígios  materiais. Observa-se longa ausência de engenheiros militares na região vicentina  entre o fim da União das Coroas Ibéricas e a incorporação das capitanias de  São Vicente e Santo Amaro pela Coroa, em decorrência das descobertas auríferas  além serra da Mantiqueira. A documentação do Conselho Ultramarino existente  no Arquivo Histórico Ultramarino, de Lisboa, atesta um único mapa, anônimo, datável  desse ínterim – a [Planta da baía de Paranaguá/.../ e a perspectiva da cidade de  Paranaguá] (c. 1653) –, contemporâneo da época de criação da vila (1649) e  decorrente do período da mineração de ouro na região, aliás, bastante  significativa. As minas ao redor da Baía de Paranaguá estão perfeitamente  documentadas no mapa (23)
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Fonte: Beatriz Piccolotto Siqueira Bueno http://migre.me/cShVK
Fonte: Carta corográfica - Cap. de S. Paulo, 1766 .Apresentando o Estado Político da Capitania de São Paulo em 1766, foi elaborada esta carta, com particular atenção aos limites com Minas Gerais. (http://migre.me/aWncu)
Parafraseando: A presença de D. Francisco de Sousa na serra acima, como governador da Repartição do Sul, objetivando motivar a população de São Paulo a percorrer o sertão em busca de ouro, não foi pelo Alto da Serra, espaço colonial de Piquete-SP, em demanda da Região do Alto Sapucaí? Ademais, a expedição de Andre de Leão enviada ao Sertão pelo mesmo Governador, bem como, pelo menos 2 das incoursões de Anthony Knivet, não foi pela Montanha dos Pinheiros? Não resulta justificável as dúvidas relativamente aos caminhos percorridos na visão de renomados históriadores, somado ao segredo de Estado, o fato da longa ausência de engenheiros militares na região vicentina entre o fim da União das Coroas Ibéricas e a incorporação das capitanias de São Vicente e Santo Amaro pela Coroa, em decorrência das descobertas auríferas além serra da Mantiqueira? Existe outra razão para que  apareça essa região serrana, tão somente como, a Amantiqueira quadrilheira, em conformidade com o roteiro de viagem do Padre vigário, João Faria Fialho,  ou seja, Amantiqueira vigiada? (grifos meus).

 
 

ALDEAMENTOS INDÍGENAS DO RIO DE JANEIRO (Transcrição)

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4.1 A FAMÍLIA TUPI
Os povos Tupi, que habitavam o litoral, foram os primeiros a entrar em contato permanente com os colonizadores portugueses e com as expedições francesas ao Brasil. Cronistas, viajantes, missionários, governadores, ouvidores e autoridades coloniais deixaram crônicas, relatos, cartas e outros documentos, com descrições detalhadas sobre como viviam, sobretudo os Tupinambá: suas malocas e aldeias, o tipo de agricultura que praticavam, os instrumentos de trabalho, as técnicas de fabricar canoa e de navegar, as armas que usavam nas guerras intertribais, as alianças, as formas de tratar os prisioneiros, seus rituais e crenças, sua organização social e política. Por  isso, os tupi foram mais estudados e são mais conhecidos que outros povos. Viviam em aldeias ou tabas, compostas de quatro a oito malocas,  que eram habitações retangulares, grandes e sem divisões internas,  dispostas em círculo e protegidas por uma cerca ou paliçada. No centro da  taba ficava um pátio ou uma praça, onde faziam suas reuniões e  assembléias.  Essas aldeias, em geral, estavam localizadas em terras férteis,  perto da floresta e do rio, para facilitar a agricultura, a caça e a pesca. Cultivavam, em grandes roças comunitárias, mandioca, milho, abóbora,  feijão, amendoim, tabaco, pimenta e muitas árvores frutíferas. Plantavam e  teciam o algodão, com o qual faziam suas redes de dormir. Fabricavam cestas de cipó, panelas e vasos de barro, machados de pedra, facas de casca  de tartaruga, agulhas de espinhas de peixe, e muitos instrumentos musicais  de sopro e percussão.  Segundo os depoimentos dos missionários, eram povos alegres,  apaixonados pela música e pela dança. Pintavam o corpo e enfeitavam-se  com colares feitos de conchas marinhas, penas coloridas de aves e outros  produtos.  Todas essas atividades só podiam ser realizadas, porque os povos  Tupi dominavam um vasto campo de conhecimentos. Os antigos  Tupinambá, por exemplo, tinham noções de astronomia e podiam prever as  chuvas e as grandes marés, observando as estrelas, a lua e o sol. Na área da  ecologia, conheciam as relações entre os seres vivos e o meio ambiente, os  hábitos dos animais, os locais que frequentavam, as trilhas que percorriam e  a época de amadurecimento dos frutos que lhes serviam de alimento.  Acumularam saberes sobre a propriedade medicinal dos vegetais.  Realizavam experimentos genéticos com as plantas, selecionando sementes  e testando hipóteses para melhorar as espécies. Classificaram o mundo  natural, com um rigor equivalente ao realizado pelos europeus nos campos  da biologia, botânica e zoologia Observadores cuidadosos da natureza, os  índios produziram ciência.  Os mitos, a religião e o sistema de crenças dos povos Tupi foram  documentados principalmente pelos cronistas do século XVI e estudados até  os dias de hoje. Hans Staden, um alemão que entendia de artilharia e de  canhões, passou nove meses e meio como prisioneiro dos Tupinambá, na  região de Angra dos Reis. Deixou um relato clássico escrito em 1554, no  qual descreve os lugares onde esteve, as relações entre os membros da  aldeia e os vizinhos, os costumes, as alianças, a morte cerimonial de  prisioneiros de guerra e o canibalismo, que era uma prática relativamente  corrente, socialmente aceitável e até mesmo valorizada entre alguns grupos  indígenas. Matar publicamente um inimigo era o acontecimento central,  numa sociedade onde a vingaça socializada era a instituição por excelência.  Mais informações podem ser encontradas nas crônicas portuguesas, especialmente nas de Pero Magalhães Gândavo (1557) e Gabriel Soares de
Souza (1587), nos relatos dos franceses André Thevet (1558) e Jean de  Léry(1578) e em estudos contemporâneos como os trabalhos pioneiros de  Alfred Métraux e Florestan Fernandes entre outros e os de Carneiro da Cunha e Viveiros de Castro. (ver Bibliografia).
4.2 A FAMÍLIA PURI
Os índios da família Puri não são tão conhecidos como os da  família Tupi. Os documentos sobre cada um deles foram escritos em  momentos históricos diferentes, na medida em que iam entrando em contato  com os colonizadores. Cada autor observou aspectos que mais lhe  interessava sobre os principais grupos, entre os quais se destacam os índios  que falavam as línguas Goitacá, Guarulho, Puri, Coroado e Coropó, sobre   quem reproduziremos algumas breves notícias.
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Cercas de Pedras (Fonte: http://migre.me/cRWA6
 
 Taba (aldeia) dotada de caiçara (paliçada), gravura em Wahraftige Historia und beschreibung einer andtschaft der Wilden Nacketen Grimmigen Menschenfresser Leuthen in der Newenwelt America Gelegen (Verdadeira História e Descrição de um País de Selvagens, Nuas e Cruéis Gentes devoradoras de Homens no Novo Mundo chamado América) de Hans Staden, Marburgo, 1557.
. piquete : RS Pequeno potreiro, ger. perto das habitações, onde se recolhem os animais do erviço diário (Fonte: http://migre.me/cRX6s)
cerca : 1. Barreira mais ou menos extensa, feita de madeira, bambu, pedra, arame e outros materiais, que marca o limite de um terreno, ou que o contorna parcial ou completamente, e que ger. tb. tem a função de impedir ou dificultar a passagem de pessoas ou animais para dentro ou para fora: cerca do curral: cerca da horta: cerca da quadra de tênis (Fonte: http://migre.me/cRWTY)



quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Enkheduanna: III - Salvador Correia de Sá (O Velho) Governador ...

Enkheduanna: III - Salvador Correia de Sá (O Velho) Governador ...: As bandeiras, verdadeiros bandos organizados, que integravam centenas de pessoas, constituíram-se assim como uma forma, praticamente legíti...
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"Salvador Correia de Sá, logo que teve o cargo de Administrador de Minas, também foi bandeirante - «no sentido de sertanista» - pois, com os filhos varou os sertões da Paraíba, ultrapassou a serra da Mantiqueira até ao Rio Verde e marcou o itinerário às futuras bandeiras do século XVII. Chegou a recorrer ao governo de Lisboa para que lhe enviassem mineiros.(Norton, pp.15)" (Transcrição)

MAPAS DE SANTOS
Fonte: Carta corográfica - Cap. de S. Paulo, 1766 .Apresentando o Estado Político da Capitania de São Paulo em 1766, foi elaborada esta carta, com particular atenção aos limites com Minas Gerais. (http://migre.me/aWncu)
Nota: No Caminho dos Paulistas, Caminho Geral do Sertão, Estrada Real do Sertão, o topônimo Alto da Serra (serra da Mantiqueira) em direção ao Rio Verde Corresponde a espaço colonial de Piquete-SP, região do Alto Sapucaí em demanda da Serra das Vertentes e Alto São Francisco. (grifos meus)
 
 
 
 
 

domingo, 6 de janeiro de 2013

Capitanias Paulistas (Benedito Calixto)

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"O Rio São Francisco fascinou Duarte Coelho, primeiro donatário de Pernambuco, que, para devassá-lo e arrancar-lhe as riquezas apregoadas, apenas esperava a hora de Deus, segundo sua grave expressão", escreve Capistrano de Abreu, ao se referir às penetrações do sertão setentrional. A mesma fascinação experimentaram os dois futuros donatários de São Vicente e Santo Amaro, bem como os demais colonos aventureiros ao visitarem as zonas dos estuários de Cananéia, Superagi, Morpion e os cursos da Ribeira de Iguape, Anhembi, Paraíba etc.
Além desses estuários e caudais, o que mais lhes interessava, seriam as regiões do litoral em que existiam caminhos de penetração, por onde os índios se comunicavam com o planalto e interior do sertão, os caminhos de Parati pela Serra do Facão, que conduziam o vale do Paraíba e às serras de Cataguazes [62], bem como os de Ubatuba e Caraguatatuba (as terras dos Tamoios), que estabeleciam, a estes indígenas, comunicações com o mesmo vale do Paraíba e Paraibuna, onde tinham povoações.
Os índios da Bertioga, já quase extintos nessa época, tinham seu "caminho do sertão" pelo rio Tutinga e serras que se estendem até as proximidades de Mogi das Cruzes e Paraíba. De Jurubatuba (porto de Santos) havia outra via de comunicação para Mogi, a qual se melhorou no tempo de Braz Cubas, conforme é ainda conhecido pelos vestígios existentes nas respectivas serras.
Em Santos e São Vicente, além desses dois caminhos - Tutinga (da Bertioga) e Jurubatuba - bem como de outras veredas que iam ao Alto da Serra e Borda do Campo -, existia ainda o célebre "caminho velho" (Pissaguéra) que do Rio Uruguai seguia, margeando a cachoeira, até a Grota-Funda, e dali até o alto (Rio Grande e Campo Grande), donde se dirigia para Santo André e São Paulo de Piratininga [63]. O caminho do Cubatão, depois aberto e melhorado, no tempo de Anchieta, por ordem de Mem de Sá, onde hoje trafegam os automóveis e é conhecido por Caminho do Mar, já existia nessa época e só era trilhado pelos índios.
Foi pelo caminho velho (Piassaguéra) que Martim Afonso, seu séqüito e os primeiros missionários jesuítas, Leonardo Nunes, Diogo Jacome e Pedro Corrêa, penetraram nos campos e sertões de Piratininga, antes de 1553.
São estes, aliás, fatos incontestáveis, como se podem provar, com documentos só agora conhecidos.
Além do caminho de Piassaguera e do caminho do Cubatão, no mar de Santos, que são até hoje bem conhecidos, existiam o Sul do lagamar de São Vicente, outros "caminhos do mar", que comunicavam com os sertões do interior e foram percorridos pelos primeiros povoadores e missionários.
Entre estes, os mais notáveis são: o que da aldeia de Imbohy (ou Mboy) e Santo Amaro se dirigia a Itanhaém, conhecido por Caminho do Gado, do qual as sesmarias do tempo de Martim Afonso e os velhos documentos da Câmara daquela vil nos dão notícia [64].
Essa antiga "estrada" foi ainda melhorada, após a Independência, pelo engenheiro Porfirio, a mandado do governo provincial; mais tarde, 1885, o deputado dr. Cunha Moreira, residente e proprietário em Itanhaém, por verba votada pela mesma Assembléia Provincial, mandou também melhorar o caminho da serra, desde o alto até o Porto Velho, à margem do Rio Branco.
Foi por esse caminho do mar, de Itanhaém, que o célebre caudilho, Bartholomeu Bueno de Faria, súdito da capitania de Itanhaém, residente em Jacareí, desceu em 1710, com o seu troço de índios e tropas de muares para tomar a Praça de Santos e levar o carregamento de sal, para abastecer as povoações do interior, como é bem conhecido. Foi ainda nessa mesma "estrada", perto de Praia Grande, que a escolta, vinda de Santos, o prendeu - oito anos após o crime por ele praticado[65].
E ainda por este "caminho do gado", que os moradores do ALto da Serra, do distrito de Santo Amaro e Itapecirica, desciam e descem, com animais, para Conceição e Praia Grande.
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Fonte: http://migre.me/cH3rL

História do Brasil (Transcrição)

O Ciclo do Ouro

No final do século XVII foi descoberto, pelos bandeirantes paulistas, ouro nos ribeiros das terras que pertenciam à capitania de São Paulo e mais tarde ficaram conhecidas como Minas Gerais. Descobriram-se depois, no final da década de 1720, diamante e outras gemas preciosas. Esgotou-se o ouro abundante nos ribeirões, que passou a ser mais penosamente buscado em veios dentro da terra. Apareceram metais preciosos em Goiás e no Mato Grosso, no século XVIII. A Coroa cobrava, como tributo, um quinto de todo o minério extraído, o que passou a ser conhecido como "o quinto". Os desvios e o tráfico de ouro, no entanto, eram freqüentes. Para coibi-los, a Coroa instituiu toda uma burocracia e mecanimos de controle.[35] Quando a soma de impostos pagos não atingia uma cota mínima estabelecida, os colonos deveriam entregar jóias e bens pessoais até completar o valor estipulado — episódios chamados de derramas.
O período que ficou conhecido como Ciclo do Ouro iria permitir a criação de um mercado interno, já que havia demanda por todo tipo de produtos para o povoamento das Minas Gerais. Era preciso levar, Serra da Mantiqueira acima, escravos e ferramentas, ou, rio São Francisco abaixo, os rebanhos de gado para alimentar a verdadeira multidão que para lá acorreu. A população de Minas Gerais rapidamente se tornou a maior do Brasil, sendo a única capitania do interior do Brasil com grande população. A essa época maioria da população de Minas Gerais , aproximadamente 78%, era formada por negros e mestiços. A população branca era formada em grande parte por cristãos-novos vindos do norte de Portugal e das Ilhas dos Açores e Madeira. Os cristãos novos foram muito importantes no comércio colonial e se concentraram especialmente nos povoados em volta de Ouro Preto e Mariana. Ao contrário do que se pensava na Capitania do Ouro a riqueza não era mais bem distribuída do que em outras partes do Brasil. Hoje se sabe que foram poucos os beneficiados no solo mais rico da América no século XVIII.
As condições de vida dos escravizados na região mineira eram particularmente difíceis. Eles trabalhavam o dia inteiro em pé, com as costas curvadas e com as pernas mergulhadas na água. Ou então em túneis cavados nos morros, onde era comum ocorrerem desabamentos e mortes. Os negros escravizados não realizavam apenas tarefas ligadas à mineração. Também transportavam mercadorias e pessoas, construíam estradas, casaschafarizes, comerciavam pelas ruas e lavras. Alguns proprietários alugavam seus escravos a outras pessoas. Esses trabalhadores eram chamados de "escravos de aluguel". Outro tipo de escravo era o "escravo de ganho", por exemplo, as mulheres que vendiam doces e salgados em tabuleiros pelas ruas. Foi relativamente comum este tipo de escravo conseguir formar um pecúlio, que empregava na compra de sua liberdade, pagando ao senhor por sua alforria.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. http://migre.me/cH1Vh
MAPAS DE SANTOS
Fonte: Carta corográfica - Cap. de S. Paulo, 1766 .Apresentando o Estado Político da Capitania de São Paulo em 1766, foi elaborada esta carta, com particular atenção aos limites com Minas Gerais. (http://migre.me/aWncu)
Nota: No Caminho dos Paulistas, Caminho Geral do Sertão, Estrada Real do Sertão, o topônimo Alto da Serra, Corresponde a espaço colonial de Piquete-SP, acesso a região do Alto Sapucaí em demanda da Serra das Vertentes e Alto São Francisco.

sábado, 5 de janeiro de 2013

A Natureza Brasileira nas Fontes Portuguesas do Século XVI (Transcrição)

Introdução 
A carta de Pêro Vaz de Caminha, que dava conta ao rei D. Manuel do achamento de uma nova terra, à qual deram o nome de Vera Cruz, transmite-nos a primeira imagem de um território prodigiosamente belo e com inúmeras promessas de riquezas. A partir daí, surgem ao longo de todo o século XVI numerosos autores a redigirem esplendorosas e minuciosas descrições acerca das extraordinárias novidades com que se depararam nas terras portuguesas do Novo Mundo
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I. Do Paraíso Terreal ao Paraíso Quinhentista 
O novo conhecimento do mundo que resultou das grandes  descobertas fez com que se abandonassem as localizações mais  fantasistas da Idade Média, que colocavam o Paraíso nas  proximidades da lua ou para além do Oceano Circular. Mas a hipótese equatorial, já proposta na Idade Média, nomeadamente por São Tomás de Aquino, ganhou novamente consistência nesta época, tendo surgido entre alguns ilustres do século XVI a tese de que o Paraíso Terreal se localizava no Novo Mundo, e mais precisamente no Brasil, pelas suas imensas grandezas e maravilhas verdadeiramente prodigiosas. Já numa carta apócrifa, supostamente escrita pelo Preste João e que circulou na Europa desde 1165, reluziam miragens de riquezas sem fim e uma fauna e flora extraordinariamente diversificadas.4 Ora, os portugueses que tinham procurado o Império do Preste João já em África, ou seja, abaixo da linha equatorial, como o demonstra a sua localização no mapa de Cantino (1502), vão julgar, ao depararem com o acervo de prodígios e maravilhas que constituíam as realidades do Novo Mundo, que tinham aportado senão no Paraíso, pelo menos muito próximo dele. Os navegantes, evangelizadores, colonos e aventureiros portugueses julgaram ver concretizado no Brasil o mito da Idade de Ouro. Era o regresso à primeira Idade da Humanidade, a um mundo onde não existia propriedade nem autoridade, e onde também se usufruía da abundância. A nudez dos Índios fez com que os navegadores, missionários e colonos portugueses remontassem à Idade do Ouro, ao pretenderem transportar para  o futuro a idade edénica. Este era um Mundo do fantástico, onde nem sequer faltavam a Fénix, os Unicórnios e as Amazonas. E as celebradas montanhas resplandecentes, tão amplamente descritas pelos nossos cronistas como realidade do  maravilhoso território brasílico que os nautas tinham recentemente descoberto no ocidente do globo terrestre, constituíam igualmente testemunho seguro de que, se não fosse este o verdadeiro Paraíso Terreal, a sua localização não estaria muito longe. Embora situado a ocidente, este local mantinha  intactos todos os indícios das descrições medievais do Paraíso.  Uma das criações do Ocidente medieval no âmbito do maravilhoso foi precisamente a do país de Cocanha, que surgiu no século XIII. Era um mundo ao contrário. É a ideia do Paraíso Terrestre e da Idade de Ouro, era como que um regresso às origens.5 Eram agora encontradas, nos autores portugueses de Quinhentos, descrições como a famosa Viagem de São Brandão em que o autor nos fala das paisagens viridentes, com bosques  frondosos, árvores belíssimas, carregadas de saborosos e  odoríferos frutos, prados férteis, eternamente verdes, cortados  de copiosas águas, possuindo uma extrema abundância e  culminando finalmente com uma belíssima montanha  resplandecente e repleta de pedras preciosas. Veja-se como o  «Jardim das Delícias é descrito na famosa Viagem de São Brandão:  «O donzel vai à frente, em cuja companhia entram no Paraíso.  Vêem aquela terra cheia de formosos bosques e rios. Os  prados são verdadeiros jardins, floridos com formosura perene – como em moradas santas, as flores exalam doces odores – com  árvores esplêndidas, preciosas flores e frutas de deliciosos  perfumes. Nem cardos, nem silvas, nem ortigas podem prosperar. Entre árvores e plantas não há nada que não difunda  doçura.  Árvores e flores crescem e dão os seus frutos todos os dias  sem que as estações se atrasem; ali, cada dia, reina um verão  suave, cada dia, florescem as árvores e se carregam de fruta, cada  dia, os bosques estão cheios de veados, e todos os rios de peixe  saboroso. Correm rios de leite, e tudo derrama abundância. [...].  Como se fosse um imenso tesouro, levanta-se uma montanha,  toda ela esbanjando ouro e pedras preciosas. Ali o sol brilha  com esplendor eterno [...].»6 Estavam reunidas nas terras brasílicas todas as virtudes que  completavam o panorama edénico. Condensavam-se no  território brasileiro todas as características próprias das visões  paradisíacas. O Brasil mantinha todas as misteriosas e inegáveis  possibilidades, como se estivesse verdadeiramente restituído à  glória dos dias da criação. 
Fonte:Maria Lucília Barbosa Seixas http://migre.me/cGckd

Porta para as riquezas do Paraíso Terrestre: 1 (Transcrição)

Paraíso sul americano - Com o avanço dos descobrimentos marítimos ibéricos, e a percepção de que numa Terra redonda o Oriente bíblico poderia estar inclusive no Ocidente (ou as cartas geográficas poderiam ser desenhadas de ponta-cabeça, de forma que os locais imaginados para o Éden ficariam em posição nobre, na parte superior), aliada às maravilhas do Novo Mundo descritas pelos navegadores, o Paraíso Terrestre e todo o conjunto de lendas que o cerca foi rapidamente transportado para o interior da América do Sul.
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Mas, bem antes de Martim Afonso se instalar em São Vicente, já era conhecido o caminho do Peabiru, que, com uma das ramificações partindo do litoral vicentino (outra delas começaria na Ilha de Santa Catarina), atingiria os contrafortes dos Andes - onde as montanhas nevadas, com certos efeitos luminosos causados pelo Sol sobre a neve, se transformavam facilmente em montanhas de encostas douradas, de ouro, confirmando assim os mitos do Paraíso Terrestre e da Lagoa Dourada.

 

Mina de Prata em Potosi, na atual Bolívia, em estampa de Theodor de Bry e Matthäus Merian Reprodução de Americae Praeterita Eventa, de Helmut Andrä e Edgard de Cerqueira Falcão, Editora da Universidade de São Paulo, 1966, São Paulo/SP

Desde São Vicente - Em sua obra Visão do Paraíso, toda ela dedicada à análise desses mitos especialmente na época dos Descobrimentos, conta Sérgio Buarque de Holanda que "a possibilidade de se acharem pelo caminho de São Paulo as mesmas riquezas que tinham sido procuradas a partir de Porto Seguro, do Espírito Santo e da Bahia ficara demonstrada, aliás, desde que Brás Cubas, conforme já foi notado, trouxera ou fizera trazer do sertão mostras de ouro, além de recolher pedras verdes de suas mesmas propriedades, que corriam, como se sabe, até o limite ocidental da demarcação lusitana, ou seja, até as raias do Peru. E, em 1574, segundo um documento divulgado por Jaime Cortesão (Pauliceae Lusitana Monumenta Historica, I, págs. XCLX e CI), certo Domingos Garrucho (ou Garocho?), morador na capitania de São Vicente, e possivelmente em Santos, onde devera ter conhecido Braz Cubas, recebeu patente de mestre de campo do descobrimento da lagoa do Ouro". 
Além das referências sobre caminhos possíveis para se chegar a esses lugares fantásticos, dadas pelos degredados e pelos indígenas, São Vicente tinha uma outra vantagem sobre os pontos litorâneos mais ao Norte: a menor distância entre o litoral e os Andes, encurtando bastante a viagem. De fato, os antecessores dos primeiros bandeirantes teriam - mesmo com todas as adversidades - chegado por terra aos rios da Prata/Paraná e São Francisco, senão ao território inca peruano. Assim pensou Dom Francisco de Sousa, "nomeado capitão-general de São Vicente, Espírito Santo e Rio de Janeiro, ou melhor, quando ainda governador-geral do Brasil". 
Em 1553, chegava a Lisboa a notícia levada por Tomé de Sousa, atribuída a certo mameluco do Brasil que o acompanhava, que pretendia ter andado no Peru, de onde tornara por terra à costa do Brasil e afirmava que tal percurso poderia ser feito em muito poucos dias. Em 1560 e no ano anterior, tinham-se realizado as expedições de Brás Cubas e Luís Martins, a partir do litoral vicentino, e "de uma delas há boas razões para presumir que teria alcançado a área do São Francisco, onde recolheu amostras de minerais preciosos. Marcava-se, assim, um trajeto que seria freqüentemente utilizado, no século seguinte, pelas bandeiras paulistas", refere Sérgio Buarque de Holanda. 
O historiador Capistrano de Abreu tentou identificar tal mameluco citado por Tomé de Sousa como sendo Diogo Nunes, provavelmente natural da capitania de São Vicente, que por volta de 1554 ofereceu a Dom João III curiosos Apontamentos sobre uma viagem ao Peru, relatando que seria possível "ir por São Vicente, atravessando pelas cabeceiras do Brasil, tudo por terra firme". Nesse ponto, contradiz outro historiador, Varnhagen, que acreditou ser o espanhol Diogo Nuñes de Quesada o autor de tal documento. 
Um documento aparentemente definitivo sobre o tema seria a relação que Martin de Orue escreveu antes de setembro de 1554 (conservada no Arquivo de Índias de Sevilha), com o trecho "del peru vyno por el año pasado un pasajero natural portugues que se dize domyngo nunes natural de Moron ques Junto ala Raya de Castilla el qual trujo de veynte a treynta myll ducados este andando persuadiento al Rey por uma conquysta por el Brasil para por ally entrar a las espaldas de cuzcol [...]". Com as abreviaturas usadas na época e o pouco esmero de Orue na transcrição de nomes portugueses, não é difícil a Sérgio Buarque de Holanda apontar que Domingos e Diego sejam o mesmo prenome do viajante natural de Mourão (Moron), junto à raia de Castela, na Espanha. 
Sérgio Buarque cita por sua vez o Archivo de Indias (Sevilha), conforme cópia da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro: "[...] traxo consigo vn ombre hijo de vn portugues ~q lo ubo de vna mujer del brasil el qual se crió por la tierra del brasil adelante y ~q el dho ombre dize que ha estado en d peru y ~q del peru vino alli al brasyl por tiérra y ~q esta muy çerca de aquello y ~q donde estan los portugueses en el peru y ~q creis ~qlo que este ombre dize deue ser en la demarcaçion de sua mag.de el brasyl em muy pocos dias por tierra yran y ~q ay mas mynas de oro e plata ~q en y tenesys por çierto que juntamente con los que alla tiene en el brasyl lleguen al cauo esto que dize ese ombre y tengoos en seruiº el aviso que dello nos days que ha sydo açertado [...]". Ele observa a respeito que "este ofício do príncipe, datado de Valladolid aos 17 de novembro de 1553, responde à carta de Luís Sarmiento de 8 do mesmo mês e ano." Luís Sarmiento de Mendoza era embaixador espanhol em Lisboa. 
São também citadas as narrativas de Anthony Knivet sobre como seria bem mais curto o trajeto do litoral vicentino (que abrangia Cananéia, um dos pontos de entrada dos expedicionários) ao Serro de Potosi. Outro inglês - Thomas Griggs, tesoureiro do navio Minion of London, mandado ao Brasil em 1580 por uma companhia londrina de aventureiros - informava que certa parte do Peru estaria situada "por água ou terra a doze dias apenas" da vila de Santos. Seu testemunho confirma as informações do compatriota John Whithall, então morador em Santos, que atraíra a atenção dos aventureiros londrinos. 
Não por acaso, Santos e São Vicente passaram subitamente a despertar grande interesse entre mercadores, navegantes e piratas ingleses, que pensaram em estabelecer na ilha vicentina um trampolim para a conquista das minas espanholas de Potosi, já que São Vicente era pouco fortificada e bastante abastecida de víveres que sustentariam "infinitas multidões" de conquistadores.
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GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...