domingo, 31 de março de 2013

VIAJANDO PELA COMARCA DE SABARÁ (Trascrição)

RUMO AO SERTÃO
Retomando a viagem, em 12 de junho, durante praticamente um mês Luís Cáceres cavalgou pela comarca de Sabará e penetrou no sertão mineiro. No início, a rota margeava o rio das Velhas, em direção ao norte e, depois, desviava para noroeste, em direção à cidade de Paracatu, até atingir a comarca de Goiás e, finalmente, Mato Grosso. O caminho era suficientemente conhecido e a viagem foi bem planejada. O mapa utilizado para ilustrar este texto, desenhado por José Joaquim da Rocha(8), em 1778, mostra o antigo caminho.
Caminho de Cáceres no trecho da comarca do Sabará: ilustração usando mapa de José Joaquim Rocha (1778).
Cáceres estava bem informado sobre a comarca do Sabará, pois fez descrições muito corretas de lugares que estavam fora da sua rota. Começando mais uma etapa da viagem, escreveu:
“12 de Junho – Santa Luzia arraial do Figueiredo – Saí do Sabará às 5 horas e meia da manhã e cheguei ao arraial às 9 da manhã. São três léguas de distância, passam-se dois morros de muito mau caminho e, logo adiante do pequeno arraial de S. Gonçalo, se passam os lugares do alto da Soledade(9), o córrego da Laje e o dos Cordeiros, ambos com suas pontes. O arraial de Santa Luzia é grande e bonito, ali achei várias ordenanças, encontrei a partida de Goiás que trazia os quintos [imposto do quinto do ouro] e vieram acompanhados por vários oficiais de ordenança. Fonte da transcição http://migre.me/dVKuv

Caminho do Peabiru

  1. História
    Em
    1524, o náufrago português Aleixo Garcia, numa expedição integrada por dois mil indígenas carijós, partindo da Ilha de Santa Catarina ("Meiembipe"), percorreu essa via para saquear ouro, prata e estanho, tendo atingido o território do Peru, no Império Inca, nove anos antes da invasão espanhola dos Andes em 1533.
    Outros relatos dão conta de que
    Martim Afonso de Sousa, fundador da Vila de São Vicente, só se fixou naquele trecho do litoral porque, de antemão, dispunha de informações de que, dali se teria acesso ao caminho que o levaria às minas do Potosí, na Bolívia, e aos tesouros dos incas. Por sua determinação, uma expedição partiu de Cananeia (litoral Capitania de São Vicente), em 1531, com o mesmo destino, sob o comando de Pero Lobo, tendo Francisco das Chaves como guia. Seguindo por um antigo caminho indígena que entroncava com o Caminho do Peabiru, esta expedição desapareceu, chacinada pelos indígenas Guaranis, nas proximidades de Foz do Iguaçu, quando da travessia do Rio Paraná.
    O espanhol
    Álvar Núñez Cabeza de Vaca acompanhou um de seus troços, tendo descoberto, em 1542, as Cataratas do Iguaçu. Na mesma época, o aventureiro Ulrich Schmidl percorreu-o em 1553. Os jesuítas batizaram esse caminho de Caminho de São Tomé, tendo-o utilizado nas suas atividades de evangelização e aldeamento de indígenas, na região do Rio Paraná, ainda em meados do século XVI. No século XVII, bandeirantes paulistas, como Antônio Raposo Tavares, trilharam essa via para atacar as missões jesuíticas.
    O caminho tinha diversas ramificações utilizadas pelos guaranis que, através delas, se deslocavam pelas diversas partes do seu território, mantendo em contato as tribos confederadas através de uma espécie de
    correio rudimentar chamado parejhara que ligava o norte e o sul do Brasil, da Lagoa dos Patos até a Amazônia.
    Segundo a tradição desse povo, o caminho não foi aberto por eles, que atribuem a sua construção ao ancestral civilizador
    Sumé, que teria criado a rota no sentido leste-oeste.
    Pesquisas iniciadas no
    século XIX pelo Barão de Capanema levaram à formulação da hipótese de o caminho ter sido criado pelos incas numa tentativa de trazer a sua cultura até os povos da costa do Oceano Atlântico, abrindo o caminho no sentido oeste-leste, portanto. Como apoio a essa linha refere-se o testemunho de mais de um cronista de que os incas chamavam seu território de Biru. Desse modo, a denominação do caminho poderia resultar do híbrido pe-biru, que equivaleria a "caminho para o Biru". Embora não existam informações acerca da razão pela qual o projeto inca não foi levado a cabo, entre as evidências de sua presença em território brasileiro, cita-se o correio dos guarani.
    Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.  http://migre.me/dVJKU

DO DESCOBRIMENTO DO OURO À CRIAÇÃO DAS VILAS NA CARTOGRAFIA HISTÓRICA DA CAPITANIA DE MINAS GERAIS

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(...) A primeira entrada de reconhecimento ao interior do Brasil foi organizada por Martim Afonso de Souza em 1531, quando aportou no Rio de Janeiro. Mandou quatro homens ao interior que, durante dois meses, andaram 115 léguas (cerca de 700 km), das quais 65 em serras e 50 em campos, de onde trouxeram “muito cristal”. Com esta distância podem ter alcançado o centro de Minas Gerais, como deduz DERBY (1901), ou o sul de Goiás onde também há muito cristal. CALÓGERAS sugere que a expedição tenha alcançado o Rio das Mortes. Devido às poucas informações a respeito do roteiro, não se sabe até onde esta entrada penetrou. (...)
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 Caminho Velho de Paraty-SP

 Ao fundo, Pico na Meia Lua, desfiladeiro de Itajubá, Garganta do Sapucai, Alto da Serra, Caminho Geral do Sertão....

MARTIM AFFONSO DE SOUSA E A COLONIZAÇÃO DA CAPITANIA DE SÃO VICENTE (Transcrição)

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O OURO E A PRATA
O mito do El Dorado sempre fascinou os europeus por toda a sua história, crescendo ainda mais após a descoberta da América e ainda mais após os espanhóis acharem ouro e prata no Peru e no México. O sonho do El Dorado não ficou apenas no lado espanhol mas também apareceu no lado português e a capitania de São Vicente tem grande importância na procura do ouro e da prata na América. Muitos dos colonos que povoaram a capitania de São Vicente vieram em busca do ouro, que era relatado como achado por alguns pelo sertão da capitania. A busca pelo ouro e pela prata foi muito importante para o povoamento e para colonização de São Vicente e toda sua região. Essa busca serviu também para que a colonização e povoamento das novas terras não ficassem apenas na faixa litorânea e sim para que esta se estendesse pelo sertão, criando novas vilas e assim crescendo a população brasileira.
CONCLUSÃO
A Capitania de São Vicente foi uma das mais conhecidas da história brasileira, foi nela que a primeira vila brasileira foi fundada e foi nesta região que grandes cidades brasileiras surgiram.
O povoamento desta capitania já existia antes desta existir oficialmente e antes que o Rei de Portugal ordenasse a colonização desta área, por parte daqueles, náufragos provavelmente, que fundaram os seus pequenos portos, principalmente para comercialização de escravos. A colonização e povoamento da Capitania de São Vicente se deu por dois fatores principais muito importantes; o primeiro é o fator de que as terras brasileiras precisavam ser defendidas de ataques de outras nações européias, e para se defender uma terra é necessário que exista pessoas nesta terra. São Vicente era ainda um ponto de perigo de perda para os portugueses, pois esta capitania ficava perto das áreas de domínio espanhol e também próxima ao Rio de Janeiro, onde os franceses se instalaram, e também era uma zona de passagem para o Rio da Prata. O segundo fator importante para a colonização, e mais importante, povoamento desta capitania é o da busca pelo ouro e pela prata, em suma, a busca pelo el dorado; trazendo muitos portugueses que se aventuravam pelos sertões da capitania em busca do ouro.
A capitania de São Vicente foi uma das poucas capitanias em que a colonização não se deu apenas na faixa litorânea, mas também no sertão, já que a sua existência não se deu para a plantação de cana-de-açúcar como nas capitanias nordestinas. A colonização e povoamento na Capitania de São Vicente foi muito diferente das outras capitanias brasileiras.
 

 
MAPAS DE SANTOS - Caminho Geral do Sertão, via Alto da Serra, desfiladeiro de Itajubá, Meia Lua, Núcleo Embrião de Piquete-SP.
Fonte: Carta corográfica - Cap. de S. Paulo, 1766 .Apresentando o Estado Político da Capitania de São Paulo em 1766, foi elaborada esta carta, com particular atenção aos limites com Minas Gerais. (http://migre.me/aWncu)

quinta-feira, 28 de março de 2013

GLOBALIZAÇÃO E SEUS EFEITOS NO TURISMO CULTURAL SUSTENTÁVEL: ESTUDO DE CASO DO PROGRAMA SOCCER & SERVICE LA PAZ REALIZADO PELA EMPRESA RUSTIC PATHWAYS NA COSTA RICA.

1.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
No mundo contemporâneo, muito se tem falado sobre a necessidade de um  desenvolvimento pautado na conservação de recursos naturais e culturais, um desenvolvimento  sustentável. A recente e crescente preocupação com a conservação do planeta faz desse sistema  de planejamento, desenvolvimento e gestão pauta recorrente entre órgãos públicos e privados.  Há diversas definições para o termo “desenvolvimento sustentável”. Esta pesquisa adotará a definição da Comissão Internacional de Meio-Ambiente e Desenvolvimento, que  entende desenvolvimento sustentável como
"um processo de transformação, no qual a exploração dos recursos, a direção dos  investimentos, a orientação da evolução tecnológica e a mudança institucional se  harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e  aspirações humanas. (CMMAD 1991, p.109 apud RUSCHMANN 2004) "
Fonte: ROSANA – SP 2009 http://migre.me/dTcS7

GLOBALIZAÇÃO E SEUS EFEITOS NO TURISMO CULTURAL SUSTENTÁVEL: ESTUDO DE CASO DO PROGRAMA SOCCER & SERVICE LA PAZ REALIZADO PELA EMPRESA RUSTIC PATHWAYS NA COSTA RICA.

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A história de uma sociedade é fundamental para a formação de sua estrutura sóciocultural, e essa importância acarreta um aumento ao sentimento de preservação e conservação dessa cultura. Barreto (2003, p. 46) diz que: 
"Manter algum tipo de identidade – étnica, local ou regional-parece ser essencial para que as pessoas se sintam seguras, unidas por laços extemporâneos a seus antepassados, a um local, a uma terra, a costumes e hábitos que lhes dão segurança, que lhes informam quem são e de onde vêm, enfim, para que não se percam no turbilhão de informações, mudanças repentinas e quantidade de estímulos que o mundo atual oferece. (BARRETO, 2003, p.46)."
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Parada dos Tropeiros (Transcrição)


Parada dos Tropeiros

Parada dos Tropeiros - Caminho Real. - Entre os sons dos cavalos, o toque do sino colonial, o batuque dos escravos e negras servindo a saborosa cozinha mineira que os tropeiros do caminho do ouro apreciavam durante a parada obrigatória na Fazenda da Samambaia.
A parada dos tropeiros foi uma marca importante no Caminho Real aonde circulavam bravos homens levando riquezas e desenvolvimento a locais distantes.
Este costume existiu desde o início do séc XVIII, quando os tropeiros eram obrigados a fazer a troca de cavalos para continuar seu caminho. A "Parada dos Tropeiros" nos propicia uma série de outras riquezas: conhecimento, cultura, história, culinária e encantamento". Almoço típico dos Tropeiros com a saborosa cozinha mineira da Fazenda e Show de danças africanas da escravidão. Fonte: http://migre.me/dSVCj
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NOTA: UMA ANALOGIA DO CAMINHO REAL EM QUESTÃO, COM CAMINHO VELHO DE PARATY, POSSIBILITANDO VISLUMBRAR A FORMA COMO ERAM CONSTRUIDAS AS PARADAS DOS TROPEIROS, COM SEUS PIQUETES, POTREIROS, CURRAIS DE PEDRA, CERCA DE PEDRA ETC., TOPÔNIMOS RELACIONADOS A ORIGEM DE PIQUETE-SP, ORIGINÁRIA ROTA TROPEIRA.
Obs: (...) As Roças de Bento Rodrigues Caldeira – Século XVII O povoamento do atual município de Lorena está ligado ao caminho para as Minas Gerais, ao aprisionamento de índios, mas, sobretudo pela existência de extensas áreas de fronteira comercial e agrícola, que contribuiu para o estabelecimento de famílias nessas áreas, onde existiram atividades econômicas concomitantes. A primeira, de necessidade primária, que foi a utilização da terra para sobrevivência, por aqueles que não possuíam cabedais suficientes para expedições ao sertão dos minérios; a segunda, em função da estratégica localização no caminho para as Minas Gerais, que possibilitou a formação de um estreito relacionamento socioeconômico intra-regional por intermédio de redes de crédito, abastecimento e transporte de mercadorias.(...) Fonte da Transcrição Joaquim Roberto Fagundes - http://migre.me/dSWoq

quarta-feira, 27 de março de 2013

O Conceito de Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável (Transcrição)

Define-se por Desenvolvimento Sustentável um modelo econômico, político, social, cultural e ambiental equilibrado, que satisfaça as necessidades das gerações atuais, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades. Esta concepção começa a se formar e difundir junto com o questionamento do estilo de desenvolvimento adotado, quando se constata que este é ecologicamente predatório na utilização dos recursos naturais, socialmente perverso com geração de pobreza e extrema desigualdade social, politicamente injusto com concentração e abuso de poder, culturalmente alienado em relação aos seus próprios valores e eticamente censurável no respeito aos direitos humanos e aos das demais espécies.
O conceito de sustentabilidade comporta sete aspectos ou dimensões principais, a saber:
- Sustentabilidade Social* - melhoria da qualidade de vida da população, eqüidade na distribuição de renda e de diminuição das diferenças sociais, com participação e organização popular;
- Sustentabilidade Econômica* - públicos e privados, regularização do fluxo desses investimentos, compatibilidade entre padrões de produção e consumo, equilíbrio de balanço de pagamento, acesso à ciência e tecnologia;
- Sustentabilidade Ecológica* - o uso dos recursos naturais deve minimizar danos aos sistemas de sustentação da vida: redução dos resíduos tóxicos e da poluição, reciclagem de materiais e energia, conservação, tecnologias limpas e de maior eficiência e regras para uma adequada proteção ambiental;
- Sustentabilidade Cultural* - respeito aos diferentes valores entre os povos e incentivo a processos de mudança que acolham as especificidades locais;
Sustentabilidade Espacial* - equilíbrio entre o rural e o urbano, equilíbrio de migrações, desconcentração das metrópoles, adoção de práticas agrícolas mais inteligentes e não agressivas à saúde e ao ambiente, manejo sustentado das florestas e industrialização descentralizada;
Sustentabilidade Política - no caso do Brasil, a evolução da democracia representativa para sistemas descentralizados e participativos, construção de espaços públicos comunitários, maior autonomia dos governos locais e descentralização da gestão de recursos;
- Sustentabilidade Ambiental - conservação geográfica, equilíbrio de ecossistemas, erradicação da pobreza e da exclusão, respeito aos direitos humanos e integração social. Abarca todas as dimensões anteriores através de processos complexos.
* Sachs, Ignacy. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Garamond, 2000. 
O grande marco para o desenvolvimento sustentável mundial foi, sem dúvida a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em junho de 1992 (a Rio 92), onde se aprovaram uma série de documentos importantes, dentre os quais a Agenda 21, um plano de ação mundial para orientar a transformação desenvolvimentista, identificando, em 40 capítulos, 115 áreas de ação prioritária. A Agenda 21 apresenta como um dos principais fundamentos da sustentabilidade o fortalecimento da democracia e da cidadania, através da participação dos indivíduos no processo de desenvolvimento, combinando ideais de ética, justiça, participação, democracia e satisfação de necessidades. O processo iniciado no Rio em 92, reforça que antes de se reduzir a questão ambiental a argumentos técnicos, deve-se consolidar alianças entre os diversos grupos sociais responsáveis pela catalisação das transformações necessárias. Fonte:  http://migre.me/dRIXK

terça-feira, 26 de março de 2013

DUAS ASAS: A CULTURA E OS FUNDAMENTOS ÉTICOS DA VIDA HUMANA: CONFERÊNCIA DO CARDEAL TARCISIO BERTONENA UNIVERSIDADE DE HAVANA Segunda-feira, 25 de Fevereiro de 2008 "A cultura e os fundamentos ................................................................................................................................................
"A cultura e os fundamentos éticos da vida humana"

(...)

Todos os homens apreciam a cultura como um bem importante. Todavia, por que motivo a cultura constitui um bem? João Paulo II explicou-o magistralmente, quando recordou que "a educação consiste de modo substancial no facto de que o homem se torne cada vez mais humano, que possa "ser" mais e não somente que possa "ter" mais" (Discurso à UNESCO, 2 de Junho de 1980). Com efeito, por meio da cultura o ser humano "apura e desenvolve os seus inúmeros dotes do corpo e do espírito, com que procura submeter o universo pelo conhecimento e pelo trabalho; torna mais humana a vida social" (Gaudium et spes, 53). Se a cultura é um bem, então deve estar ao alcance de todos e não ser um luxo reservado exclusivamente a algumas elites. Todavia, a cultura é mais do que uma simples vontade individual de adquirir novos conhecimentos. Ela possui uma fundamental dimensão histórica e comunitária e apresenta-se-nos como um grande esforço para oferecer uma visão que incuta sentido em toda a vida, compreendendo todos os seus aspectos. A este propósito, a cultura é sempre caracterizada por uma tensão que a leva a ultrapassar-se continuamente a si mesma, numa dúplice direcção: em sentido horizontal, rumo às outras culturas, com um enriquecimento recíproco; e em sentido vertical, rumo à transcendência, rumo à nascente derradeira da verdade, da beleza e do bem. Por conseguinte, podemos dizer que a cultura é o ethos de um povo. Trata-se do seu modo de se comportar e, ao mesmo tempo, de um ideal normativo, não obstante nem sempre seja vivido e respeitado. Neste sentido, o ethos e a ética estão estreitamente ligados entre si, e não somente pela sua etimologia, mas também porque a cultura constitui o resultado da obra concreta do homem e, ao mesmo tempo, a condição do trabalho humano. Não existe cultura que não se refira a uma ética, nem uma ética desprovida de uma referência à cultura. Ambas ou conservam-se unidas ou decaem juntas. Todavia, uma simples observação coloca diante do nosso olhar o fenômeno da diversidade cultural, uma das características mais distintas deste nosso tempo, que às vezes provoca uma saudável mudança de costumes, obrigando-nos a reexaminar as convicções consideradas imutáveis. Porém, pode chegar a provocar também uma dolorosa perda de identidade, com consequências difíceis de prever. Para certas pessoas, a diversidade cultural e das normas de comportamento leva, de maneira inevitável, a afirmar a existência de uma norma moral comum e objectiva. A partir da experiência da diversidade deduz-se a impossibilidade de normas morais universalmente válidas. (....)
Fonte: http://migre.me/dRpzZ

domingo, 24 de março de 2013

Primeiros Povos da América (Transcrição)


Na opinião de muitos historiadores, o surgimento dos seres-humanos deu-se na África. Somente após muitos anos eles se deslocaram para outras regiões do planeta, até chegarem ao continente americano. Existem diversas opiniões sobre a maneira como estes povos chegaram na América, a mais aceita é de que teriam vindo do Norte da Ásia pelo Estreito de Bering, trecho que faz a separação entre Rússia e Estados Unidos (Alaska). Naquela época, o mar encontrava-se mais baixo devido à glaciação, isso fez com que uma passagem de gelo natural fosse formada entre os continentes americano e asiático e por ela os povos antigos passaram a chegaram à América.

Por outro lado, existe a hipótese de que os primeiros povos da América teriam chegado no continente ao atravessar o oceano Pacífico. Eles teriam vindo da Ásia e da Oceania. Calcula-se que os primeiros homens a migrarem para a América teriam feito a travessia há cerca de 20 a 70 mil anos e que utilizaram diversos caminhos. Os homens que chegaram ao Brasil formaram agrupamentos de caçadores, coletores, tinham domínio do fogo e construíam instrumentos de pedra. Provavelmente estariam localizados no Piauí, mas não existem muitas fontes seguras quanto a isso.
Peter Wilhelm Lund, naturalista dinamarquês, encontrou fósseis de 30 crianças e adultos da pré-história em Lagoa Santa, Minas Gerais. Segundo cálculos, estes fósseis teriam 12 mil anos. Até o ano de 1970 haviam sido encontrados aproximadamente 250 fósseis de seres humanos, o mais famoso foi um crânio batizado como “crânio de Luzia”, com data de aproximadamente 11 mil anos atrás. Estes descobrimentos em Lagoa Santa foram de suma importância para a compreensão do aparecimento do homem na América e rendem estudos até hoje.
Pesquisando a morfologia do crânio de Luzia, Walter Alves Neves, do Instituto de Biociências da USP, descobriu traços parecidos com os dos atuais aborígenes australianos e dos negros africanos. Com o apoio de outros pesquisador, o argentino Héctor Pucciarelli (Museo de Ciencias Naturales de la Universidad de La Plata), Neves elaborou uma teoria de que os povos que chegaram à América seriam de grupos distintos. Os primeiros chegaram há 14 mil anos e tinham a aparência de Luzia. Já os segundos teriam sido os mongolóides (11 mil anos atrás) e deles descenderam todas as tribos de índios da América.
Apesar de todas as teorias, o mais provável é que as Américas tenham sido povoadas por homens de diferentes origens. Com o passar dos anos, eles formaram um mosaico com uma infinidade de povos e línguas.
Fontes: COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e geral. São Paulo: Editora Saraiva, 2005. http://migre.me/dPpGY

Como o homem chegou à América?


De acordo com a teoria de Bering, o homem teria chegado à América através do estreito de Bering, durante a última era glacial.

Quando os colonizadores europeus chegaram à América, ela já era povoada. Existe uma grande discussão a cerca do modo pelo qual o homem conseguiu chegar ao continente, tendo em vista que não havia ligação desse com outro continente por meio de terras emersas.  Atualmente, existem duas teorias que tentam explicar a chegada do homem ao continente americano: a teoria transoceânica e a teoria de Bering. Segundo a teoria transoceânica, há cerca de 10 mil anos os homens que habitavam a Polinésia (na região da Oceania) se locomoveram em direção à América do Sul em pequenos barcos. Esses teriam se movido por meio das correntes marítimas que os conduziram.  De acordo com a teoria de Bering, o homem teria chegado à América através do Estreito de Bering, localizado entre o extremo leste do continente asiático e o extremo oeste do continente americano, os dois pontos se encontram separados por 85 km. Segundo essa teoria, a chegada do homem ao continente americano ocorreu há, aproximadamente, 50 mil anos, quando nômades asiáticos atravessaram o Estreito de Bering; que nesse período encontrava-se congelado em razão da era glacial, formando assim uma ponte natural entre os dois pontos. A partir daí o homem migrou até a parte meridional do continente americano. Essas são teorias que possuem maior aceitabilidade no meio científico, mas não se tem certeza quanto às suas afirmações.

sábado, 23 de março de 2013

MENSAGENS EDUCATIVAS POSITIVAS (Transcrição)



... Lembranças do dia 28 de maio de 1928 quando foi inaugurada a rodovia Rio de Janeiro - São Paulo, o antigo Caminho do Imperador (a partir de agosto de 1822), agora uma estrada melhorada, de terra batida com cascalho, chamada agora de Caminho Novo. Por essa estrada, em 1822, a cavalo, do Rio de Janeiro até Lorena, percorria-se em 14 dias e de Lorena a São Paulo, em 6 dias. E o primeiro carro a passar por Bananal no Caminho Novo, foi em 1908, dirigido por um conde francês, Lesdain.
Fonte:Antonio de Andrade http://migre.me/dOiCE

 
MAPAS DE SANTOS - Caminho Geral do Sertão, via Alto da Serra, desfiladeiro de Itajubá, Meia Lua.
Fonte: Carta corográfica - Cap. de S. Paulo, 1766 .Apresentando o Estado Político da Capitania de São Paulo em 1766, foi elaborada esta carta, com particular atenção aos limites com Minas Gerais. (http://migre.me/aWncu)
Mapa do caminho Velho do ouro via Registro (Piquete), Conceição do Embaú (Cruzeiro)

sexta-feira, 22 de março de 2013

Núcleo Embrião de Piquete-SP: No Caminho do Ouro, no Caminho da Hisrtória!


Fonte: http://migre.me/dNJVB

Sítio Histórico - Ecológico Caminho do Ouro (Paraty-RJ) - O Trajeto

Trajeto Guaratinguetá - Vila Rica - segundo descrição de Antonil (1711), mapa realizado a mando do quarto Capitão General e governador das Minas Luiz diogo Lobo da Silva (entre 1763 e 1768) e Affonso de Taunay (1927).

Guaratinguetá - saída
Guaipacaré - (depois Vila de Nossa Senhora da Piedade, hoje Lorena onde ficavam as famosas roças de Garcia Rodrigues)
Registro - (Piquete)
Conceição do Embaú - (atual Cruzeiro?)
Passa Vinte - (atual Passa Quatro?)
Pinheirinhos
Pouso Alto
Rio Verde - (atual Conceição do Rio Verde?)
Boa Vista -( Perto de onde hoje está Caxambu)
Ingaí - (bifurcação existente na estrada atualmente em Cruzília - corruptela de encruzilhada - leva a esta cidade - mencionada por Antonil)
Grambú - (atual Santana do Garambeú?)
Rio Grande - (atual Piedade do Rio Grande?)
São José Del Rei - (ou S. J. do Rio das Mortes - atual Tiradentes)
Bixinho - (pequeno povoado, atualmente distrito de Tiradentes)
Prados
Lagoa Dourada
Tanque - (?)
Susuhi - (atual São Braz do Suasuí)
Congonhas
Ouro Branco
Ouro Preto - Chegada
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(Transcrição) - Resumo: A historiografia nacional foi redefinida e passou a ser fundamental para conhecer o “ethos brasilis”, graças as descrições realizados pelos jesuítas e os estudos de cientistas do séc. XVIII. Nada foi mais desafiador do que trabalhar com a categoria de turismo nessa etapa histórica e mostrar o seu desenvolvimento. O livro de André João Antonil, chamado “Cultura e Opulência do Brasil”nos permitiu esse esforço acadêmico e abriu para os estudiosos do turismo um imenso campo para a pesquisa sobre os roteiros dos viajantes. Com um trabalho próximo ao “método da economia política”, Antonil inova as informações e monta uma série de roteiros que alavancaram os primeiros princípios dos roteiros turístico.no Brasil. 
Palavras-chaves: Roteiros turísticos, Históriografia, Modo de produção colonial, Brasil turístico. 
Fonte: Ordem Régia de censura a roteiros turísticos do século XVIII: André João Antonil no Índex http://migre.me/dNKTG

PANORAMA HISTÓRICO DA ANTIGA COMARCA DO RIO DAS MORTES (Transcrição)

Inserida no amplo contexto colonial brasileiro, a história da Comarca do Rio das Mortes, parte da antiga Capitania das Minas Gerais, representou como o restante da colônia um novo espaço no processo de expansão colonialista da Coroa Portuguesa.
O desejo de encontrar o eldorado estimulou aventureiros portugueses e brasileiros a se arriscarem pelos sertões em busca de riquezas minerais. Foram os bandeirantes paulistas os primeiros desbravadores da região que, mais tarde, passou a ser conhecida pela abundância do ouro ali encontrado. Muitas vezes, contavam com o apoio do governo português, que se empenhava em ver realizado o sonho de enriquecimento a partir da descoberta de metais preciosos, como havia ocorrido nas regiões de colonização espanhola.
As dificuldades encontradas foram diversas, desde a geografia montanhosa, a inexistência de caminhos, o risco de doenças e a ameaça indígena. Os habitantes desta região eram os índios cataguases — a tribo mais temida pelos bandeirantes, com fama de terem hábitos cruéis e até mesmo antropofágicos. Porém, a força armada do homem branco era naturalmente superior e os indígenas foram forçadamente adaptados às novas condições de vida.
Vencida a resistência indígena, o acesso aos campos gerais tornou-se mais fácil, especialmente entre os anos de 1693 e 1695, quando foi descoberta enorme quantidade de ouro de aluvião nas proximidades dos rio São Francisco, Doce e das Velhas.
Pela sua localização, a região do Rio das Mortes tornou-se passagem obrigatória para aqueles que, transpondo o Rio Grande e a Serra da Mantiqueira, vinham de São Paulo ou do Rio de Janeiro para as comarcas de Sabará e Vila Rica, nos primeiros anos da exploração aurífera.
Em meio a este caminho, havia um local denominado Porto Real da Passagem, em que o paulista Tomé Portes del Rei exercia o direito de cobrança pela passagem no rio das Mortes. Aí se formou o primitivo núcleo de povoamento compreendido entre os atuais municípios de São João del-Rei e Tiradentes. Esta rota ficou conhecida como Caminho Velho em oposição ao depois Caminho Novo, que, anos mais tarde, cortaria a região mineradora.
Naturalmente, a exploração das jazidas de ouro e a necessidade de moradia e incremento comercial de bens de consumo para os mineradores proporcionou o surgimento do Arraial Velho do Rio das Mortes (atual Tiradentes) em 1701 e do Arraial Novo do Rio das Mortes (hoje São João del-Rei) por volta de 1704. A partir daí, surgiram outros núcleos de povoamento, dando origem à localidades como Prados, Lagoa Dourada, Carrancas e Resende Costa.
No entanto, a ocupação da região mineradora não se daria de maneira pacífica. Além dos conflitos com os nativos, ocorreram sérias divergências entre paulistas e forasteiros, sobretudo portugueses e brasileiros do norte do país. A inexistência de uma autoridade constituída provocou a chamada Guerra dos Emboabas, nome pejorativo dado àqueles que vinham de Portugal e das ilhas Atlânticas e se digiram à região das minas de ouro.
Os anos de 1707 e 1709 foram marcados por intensa luta armada, caracterizando a superioridade dos emboabas, que passaram a controlar as principais datas auríferas e provocaram o deslocamento dos paulistas para áreas mais afastadas ao longo do Rio das Mortes.
O episódio conhecido como Capão da Traição, ocorrido em local próximo ao Rio das Mortes, provavelmente em 1708, marcou com violência a vitória final dos portugueses sobre os paulistas. Inúmeras lendas relatam o episódio como "... o mais horrendo acontecimento (...) em razão do qual tomou o sítio em que se deu tal episódio o nome de Capão da Traição".
A necessária intervenção das autoridades coloniais no sentido de solucionar o conflito alertou a metrópole para a criação e regularização de órgãos administrativos no âmbito da justiça e da ação fiscal. Entre as primeiras medidas oficiais estaria a distribuição de datas e sesmarias, definindo-se territórios e seus respectivos proprietários. Em 1710, a Capitania de São Paulo e Minas do Ouro é criada, sendo escolhido para governador Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho. No ano seguinte, alguns arraiais mineradores são transformados nas primeiras vilas da capitania recém-criada.
Em 1714, as jurisdições das comarcas mineiras são definidas pelo então governador da capitania, Dom Braz Baltazar da Silveira. Nesta época, a Vila de São João del-Rei é eleita a principal vila da Comarca do Rio das Mortes e diversas localidades consolidam-se, como no caso das vilas de São José del-Rei, de Nossa Senhora da Conceição de Prados, de Santa Rita do Rio Abaixo (atual Ritápolis) e do povoado de Mosquito (hoje, Coronel Xavier Chaves).
Porém, em meados do século XVIII, já se vislumbram sinais da decadência aurífera com o esgotamento de muitas minas de ouro, levando ao conseqüente enfraquecimento do pacto colonial. A Comarca do Rio das Mortes, como uma das mais importantes regiões mineradoras, é também afetada pelo rígido controle instituído nas vilas e arraiais mineradores a partir da atuação do Marquês de Pombal.
A cobrança de impostos foi a solução encontrada para que a metrópole continuasse a acumular as riquezas extraídas da colônia. O mais comum deles era o dízimo, quase sempre cobrado por um contratador, que era obrigado a recolher um certa quantia ao Erário real em troca do que conseguisse arrecadar.
Além disso, o ideário liberal de Rousseau, Montesquieu e Voltaire desperta a consciência libertária de membros da classe dominante e da pequena burguesia mineira, que se sentem prejudicados pelo monopólio reinol e pela exaustiva cobrança de impostos. Em 1789, a Comarca do Rio das Mortes envolve-se no mais importante movimento revolucionário da época — a Inconfidência Mineira.
Diversas personalidades da região foram apontadas como membros do movimento, entre eles o padre Carlos Corrêa de Toledo e Mello, vigário da freguesia de Santo Antônio na Vila de São José del-Rei, Inácio José de Alvarenga Peixoto, ouvidor da Vila de São João del-Rei, além do capitão José de Resende Costa e dos alferes Vitoriano Gonçalves Veloso e Joaquim José da Silva Xavier.
Do ponto de vista econômico, a crise da atividade mineradora, ao contrário de representar estagnação como ocorrera em outras vilas e arraiais da Capitania de Minas Gerais, incrementou novas atividades a partir da pecuária e da produção agrícola.
Desta forma, a região volta-se para a produção e o abastecimento de bens de consumo, especialmente das vilas vizinhas que ainda se dedicavam à exploração aurífera, como Sabará e Vila Rica, atingindo, mais tarde, até mesmo o Rio de Janeiro. Além da agricultura e da pecuária, a região produzia laticiníos, suínos, algodão e couro.
A atividade manufatureira representou outra opção econômica, a exemplo da fiação e da tecelagem. A despeito das proibições intituídas pelo alvará régio baixado pela Rainha D. Maria I, em 1785, que ordenava o fechamento de todas as atividades manufatureiras, fraudes e desvios de toda a espécie garantiram a permanência destas atividades, causando boa impressão aos viajantes europeus que aqui chegavam.
Em 1880, a implantação da Estrada de Ferro Oeste-Minas amplia a comunicação da região com outros centros, incrementando a vida política e econômica da região. São João del-Rei desponta como o município mais desenvolvido, enquanto Tiradentes, Prados e outras localidades se mantêm mais acanhadas e dependentes do próspero comércio são-joanense. Nesta época esboça-se uma incipiente industrialização, surgindo as primeiras fábricas de tecidos da região, como a Companhia Industrial São-joanense, instalada em 1891, e também a indústria alimentícia, consubstanciada na tradição laticínia.
O século XX vem confirmar a vocação comercial da região, que chega a possuir inúmeros estabelecimentos com mercadorias importadas, desde tecidos até automóveis. Hoje, além da agricultura, da pecuária e do comércio, a atividade turística é também importante fonte de renda, incrementada pelos cenários urbanos bastante preservados das cidades de São João del-Rei, Tiradentes e Prados e pelo charme provinciano de Coronel Xavier Chaves e Resende Costa. (Cristina Ávila)
Fonte: http://migre.me/dNDjl
 
MAPAS DE SANTOS
Fonte: Carta corográfica - Cap. de S. Paulo, 1766 .Apresentando o Estado Político da Capitania de São Paulo em 1766, foi elaborada esta carta, com particular atenção aos limites com Minas Gerais. (http://migre.me/aWncu)
Parafraseando: Pela sua localização, a região do Rio das Mortes,    que esteve submetida a jurisdição da Vila de Guaratinguetá, até que fosse criada a comarca do Rio das Morte, passando a jurisdição da Vila de São João Del Rei. Tornou-se a referida região em passagem obrigatória para aqueles que, transpondo o Rio Grande e a Serra da Mantiqueira, pelo alto da serra, em conformidade com o mapa, espaço colonial de Piquete-SP, vinham de São Paulo ou do Rio de Janeiro para as comarcas de Sabará e Vila Rica, nos primeiros anos da exploração aurífera.

Em Busca do Eldorado: Expedições Bandeiristas Brasileiras | Editora Moderna - Educação de Qualidade. (Transcrição)

Em Busca do Eldorado: Expedições Bandeiristas Brasileiras | Editora Moderna - Educação de Qualidade.

O descobrimento maciço do ouro foi concretizado somente no final do século XVII. As primeiras regiões que iniciaram a exploração foram Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Para atender a demanda, mais de 30 milhões de homens de todas as partes do Brasil serviram de mão de obra para a extração dos metais preciosos das jazidas. Sob a motivação de enriquecimento, os pólos de mineração se tornaram verdadeiros caldeirões urbanos, repletos de grande fluxo populacional.
“COMBATE CONTRA BOTOCUDOS” - OBRA DE JEAN BAPTISTE DEBRET, de 1827. Guerra dos bandeirantes contra tribos de Piratininga

CAMINHO DO OURO, ESTRADA REAL DO SERTÃO, CAMINHO DOS PAULISTA, VIA TERRAS ALTAS DA MANTIQUEIRA

Bocaina de Minas - MGFonte:http://migre.me/dMYL5
Estrada Real do Sertão.






 
Romeiros das Terras Altas, no Caminho Geral do Sertão, Caminho dos Paulista, Estrada Real do Sertão, Alto da Serra, Meia Lua, Desfiladeiro de Itajubá (localidade onde foi instalado um registro com o mesmo nome em 1765),  Garganta do Sapucaí, espaço colonial de Piquete-SP,  seguindo para o Santuário de Nossa Senhora Aparecida em maio de 2011.





 

domingo, 17 de março de 2013

(Transcrição) Valor da Língua - Análise de nomes de localidades ajuda a contar a história da Estrada Real

Os naturalistas que visitavam o Brasil desde o século XVI vinham atraídos tanto pela natureza exótica quanto pela curiosidade científica. A partir da abertura dos portos, em 1808, o fluxo de viajantes se tornou mais frequente. De volta aos países de origem, eles escreviam e publicavam relatos que hoje são lidos e analisados por historiadores para tentar preencher lacunas de informação sobre o passado brasileiro. Descritivos e impressionistas, os textos auxiliam também pesquisadores de outras áreas. Ao estudar os nomes das cidades que compõem o roteiro da Estrada Real – os vários caminhos que levavam às minas de ouro e diamantes e foram basais na formação de Minas Gerais –, os linguistas viram nas observações dos viajantes naturalistas uma rica fonte de dados que ajuda a recuperar a memória daquelas localidades (ver exemplos nestas páginas). A Estrada Real é um conjunto de quatro vias: Caminho Velho, Caminho Novo, Caminho de Sabarabuçu e Caminho dos Diamantes. Todos foram abertos entre os séculos XVII e XVIII para penetrar sertão adentro numa época em que o Brasil era ocupado praticamente só no litoral.


Fonte: créditos de Neldson Marcolin http://migre.me/dIJ7B
Caminho Velho: Guaratinguetá, Guaipacaré (Lorena-SP), Registro (Piquete-SP), Conceição do Embaú (Cruzeiro-SP).

Os sertões proibidos da Mantiqueira: desbravamento, ocupação da terra e as observações do governador dom Rodrigo José de Meneses*


RESUMO
Os sertões da Mantiqueira eram considerados pela Coroa portuguesa área proibida ao povoamento e à exploração econômica. Entretanto, ao longo do século XVIII, essa região foi ocupada fortuitamente e à revelia da lei. Demonstrar os significados, à ocupação e o entendimento dos sertões como algo movediço e em constante alteração será o nosso objetivo inicial de análise. A seguir, analisaremos as maneiras utilizadas pelos moradores dos sertões para burlar as proibições de usufruto daquelas terras, destacando-se, sorrateiramente, as atividades empreendidas por José Aires Gomes. Por último, mostraremos as  observações que o governador dom Rodrigo José de Meneses legou-nos de sua viagem àquelas paragens, a fim de normalizar as ocupações das terras proibidas da Mantiqueira. Palavras-chave: Minas Gerais. Mantiqueira. Sertões. Ocupação da terra.

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A região da Mantiqueira era um ponto nevrálgico na capitania, por ser área de fronteira “eriçada de morros elevadas e coberta de  vegetação espessa, foi vista desde cedo o início da exploração aurífera como terreno propício ao descaminho e contrabando de ouro e pedras preciosas.” Assim, desde o instante em que se abriu o Caminho Novo que ligava o Rio de Janeiro a Minas Gerais, no final do seiscentos, instalaram-se registros na serra por onde devia transitar qualquer comboio que saísse ou qualquer carregamento que entrasse em Minas. Com exceção dos sesmeiros estabelecidos ao longo daquela estrada, necessários ao abastecimento dos viajantes e à alimentação dos animais em trânsito — devido às roças que plantavam e aos pastos que mantinham —, nenhuma outra pessoa podia se fixar na região12. Durante muitos anos, os “matos gerais” da Mantiqueira ficaram esquecidos pelas autoridades metropolitanas. Registra-se que em 1755, quando algumas pessoas teriam aberto picadas que cruzavam aqueles sertões, o governador interino José Antônio Freire de Andrada, 2º conde de Bobadela (1752-1758), publicou o Bando de 20 de setembro daquele ano, confirmando os sertões do “distrito da Mantiqueira” como área proibida. No ano anterior, no mês de outubro, o então capitão Manuel Lopes de Oliveira, morador da fazenda da Borda do Campo, contígua ao sertão da Mantiqueira, representara ao mesmo governador notícias sobre a construção de três picadas feitas por “várias pessoas da freguesia da Borda do Campo”, nos “matos gerais do Rio de Janeiro”, com o “pretexto de necessária serventia para as suas fazendas”. Como a abertura das picadas se avolumava naquelas paragens, o alferes João Carvalho de Vasconcelos, que patrulhava o Caminho Novo, repreendeu Manuel Lopes, que era o responsável por aquela área, para que “sem demora mandasse notificar as pessoas (...) para que não continuassem mais na abertura das ditas picadas”13. A preocupação com os desvios era tanta que o mesmo alferes também notificou o capitão Sebastião Gonçalves Pinto a fim de que este parasse de incentivar a abertura de rotas alternativas nos sertões da Mantiqueira, da mesma forma que precedera contra Manuel Lopes de Oliveira. Ambos foram advertidos “para que as [picadas] não continuassem até ele governador [2º conde de Bobadela] tomar sobre elas o conhecimento necessário, [com] pena de serem presos”14. Essa medida paliativa por parte do alferes não adiantou nada, pois Manuel Lopes de Oliveira empreendeu política de expansão de terras na região, independentemente da proibição daqueles sertões. A Coroa portuguesa considerava crime de lesa-majestade a abertura de vias de comunicação (que não fossem autorizadas pela metrópole), por recear o extravio dos quintos. Muitas vezes grupos de moradores tentaram abrir estradas à própria custa para facilitar o comércio e evitar a passagem pelos registros da capitania, onde eram feitos o controle de entrada e saída de pessoas e mercadorias e a cobrança dos impostos. Ações individuais e coletivas permitiram a criação de desvios nos intrincados sertões da Mantiqueira. Incorporá-los aos espaços conhecidos e controlados da capitania correspondia a um processo de maior envergadura, que compreendia a interiorização da colonização, a conquista e a preservação dos territórios portugueses. Nesse contexto, o sertão, entendido como algo movediço e em constante alteração pela amplitude das explorações, se identificava com quatro grandes impulsos: o nordestino, voltado para a exploração do litoral açucareiro e que resultou na luta contra os holandeses; o nortista, voltado para a exploração da Amazônia; o sulista, até o Prata, tendo como pólo o Rio de Janeiro; e o paulista, de orientação centro-sul, devassando o interior da América do Sul — embrenhando-se nas escarpas da Mantiqueira, principalmente15. O governador dom Rodrigo José de Meneses (1780-1783), recebendo informações sobre a ocupação descontrolada que ocorria naqueles sertões, da diminuição da arrecadação aurífera e dos boatos referentes aos extravios de ouro praticados nas infinitas picadas que cortavam de alto a baixo aquele local, mandou que se averiguasse a real situação daquela área vedada. Procurando constatar as razões que levaram a tão descontrolada povoação, dom Rodrigo percebeu que a mesma se iniciou à custa do tenente-coronel Manuel Lopes de Oliveira, que “alucinara” (subornara) o governador interino José Antônio Freire de Andrada para ser publicado o bando de fechamento daquelas terras, de modo a “ficar sendo o único possuidor de todo o terreno que quisesse apropriar-se”, para que pudesse “receber as utilidades e conhecer os intrincados caminhos”, apossando-se das suas riquezas minerais16. Essa mesma prática clandestina, apoiada nas atitudes de Manuel Lopes, que “soube pintar os danos que causaria abrir aquele sertão (...) fazendo todos os esforços enquanto viveu”, foi seguida pelo seu genro José Aires Gomes, que desde os tempos do governador José Luís de Meneses Abranches Castelo Branco e Noronha, 6º conde de Valadares (1768-1773), usufrui as mesmas “utilidades” e os “intrincados caminhos” que cortavam os sertões da Mantiqueira, procurando afastar “toda a idéia de que nele houvesse ouro”, a fim de impedir que as autoridades e os governadores devassassem a região em busca de novos regatos auríferos. Aires Gomes, quando soube de providências estatais para verificar a região, protestou junto ao governador conde de Valadares, convencendo-o a abandonar qualquer idéia desta natureza17
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sábado, 16 de março de 2013

Rota Franciscana Frei Galvão - Rota Equilíbrio

Contemplada pela Serra da Mantiqueira, essa é a rota mais curta com 82km de extensão. Durante todo trajeto é possível visitar belas igrejas e conhecer a cultura de cada cidade. Chegando em Guará visite a casa de Frei Galvão.

Comece agora a planejar esse agradável passeio!



Plano altimétrico:


Tabela passo a passo

Integração com Google Earth


Para abrir arquivos KMZ e/ou KML você precisará ter o Google Earth instalado em seu computador, baixe e instale o aplicativo gratuito no endereço: http://www.google.com.br/intl/pt-BR/earth/index.html.

- Abra o Google Earth em seu computador e faça login com uma conta do Google ou Gmail.

- Vá em Meus Lugares no Google Maps e depois clique em criar um novo mapa se deseja utilizar os arquivos baixados para uma nova edição ou abra um mapa já existente se deseja incorporar a ele os arquivos que deseja abrir/baixar.

- Clique em Importar. Uma janela será sobreposta ao Google Maps perguntando se você deseja importar o arquivo de uma pasta em seu computador ou de um arquivo hospedado na rede.

Arte de descobrimento de minas na América portuguesa: os roteiros (por Francisco Eduardo de Andrade/ UFMG )

Roteiro das minas acima declaradas. 
Roteiro das minas de Ouro, que descobriu o Padre Vigario João de Faria e seus parentes, e do que mais que tem em si os Campos (Defronte da Villa de Taubaté) 3 ou quatro dias de viagem, se achou o Rio de Sapucahi, e descendo de Taubaté para a Villa de Guaratinguitá tomando a Estrada Real [sic] do Sertão 10 dias de jornada com cargas para a parte do Norte sobre o monte de Amantequira quadrilheira d [...] Rio Sapucahi achou o Padre Vigario João de Faria, seu cunhado o Capitão Antonio Gonçalves Vianna, o Capitão Manuel de Borba, e Pedro de Aros em 3 ribeiros pinta muito boa, e geral de ouro de lavagem, de que trouxe a amostra delle a esta cidade, e das campinas de Amantequira 5 dias de jornada correndo para o mesmo Norte, e estrada G [...] tão, fica o serro da Boa Vista donde começam os Campos Geraes té confinar com os da Bahia advertindo que a dita Boa Vista serão 15 dias de jornada pouco menos com cargas ao Rio Grande, cujas cabeceiras nascem dos morros, e serros de Juruoca, defronte dos quaes até o Rio dos Guayanás, e um monte chamado Ebitipoca, tem 10 leguas de comprido pouco menos [...] de cascat [...] do, e defronte do mesmo Juruoca p [...] min[...] de O [...] pouco mais ou menos estão umas serras escalvadas nas quaes achou o Padre Vigario Faria, safiras [...] em viveiros de pedras cravadas; entre esta distancia [...] muitos montes escalvados pelos campos, e muitos Rios, u [...] se chama Baepindi, que se diz haver nelle metal, pe [...] Bartholomeu da Cunha, e [...] de minas de crystaes bons finos, grandes, e pequenos, e [...] indo pela mesma parte do norte se acharão [...] escalvados, e Campos Geraes acima [...] que todos mostram ter haver (sic) por muitas experiencias que se tem feito, que por falta de mineiros se não descobre: esta quantidade de campos e capões é regada com muitos Rios uns grandes outros pequenos, em que não pode faltar ouro de lavagem, que por não ter logar não fiz exame, e são os ditos campos fertilissimos de toda a casta de caça, fructas agrestes c [...] e da Ressaca do Catagoás, e Serro de Juruoca [...] tudo confina uma cousa com outro ha de vir sair dos Campos Geraes o caminho para o Rio de Janeiro.
 
MAPAS DE SANTOS - 
Fonte: Carta corográfica - Cap. de S. Paulo, 1766 .Apresentando o Estado Político da Capitania de São Paulo em 1766, foi elaborada esta carta, com particular atenção aos limites com Minas Gerais. (http://migre.me/aWncu)

Nota: O Caminho rumo Norte à partir da Vila de  Guaratinguetá, em demanda do Rio Sapucaí, era via Alta da Serra (Amantequira quadrilheira), espaço colonial de Piquete-SP, Caminho Geral do Sertão, Estrada Real do Sertão. Complementando, a região do Rio das Mortes, até que fosse criada uma comarca com o mesmo nome, estava sujeita a jurisdição da Vila de Guaratinguetá.

Vestígios indígenas na cartografia do sertão da América portuguesa

“Estradas que andam” 

Em 1725, uma carta dos oficiais da Câmara de São Paulo ao  governador Rodrigo César de Menezes afirma que:

"Sem a gente parda se não podem fazer os descobrimentos do ouro, por ser só ela a que   sabe talar o sertão e navegar os rios, livrando dos perigos que nele se encontram, por causa  das muitas cachoeiras e os mais que embaraçam as navegações, sendo a gente parda a que sustenta os sertanistas assim pelos rios como pela terra, pelo largo conhecimento que têm  de tudo o que pode servir de alimento"33.
Nos caminhos fluviais, os paulistas conservaram praticamente intactas as técnicas indígenas de construção de embarcações e de mareagem pelos rios encachoeirados. Em 1628, Luiz Céspedes y Xeria fez uma viagem de São Paulo à Assunção, onde assumiria o cargo de governador. Depois de ter andado  quarenta léguas por “tierra y a pie, por ser camiño fragosissimo que no se puede andar de otra manera con ynfinitos trabajos de liubias y rios”34, atravessou dezoito  vezes o rio Tietê e chegou a um porto onde mandou construir grandes embarcações.  Fabricou três canoas, uma delas com dezessete metros e sessenta centímetros de circunferência, dezesseis metros e meio de comprimento e um metro de trinta de dois centímetros de boca, capaz de abrigar cinqüenta índios remeiros, outros  tripulantes e mantimentos(35)
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/anaismp/v17n2/07.pdf

Mestres da História: A descoberta do ouro e a ocupação das regiões mine...

Mestres da História: A descoberta do ouro e a ocupação das regiões mine...: CNDL – Colégio Notre Dame de Lourdes Primeiro Ano – Primeiro Bimestre Coleção Pitágoras Capítulo 3 A descoberta do ouro e a ocupação das...

domingo, 10 de março de 2013

O que é o caminho do Ouro? (transcrição)


Caminho do Ouro




















                                             Estrada construída pelos escravos entre os séculos XVII e XIX, a partir de trilhas dos índios guaianazes, o Caminho do Ouro está bastante preservado e se encontra envolto pela exuberância da Mata Atlântica do Parque Nacional da Serra da Bocaina.
Ponto de passagem obrigatório, nos séculos XVII e XVIII, o caminho ligava o Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, no chamado "Ciclo do Ouro". Paraty exercia a função de Entreposto Comercial e também por sua posição geográfica, porto escoadouro da produção de ouro de Minas para Portugal. Foi uma das mais importantes cidades portuárias do século XVIII.
O caminho remonta a uma antiga trilha indígena (peabiru), utilizada pelos Guaianás que, do litoral de Paraty, atingia o vale do rio Paraíba, atravessando a serra do Mar. Por esse Caminho dos Guaianás, avançaram as forças de Martim Correia de Sá (cerca de setecentos portugueses à frente de dois mil indígenas) que, partindo do Rio de Janeiro em 1597, desembarcaram na enseada de Paraty, subindo a serra do Mar para combater os Tamoios, aliados dos corsários franceses naquele litoral.
A partir da descoberta de ouro no sertão das Minas Gerais, em fins do século XVII, o seu trajeto alcançava a vila do Falcão (atual Cunha), de onde descia alcançando o vale do rio Paraíba (Guaratinguetá), prosseguindo até Vila Rica (atual Ouro Preto), transformando-se no caminho oficial para o ingresso de escravos na região (ida), assim como para o escoamento do ouro das minas (volta), transportado por via marítima de Paraty para Sepetiba, e daí, por via terrestre novamente, pelos domínios da antiga Fazenda de Santa Cruz, até ao Rio de Janeiro, de onde seguia para Lisboa, em Portugal. Esta via estendia-se por mais de 1.200 quilômetros, percorridos, normalmente, em cerca de 100 dias de viagem.
Por conta do risco de ataque de corsários, de piratas, e de naufrágios, D. João V (1706-1750) recomendou, em 1728, a substituição do trecho marítimo, entre Sepetiba e Paraty. Por essa razão, em meados do século XVIII já existia uma variedade - o Caminho Novo da Piedade - que, partindo do Rio de Janeiro, pelo caminho para a Fazenda de Santa Cruz, alcançava o vale do rio Paraíba, onde entroncava com o Caminho de São Paulo na altura da atual cidade de Lorena.
Visitar o Caminho do Ouro permite conhecer, não só uma importante obra de engenharia, mas também uma ecologia deslumbrante e o povo paratiense com sua cultura, seu passado e seu presente. Cachoeiras, ateliers, alambiques, comidinha caseira... visite o Caminho do Ouro.
Através do Projeto de Revitalização do Caminho do Ouro de Paraty - Na Trilha da História, parceria entre Prefeitura Municipal De Paraty, Sebrae RJ e Associação de Guias de Turismo de Paraty foram recuperados 4 Km do antigo caminho. (Fonte: http://migre.me/dComL)

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...