segunda-feira, 27 de abril de 2015

BRASIL DE FATO (Transscrição)

 Livro de escravo que viveu no Brasil é traduzido por historiador
27 novembro, 2014 - 16:11 — 
 Mahommah Gardo Baquaqua foi o único escravo a trabalhar no Brasil a escrever uma autobiografia e virou símbolo da luta abolicionista no mundo.
Da Redação Do norte da África, passando por Recife, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, até se libertar da escravidão em Nova Iorque no ano de 1847. Assim foi uma parte da jornada de Mahommah Gardo Baquaqua, único escravo que passou pelo Brasil a ter escrito uma autobiografia. “Uma interessante narrativa: biografia de Mahommah G Baquaqua”, em tradução livre, foi escrita em inglês e lançada pelo próprio Baquaqua em 1854 na cidade estadunidense de Detroit para arrecadar fundos para a campanha abolicionista.  O historiador Bruno Véras, com o apoio do Ministério da Cultura e do Consulado do Canadá, onde estão os originais da obra, estudou a publicação que deve ser traduzida para o português até o final de 2015, segundo noticiou o Jornal O Globo.
“Baquaqua sempre foi um personagem que me intrigou. Ele escreveu a única autobiografia de um africano escravizado em terras brasileiras. Apesar disso, ele não é conhecido em nossa História nem em nossos livros didáticos”, contou Verás em entrevista ao jornal carioca.
A história de Baquaqua começa onde hoje é o norte de Benin. Filho de um comerciante, ele estudou em uma escola islâmica e aprendeu a ler e adquiriu conhecimentos em matemática. Foi escravizado pelo Império Ashanti, pois trabalhava em uma rota comercial onde vendia especiarias. Tempos depois seu irmão o comprou, mas ele foi pego novamente e enviado para o Brasil.
Sua obra conta com detalhes como era o tratamento dos escravos desde a entrada nos navios negreiros até como os escravos os tratavam em terras brasileiras. "Meus companheiros não eram tão constantes quanto eu, sendo muito dados à bebida e, por isso, eram menos rentáveis para o senhor. Aproveitei disso para procurar elevar-me em sua opinião, sendo muito prestativo e obediente, mas tudo em vão; fizesse o que fizesse, descobri que servia a um tirano e nada parecia satisfazê-lo. Então comecei a beber como os outros e, assim, éramos todos da mesma laia, mau senhor, maus escravos", conta em uma passagem.  Quando saiu do Recife e foi para o Rio de Janeiro, seus conhecimentos em matemática e literatura fez com que ele atuasse dentro de um navio de comércio de charque entre a capital e o Rio Grande do Sul.
Em uma encomenda de café que tinha como destino Nova Iorque, Baquaqua conta que um inglês ensinou a palavra “liberdade” a ele e dois companheiros a bordo, já que os Estados Unidos já haviam abolido a escravidão. Ele tentou fugir do navio e acabou preso, mas com a ajuda de abolicionistas locais, conseguiu escapar da prisão e ir rumo ao Haiti.
O último local que se teve notícias dele foi na cidade inglesa de Liverpool, em 1857, provavelmente por conta de seu engajamento na luta abolicionista
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Fonte: http://www.brasildefato.com.br/node/30665

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Relatório Mundial da UNESCO - Investir na diversidade cultural e no dialogo intercultural.

CAPITULO 2 : Diálogo Intercultural
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O dialogo intercultural requer o empoderamento de todos os participantes por meio da capacitação e projetos que divulguem a interação sem a perda da identidade pessoal ou coletiva.
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O êxito do diálogo intercultural não depende tanto do conhecimento dos outros como da capacidade básica de ouvir, da flexibilidade cognitiva, da empatiada humildade e da hospitalidade. Nesse sentido, e com o propósito de desenvolver o diálogo e a empatia entre jovens de diferentes culturas, foram postas em marcha numerosas iniciativas que vão desde projetos escolares até programas de intercâmbio com atividades participativas nos âmbitos da cultura, arte e desporto. Não há dúvida de que a arte e a criatividade dão testemunho da profundidade e plasticidade das relações interculturais, assim como das formas de enriquecimento mútuo que propiciam, para além de auxiliarem a contrariar as identidades fechadas e a promover a pluralidade cultural. Do mesmo modo,  as práticas e os  acontecimentos multiculturais, como o estabelecimento de redes de cidades mundiais, os carnavais e os festivais culturais podem ajudar a superar  barreiras criando momentos de comunhão e diversão urbanas. As memórias (recordações) divergentes têm sido causa de muitos conflitos ao longo da história. Ainda que por si só, o diálogo intercultural não possa resolver todos os conflitos políticos, econômicos e sociais, um dos elementos-chave do seu êxito consiste na criação de um acervo de memória comum que permita o reconhecimento das faltas cometidas e um debate aberto sobre memórias antagônicas. A formulação de uma versão comum da história pode revelar-se crucial para a prevenção de conflitos e para as estratégias a adotar no pós-conflito, dissipando um passado que continua a estar presente. A Comissão de Verdade e Reconciliação sul-africana e os processos de reconciliação nacional em Ruanda constituem  exemplos recentes da aplicação política dessa estratégia de recuperação. A promoção de “lugares de memória” (a prisão de Robben Island na África do Sul, a ponte de Mostar na Bósnia e os Budas de Bamiyan no Afeganistão) demonstra igualmente que o que nos diferencia pode também contribuir para nos unir, ao contemplarmos os testemunhos da nossa humanidade comum. Fortalecimento da autonomia A promoção do diálogo intercultural conflui em grande medida com a abordagem de identidades múltiplas. Não deveria encarar-se o diálogo como uma perda do próprio, mas como algo que depende do conhecimento que temos de nós mesmos e da nossa capacidade de passarmos de um conjunto de referências a um outro.  Requer o fortalecimento da autonomia de todos os participantes, mediante a atribuição de capacidades e projetos que permitam a interação, sem prejuízo da identidade pessoal ou coletiva Essa perspectiva pressupõe reconhecer os modos de funcionamento  etnocêntrico que frequentemente adotam as culturas dominantes e reservar um espaço maior aos sistemas de pensamento que admitem formas de saber exotéricas e esotéricas. O sucesso dos estudos cartográficos comunitários é um exemplo notável e ajudou a capacitar as populações indígenas que procuram recuperar no plano internacional o direito à terra e aos recursos ancestrais e um desenvolvimento autonomamente definido. Um dos principais obstáculos à acomodação de novas vozes na esfera do diálogo intercultural é a subordinação generalizada das mulheres a interpretações preponderantemente masculinas das tradições culturais. Em muitos contextos sociais cabe às mulheres desempenhar uma função diferenciada na promoção da diversidade cultural, pois muitas vezes são elas as portadoras de valores na transmissão do idioma, dos códigos e sistemas éticos, das crenças religiosas  e dos modelos de conduta. A desigualdade entre homens e mulheres é multidimensional e interage de modo sub-reptício com outras formas de desigualdade fundadas, nomeadamente, sobre critérios raciais, sociais ou econômicos. A chave para um processo de diálogo intercultural frutífero está no reconhecimento da igual dignidade dos participantes. Pressupõe reconhecer e respeitar as diferentes formas de conhecimento e os seus modos de expressão, os costumes e tradições dos participantes e os esforços por estabelecer um contexto culturalmente neutro que facilite o diálogo e que permita às comunidades expressar-se livremente. Isso é especialmente verdade no caso do diálogo interconfessional, dimensão crucial da compreensão internacional e, por conseguinte, da resolução de conflitos. Para além dos intercâmbios institucionais entre personalidades eruditas ou representativas, o diálogo interconfessional assume um relevo ainda maior quando e se procura incluir intercâmbios de variada natureza, nomeadamente associações locais  ou comunitárias, contando com a participação de populações autóctones, jovens, mulheres, a fim de procurar conciliar diferentes pontos de vista.

"Conferência de Durban", "Rota do Escravo" X Recomendação do Comite MInisterial dos Negócios Estrangeiros do Conselho da Europa. Uma analógia justificavel, na busca da verdade Histórica (grifos meus)

Livro Branco sobre o Diálogo Intercultural
“Viver Juntos em Igual Dignidade”
Lançado pelos Ministros dos Negócios Estrangeiros do Conselho da Europa por ocasião da sua 118.ª reunião ministerial (Estrasburgo, 7 de Maio de 2008)
4. Cinco abordagens de acção política para promover o diálogo intercultural
4.3.1 Domínios-chave de competências: a cidadania democrática, a aprendizagem das línguas, a História
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A Recomendação do Comité de Ministros sobre o Ensino da História no Século XXI (2001)20 realça a necessidade de desenvolver nos estudantes a capacidade intelectual de analisar e de interpretar a informação de forma crítica e responsável através do diálogo, da investigação de factos históricos e de um debate aberto fundado numa visão plural, em particular sobre questões controversas e sensíveis. O ensino da História contribui para evitar a repetição ou a negação do Holocausto, dos genocídios e de outros crimes contra a humanidade, limpezas étnicas e violações maciças dos direitos humanos, para sanar as feridas do passado e promover os valores fundamentais mais caros ao Conselho da Europa; é um factor decisivo de reconciliação, de reconhecimento, de compreensão e de confiança mútua entre os povos. O ensino da História numa Europa democrática deverá ocupar um lugar essencial na formação de cidadãos responsáveis e activos e no desenvolvimento do respeito por todas as diferenças, fundado na compreensão da identidade nacional e dos princípios de tolerância. O ensino da História não pode constituir um instrumento de manipulação ideológica, de propaganda ou de promoção de valores ultranacionalistas, xenófobos, racistas ou anti-semitas e intolerantes. As investigações históricas e a História ensinada na escola não podem, de maneira alguma, ser compatíveis com os valores fundamentais e o acervo do Conselho da Europa se permitirem ou promoverem representações erróneas da História. O ensino da História deverá englobar a eliminação dos preconceitos e dos estereótipos, ao colocar em evidência, nos programas, as influências mútuas positivas que ocorreram entre diferentes países, religiões e escolas de pensamento no decurso da História da Europa, assim como o estudo crítico dos usos indevidos da História, quer se tratem de usos indevidos por negação de um facto histórico, por falsificação, por omissão, por ignorância ou por apropriação ideológica.
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Nota: 1 -  Conferência de Durban: Implementação e Desenvolvimento das Politicas de Promoção da Igualdade no Brasil.
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Após 10 anos da realização da Conferência de Durban, convocada pelas Organizações das Nações Unidas, em 2001 para discutir assuntos relacionados à discriminação racial, racismo e xenofobia é fundamental que se faça uma análise das ações implementadas no Brasil, com o objetivo de viabilizar as deliberações da referida conferência.
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Destaca-se também a implementação da Lei n°10.639/2003 que inclui no currículo oficial da Rede de Ensino fundamental e médio, a  obrigatoriedade da temática História e cultura afro brasileira. Para viabilizar essa ação, em 2010 a UNESCO no Brasil, em parceria com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (SECAD/MEC) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), viabilizaram a edição completa da Coleção História Geral da África, em Português. Em oito volumes, a obra cumpre a função de mostrar à sociedade que a história africana não se resume ao tráfico de escravos e à pobreza, porque fala da história de dentro do continente. Outra importante  iniciativa brasileira na matéria em questão foi a criação, através da Lei n° 12.289 de 20 de julho de 2010 da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – UNILAB, em Redenção, no estado do Ceará, com o objetivo de, entre outros, ministrar ensino superior, desenvolver pesquisas nas diversas áreas de conhecimento e promover a extensão universitária, tendo como missão institucional específica formar recursos humanos para contribuir com a integração entre o Brasil e os demais países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – CPLP-, especialmente os países africanos, bem como promover o desenvolvimento regional e o intercâmbio cultural, científico e educacional.   Fonte: XI Congresso Luso Afro Brasileiro de Ciência Sociais Diversidade e Desigualdades Salvador, realizado entre os dias 07 a 10 de agosto de 2011 - Universidade Federal da Bahia (UFBA)
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Nota 2 - Breve referência sobre o projeto da UNESCO- "A Rota do Escravo"
Foi na 27ª Sessão da CG da UNESCO, em 1993, que, por iniciativa do Haiti e de vários países africanos, os Estados Membros da Organização confirmaram a necessidade de responder concretamente ao dever de memória, decidindo, pela Resolução 27/C.3.13, desenvolver o projeto que veio a denominar-se "A Rota do Escravo".
Orientado por um Comité Científico Internacional, O projeto foi lançado em 1994, em Ouidah, Benin, e tem desde então feito um extraordinário caminho, quebrando o silêncio sobre o tráfico negreiro, trazendo à luz do dia os traumas e as consequências desta história e as múltiplas transformações e as interações culturais que ela engendrou.
A UNESCO tem desenvolvido este projeto com parcerias importantes do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, da Organização Mundial do Turismo, do Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios, da Fundação Cultural Palmarés, do Smithsoniam National Museum of African Americam History and Culture, do Centre for Black African Arts and civilization, dos mídia em todo o mundo e, evidentemente, com os apoios dos governos dos países membros da Organização.  Fonte: http://migre.me/pBFty
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terça-feira, 7 de abril de 2015

Cruz e Souza - O Poeta do Desterro, de Sylvio Back | SESCTV


Nota: Indicação de leitura Professor Doutor Amauri Rodrigues da Silva - Mais sobre Presença e silêncio da colônia à pós-modernidade: sina-is do personagem negro na literatura brasileira                 
Presença e Silêncio da colônia à pós-modernidade: sina-is do personagem negro na Literatura brasileira é um livro que analisa livros, e pela análise deles, ?lê? a sociedade brasileira, da colonial à pós-moderna que aí está. Seu foco é a presença do negro no arcabouço social, as resultantes de suas relações e os modos de repercussão desses fatos, no emprego, artístico ou não, da palavra escrita.
Modos que denunciam 500 anos de comprometimento da Literatura com textos não-estéticos, deles referendando ideologias dominantes e reverberando discursos hegemônicos, prova do seu envolvimento com a estrutura brancocêntrica interessada na perpetuação do establishement. Modos que nos levam a entender os porquês do abespinhamento da elite de hoje com o novo ethos do negro brasileiro, que na avaliação dela é uma ameaça à peça de ficção montada por si e seus antecessores, ao longo de séculos de dominação.
Da elite que, inconformada, interpreta como tentativas de transformar o Brasil numa nação bicolor, condições e pensamentos que possibilitam novos discursos e novas práticas sociais, esquecendo-se de que o Brasil é dividido em negros e brancos, pelo menos desde 1534, quando aqui chegaram, como escravos, os primeiros negros. Esquecendo-se de que a autoria desta divisão não é dos escravos, mas, sim, dos senhores, que não por acaso eram brancos e donos do poder; e da sociedade, deles delegatária da missão de preservar o status quo que transcende relações sociais do cotidiano, e norteia livros, principalmente, os de Literatura.
É neste aspecto que a Literatura desrespeita compromissos básicos, tacitamente assumidos com a pluralidade e a polissemia, e se transforma num eficaz mecanismo em prol dos interesses da classe dominante. Fonte: http://migre.me/pnjrD
 

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Filme - O Caçador de Esmeraldas (1979) TVRip


Menino de Engenho Filme Completo


VIDAS SECAS - FILME BRASILEIRO COMPLETO - (1963) Nelson Pereira dos S...


Filme Luso-Brasileiro A ILHA DOS ESCRAVOS


Filme Quilombo 1984 ( FILME NACIONAL COMPLETO )


Le Rôle Choquant des Juifs dans l'Esclavage 1 (Ce que disent les Histori...


La Route de l'esclave, une histoire à ne pas oublier


Slave Routes: A Global Vision


Atlântico Negro - Na Rota dos Orixás


quarta-feira, 1 de abril de 2015

Fotógrafo reúne paisagens e lendas da Serra da Mantiqueira em livro

Fotógrafo reúne paisagens e lendas da Serra da Mantiqueira em livro (Foto: Arquivo Pessoal/Ricardo Martins)Fotógrafo registrou um dos últimos tropeiros da região no trabalho (Foto: Arquivo Pessoal/Ricardo Martins
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(Transcrição) O trabalho de Martins reúne diferentes paisagens da Serra e impressiona pela beleza natural da região e qualidade técnica dos registros. Além de imagens, o livro também conta com histórias de personagens da Mantiqueira, como um dos últimos tropeiros da região em Piquete (SP), e lendas que datam dos séculos XVI e XVII, como a de um suposto gigante adormecido em meio à rochas e montanhas.
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Fonte: http://migre.me/pgDOp

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...