sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Silvianópolis-MG

O arraial de Santana do Sapucaí, antigo nome de Silvianópolis, surge com a exploração de jazida às margens do rio Sapucaí, em meados do século XVIII, tendo sido a expedição de Francisco Martins Lustosa quem desbravou a região neste período do século XVIII. Como grande leva de mineradores foram atraídos para o local, o governador de São Paulo nomeou Lustosa como novo guarda-mor para essa região, seguindo-se um período de disputas de terras entre autoridades de São Paulo e de Minas Gerais. Em 1746, Francisco Lustosa toma posse do arraial de Descoberto do Sapucaí no dia 30 de Outubro, antigo nome de Santana do Sapucaí, tendo sido criada a paróquia dois anos depois. Posteriormente, com a divisão da região de Sapucaí, Lustosa é substituído pelo capitão Veríssimo de Carvalho. Data desta época o episódio conhecido como Guerra das Canoas, quando Lustosa, às margens do rio Sapucaí, destrói as canoas daqueles considerados invasores mineiros. No ano de 1832 é criado o distrito de Santana do Sapucaí e, ao ser elevado à categoria de município, em 1911, adota a denominação de Silvianópolis em homenagem ao seu ilustre filho, Francisco Silviano Brandão, presidente de Minas Gerais, ao tempo da República Velha.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Silvian%C3%B3polis

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

História (São Paulo) *Ana Carolina de Carvalho VIOTTI (Transcrição)

ANTONIL, André João.  Brazil at the Dawn of the Eighteenth Century . Tradução: Timothy J. Coates (completando uma tradução parcial iniciada por Charles R. Boxer). UMASS
– Dartmouth: Tagus Press, 2012, 246 p
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Desde meados do século XIX,  quando desperta de um hiato editorial de pouco menos de  um século melhor, passa a circular depois de ter sua destruição oficialmente  decretada –, a obra “Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas” assinada pelo então “Anônimo Toscano”  (1711) tem suscitado muitas edições. A  aqui apresentada,  sob o título de  “Brazil at the Da wn of the  Eighteenth Century” , é de 2012 e traz a primeira versão em língua inglesa da obra, fruto do  empenho inicial do professor Charles Boxer e do professor Timothy J. Coates, que  finalizou o  projeto. O autor da obra, cuja identificação passou de “anônimo” a André João Antonil e, finalmente, a João Antonio Andreoni (1649-1716), um jesuíta italiano em atividade no Brasil, bem apresenta o assunto de sua empresa: a “cultura ” , tomada por ele como a atividade agrícola, e a “opulência” ou riquezas passíveis de uso pela Coroa nas terras austrais. Das riquezas, as que considerou principais: o açúcar da Bahia e de Pernambuco e a mineração recém - descoberta nos antigos Cataguazes  – as  Minas Gerais, no século XVIII  – , grandes alvos da atenção e dedicação do  inaciano, e a pecuária e o tabaco, aos quais reservou breves capítulos. O trabalho de Antonil é demasiado detalhado: há, por exemplo, no capítulo intitulado “Sumário de tudo que é normalmente exportado anualmente do Brasil para Portugal e seu valor” (ANTONIL, 2012, p.  207), a demonstração “do bem que o Brasil propicia ao reino de Portugal”, colocando um sumário do que apresentara nas outras partes do texto, inclusive com indicações numéricas, de onde conclui que  “listando  todas as informações juntas, não deixará de atrair mais atenção” (ANTONIL, 2012, p. 207), àquilo que optara por tratar em separado.  Outros  tantos exemplos poderiam seguir.  A obra não conheceu, porém, sucesso em seu tempo. Pouco depois de ser dada à prensa, recebeu ordem régia de que a recolhessem “logo e não se deixe correr ” e, mesmo tendo passado pelo crivo censor dos peninsulares, foi então julgado que suas licenças haviam sido “dadas sem a ponderação que pede um negócio público”.1 Fosse porque “o livro ensinava o segredo do Brasil aos brasileiros, mostrando toda a sua possança, justificando todas as suas pretensões, esclarecendo toda a sua grandeza” (ABREU, 1969,  p 196), pela possibilidade de ter sido apreciada apenas pelo  Tribunal do Santo Ofício (SILVA, 2011, p. 53), por ter revelado o caminho do ouro aos estrangeiros (SCHWARTZ, 2012, p. XI),  pela conjuntura política de Portugal naquele início de século (LEITE, VII, p. 111-113)ou por nenhuma dessas razões, o fato é que apenas sete exemplares remanesceram da tentativa de extirpe.Após a “redescoberta”, em 1800, daquele tex.to inacessível, as edições, parciais, alteradas ou mais verossímeis, passaram surgir e, com elas, novas formas de período alvejado pelo irmão Andreoni.
 Todos esses dados podem não configurar novidade  à queles que dominam o português,  tanto se consideramos  o volume de reedições  quanto , especialmente,  quando se têm à  mão exemplares bastante completos e precedidos de estudos exaustivos sob re o período e a obra, como o  de Andrée Mansuy Diniz Silva – publicado na França e  em  Portugal (2001), reeditado pela Edusp /São Paulo (2007) e tida como “versão definitiva” do texto em francês por Stuart Schwartz. Esse leitor pode acessar com facilidade, ainda,  reflexões de autores de relevo, especificamente  sobre  o jesuíta e sua “Cultura e opulência” ou que o abordam para dar as cores do Brasil Setecentista,  como Capistriano de Abreu, Affonso E. Taunay,  Sérgio Buarque de Holanda, entre tantos outros. Há que se considerar,  contudo, que mesmo com a  menção  a Antonil em importantes  estudos  estrangeiros,  o texto integral ainda se mantinha fora do alcance de seus entusiastas não - lusófonos.  A primeira das edições na língua de Shakespeare, nesse sentido,  procura  trazer àqueles pesquisadores anglófonos  o texto completo do jesuíta do Setecentos.  Precedida de um breve  prefácio  do citado Professor Schwartz e uma igualmente breve introdução do tradutor final,  Professor Coates,  percebe - se que a preocupação de seus organizadores não rezava em rechear a edição com notas explicativas ou com um estudo mais detido sobre o conteúdo do documento. Não  se caracteriza, igualmente, como uma versão fac-símile: é, pois, uma tradução que busca divulgar o texto do irmão da Companhia e, a partir das alterações que tornaram, segundo Coates, o texto  inteligível ao inglês, fomentar outras pesquisas. A divisão dos capítulos e subcapítulos presente no original de 1711 foi integralmente mantida, assim como os termos que se mostraram não traduzíveis como tostões ou mascavos batidos  (ANTONIL, 2012, p.  112). Apesar dessa tentativa de manter,  com maior rigor possível, o texto pautado no original,  a alteração do título salta aos olhos e acaba  por  alter ar a intenção do autor primeiro; c omo era então corrente, Antonil oferece quase um resumo  da obra no título: “Cultura e opulência do Brasil por suas  drogas, e minas; com várias notícias curiosas do modo de fazer o açúcar; plantar e beneficiar o tabaco; tirar ouro das minas, e descobrir as da prata; e dos grandes emolumentos, que esta conquista da América Meridional dá  ao Rei no de Portugal com estes, e outros gêneros, e contratos reais”. O novo batismo do texto, algo como “O Brasil na aurora do século dezoito”, em tradução livre,  acaba por excluir aquilo que pareceu tão caro ao inaciano, a saber: enumerar com cuidado quais assuntos o leitor  poderia encontrar no volume, embora ressalte  que esse mesmo volume, para além de falar dos quatro itens  elencados pelo italiano , é um panorama sobre aquele Brasil.  Se é verdade que a Coroa portuguesa viu nas linhas do jesuíta um verdadeiro mapa para as  minas de ouro do Brasil, não com menor riqueza o historiador consegue vislumbrá-la. As  prescrições e indicações de técnicas, caminhos e assuntos vinculados à produção, beneficiamento e comércio de gêneros aqui encontrados podem ser lidas como um verdadeiro panorama das relações  sociais de outrora: através das descrições do funcionamento do engenho e dos centros mineradores,  acabava por imprimir sua ótica não só da economia, mas das gentes do Brasil. Em português, francês ou inglês , a obra permanece  como ponto de apoio e referência incontornável para os que se debruçam sobre a história econômica, do cotidiano, do trabalho, dos escravos...
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Fonte:http://www.scielo.br/pdf/his/v32n1/25.pdf
*Doutoranda em História e Cultura Social na Universidade Estadual Paulista (UNESP – SP– Brasil). Historiógrafa do Centro de Documentação e Apoio à Pesquisa História  (CEDAPH)  da mesma Universidade. Contato

Inventário dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos Escravizados no Brasil foi coordenado pelo Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI) da Universidade Federal Fluminense, em parceria com o Comitê Científico Internacional do Projeto da UNESCO "Rota do Escravo": Resistência, Herança e Liberdade” - Piquete-SP, no Caminho do Jongo, no Caminho do Ouro, no Caminho da História. (Na foto Mestre Gil do Jongo de Piquete-SP)

Jongo no Sudeste (Transcrição)

Acervo Iphan
O Jongo no Sudeste é uma forma de expressão afro-brasileira que integra percussão de tambores, dança coletiva e práticas de magia. É praticado nos quintais das periferias urbanas e em algumas comunidades rurais do sudeste brasileiro. Foi inscrito no Livro das Formas de Expressão em 2005. Nessa região, é praticado nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Ao longo do processo de Registro, comunidades manifestaram o desejo de participar da discussão: jongo de Campos, tambor da Fazenda Machadinha em Quissamã e jongo de Porciúncula (RJ), jongo de São José dos Campos (SP), jongo de Carangola (MG) e de Presidente Kennedy (ES).
Os atuais jongueiros são, geralmente, descendentes de jongueiros. Vivem em bairros pobres das cidades, onde são trabalhadores - ativos ou aposentados - e estudantes. Ali se radicaram seus avós e bisavós no período pós-abolicionista, em zonas intermédias entre campo e cidade. Alguns deles, nascidos na primeira metade do século 20, fizeram um percurso migratório entre o local de origem, geralmente uma vila ou área rural, e a cidade onde moram agora.
Guardam lembranças vívidas das rodas que viam quando crianças, dos cantos que ouviam e das histórias que seus pais e avós contavam sobre o jongo. Acontece nas festas de santos católicos e divindades afro-brasileiras, nas festas juninas, nas festas do Divino, no dia 13 de maio (Dia da Abolição da Escravatura). É uma forma de louvação aos antepassados, consolidação de tradições e afirmação de identidades, com suas raízes nos saberes, ritos e crenças dos povos africanos, principalmente os de língua bantu. São sugestivos dessas origens o profundo respeito aos ancestrais, a valorização dos enigmas cantados e o elemento coreográfico da umbigada.
No Brasil, o jongo consolidou-se entre os escravos que trabalhavam nas lavouras de café e cana-de-açúcar, no sudeste brasileiro, principalmente no vale do Rio Paraíba. Trata-se de uma forma de comunicação desenvolvida no contexto da escravidão e que serviu também como estratégia de sobrevivência e de circulação de informações codificadas sobre fatos acontecidos entre os antigos escravos por meio de pontos que os capatazes e senhores não conseguiam compreender. O Jongo sempre esteve, assim, em uma dimensão marginal onde os negros falam de si, de sua comunidade, através da crônica e da linguagem cifrada. É também conhecido pelos nomes de tambu, batuque, tambor e caxambu, dependendo da comunidade que o pratica.
 Nota: O dossiê encaminhado ao IPHAN, objetivando a inscrição do Jongo do Sudeste, no Livro de Registro da Formas de Expressão do Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial descreve a dança Rural jongo, informando outros nomes pelos quais também é conhecida, ou seja, "Tambor" e "Caxambu". Entre outras considerações, afirma tratar-se de uma herança cultural de linguá banto, habitantes do vasto território do antigo Reino do Congo, que teriam sido trazidos para trabalhar nas fazendas do Vale do Vale do Paraíba nas lavouras de cana de açúcar e café, (2)
Entretanto, dada as evidências documentais, é possível afirmar que a manifestação e existência da herança banto está relacionada no Sudeste com o inicio, ou até mesmo, antecedendo, ao período que se determinou chamar de 'a corrida do ouro". A assertiva faz sentido uma vez que, em uma das obras mais importantes para a historiografia brasileira, "Cultura e Opulência do Brasil por suas Drogas e Minas", (Andre João Antonil), de 1711. Em seu "Roteiro do caminho da Vila de São Paulo para as Minas Gerais para o Rio das Velhas", um verdadeiro registro toponímico de um Itinerário Cultural a "Rota da Diáspora Africana". Ao citar como exemplo as Cinco Serras Altas, correspondente ao contraforte da Mantiqueira, espaço colonial de Piquete-SP, onde a dança rural africana se faz presente até os dias de hoje. Em especial, após a transposição da Serra da Mantiqueira, ao descrever aspectos dos campos de altitude afirma: "Tem este campo seus altos e baixos; porém moderados; e por ele se caminha com alegria; porque tem os olhos que ver e contemplar na perspectiva do Monte Caxambu, que se levanta as nuvens com admirável altura". Ao referir-se a Caxambu, considerando que, uma toponímia está relacionada a consolidação de uma vivência, no contexto de uma visão de mundo. As informações passadas ao articulista, veio de alguém que se Caxambu não viu, possibilita no minimo, afirmar sua existência, resultante da cosmovisão reinante no seu tempo de viver ou de uma memória reinante. Ademais, a diáspora africana não se tratou de um fato isolado, mas da razão de ser, ou seja, os braços e penas dos senhores eram os escravos, como asseverou o mesmo André João Antonil. Hoje com o reconhecimento pela UNESCO, através do Projeto Rota do Escravo, do caminho do ouro, como lugar de memória da Escravidão e do Tráfico Atlântico, bem como a manifestação da dança rural Jongo. Esta mais que na hora, das comunidades do caminho,  em especial a cidade de Caxambu, apropriarem-se dessa magnifica História, e passar a ser, uma das mais valiosa representação de resgate e vivencia dessa memória,  na década Internacional do Afrodescendente, como um direito fundamental do Homem. 
Fonte: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/59                                    

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Divisa entre Minas Gerais e São Paulo - Autor: Ricardo Carrijo de Vilhena (Transcrição)

A Curiosa mudança do local do Marco de Divisa entre São Paulo e Minas Gerais.

divisa-mg-sp
 A questão bicentenária dos limites territoriais entre Minas Gerais e São Paulo perdurou desde e século XVIII até o século XX, intrigava-nos o fato de o sul de Minas ter a conformação física que possui e desde muito tempo estar mais integrado à influência política e econômica paulista desde os primórdios da colonização.
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O Conde de Assumar apoiado pelo Vice-Rei do Estado do Brasil, Marquês de Angeja requer do Rei D. João V um governo separado de São Paulo e sediado nas “Minas” isso para aumentar o controle social e arrecadatório de impostos na região. Pelo Alvará de 02 de dezembro de 1720 era criada a Capitania de Minas Gerais distinta de São Paulo tendo como limites onde se lê: determino por limite do sertão, pela parte que confina com o Governo de Minas os mesmos confins que tem a Comarca da Ouvidoria de São Paulo, com a Comarca da Ouvidoria do Rio das Mortes” isto é o sertão ignorado e impreciso (Moraes Filho, 1920, p. 15).

   A instalação da Vila de São João Del Rey desmembrada de Vila Rica em 1713 foi conservado os mesmos limites entre Vila Rica e a Vila de Guaratinguetá (que pertencia a Comarca de São Paulo) e mais a criação da Comarca do Rio das Mortes cuja a sede era São João Del Rey chamava a atenção das autoridades mineiras a “Serra da Mantiqueira” como baliza natural entre as “minas” e São Paulo.

As autoridades da Câmara de Guaratinguetá fincaram um “marco” no Morro do Caxambu que era mais ou menos a metade do caminho entre Guaratinguetá e São João Del Rey, lavraram um “Auto de Posse” em 1714. A Câmara de São João Del Rey mandou arrancar o marco de pedra e levá-lo para o alto da Serra da Mantiqueira conforme havia sido decretado em reunião de 06 de abril de 1714.

Nesta determinou-se que o limite sul da Comarca do Rio das Mortes fosse a Serra da Mantiqueira e a oeste o Sertão desconhecido.

Com a descoberta de ouro à sudeste da estrada que ligava Guaratinguetá a São João Del Rey, a posse por esse território foi disputada pelos dois governos, durando pouco a dominação paulista na região da Campanha até as margens do Sapucay-Guaçú, embora apoiando esse limite da Serra da Mantiqueira até o Rio Sapucay – Gauçu, até o Rio Grande e desse que serviu de limite entre o novo governo de Goyás em 1748 (Provisões de 1747 e 1748). Porém no documento real aparece uma cláusula facultativa “ou por onde nos aprouver”, Gomes Freire governador da Capitania do Rio de Janeiro trocou a divisa não pelos rios mas pelos divisores de água entre as bacias do Rio Grande e Sapucay – Gauçú.

Gomes Freire deu instruções a Thomaz Rubin, ouvidor da Comarca do Rio das Mortes para fazer a demarcação. Este contrariou as instruções de Gomes Freire retirando o marco de pedra da Serra da Mantiqueira para o “Morro do Lopo” próximo a Atibaia.

Em 1748 São Paulo perde a sua autonomia ficando sob a jurisdição de Gomes Freire, assim como nas Capitanias do Rio Grande e Santa Catarina, desmembradas do território paulista, em respectivamente, 1738 e 1740.

Após 17 anos, em 1765 foi reestabelecida a Capitania de São Paulo, sob o governo de D. Luiz Antonio de Souza (Morgado de Mateus) que reclama a questão do “Morro do Caxambu” como ainda aberta.

O governador de Minas D. Luiz Diogo Lobo da Silva comanda uma expedição com mais de trezentos soldados tendo Cláudio Manoel da Costa (futuro inconfidente) como secretário, para coibir o extravio de ouro nas raias da capitania, além de construir “registros” de fiscalizações nos pontos mais importantes para arrecadar os impostos.

Com a situação criada pelos dois governos, o Vice-Rei Conde da Cunha convoca uma comissão que através de longa exposição de motivos era unânime que a divisão seguisse o “Assentamento de 12 de outubro de 1765”, a divisão pela Serra da Mantiqueira e pelo Rio Sapucay – Guaçú até o Rio Grande. O plano da divisão não recebeu a sanção do rei, este temendo a diminuição da arrecadação do ouro para a contribuição das 100 arrobas anuais, não definiu precisamente as divisas. Os sucessores do governador paulista Morgado de Mateus mantiveram a situação tal como se encontrava até que com a descoberta de ouro nos “sertões de Jacuí” e diamantes no vale do Ribeirão das Canoas acirrasse a questão o que ocorrerá no século XIX.

As questões locais reaparecem entre Jacuí e a futura Franca tendo o “Sertão do Aterrado de Dezemboque” (Ibiraci) e região, como pivô central. Sendo explorado por faiscadores e caçadores do índios paulistas e tendo sesmarias ao longo da “picada de Goiás”. Os paulistas exploraram essa região também habitadas pelos “ferozes” índios Caiapós (antropófagos) e pelos negros escravos fugidos das Gerais nos quilombos do Mandú, Zundú, Dumbá, Itapixé, Muzamba, Capetinga, Cascavel e outros, levaram as autoridades mineiras a “limpar” aquele sertão dos seus moradores indesejados, inclusive os “faiscadores” de São Paulo considerados “vagabundos” “vadios” e “bandoleiros”, “pessoas sem lei e sem rei” pelos mineiros. Assim, em 1755 as três Comarcas de Minas, Vila Rica, Rio das Velhas, Rio das Mortes financiaram uma expedição liderada por Pedro Franco Quaresma para efetuar a “limpeza” daquele vale do Ribeirão das Canoas. Por isso Minas Gerais alegava a posse desse território e mais a posse da estrada que ligava Jacuí ao Desemboque (Arraial do Rio das Velhas).

Em 23 de maio de 1903, São Paulo e Minas celebram um convenio, que foi modificado em 1912, mantendo os limites tal qual se encontravam em 15 de novembro de 1889. Alguns autores enumeram que até 1889 houve sete demarcações entre elas em 1720, 1731, 1747, 1764, 1765, 1802 e três “status quo” em 1760, 1798 e 1889, e consideram que “depois de 1765 não houve demarcação alguma que fosse definitiva”.

Outras tentativas ocorreram em 1905, 1917 em um Congresso de Geografia e, 1920 pela ocasião da Conferencia de Limites Interestaduais tendo Epitácio Pessoa, o Presidente da República nesse ano como árbitro a linha Conciliatória que não foi aceita no acordo até que somente em 1936 através das comissões de limites mineira e paulista resolvessem a questão ouvindo os moradores das regiões envolvidas.
http://palacehotel.com.br/historico/divisa-entre-minas-gerais-e-sao-paulo/
DOC. ARQUIVO PUBLICO MINEIRO
Este mapa nos mostra como a região estava cortada e recortada por vários caminhos e muitas picadas. Vê-se, ainda o Caminho Velho e as diversas "fazendas" já existentes na região mineira.
1 - Monte Ita Picu
2 - Estrada do Picu (construída por volta de 1820)
3 - Lagoa da Aiuruoca
4 - Arraial de Baependi
5 - Registro da Mantiqueira
6 - Capela do Imbaú
7 - Registro de Itajubá
8 - (Barreira de Piquete)...lugar por onde se deve transpor a Serra...após o Registro de Itajubá
9 - Arraial de Itajubá
10 - Vila da Campanha
11 - Arraial de São Gonçalo
12 - Vista do Sapocahi Mirim
13 - Arraial de Santa Ana do Sapocahi (Silvianópolis)
14 - Arraial de Camanducaya
15 - Registro de Jaguari
16 - Morro do Lopo
17 - Campos do Selado (...de Camanducaya)
18 - Estrada... para caminho principal para Pindamonhangaba
19 - Fazenda de Itajubá
20 - Lugar do quartel da patrulha...do Campo de São Pedro
21 - Fazenda de Ignacio Caetano Vieira de Carvalho
22 - Fazenda de João Pereira
23 - Moradores de Itajubá (fazendeiros ?)
24 - Estrada para Itajubá
25 - Estrada para as Bicas (rio)
26 - Registro das Bicas
27 - Fazenda de João da Costa Manço
28 - Fazenda que foi do Cardoso
29 - Fazenda dos Pastos Novos...
30 - Quartel de São Paulo casa da guarda da ordenança da Vila de Pindamonhangaba
31 - Estrada que segue da Vila de Campanha para a de São José (?)
32 - Estrada que segue da Cerra da Mantiqueira para São Paulo 
Obs: Em especial o n.º 07, (Registro de Itajubá) estava localizado ,  Auto  da Serra, Garganta do Sapucai, Estrada Real do Sertão, Meia Lua, Caminho dos Paulistas, desfiladeiro de Itajubá, Rota da Afro Diáspora, Caminho do Ouro, Caminho Velho, espaço colonial de Piquete-SP
Nota: Espaço colonial de Piquete-SP: Alto da Serra, Garganta do Sapucaí, Boa Vista, Meia Lua, Estrada Real do Sertão, Caminho dos Paulistas, localidade onde se deu a instalação do Registro de Itajubá em 1765, estrada de ligação de Guaratinguetá a São João Del Rei, uma vez que a região do Rio das Mortes, até que fosse criada a Comarca de mesmo nome, estava subordinada a jurisdição de São Paulo, (Guaratingueta-SP).

CAXAMBU - MINAS GERAIS - IBGE

HISTÓRICO
Desde as primeiras entradas que se verificaram na região, os roteiros das bandeiras assinalavam com o nome de Caxambu determinada montanha, cujo característico - um cone truncado ­constituía fácil ponto de referência. Várias são as versões da origem do topônimo. Segundo uns autores, a designação de Caxambu teria raízes africanas e adviria da junção dos vocábulos cacha (tambor) e mumbu (música). Para outros estudiosos, o nome ter-se-ia originado de caa (mato), xa (ver), umbu riacho que quer dizer mato que vê o riacho.
Admite-se que, por força da provisão firmada por D. Fernando Martins Mascarenhas, datada de 30 de setembro de 1706, Carlos Pedroso da Silveira teria obtido, com seu genro Francisco Alves Correia, uma sesmaria na região, dando início a colonização.
Entretanto, apesar da fertilidade do solo, muito tempo se passou sem que a localidade atingisse grande desenvolvimento, o que só se verificou com a descoberta das fontes de águas minerais
Embora nada se posse afirmar a respeito da autenticidade das versões correntes sobre como teriam sido descobertas as minas, de águas minerais, parece certo colocar os primórdios do Município em 1748, quando Estácio da Silva solicitou ao Bispado de Mariana licença para a construção de uma capela nos terreno, onde morava. Sobre datas, há os que admitem que as minas seriam conhecidas desde 1762 ou 1772. O que parece fora de dúvida é que, em 1814, quando começaram a espalhar-se as notícias da existência das águas. ainda não existia nenhuma casa nas proximidades das mesmas, o que só se verificou em 1844, graças aos trabalhos de Felício de Oliveira Mafra.
Em 1875, reconhecidas as virtudes curativas das águas de Caxambu, o Governo da então Província de Minas Gerais concedeu a sua exploração a particulares.
Formação Administrativa
A 16 de novembro 1844, foi criada a freguesia de Nossa Senhora dos Remédios de Caxambu e somente em 1901 é que foram criados o Município e a vila de Caxambu, com território desmembrado de Baependi. A partir de então, foi contínuo o progresso de Caxambu, graças, sobretudo, a excelência de suas águas minerais.
Segundo a divisão administrativa, vigente em 31 de julho de 1956, o Município de Caxambu é constituído de apenas um distrito, do mesmo nome.
Fonte: IBGE - http://cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun=313240&search=|itajuba
Nota: O dossiê encaminhado ao IPHAN, objetivando a inscrição do Jongo do Sudeste, no Livro de Registro da Formas de Expressão do Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial descreve a dança Rural jongo, informando outros nomes pelos quais também é conhecida, ou seja, "Tambor" e "Caxambu". Entre outras considerações, afirma tratar-se de uma herança cultural de linguá banto, habitantes do vasto território do antigo Reino do Congo, que teriam sido trazidos para trabalhar nas fazendas do Vale do Vale do Paraíba nas lavouras de cana de açúcar e café, (2)
Entretanto, dada as evidências documentais, é possível afirmar que a manifestação e existência da herança banto está relacionada no Sudeste com o inicio, ou até mesmo, antecedendo, ao período que se determinou chamar de 'a corrida do ouro". A assertiva faz sentido uma vez que, em uma das obras mais importantes para a historiografia brasileira, "Cultura e Opulência do Brasil por suas Drogas e Minas", (Andre João Antonil), de 1711. Em seu "Roteiro do caminho da Vila de São Paulo para as Minas Gerais para o Rio das Velhas", um verdadeiro registro toponímico de um Itinerário Cultural a "Rota da Diáspora Africana". Ao citar como exemplo as Cinco Serras Altas, correspondente ao contraforte da Mantiqueira, espaço colonial de Piquete-SP, onde a dança rural africana se faz presente até os dias de hoje. Em especial, após a transposição da Serra da Mantiqueira, ao descrever aspectos dos campos de altitude afirma: "Tem este campo seus altos e baixos; porém moderados; e por ele se caminha com alegria; porque tem os olhos que ver e contemplar na perspectiva do Monte Caxambu, que se levanta as nuvens com admirável altura". Ao referir-se a Caxambu, considerando que, uma toponímia está relacionada a consolidação de uma vivência, no contexto de uma visão de mundo. As informações passadas ao articulista, veio de alguém que se Caxambu não viu, possibilita no minimo, afirmar sua existência, resultante da cosmovisão reinante no seu tempo de viver ou de uma memória reinante. Ademais, a diáspora africana não se tratou de um fato isolado, mas da razão de ser, ou seja, os braços e penas dos senhores eram os escravos, como asseverou o mesmo André João Antonil. Hoje com o reconhecimento pela UNESCO, através do Projeto Rota do Escravo, do caminho do ouro, como lugar de memória da Escravidão e do Tráfico Atlântico, bem como a manifestação da dança rural Jongo. Esta mais que na hora, da comunidade de Caxambu, apropriar-se dessa magnifica História, e passar a ser, uma das mais valiosa, representação de resgate e vivencia dessa memória, na década inernacional do Afrodescendente.
1) Fonte: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/59                                    
3) Certidão -  http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/JongoCertidao.pdf

 Mapa de Santos de 1776 - Morro do Cachumbu.
 

ITAJUBÁ-MG - HISTÓRICO - IBGE

ITAJUBÁ MINAS GERAIS Monografia - n° 566 Ano: 1973
ASPECTOS HlSTÓRICOS
ANCHIETA Couto de Magalhães e Moreira Pinto explicam que o vocábulo "Itajubá, significa pedra amarela", isto é, ouro, ou então, "Itajubá" - madeira da localidade, de cor amarelo vivo; entretanto, tem­ se como versão exata a dos historiadores Geraldino Campista e J. Armelim Bernardo Guimarães, que entendem que a palavra quer dizer: "cachoeira", "cascata", "rio das pedras".
Itajubá foi o terceiro topônimo dado à localidade. De início denominou-se Boa Vista e depois, com a construção do primeiro templo, chamou-se Capela Nova.
Em fins do século XVII o Padre João de Faria, seu cunhado Antônio Gonçalves Viana e outros bandeirantes, sob o comando de Borba Gato, encontraram ricas zonas de garimpagem na legendária Mantiqueira, na área em que mais tarde se constituiria o Itajubá Velho, ou seja, o atual Município de Delfim Moreira. Em 1740, novos descobridores foram atingindo a localidade aí erguendo suas casas e, em 1752, uma igreja, cuja construção foi requerida pelo Capitão Manuel Corrêa da Fonseca, natural de Portugal. Em torno da igreja formou-se o arraial ao qual se chamou "Descoberto", e que foi logo transformado em vila e denominado "Soledade de Itajubá".
Ao tempo em que era vigário colado o padre Lourenço da Costa Moreira, o povoado já não se apresentava aos olhos dos garimpeiros como zona rica. Abandonado pelos descobridores que desceram o Sapucaí e instalaram-se cinco léguas abaixo, passou a ser conhecido como Itajubá Velho.
Em 19 de março de 1819, ocorria a fundação de Itajubá, então chamada Boa Vista, quando o padre Lourenço da Costa Moreira - que também abandonara Itajubá Velho - celebrou a primeira missa, numa capela tosca, coberta de sapé. A nova povoação da Boa Vista prosperou rapidamente, sempre atraindo os habitantes da antiga localidade. Concluído o templo, entendeu o povo de buscar em Soledade de Itajubá a tradicional imagem de Nossa Senhora da Soledade. A procissão, que partiu de Boa Vista, foi recebida hostilmente em Itajubá Velho, ficando o lugar da refrega conhecido pelo nome de "Encontro". Os habitantes de Boa Vista de Itajubá obtiveram outra imagem de Nossa Senhora da Soledade e a entronizaram festivamente.
O Município tem seu nome ligado a alguns dos mais importantes fatos da nossa História, como a Inconfidência Mineira, a Guerra do Paraguai, a I e a II guerras mundiais e principalmente a Abolição, quando por um acordo entre si, os senhores do Município, antes da sanção do Decreto, concederam liberdade aos seus cativos, apoiando a ação dos que lutavam com essa finalidade. O acontecimento mereceu louvores nos meios abolicionistas e José do Patrocínio denominou Itajubá a "Cidade da Luz".
Formação Administrativa e Judiciária EM 18 de setembro de 1753, o arraial denominado Soledade de Itajubá foi elevado à categoria de curato. Esse curato passou a .ser conhecido como Itajubá Velho, em conseqüência do surgimento de um novo núcleo populacional, perto de Boa Vista, ao qual todos passaram a chamar de Itajubá.
Formação Administrativa
Em 14 de julho de 1832, Decreto imperial criou a freguesia de Boa Vista de Itajubá. Em virtude de sua franca prosperidade, seu território foi desmembrado do de Campanha, por força da Lei nº 355, de 27 de setembro de 1848, recebendo foros de vila e de cabeça do Município. A instalação ocorreu em 27 de junho de 1849.
Com o sancionamento da Lei provincial número 1.149, de 4 de outubro de 1862, a sede municipal foi elevada à categoria de cidade.
Refere-se à criação do distrito-sede a Lei estadual nº 2, de 14 de setembro de 1892.
Na Divisão Administrativa de 1911 e nos quadros da apuração do Recenseamento Geral de 1920 o Município se denominava simplesmente Itajubá e se dividia em 3 distritos: Itajubá, Soledade de Itajubá e Piranguçu. Essa composição distrital se manteve até 1938, quando, por força do Decreto-lei estadual nº 148, de 17 de dezembro, que fixou o quadro territorial do Estado para vigorar no qüinqüênio 1939-1943, o Município de Itajubá perdeu o distrito de Delfim Moreira (ex-Soledade de Itajubá), incluído no Município de mesmo nome. Dessa forma Itajubá figurou apenas com o distrito-sede de Piranguçu.
De acordo com o quadro da divisão territorial judiciário-administrativa do Estado, fixado pelo Decreto-lei estadual nº 1.058, de 31 de dezembro de 1943, para vigorar no qüinqüênio 1944-1948, compunha-se de 3 distritos; Itajubá, Bicas do Meio c Piranguçu.
Constituído dos distritos de Itajubá, Bicas do Meio, Lourenço Velho e Piranguçu nos quadros fixados pelas leis números 336, de 27 de dezembro de 1948 e 1.039, de 12 de dezembro de 1953, para vigorar nos períodos do 1949-1953, 1954-1958, respectivamente, assim permaneceu na Divisão Territorial de 1960.
Por força da Lei estadual nº 2.764, de 30 de dezembro de 1962, os distritos de Piranguçu e Bicas do Meio foram desmembrados para a constituição dos municípios de Piranguçu e Wenceslau Braz, respectivamente. Em conseqüência, Itajubá passou a figurar com dois distritos: o da Sede e o de Lourenço Velho, situação que ainda permanece.
Itajubá é sede de Comarca da 3.ª entrância. Sua jurisdição se estende aos municípios de Delfim Moreira, Marmelópolis, Piranguçu e Wenceslau Braz.

MARMELÓPOLIS-MG - HISTÓRICO - IBGE

Até o início do século XIX a região onde hoje se localiza a cidade de Marmelópolis era habitada pela tribo dos índios Timbiras. Esses índios desapareceram com a chegada dos primeiros colonizadores: o alferes Antônio José Ribeiro, sua esposa Dona Inácia Ribeiro e seus dois filhos, Rita e Manoel Ribeiro de Carvalho, que vieram do Rio Grande do Sul e inicialmente se estabeleceram num lugar denominado de Incubatão, hoje bairro conhecido com o nome de Cubatão, com o objetivo de encontrar ouro. Nesse local o alferes construiu sua fazenda e seus escravos passaram a garimpar o ouro num rio próximo, atualmente onde se localiza o bairro Cata dos Marins. Esse ouro era levado em lombos de burros para o Rio Grande do Sul. Além do garimpo cuidavam da lavoura de milho de feijão e criavam muitos porcos, além do gado bovino. Manoel Ribeiro de Carvalho, um dos filhos do alferes, roçou uma grande extensão de terra e fez uma queimada para construir sua fazenda, após casar-se com Mariana Justina de São José. Em torno dessa fazenda foi surgindo um pequeno povoado e diziam: - Vou à queimada. Surgindo assim o nome de Queimada dado ao antigo povoado e elevado a distrito pela Lei 115 de 27/01/1954. Manoel pertencia a Cavalaria Imperial, possuía muitos escravos que, além do garimpo, trabalhavam em lavoura de milho, feijão e fumo. Um dos seus filhos (Manoel Frederico Ribeiro) trouxe para a Queimada em 1914 as primeiras mudas de marmelo. O marmelo, originário da Pérsia, foi trazido para o Brasil em 1532 por Martim Afonso de Souza. Devido ao solo e clima de Queimada, os marmeleiros adaptaram-se facilmente e em 1935 a agricultura do marmelo já era extensa e a primeira fábrica começou a ser instalada para transformar a fruta em ?massa?, transportada para outras cidades para a produção de doce.
Com a instalação da fábrica, fez-se necessário a construção de uma estrada (1944 ? 1946) com uma extensão de 22 Km, ligando Queimada a Delfim Moreira, principal acesso até os dias de hoje.
Por volta de 1962 o número de pés de marmeleiros no estado de Minas Gerais era de 2.000.000, sendo que 600.000 pertenciam à Queimada e, no dia 01/03/1963 foi feita a instalação do município de Marmelópolis, através da Lei Estadual nº 2.764, desmembrado-o do município de Delfim Moreira, sendo o senhor Joaquim Ribeiro da Mota nomeado intendente.
No início dos anos 80, a produção de marmelo já havia diminuído de maneira assustadora devido a falta de renovação dos marmeleiros e a falta de incentivo do governo, entre outros fatores. Devido a inflação galopante, frutas foram sendo importadas de países vizinhos e o que se produzia na região de Marmelópolis foi ficando estocado de ano para ano , ocasionando perdas e dívidas para agricultores e industriais.Atualmente a produção da fruta é mínima e vendida a preço irrisório.
Das fábricas que existiram, algumas foram demolidas, outras desabaram com o tempo. A maioria dos agricultores aderiu à plantação de tomate, batata e outros produtos. Marmelópolis está iniciando-se no campo de turismo, graças as belas paisagens naturais aqui existentes: magníficas cachoeiras e trilhas ecológicas.
A cidade do marmelo ficou nas lembranças e recordações de uma época gloriosa. Agora, às futuras gerações, fica a incumbência de valorizar o que a cidade mais tem de bonito e especial: a exuberância da natureza que felizmente é bem preservada.

Retratos de Família (recordações impagáveis).: Um difícil caminho. Fonte: (Blog de Antônio Carlos de Oliveira Corrêa)

Retratos de Família (recordações impagáveis).: Um difícil caminho: João Teixeira Albernaz. Mapa da Capitania de São Vicente, 1631. Quem leu o capítulo sobre a epopeia de Manoel Corrêa de Souza, q...
   
O Caminho Velho.
Fonte: Resende, Maria Efigênia Lage de; Moraes, Ana Maria. Atlas Histórico do Brasil.
Georeferenciamento: Maria Márcia Magela Machado (IGC;UFMG).
Resende, Maria Efigênia Lage de. Itinerários e interditos na territorialização das Geraes.
In: Resende, Maria Efigênia Lage de; Villalta, Luiz Carlos (Org.). História de Minas Gerais.
As Minas Setecentistas 1. Belo Horizonte. Autêntica; Companhia do Tempo, 2007. Pg. 35;
As localidade denominada Pinheirinho e Marmelópolis, respectivamente nos Mapas após a divisa entre São Paulo e Minas,  estão contidas, em território, cujo acesso sempre foi realizado via Alto da Serra, espaço colonial de Piquete-SP, Garganta do Sapucai, desfiladeiro de Itajubá, Meia Lua, Estrada Real do Sertão. Sendo que, em tempos remotos, os referidos territórios,  incluindo Delfim Moreira-MG, estavam contido do espaço de fundação da Feguesia de Soledade de Itajubá, ali localizada originariamente. Itajubá, cujo significado em Tupi é (pedra amarela=ouro). Ouro esse encontrado por Afonso Sardinha em 1597, na Serra de Jaguamimbaba, como era designado pelos Índigenas, o lado Paulista da Serra da Mantiqueira.. .

sábado, 20 de fevereiro de 2016

PIQUETE-SP, NO CAMINHO DO OURO, NO CAMINHO DA HISTÓRIA -

 

Nota: Muitas vezes sou levado a questionar os motivos pelos quais, não foi franqueado o acesso a memória, e verdadeira História à comunidade de Piquete. Não obstante a farta documentação a que venho tendo acesso. Nesta oportunidade, somada a outras fontes, as pesquisas realizadas em Paraty, bem como, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas, trazem informações não encontradas nas pesquisas realizadas no Vale do Paraíba, relativamente à
 Piquete. Todavia confirmando o contido em diversas outras fontes, originariamente o itinerário reconhecido como caminho do ouro,  passava pelo Registro (Piquete-SP), em conformidade com Obra de Ribas, Marcos Caetano, A história do caminho do ouro em Paraty, 3.ª Edição. Estou falando da Memória como um direito fundamental do homem. 

Instruções ao Capitão Joaquim Peres de Oliveira da Freguesia da Piedade, determinando a ocupação e Aldeamento dos Índios Bravos da Serra da Mantiqueira, espço Colonial de Piquete em 20 de março de 1768.

(Transcrição) Para o Capitão Joaquim Peres de Oliveira.
Torno advertir a Vossa Mercê que se governe pelas instruções que lhe tenho dado para efeito de manter de paz os Índios brabos da Serra da Mantiqueira abstendo-se Vossa Mercê absolutamente de martes, e antes Vossa Mercê se retire, do que as faça, por ser contrarias totalmente as ordens de Sua Majestade. 
O que o mesmo Sr. ordena é que os seus oficiais militares vão com sortimento de quinquilharias, e outros gêneros, que forem mais próprios, e agradáveis para lisonjear aos Índios, e os atrair a comunicação e familiaridade com os brancos, e que Vossa Mercê leve um Capelão, podendo ser que diga Missa na mesma forma que o costumam levar as bandeiras grandes que vão aos Sertões. E só ao depois, que eles tiverem já uso de tratar conosco; e tiverem admitido a nossa comunicação, e Sociedade então é que procuremos edificar onde eles vivem.....Igreja ou Paroquia, onde se lhe deixe um Pároco capaz de os alumiar e de lhes ensinar os Misteres da nossa Santa Fé para os depois os batizar e lhes administrar os outros Sacramentos, e instruí-los nas outras obrigações que tem de católicos e de Vassalos de Sua Majestade que Deus guarde. Para efeito farei consignar na Fazenda Real desta Provedoria suficiente côngrua ao Pároco, que houver de ir fazer este grande serviço a Deus nosso Senhor. 
Entretanto aviso Vossa Mercê do que necessita, para se lhe fornecer pela Real Fazenda todos aqueles gênderos e trastes miudos, com que hão de convidar os Índios para abrir com eles a comunicação e o comercio.  
Estes hão de ser os meios e as artes com que Vossa Mercê se há de introduzir com eles, fugindo de todas as violências e estrépitos de arma, que Sua Majestade manda proibir e que só servem de afugentar e fazer mais brabos os dos Índios; porque naturalmente hão de fugir e aborrecer a quem os matar e perseguir, e pelo contrário se hão de chegar a quem os afagar e alimentar. Assim sucede com os bichos e as aves ferozes desses matos que só primeiro ferem, e ao depois com a brandura se domesticam.
Tudo o referido hei a Vossa Mercê por muito recomendado e rogo a Deus guarde a Vossa Mercê como ...... São Paulo a 20 de março de 1768//
D. Luis Antonio de Souza// 
Fonte: Documentos Interessantes para a História e Costume de São Paulo, Oficio do Capitão General D. Luis Antonio de Souza Gotelho Mourão (Morgado de Mateus) 1768, volume 68, ano de 1944. 

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Revolta em Carrancas-MG

Guerra dos Emboabas

A muralha capítulo 1 parte 1 de 2



2. Característiscas da teoria lukácsiana em  A Muralha: o romance  histórico dos Bandeirantes:
A obra A Muralha, de Dinah Silveira de Queiroz, foi encomendada à autora em homenagem à comemoração dos 400 anos da fundação da cidade de São Paulo, ocorrido no ano de 1954. O romance, narrado em terceira pessoa, conta a história de lutas, conquistas e massacres do povo paulista, entre o final do século XVII e início do século XVIII. A narrativa segue uma ordem temporal cronológica e é dividida em três capítulos: “Descoberta da Terra”, “A Madama do Anjo” e “Canção de Margarida”.  Internamente a essas três partes, há ainda divisão em  itens, apenas intitulados por números
romanos. A ação se passa nos espaços  compreendidos pela Fazenda Lagoa
Serena, localizada na então Vila de São Paulo do Campo de Piratininga; e pelo Sertão,  
inseridas aí as regiões a serem desbravadas pelos paulistas, nas capitanias de São Paulo,  Bahia e Minas Gerais. O pano de fundo histórico é a Guerra dos Emboabas (1708-1709), luta travada entre os Bandeirantes (paulistas que saíam ao chamado “sertão”  – matas  – para a captura de índios  e procura de regiões auríferas) e os Emboabas (forasteiros portugueses e de demais regiões do Brasil) pela posse de jazidas de ouro encontradas em Minas Gerais: O conflito entre os sertanejos paulistas, pioneiros nas descobertas das minas, e os recém-chegados do litoral e da metrópole, alcunhados pelos paulistas de “emboabas”, não demorou a acontecer. Os primeiros senhores dos “descobertos” julgando ter privilégios em relação aos demais forasteiros, passaram a hostilizá-los. Aproveitando a ausência de representantes da Coroa, impunham sua vontade na repartição dos terrenos, ficando com os mais promissores. Os arraiais de mineradores cresciam sob os insultos dos paulistas e a submissão dos emboabas (Lopez; Mota 2008: 193). Uma luta sangrenta e o aspecto de uma “terra de ninguém”, em que aquele que chegasse primeiro construía sua própria lei de privilégios, se constitui no contexto para a história de Cristina e Tiago e da saga trágica da família de Dom Braz Olinto. Cristina, prima distante de Tiago, filho de Dom Braz, é prometida em casamento ao jovem rapaz. Vinda de Portugal, ela desembarca no Porto de São Vicente cheia de sonhos, carregada de sua educação do Reino e com a esperança romântica de encontrar um noivo apaixonado no “Novo Mundo”. Ao chegar, a personagem se depara com a realidade de uma terra ainda primitiva. Tanto a terra quanto sua gente, é descrita em detalhes na obra, como na passagem abaixo: 
                              Muito tempo depois ela se lembraria da primeira visão que tivera da Lagoa Serena. A lagoa, rente à pequena aldeia de casas e de compartimentos da Fazenda; e, descendo a encosta, os bois carregando um carro transbordando de lenha. Os edifícios – muitos – a casa alta, de taipa, com uma varanda, e mandando ao ar um fumaceiro alegre;moinho, as casas menores, o paiol, o muro a cercar a ilha edificada no mar de vegetação, e, diante do muro, no chão limpo, uma fila estranha, toda composta de mulheres. Ao centro, a cabeça altiva e branca de Mãe Cândida, batida de luz, os cabelos soprados pelo vento da tarde. E  ao lado, as filhas, a nora, todas com ar cerimonioso e ao mesmo tempo simples de disciplina (Queiroz 1971: 44).  
                        É nesse cenário que se desenrola a história das personagens da família, com destaque para as mulheres, que lutam muitas vezes sozinhas por sua sobrevivência, já que os homens passam longos meses no Sertão.
Nota: Piquete da Muralha, da Serra de Jaguamimbaba, itinerário Cultural e  Espaço de Memória, no caminho do ouro, Rota Afro da Diáspora. Testemunho vivo,  da saga paulista, contida em  "romance histórico dos Bandeirantes"; no Sertão da América Portuguesa, no Sertão da Capitania do Sul,  no Sertão dos Paulistas, no Sertão de Taubaté, no Sertão dos Índios Bravos, no Sertão de Sabaraçu.  

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Instruções ao Capitão Joaquim Peres de Oliveira da Freguesia da Piedade, determinando a ocupação das Aldeias de Ínidios bravos que ficam na fronteira do morro chamado Fortaleza nas faldas da Serra da Mantiqueira, espço Colonial de Piquete em 28 de abril de 1767.


Para o Capitão Joaquim Peres de Oliveira de Auxiliar de Cavalo da Piedade.
(Transcrição) - Como tenho noticias que nas faldas da Serra da Mantiqueira em a paragem que fica fronteira ao Morro chamado Fortaleza se acham algumas Aldeias de Índios bravos que até o presente não tem dado obediência  a Sua Majestade que Deus guarde, nem tem sido catequizados pela nossa parte; ordeno a Vossa Mercê considere os meios mais conducentes de os reduzir à nossa Santa Fé e ao domínio da nossa Monarquia, advindo que hão de procurar para este efeito aqueles meios suaves e pacíficos que apontam as instruções que a Vossa Mercê remeto, por ser assim conforme as ordens e Reais  Instruções  de Sua Majestade que determina se use com os Índios com toda a suavidade e moderação, praticando com eles a Justiça e equidade que se lhe pelo direito natural, e das gentes; mais advirto a Vossa Mercê que......Índios hão de ser conservados nas mesmas paragens,  e terras em que estão acostumados a viver, metendo-se lhes Párocos e Diretores que os convertam, ensinem a favoreçam com muita paciência, e caridade  para que eles conheçam melhoria não só no Espiritual mas também nas comodidades temporais, porque do contrário se seguirá que eles mais facilmente fujão de nós do que abracem a nossa amizade, no que há  de ser preciso todo o cuidado, aplicação e diligência.
Procure Vossa Mercê achar sujeitos capazes, que se encarreguem dessa empresa; porque da parte de Sua Majestade que Deus guarde lhes seguro a remuneração competente ao serviço que fizerem, e o que Vossa Mercê entender que me deve propor para eu aprontar para esse efeito, me avise com toda brevidade.
No caso que Vossa Mercê eleja devem ir em primeiro lugar exploradores para os caciques os quais devem ser acompanhados de alguns presentes agradáveis e de gosto, que serão pagos pela Real Fazenda.
Deus guarde a Vossa Mercê. São Paulo a 28 de abril de 1767// 
Nota:  Morro fortaleza,  topônimo relacionado à importante referência geográfica, localizado no caminho que vai de Guaratinguetá à São João Del Rei, região do Rio das Mortes, via Alto da Serra, Estrada Real do Sertão, Caminho dos Paulistas, Caminho do Ouro, espaço colonial de Piquete-SP. Sertão dos Índios Bravos. 
Fonte: Documentos Interessantes para a História e Costume de São Paulo,  Departamento do Arquivo do Estado de São Paulo, ano de 1944, volume LXVIII, pág 30/31.

MAPA DE DEMONSTRAÇÃO DA PARTE DA DIVISA DA CAPITANIA DE MINAS GERAIS. X SÃO PAULO..

  Fonte; http://migre.me/hpX2D
 Fonte: Blog do Vieira http://migre.me/fxRUK
DOC. ARQUIVO PUBLICO MINEIRO

Este mapa nos mostra como a região estava cortada e recortada por vários caminhos e muitas picadas. Vê-se, ainda o Caminho Velho e as diversas "fazendas" já existentes na região mineira.
1 - Monte Ita Picu
2 - Estrada do Picu (construída por volta de 1820)
3 - Lagoa da Aiuruoca
4 - Arraial de Baependi
5 - Registro da Mantiqueira
6 - Capela do Imbaú
7 - Registro de Itajubá
8 - (Barreira de Piquete)...lugar por onde se deve transpor a Serra...após o Registro de Itajubá
9 - Arraial de Itajubá
10 - Vila da Campanha
11 - Arraial de São Gonçalo
12 - Vista do Sapocahi Mirim
13 - Arraial de Santa Ana do Sapocahi (Silvianópolis)
14 - Arraial de Camanducaya
15 - Registro de Jaguari
16 - Morro do Lopo
17 - Campos do Selado (...de Camanducaya)
18 - Estrada... para caminho principal para Pindamonhangaba
19 - Fazenda de Itajubá
20 - Lugar do quartel da patrulha...do Campo de São Pedro
21 - Fazenda de Ignacio Caetano Vieira de Carvalho
22 - Fazenda de João Pereira
23 - Moradores de Itajubá (fazendeiros ?)
24 - Estrada para Itajubá
25 - Estrada para as Bicas (rio)
26 - Registro das Bicas
27 - Fazenda de João da Costa Manço
28 - Fazenda que foi do Cardoso
29 - Fazenda dos Pastos Novos...
30 - Quartel de São Paulo casa da guarda da ordenança da Vila de Pindamonhangaba
31 - Estrada que segue da Vila de Campanha para a de São José (?)
32 - Estrada que segue da Cerra da Mantiqueira para São Paulo 
Obs: Em especial o n.º 07, (Registro de Itajubá) estava localizado ,  Auto  da Serra, Garganta do Sapucai, Estrada Real do Sertão, Meia Lua, Caminho dos Paulistas, desfiladeiro de Itajubá, Rota da Afro Diáspora, Caminho do Ouro, Caminho Velho, espaço colonial de Piquete-SP

domingo, 14 de fevereiro de 2016

CRIAÇÃO DA VILA NOSSA SENHORA DA PIEDADE - LORENA-SP INSTRUÇÕES DO GENERAL BERNARDO JOSÉ DE LORENA DETERMINANDO, A TRANSFORMAÇÃO DA FREGUESIA DA PIEDADE, CRIADA EM 1718 EM VILA, NO DIA 06 DE SETEMBRO DE 1788.



Transcrição: Por quanto o Senhor Rei D. José primoroso de Gloriosa Memória nas instruções de 26 de janeiro de 1765, e outras Ordem dirigidas posteriormente a este Governo, foi servido Ordenar que nas Povoações, e partes desta Capitania se levantem, e erijam Vilas congregando a elas todos os vadios; dispersos, e que vivem em sítios volantes, para morarem civilmente; ministrando se lhes os sacramentos; estarem prontos nas ocasiões do Real serviço por ser assim conveniente ao momento argumento e bem dos Povos;
E por ser a Freguesia da Piedade uma das mais opulentas, e populosas desta Capitania achando-se situada no ponto donde saem as duas estradas gerais das Capitanias de Minas e Rio de Janeiro, o que necessariamente há de dar valor ao seu comercio; ficando além disso sobre a margem do Rio Paraíba que facilita muito os transportes ....comércio para muitas das Vilas do Norte; havendo por consequência grande necessidade de estarem ali Justiça para decidirem as dúvidas que podem acontecer; Ultimamente por me ser representado ter está Freguesia pelo menos oitenta homens capazes de servirem os cargos da República, e por ser muito conveniente a Povoação do Sertão que se segue desde as suas vizinhanças até o Rio Pirai com o Rio de Janeiro; Sou servido por serviço de Sua Magestade e a requerimento dos moradores ordenar o Desembargador Ouvidor desta Comarca Miguel Marcellino Velloso e Gama que passando logo a mencionada Freguesia a faça erigir Vila levantando Pelourinho, e assinando-lhe termo de que se fará um Auto que se registrará nas Câmeras confinantes e demarcando também lugar para os Paços do Conselho, e Cadeia, procederá a eleição de Juízes, Vereadores, e mais oficiais da Câmara que hão de servir por confirmação m.ª o próximo ano que terá princípios em Janeiro de 1789. São Paulo a 6 de Setembro de 1788 // Com a rubríca de S. Exª
Fonte: Documentos Interessantes a História e Costumes de São Paulo Volume XLVI, 1788/1795,  pág 11/ 12 de 1924,
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Nota: Resulta oportuno refletir sobre o importante documento  restando evidente que: a) O espaço colonial de Piquete não estava contido  na área definida como Freguesia da Piedade criada em 1718, o que se eu somente exatos 70 anos após, com a criação da Vila de Lorena em 1788. Ou seja pertencia a Guaratinguetá. Sendo certo que o espaço colonial de Piquete, sertão dos índios bravos, estava em uma faixa objeto de grande conflito, e interesses políticos, no que diz respeito a divisa das Capitanias de São Paulo e Minas Gerais. Tal conflito perdurou por muitos anos. Quando então foi definido o limite pelo Alto da Serra da Mantiqueira, espaço colonial de Piquete-SP, local onde em 1746, foi instalado o Registro de Itajubá; b) Somente com autorização de criação da Vila de Lorena em 1788 e posterior assinatura do termo que se fez por auto, no ano seguinte, ou seja 1789,  foi definida a inclusão do espaço  correspondente a área que veio dar origem a Piquete, margem esquerda do paraíba, no então território da recente criada Vila da Piedade. Resta evidente neste caso que, diferentemente daquilo que vem sendo afirmado,  a localidade representada pelo porto Guaiparaé, não gozava da mesma importância que o Porto do Meira, no território de Guaratinguetá, o que somente veio a se realizar 70 anos após a criação da Freguesia da Piedade em 1718, com a criação da Vila da Piedade em 1788. c)  Reiterando o contido no texto, a conveniência da criação da Vila, estava relacionada ao  objetivo de povoar o Sertão, que se segue desde suas vizinhança até o Rio Piraí com o Rio de Janeiro, possibilitando afirmar que, a área definida com território da Vila de Lorena, quando da sua criação, correspondia exclusivamente,  a margem direita do Rio Paraiba; Uma vez que as mercadorias desembarcadas no Porto do Meira,  considerando que Guaratinguetá, por mais de 300 anos fora um importante centro abastecedor das Minas Gerais, não dependia do Porto Guaipacaré. Isto é,  à partir do  porto Porto do Meira, seguia-se pela estrada que ligava Guaratinguetá a Região dos Rios da Morte,  São João Del Rei, pela estrada das posses. Considerando ainda que pela estrada do Campinho alcançava-se pela mesma  margem esquerda de Lorena. Restando claro que durante os 70 anos da Freguesia da Piedade, não existiu concessão de passagem pelo Porto Guaipacaré. Sendo possível afirmar que houve um lapso de inatividade do Porto Guaipacaré, que definitivamente por muitos anos, não estava submetido a concessão de direito de passagem. É certo que, quando da passagem do então Conde de Assumar por Guaratinguetá em 1717, deu se a prisão de dois maiorais da Frequesia da Piedade, sendo encaminhados para um presidio no Rio de Janeiro, por haver interpelado a autoridade questionando sobre os altos custos das taxas cobradas na passagem pelo porto Guaipacaré.  d). A assertiva encontra fundamento no fato que, somente com dilação posterior ou concomitante a criação da Vila de Lorena, incluindo a área situada na margem esquerda, até a serra da Mantiqueira, espaço colonial de Piquete, como consta expressamente do texto,  com o fim de ampliar e fomentar sua área de atuação comercial, neste caso com as Vilas do Norte, ou seja, pelas estradas gerais de Minas. Quando então foi autorizada  a abrir caminhos e voltar a explorar seu respectivo portoneste caso o Guaipacaré, que pelas evidências se encontrava inativo no que diz respeito a concessão do direito de passagem. Somente então, reiterando, 70 anos após, passou a operar novamente, de modo independente ao porto do Meyra, que estava sob a jurisdição de Guaratinguetá, o qual, indubitavelmente, sofreria prejuízo, quanto a exclusividade na arrecadação, advinda do direito de passagem; e) Por outro lado o Caminho Novo da Piedade, iniciado em 1725, em direção a Fazenda Santa Cruz nas proximidade do Rio de Janeiro, que teve sua construção autorizada para que, o ouro que vinha do Mato Grosso, pela caminho geral do Sertão, Estrada Real do Sertão ou geral de Minas Gerais em conformidade com o texto, fosse à partir de Guaratinguetá, passando pela Vila da Piedade, fossetransportada pelo caminho referido, em direção ao Rio de Janeiro. Levando a crer mais uma vez que, o respectivo porto, somente quando da criação da Vila e liberação, retomou as operações. Pois o abjetivo era evitar  o trecho de mar, entre Paraty e o porto de Sepetiva, dada a ação de piratas.

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...