sábado, 30 de abril de 2016

A trilha dos tupiniquins (Transcrição)

Os primeiros caminhos do Litoral ao Planalto Paulista
Um rol de dúvidas, confusões, enigmas e mitos
Antonio Joaquim Andrietta (*)
1 - Apresentação
O objetivo principal deste breve ensaio é realçar a importância dos primeiros caminhos de ligação do litoral ao planalto paulista, nos primórdios da colonização portuguesa no território paulista, ainda na primeira metade do século XVI. Tornou-se necessário um repasse nos relatos históricos sobre o tema e sobre os fatos adjacentes [2], com o auxílio de diversas fontes e o cruzamento de muitas delas, para proporcionar uma ordem cronológica, tanto no sentido temporal quanto racional.
Resguardado o respeito tributado ao esforço de pesquisa e divulgação, e à liberdade de pensamento e expressão de muitos autores, alguns anônimos, as abundantes fontes em meio eletrônico (Internet) que tratam do tema [3], lamentavelmente, em grande parte deslizam para imprecisões e incoerências, quando não se limitam à pura e simples cópia, às vezes sem reconhecer a autoria original. De tal forma, avolumam-se as dúvidas e confusões sobre aspectos já controversos do tema, ainda entremeado de enigmas e mitos.
Não se pretende aqui ter atingido a verdade histórica absoluta e cabal, porque se esta houvesse cessaria toda a necessidade de produção de novos conhecimentos. A contribuição pretendida é, a partir dos relatos narrados, apresentar outros aspectos e sugerir novas interpretações. Nada é definitivo, e muito ainda se pode pesquisar e acrescentar ao conhecimento de uma parte tão importante da história e do desenvolvimento paulista e brasileiro.
Com a intenção de produzir um texto de leitura mais palatável e corrida, omitiram-se nele as recorrentes referências bibliográficas, as mais relevantes apostas em notas ao final do texto, minimizaram-se as citações de autores e substituíram-se notas de rodapé por breves observações entre parênteses no próprio parágrafo. Acredita-se que tais reparos, que se fariam a um texto estritamente acadêmico, possam ser relevados em prol de um formato de cunho mais prático e, talvez, mais útil.
De todos os eventuais leitores, historiadores ou leigos interessados nos temas aqui tratados esperam-se e acolhem-se as contraposições, críticas, sugestões e contribuições adicionais que se dispuserem fornecer.
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7 - O Peabiru teria facilitado a penetração no território?
Os espanhóis foram muito rápidos em penetrar o interior bravio da parte do território sul-americano que lhes coubera pelo Tratado de Tordesilhas e, nessa empreitada, tiveram os indígenas locais como guias.
Partindo de Santa Catarina, os espanhóis seguiram o caminho indígena para chegar ao Paraguai e fundar Assunção (1537) e, logo depois, estabelecerem a estancía (similar às capitanias hereditárias do Brasil) do Paraguai, que incluía o território catarinense, nomeando seu primeiro governador, Juan de Sanabria. O mesmo se deu com missionários jesuítas e franciscanos espanhóis. Ainda em meados do século XVI instalaram-se missões jesuíticas no Paraguai.
Dos relatos mais antigos, consta a epopéia do português Diogo Aleixo, náufrago nas costas da Ilha de Santa Catarina (atual Florianópolis) que, acolhido pelos índios carijós do local, foi por estes conduzido em expedição que, em 1525, atingiu o Peru (Cuzco, a então capital do Império Inca, anos antes que o espanhol Pizarro o fizesse navegando pelo Oceano pacífico). O relato de Aleixo sobre a façanha e, principalmente, sobre a abundância de metais preciosos (ouro e prata) que encontrou naquelas terras, logo chegou à corte portuguesa (e, certamente, à de Espanha também).
Esse fato deve ter se somado a outros que incomodavam Portugal em relação às suas terras da América. Depois da expedição de Pedro Álvares Cabral, em 1500, a Ilha de Vera Cruz (logo a seguir mudada para Terra de Santa Cruz) esteve, praticamente, abandonada pelo reino português. Não havia recursos humanos e materiais para dar conta das novas possessões em três continentes além mar, e as Índias ainda representavam o foco prioritário de onde provinham valiosas cargas de especiarias.
Até a chegada de Martim Afonso de Souza, registraram-se apenas duas expedições portuguesas ao Brasil. A primeira, de 1501 a 1502, foi comandada por Gonçalo Coelho e André Gonçalves, participantes da armada de Cabral, e veio a mando do rei D. Manuel para reconhecimento da nova terra.
Dessa expedição fez parte o florentino Américo Vespuccio, companheiro da viagem de Cristóvão Colombo à América. Exímio cartógrafo, coube a Vespuccio dar nomes (de santos venerados no calendário católico do dia do reconhecimento) aos acidentes geográficos da costa nordeste e sudeste, desde o Cabo de São Roque até às ilhas de São Vicente e Santo Amaro (em tributo às cartas geográficas elaboradas por Vespuccio, ou talvez por engano, em 1507 o cosmógrafo alemão Martin Waldseemüller atribuiu o nome América ao novo continente).
A segunda expedição, de 1516, comandada por Cristóvão Jaques, visava o policiamento da costa e combate aos piratas franceses que contrabandeavam o pau-brasil. A ação predatória dos franceses irritava o reino português que arrendara a exploração do pau-brasil a uma companhia inglesa, e desse acordo arrecadava vultosas comissões.
Quando, então, D. João III decidiu enviar para cá seu amigo de confiança e reconhecida competência, Martim Afonso de Souza, entre as intenções de iniciar uma efetiva colonização e afastar os invasores - empreendimentos que o intrépido capitão logo pôs em ação - incluía-se uma disposição secreta, de avançar por aquelas trilhas indígenas e explorar as riquezas minerais nas terras interiores sob domínio espanhol. Pois até essa disposição real o capitão procurou executar, sem sucesso porém. Chegando em Cananéia em 1531, antes de aportar em São Vicente, enviou uma tropa de 80 homens armados em busca de ouro, subindo a Serra do Cadeado na região do Alto Rio Ribeira de Iguape, mas em combate com os ferozes Carijós toda a expedição foi dizimada.
Seriam, então, os Carijós os guardiões de todo o Peabiru, aqui e nas terras do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Do mesmo ramo dos Tupiniquins do litoral vicentino e do planalto paulista, a estes teriam ensinado apenas parte da trilha. Esta poderia chegar a Cananéia, no litoral sul, como continuação daquela que chegava em São Vicente, ou poderia estender-se até lá como um ramal da trilha que de Sorocaba alcançava Botucatu e depois seguia para o Paraná.
A Trilha dos Tupiniquins, tenha havido ou não a ordem governamental de interdição, acabou esquecida e abandonada. Talvez o receio de Tomé de Souza fosse seu possível uso pelos espanhóis, penetrando as terras em disputa, mas é evidente que a ordem não se aplicaria a eles.
Independentemente das trilhas indígenas, mais tarde os bandeirantes paulistas se incumbiram de encontrar as tão decantadas riquezas minerais, desbravar o interior das terras do Brasil de Portugal e até fazer recuar mais para Oeste o marco divisório de Tordesilhas.
Além do mais, a ligação litoral-planalto, pelos dois caminhos, havia cumprido seu papel e perdeu importância. A determinante geográfica foi decisiva para que o desenvolvimento paulista se desse no planalto, em sua região central, ao contrário de todas as províncias litorâneas (à exceção do Paraná que até 1853 pertenceu à província paulista).
O litoral não tinha riquezas minerais. A exígua faixa de terra entre o mar e a serra, a baixa produtividade do solo e a umidade determinaram a falência da cultura canavieira na orla vicentina. O porto de São Vicente foi assoreado por invasão do mar e, em 1624, a sede da capitania passou para Itanhaém que, por sua vez a perdeu para São Paulo em 1681.
Apenas quando findou o ciclo do ouro, já no século XVIII, e o açúcar do planalto requeria melhor acesso ao porto de Santos, o caminho do mar passou a receber sucessivas melhorias, iniciando-se então o movimento inverso do tráfego e do desenvolvimento, agora do planalto para o litoral.

Assim a América Foi Povoada - Índios botocudos brasileiros têm DNA polinésio (Transcrição)

 Assim a América Foi Povoada
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Fonte: Blog do Valdecy http://migre.me/ezWYs 

Índios botocudos brasileiros têm DNA polinésio

– Posted on 07/12/2014Posted in: Ciência, Genética, História
Análise de dois crânios de índios botocudos que viveram no Brasil antes do século 19 revela que 100% dos genes deles eram de habitantes das ilhas no Oceano Pacífico.
botocudos_J.M.Rugendas

A partir de uma análise genômica completa no crânio de dois índios botocudos — chamados Bot15 e Bot17 —, guardados no Museu Nacional do Rio de Janeiro desde o século 19, um grupo internacional liderado por cientistas dinamarqueses e brasileiros descobriu que os dois botocudos tinham genoma inteiramente polinésio, sem qualquer traço de ancestrais das Américas. A descoberta traz um novo cenário à história da América pré-colombiana. A pesquisa, cujos resultados foram publicados na revista Current Biology, é a continuação de uma investigação publicada em abril de 2013 pela PNAS. “O estudo anterior foi limitado a uma região muito pequena do genoma e, portanto, não podia excluir que os indivíduos tinham tanto a ascendência nativa americana quanto a polinésia. O novo trabalho examina todo o genoma desses indivíduos e, com isso, descobrimos que os dois têm 100% de ascendência polinésia”, conta Mark Stoneking, coautor e pesquisador do Departamento de Antropologia Evolutiva do Instituto Max Planck, na Alemanha.  Eske Willerslev, do Museu de História Natural da Dinamarca, explica que a primeira fase do estudo mostrou que os índios tinham DNA mitocondrial — herdado da linhagem materna — polinésio. O segundo trabalho constatou que o genoma nuclear — aquele que codifica a maior parte do genoma — também tinha origem no pacífico. O resultado é muito mais confiável, pois, enquanto o DNA mitocondrial tem apenas 16 mil pares de bases, o DNA nuclear tem cerca de 3 bilhões.  O que não se sabe ainda é como os polinésios chegaram no Brasil. Quatro hipóteses são estudadas – duas rotas pelo Pacífico, uma europeia e outra via ilha africana de Madagascar, mas não há consenso. O geneticista brasileiro Sérgio Pena, da Universidade Federal de Minas Gerais, acredita que nenhum cenário pode ser descartado, mas todos são improváveis. “Pessoalmente, não creio que nenhum dos cenários seja convincente. Acho que vamos ficar com este achado empírico surpreendente muito bem trabalhado e esperar que, no futuro, o mistério se desfaça.”  
Fontes: Revista Galileu/Estadão http://migre.me/tEBhQ

terça-feira, 26 de abril de 2016

PERÍODO COLONIAL (Transcrição)

Quando a Coroa Portuguesa tomou posse do território brasileiro por aquisição originária, isto é, por direito de conquista,  todas as terras “descobertas” passaram a ser consideradas como terra virgem sem qualquer senhorio ou cultivo  anterior e  foram distribuídas em formas  sesmarias. Sesmaria era um instituto jurídico português, presente na legislação portuguesa  desde 1375  D.C. que normatizava a distribuição de faixas terras destinadas à produção.
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A CHEGADA DE MANUEL LOPES FIGUEIRA AO BRASIL (GUARATINGUETÁ, SP)
A partir do final do século XVII, a imigração portuguesa no Brasil alcança cifras jamais vistas. Os fatores para esse  crescimento imigratório foram: a descoberta de ouro nas Minas Gerais, e o aprimoramento dos meios de transporte  aquáticos. No início do século XVIII, as minas de ouro tornaram-se a principal economia da colônia. O desenvolvimento e  riqueza trazida pelo ouro atraiu para o Brasil um grande número de imigrantes portugueses.  Com a notícia do descobrimento de ouro no "sertão",  Manoel Lopes Figueira chegou à Vila de Guaratinguetá, principal  centro de abastecimento para os sertões mineiros e uma das principais vilas da Capitania no Vale do Paraíba.  Ali ele casou-se com Joana da Silva com quem teve 12 filhos e se tornou juiz ordinário no ano de 1737. Mais tarde,  Manoel Lopes Figueira juntamente com sua família deixou a vila de Guaratinguetá e se transferiram para a  freguesia do Falcão, hoje cidade de Cunha. Na época a freguesia era uma importante rota de transporte do  recém descoberto ouro brasileiro que vinha das Minas Gerais até o porto de Paraty, em direção à Portugal. O local atraia muitos  bandidos e saqueadores, e devido  à necessidade de criar um posto de fiscalização, o  denominado capitão Manoel Lopes  Figueira foi para a freguesia fiscalizar os lucros portugueses obtidos na mineração. Manoel Lopes Figueira morreu no ano  de 1772 e sua esposa Joana da Silva em 1761.
Fonte: http://migre.me/tC2CM

MINAS DIVIDIDA - Artigo de Paulo Paranhos (Transcrição)

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4. Os limites das Capitanias
Conforme  anteriormente assinalado , em 1710 foi criado o distrito das  Minas do Ouro, separado da  Capitania de São Paulo, sendo os limites  geográficos do sul do território  confirmados por reunião de 6 de abril de 1714  na Vila de Nossa Senhora do Ribeirão do Carmo (atual Mariana)  - centro da  administração do distrito de Minas do Ouro - ,  ocasião em se dividiu o mesmo  em três comarcas: Vila Real (atual  Sabará),  Vila Rica (atual Ouro Preto) e Rio  das Mortes. À Vila  de São João Del Rey, desmembrada de Vila Rica em 8 de dezembro de 1713, foram conservados os mesmos limites entre Vila Rica e a Vila de Guaratinguetá (que pertencia a Comarca de São Paulo) e mais a criação da Comarca do Rio das Mortescuja sede  era naquela Vila de São João Del Rey, chamando a atenção das autoridades mineiras a Serra da Mantiqueira como baliza natural entre as “minas” e São Paulo. À comarca do Rio das Mortes foi nessa  divisão – para a cobrança do quinto do ouro – atribuído o dilatado trecho da capitania que se estende do “ribeiro das Congonhas, nas divisas da comarca de Ouro Preto, até a vila de Guaratinguetá pela serra da Mantiqueira, ao sul”, não se lhe assinalando a linha do oeste, por se tratar, como explica Diogo de Vasconcelos, “de sertão desconhecido”.6 Contrariando esse entendimento, a Câmara de Guaratinguetá mandou fincar um marco de pedra no Morro do Caxambu que era mais ou menos a metade do caminho entre Guaratinguetá e São João Del Rey, lavrando  um auto de posse em 16 de setembro de 1714. A Câmara de São João Del Rey, nessa mesma data, mandou arrancar o marco de pedra e levá-lo para o alto da Serra da Mantiqueira conforme havia sido decretado em reunião de 6 de abril de 1714. Alise determinou que o limite sul da Comarca do Rio das Mortes fosse a Serra da Mantiqueira e a oeste o “sertão desconhecido”, uma vez que, se mantido o  marco como pretendido pelos paulistas, a Capitania das Minas Gerais perderia  terras importantes, que hoje constituem os atuais municípios de Passa Quatro,  Itanhandu, Pouso Alto, São Lourenço e Soledade de Minas. No ano de 1720 uma incursão na zona mineira da margem esquerda do  rio Sapucaí, por Francisco Martins Lustosa, enseja a que novamente  a Câmara  de São João Del Rey defenda a jurisdição da comarca do Rio das Mortes, situação que seria deslindada por Gomes Freire de Andrada em 19 de setembro  de 1749, reconhecendo como jurisdição mineira as terras de ambas as vertentes  do rio Sapucaí.  Debalde as investidas do governo de São Paulo para refazer o limite  entre as  capitanias, ampliando, conforme pretendido, o território da comarca de Guaratinguetá até o morro do Caxambu. Na realidade, pouco avanço houve nas  tratativas da fiel demarcação das ter ras de São Paulo e de Minas, conhecendo - se, através de documentos constantes do Arquivo Público Mineiro e do Mapa da  Capitania das Minas Gerais, de 1788, pertencente ao Arquivo Histórico do  Exército, que foram várias as tentativas da gente paulista em estabelecer seu  direito de posse nas terras que foram desbravando, mesmo estando na jurisdição  das Minas Gerais, embrenhando - se pelo rio Sapucaí, alcançando Itajubá, Pedra  Branca (atual Pedralva), Santa Caterina (atual Natércia), chegando a Campanha,  o que ensejou, inclusive, a nomeação de Bartolomeu Correia Bueno como  superintendente das minas encontradas ao longo do rio Verde. Assim é que em 1743 Bartolomeu Bueno, em nome do governador de  São Paulo, desrespeitou a jurisdição mineira, procurando estender o governo de  São Paulo a Santo Antônio do Rio Verde (atual Campanha), assim como a outros núcleos de povoação pertencentes à comarca do Rio das Mortes, sendo  repelidos em 25 de fevereiro de 1743,  ocasião em que  foi restabelecida a  autoridade da Capitania das Minas Gerais. Diante de todas essas controvérsias entre os dois governos, através  agora da intervenção dos vereadores das comarcas do Rio das Mortes e de
Guaratinguetá, e ocorrendo uma grande leva de mineradores na região sul de Minas Gerais, deflagrou-se em 1746 um violento conflito entre mineiros e paulistas na altura da região da Pedra Branca, provocado, por um lado, pela proibição da arrecadação dos quintos pela intendência da comarca do Rio das Mortes, e por outro lado, pela expulsão do superintendente Bartolomeu Bueno. Com a descoberta de ouro a sudeste da estrada que ligava Guaratinguetá a São João Del Rey, a posse por esse território foi disputada pelos dois governos, durando pouco a dominação paulista na região da Campanha até as margens do Sapucay-Guaçu, embora apoiando esse limite da Serra da Mantiqueira até o Rio SapucayGuaçu, até o rio Grande e desse que serviu de limite entre o novo governo de Goiás em 1748 (provisões de 1747 e 1748). Tal conflito ensejou decisão real em tornar definitivamente oficial o limite anteriormente determinado no alto da Mantiqueira, através da já mencionada intervenção de Gomes Freire de Andrada, então governador da Capitania do Rio de Janeiro, que trocou a divisa não pelos rios mas pelos divisores de água entre as bacias do rio Grande e SapucaíGuaçu. De igual sorte, deu instruções ao ouvidor da Comarca do Rio das Mortes para fazer a   demarcação. Este, no entanto, contrariando as instruções de Gomes Freire, retirou o marco da Mantiqueira para o “Morro do Lopo” próximo a Atibaia. Em 1748 São Paulo perdeu a sua autonomia ficando sob a jurisdição do Rio de Janeiro, assim como as Capitanias do Rio Grande e Santa Catarina, desmembradas do território paulista, em, respectivamente, 1738 e 1740. Somente em 1765 foi reestabelecida a Capitania de São Paulo, sob o governo de D. Luiz Antônio de Souza, que reclama a questão do “morro do Caxambu” como ainda em aberto. Com a situação criada pelos dois governos, o vice-rei Conde  da Cunha criou uma comissão que através de longa exposição de motivos seria unânime em que a divisão acompanhasse o “Assentamento de12 de outubro de 1765”, ou seja, a divisão pela serra da Mantiqueira e pelo rio SapucaíGuaçu até o   Grande: que principiassem as divisas do alto da serra da  Mantiqueira, onde estava um marco antigo, e tirando uma linha pelo cume da dita serra até ao morro do Lopo, e deste ao morro de Mogi-Guaçu, e dele ao rio Grande, onde principia a capitania de Goiás.7 O plano da divisão não recebeu a sanção do rei, este temendo a diminuição da arrecadação do ouro para a contribuição das 100 arrobas anuais, não definiu precisamente as divisas. Os sucessores do governador paulista mantiveram a situação tal como se encontrava até que com a descoberta de ouro nos “sertões de Jacuí” e diamantes no vale do ribeirão das Canoas acirrasse a questão no século XIX, reaparecendo  entre  Jacuí e a futura Franca, tendo o “Sertão do Aterrado de Desemboque” (atual Ibiraci) e região, como pivô central. Era uma região explorada por faiscadores e caçadores dos índios paulistas e tendo sesmarias ao longo da “picada de Goiás”. Os paulistas exploraram essa região também habitada pelos índios caiapós e pelos negros escravos fugidos das Gerais de diversos quilombos, o que levou as autoridades mineiras a “limpar” aquele sertão dos seus moradores indesejados, inclusive os  “faiscadores” de São Paulo considerados pelos mineiros “vagabundos”  “vadios”  e  “bandoleiros”,  enfim, “pessoas sem lei e sem  rei”.  Assim,  em 1755 as três comarcas de Minas financiaram uma expedição liderada  por Pedro Franco Quaresma para efetuar a “limpeza” daquele vale do ribeirão das Canoas. Por isso Minas Gerais alegava a posse desse território e mais a posse da estrada  que ligava Jacuí  ao Desemboque (arraial do Rio das Velhas). Relativamente ainda às questões de limites envolvendo a capitania das  Minas Gerais, diversos foram, inclusive, os conflitos armados existentes ao  longo do século XVIII, conflitos estes que se estenderam para Goiás, Bahia e  Espírito Santo, motivados em grande parte pelos achados de pedras preciosas  nas Minas Novas (região do rio Fanado) . Somente na segunda metade do século  XIX é que surgiria um mapa praticamente definitivo dos lindes do território  mineiro. 
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Parafraseando: "Tal conflito ensejou decisão real em tornar definitivamente oficial o limite anteriormente determinado no alto da Mantiqueira, espaço colonial de Piquete-SP", Garganta do Sapucai, Caminho Velho, Caminho dos Paulistas, Estrada Geral do Sertão, Caminho de ligação entre Guaratinguetá, Região do Rio das Mortes e São João Del Rei. Sendo sendo que no Alto da Serra Mantiqueira, deu-se a instalação do Registro de Itajubá, em 1746.

domingo, 24 de abril de 2016

A riqueza que ficou pelo caminho - HENRIQUE OSTRONOFF (Transcrição)

As estradas reais, antigos acessos a centros produtores de ouro, tornam-se roteiros turísticos.
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Tributo e contrabando 
Para cobrar o quinto sobre o ouro extraído que era exigido pela Fazenda Real, foram criadas as casas de fundição, onde o inerador deveria declarar oficialmente a quantidade do metal, pagar o tributo e legalizar sua posse. O primeiro desses órgãos foi instalado já em 1695, em Taubaté, ponto de passagem da serra da Mantiqueira, que servia de porta de entrada ao chamado Caminho Geral do Sertão, o qual, passando pelo vale do Paraíba, ligava a vila de São Paulo à região das minas. O contrabando, no entanto, era comum, praticado com mais freqüência no Caminho da Bahia. Ao longo dessa via, principalmente nas proximidades das margens do rio São Francisco, estavam estabelecidas as fazendas onde os comerciantes compravam gado, pago com ouro, para abastecer a região das minas. Como o controle do trânsito dessa estrada se mostrava difícil, pois era formada por uma teia de trilhas, a Coroa tentou proibir, sem resultado, a circulação por ela. Para compensar as perdas geradas pelo contrabando, facilitado pelo uso de ouro em pó como moeda de troca, em 1710 o governo português instituiu impostos sobre a circulação de mercadorias e escravos, os chamados Direitos de Entrada. Cargas de todo tipo, como alimentos e ferramentas, gado e até animais usados no transporte, obviamente quase impossíveis de esconder, eram tributados. Os registros – postos de fiscalização e cobrança de encargos – passaram a ser instalados nos três caminhos que levavam às minas, em pontos de trânsito forçoso, como locais de travessia de rios e passagens por onde era feita a transposição de serras. De início, a administração dessas barreiras de controle ficou nas mãos das câmaras das vilas, mas, em 1718, após licitação promovida pelo governo da capitania de São Paulo e Minas, elas passaram a ser geridas pela iniciativa privada, a cargo dos chamados contratadores. O trânsito de pessoas e mercadorias se tornou cada vez mais intenso pelos caminhos. O historiador Sérgio Buarque de Holanda cita na obra História Geral da Civilização Brasileira – A Época Colonial as estimativas que se faziam da população atraída pela exploração do ouro nas primeiras décadas do século 18. Um viajante anônimo que esteve no Rio de Janeiro em 1703 fala em cerca de 80 mil pessoas ativas na  mineração. Segundo Holanda, o jesuíta italiano Giovanni Antonio Andreoni, mais conhecido como Antonil, em seu livro Cultura e Opulência do Brasil por suas Drogas e Minas, publicado em 1711, menciona 30 mil, "ocupados uns em catar, outros em mandar catar nos ribeiros de ouro, outros em negociar, vendendo e comprando o que se há de mister não só para a vida mas para o regalo, em maior quantidade do que nos portos de mar". A Coroa portuguesa proibia na região atividades econômicas que pudessem causar o desvio da mão-de-obra dedicada à extração aurífera. Dessa forma, as mercadorias necessárias à sobrevivência dos arraiais surgidos em torno das lavras precisavam necessariamente ser adquiridas em outras localidades e transportadas pelas estradas reais.
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Registro de Itajubá - O referido registro foi instalado por volta de 1746, no Alto da Serra, espaço colonial de Piquete-SP , Caminho Geral do Sertão, Estrada Real do Sertão, Caminho de Fernão Dias.
Registro (Piquete-SP) - Localizado no Núcleo Embrião de Piquete, também via de passagem para os que seguiam em busca do Registro Mantiqueira, passando pela Vila de Conceição do Embaú (Cruzeiro-SP)
Este mapa de 1776, de Santos-SP, possibilita a identificação da localidade Alto da Serra, onde se deu a instalação do Registro de Itajuba, acima citado,  localidade denominada também de desfiladeiro  de Itajubá, Bela Vista, Meia Lua.
A cidade de Marmelópolis-MG, uma das portas de entrada para o Sertão das Gerais, era alcançada via Alto da Serra, espaço Colonial de Piquete-SP.
 Roteiro do Caminho Velho do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas do Ouro de 1707.
 Registro (Piquete-SP) - Localizado no Núcleo Embrião de Piquete, também via de passagem para os que seguiam em busca do Registro Mantiqueira, passando pela Vila de Conceição do Embaú (Cruzeiro-SP)
Fonte:Problemas Brasileiros, Postado em http://migre.me/tBlen

(Estrada dos Goayases) - Transcriçãao


Através de registros iconográficos conhecidos, podemos identificar na porção leste da Capitania, em uma região mais próxima a Serra da Mantiqueira, o traçado de uma estrada – a Estrada dos Goiases ou do Anhanguera – a avançar pelos sertões com o apoio de paragens e povoados como Mogi Guaçu, Casa Branca, Batatais, Franca. 

Aberta a partir do descobrimento das “minas dos goiases” em 1722, a Estrada do Anhanguera merecera, a partir de 1726, a concessão de alguns lotes de sesmarias (doados, inicialmente, aos descobridores das minas de Goiás), seguindo-se, entre os anos de 1728/1735, novas concessões voltadas a fixar “criações de gados e cavalgaduras em terras que se acham devolutas”, além de fornecer gêneros, promover a sustentação da estrada e permitir o “augmento na real renda dos dízimos, e taxação aos minérios”. Em 1730, já definida como estrada real, o caminho passaria a contar com “registros nos rios, sesmarias ao longo da rota e a instalação de funcionários reais” no controle e cobranças (BRIOSCHI, 1991, p12).

O “Caminho do Anhanguera” ou “Estrada dos Goyases”, como se tornou conhecida, partia de São Paulo rumo a Jundiaí, passava pelo bairro rural de Mato Grosso (Campinas), margeava a Serra da Mantiqueira e na altura do “sertão da farinha podre” (triângulo mineiro) tomava a direção oeste rumo as minas de Goiás e Mato Grosso. 

Esta estrada, no curso do século XVIII, acabou por fixar pousos, fazendas de gado e de cavalgaduras (que também forneciam gêneros para a sustentação da estrada), além de promover a instalação de povoados (instalações geralmente precedidas/acompanhadas pela obtenção de sesmarias) tornando-se “razão de existência e (..) sobrevivência” dos “primeiros assentamentos populacionais” (BRIOSCHI 1991) que dariam origem as cidades de Mogi Mirim (1769), Mogi Guaçu (1877), Casa Branca (1841), Batatais (1839), Franca (1821), entre outras. 

A “Estrada do Anhanguera”, na altura do “sertão da farinha podre” também dava acesso ao caminho para a comarca do rio das mortes (São João Del Rei) – a “Picada de Goiás” (aberta em fins da década de 1740) – prestando-se a interligar o sul de Minas Gerais ao território goiano. Este caminho possibilitaria aos mineiros disputar com os paulistas o fornecimento de gêneros e criações para os arraiais e vilas goianas e mato-grossenses, auxiliando-nos a compreender o porque do enfraquecimento vivido pela “Estrada dos Goiases” entre as décadas 1740/1800, período no qual praticamente cessaram as distribuições de sesmarias em seu trajeto. 

Na verdade, mais do que uma “via de comunicação e circulação de riqueza”, o “caminho do Anhanguera” cumpria com o papel de dar “razão de existência e (..) sobrevivência” aos “primeiros assentamentos populacionais” (BRIOSCHI, 1991, p13), fixando moradores para, a partir deles, promover a ocupação de uma região desconhecida - característica que permitiu à estrada e a vários de seus pousos sobreviver “mesmo após o surgimento dos primeiros núcleos urbanos da região” (BRIOSCHI, 1991, p18).

Além desta rota, surgiriam outras estradas destinadas a interligar as vilas paulistas com os mercados em desenvolvimento, entre elas: a “Estrada para a Vila da Constituição” - que interligava as vilas de São Paulo a Araritaguaba/Porto Feliz (1797), passando por Itu e Constituição/Piracicaba; a “Estrada para a divisa de Minas Gerais” – que seguia por Juqueri, Atibaia (1769) e Bragança (1797); a “Estrada do Norte de São Paulo”- que interligava São Paulo a Bananal, no Vale do Paraíba, através das atuais Mogi das Cruzes (1611), Jacareí (1653), São José dos Campos (1767), Taubaté (1645), Pindamonhangaba (1705), Guaratinguetá (1651), Lorena (1788), Areias (1816) e Bananal (1832); a “estrada para Ubatuba” (1637), que passava por Santos, São Sebastião e Caraguatatuba (1857); e ainda, o caminho para o Paraná “através de Cotia, São Roque, Sorocaba, Itapetininga e Faxina (atualmente Itapeva)” (MATOS, 2001). 

Em direção oeste também começavam a ser abertos caminhos por terra, entre eles, o “Picadão de Cuiabá”, que rumava para os ainda pouco conhecidos “campos do Araraquara” localizado entre os rios Tietê, Jacaré-Guaçu e Moji-Guaçú. 

Ainda no século XVIII, outros caminhos desempenharam papel fundamental no desvendamento e ocupação dos sertões, a começar pela rota fluvial que, a partir do rio Tietê alcançava as minas de Cuiabá,  desempenhando um papel central no abastecimento de parte da região centro-oeste. Ou ainda, um terceiro caminho aberto por ordem governamental em meados do século XVIII, o “Picadão de Cuiabá”, que pela margem direita do Rio Tietê procuraria alcançar os chamados “campos do Araraquara”, localizados entre os rios Tietê, Jacaré-Guaçu e Moji-Guaçú, em grande medida desconhecidos.

A expansão dos negócios de abastecimento mineiros, por sua vez, viria ocupar um lugar importante na constituição “moderna” do Estado de São Paulo, em especial, na proporção em que suas atividades agro-pastoris começaram a adentrar o território paulista e alterar sua dinâmica interna “de negócios”. Na verdade, o crescimento destas atividades e a penetração de um forte e contínuo contingente de mineiros pelos sertões paulistas da década de 1740 em diante, acabou por promover mudanças profundas no sistema de ocupação e produção original, imprimindo-lhes um sistema e dinâmica de posses, pastagens e criações diretamente associados às relações mercantis. 

Com base, então, em uma outra econômia de subsistência, a colonização dos sertões paulistas começou a ganhar nova configuração, enfraquecendo-se pouco a pouco sua agricultura itinerante tradicional (verdadeira barreira ao fortalecimento das relações de mercado) para dar lugar a um regime de posses, uso da terra e técnicas, organização específica de trabalho e produção voltada para o mercado interno sob moldes mineiros.

De forma concomitante, a dinâmica migratória revelou-se intensa: em pouco tempo passou-se a registrar a presença, ao longo da Estrada dos Goiases, de uma sucessão de posses e/ou sesmarias associadas a pousos que, segundo a obra Entrantes do Sertão do Rio Pardo, assemelhavam-se mais a fazendas especializadas “em atender aos viandantes e às tropas que seguiam pelo caminho”; verdadeiras unidades produtivas que mantinham seus roçados (mandioca, cana, feijões, bananas, algodão, milho, entre outros) associados, muitas vezes, a campos de pastagem e criação de gado vacum, cavalar e suínos, oferecendo não apenas sustentação para a estrada mas o próprio desenvolvimento econômico à Capitania. Em lugar, portanto, da maneira tradicional “paulista” de habitar os sertões (fundada na agricultura itinerante e no convívio - mais ou menos violento - com etnias indígenas), o que começava a se interiorizar eram relações de mercado no próprio trato da terra, das criações e atendimento aos viajantes.

As atividades de abastecimento das paragens passaram, pouco a pouco, a estabelecer relações com outras paragens e a promover uma dinamização comercial entre suas atividades e localidades, transformando-se antigas “bocas de sertão” em “paragens de viajantes”, e em alguns casos, em povoados promotores do desenvolvimento de “novas fronteiras”; localidades estruturadas em “pequenas e médias unidades produtoras dedicadas a diversas atividades voltadas para o auto-abastecimento, para o mercado interno e, mais tarde, para o mercado externo” (MESSIAS,  p20/21).

Através da “Estrada dos Goiases” e dos demais caminhos (terrestres e fluviais) pelos sertões paulistas, as atividades agrícolas e criatórias associadas ao mercado interno ganharam mais uma especialidade no início do século XIX: lavouras extensivas de cana de açúcar e café voltadas para o mercado externo. Estas lavouras começaram a surgir nas últimas décadas do século XVIII na porção sul da Capitania, no chamado “quadrilátero do açúcar” (formado entre as regiões de Constituição/Piracicaba, Mogi Guaçu, São Carlos/Campinas e Itu), em resposta a um conjunto diverso de fatores econômicos e políticos, entre eles, uma nova política governamental que se voltava a promover a ocupação, produção e povoamento do território através da concessão de sesmarias em regiões consideradas estratégicas, da adoção de medidas para a reestruturação do porto de Santos, da melhoria das vias de comunicação entre o planalto e o litoral, ou ainda, da definição de novas diretrizes de comercialização com a Metrópole. (continua)
Fonte: http://hzoom.com.br/en/artigo/146
 
 Parafraseando: É certo que a “Estrada do Anhanguera”, na altura do “sertão da farinha podre” também dava acesso ao caminho para a comarca do rio das mortes (São João Del Rei) – a “Picada de Goiás”. Todavia, a referida "Picada de Goías", também denominada Estrada Real de Pitangui, tem sua origem muito antes, ou seja, nãp foi aberta  em fins da década de 1740. Trata-se de caminho originariamente percorrido pelos paulistas que após a guerra dos Emboabas em 1709, deixaram a região de Sabara. Assim sendo, seguiram em direção a Mato Grosso. Fazendo-se necessário lembrar que, a descoberta de ouro em Mato Grosso, antecedeu a descoberta do ouro em Goiás. Portanto, a primeira itinerário rumo a sertão do Oeste, foi pelo caminho Geral do Sertão, Caminho dos Paulistas, Estrada Real do Sertão, via Vale do Paraíba, interligando o sul e região central  de Minas,  ao território goiano, de Mato Grosso.
Aberta a partir do descobrimento das “minas dos goiases” em 1722,

História do comércio de Guaratinguetá (Transcrição) - Artigo de Regiane Aparecida

CAPÍTULO I 1- A história do comércio de Guaratinguetá
Narrar a história do comércio é falar de relações humanas. É contar a trajetória de uma das mais antigas atividades sociais, não apenas por meio do desenvolvimento econômico ou de técnicas, mas também das afinidades entre comerciantes e clientes. Das cadernetas aos pagamentos eletrônicos, encontramos histórias de amizade, compreensão, iniciativas, dificuldades e vitórias, que traduzem a magia dos balcões simples ou sofisticados presentes em nosso cotidiano e em nosso imaginário.
Guaratinguetá é um município brasileiro do Estado de São Paulo, localizada na região do Vale do Paraíba e sede de microrregião. Conhecida na região pela tradição da comemoração do Carnaval, com desfile de Escolas de Samba e Blocos Carnavalescos. Terra do beatificado Frei Galvão, do Presidente da República Rodrigues Alves e do cardiologista Dr Euryclides de Jesus Zerbini.
Desde os primeiros tempos, Guaratinguetá era conhecida pelos índios da região pela abundância de garças, que viviam as margens do Rio Paraíba. Por lá passaram os primeiros homens brancos, no final do Século XVI, em Bandeiras portuguesas atrás de riquezas escondidas além da Serra da Mantiqueira, nas terras que conhecidas hoje como Minas Gerais.
Em 1628 teve início o povoamento da região do Vale do Paraíba com a doação de terras a Jacques Felix e seus filhos. A partir deste núcleo irradia-se o povoamento em todas as direções e em 1630 surge o povoado de Guaratinguetá, mais precisamente em 13 de Junho de 1630 com a construção de uma capela de pau-a-pique e coberta de sapê dedicada a Santo Antônio, fato registrado no primeiro Livro-Tombo da Matriz de Santo Antônio.
Em 13 de Fevereiro de 1651, por intervenção do Capitão Domingos Leme, é elevada a Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá, devido à abertura da estrada principal. Por tradição, também é erguido o pelourinho. Durante o Século XVIII torna-se o principal ponto de abastecimento dos exploradores dos veios de ouro de Minas Gerais, vivendo do comércio à beira da estrada. Durante esse período, os viajantes estrangeiros que por lá passaram deixaram valorosos documentos a respeito de Guaratinguetá, tanto em livros quanto em pinturas. As poucas e estreitas ruas são preenchidas pelo povo nos domingos e feriados para os cultos religiosos.
Por sua privilegiada localização, Guaratinguetá era ponto de passagem para Minas Gerais, para as vilas de Taubaté e São Paulo e para o porto de Paraty.
As tropas vinham dos municípios de Cunha, Parati, Lagoinha, Taubaté e mesmo de São Luiz do Paraitinga. Havia também um outro rancho de tropas do outro lado do Rio Paraíba, perto da ponte metálica. O Rancho da Pedreira, porém era o mais importante pela forma de seu grande movimento, pois ali os tropeiros não permaneciam mais de um dia. O lema era: “Mercadoria vendida, mercadoria comprada”. Semanalmente perto de 300 animais traziam: feijão, milho, salgado, carne de porco e ainda frutas como o marmelo, pêra, pêssego, ameixa. Essas mercadorias vinham em jacás e balaios próprios para cada espécie.
De Parati destacam-se o peixe salgado, deliciosas tainhas, e a aguardente azulada. Este comércio consistia, principalmente na troca de mantimentos para homens e para animais, por tecidos, por sal e por instrumentos necessários à lavoura. Ampliou-se, depois, com a criação de porcos e com a plantação do algodão, para suprimento das bandeiras que buscavam as riquezas das minas.
O retorno iniciava-se nas primeiras horas da madrugada, muito antes do sol nascer. Assim a jornada rendia mais e os burros não se cansavam muito, pois tinham de cobrir longas caminhadas com pesados fardos. Do rancho partiam para a estação de trem, carroças cheias de mercadorias com destino, principalmente para o Rio de Janeiro. Era o comércio dos tropeiros, que desde o frio, sob o sol, sob a chuva, envolvendo-se na poeira ou sujando-se na lama, rudes como os próprios animais, traziam de longe para Guaratinguetá, o produto de seu trabalho, acolhido e consumido não só aqui, mas também em outras regiões, que impulsionou o nosso comércio para o que ele se transformou hoje.
Durante as primeiras décadas do século XVIII, teve importante participação no ciclo do ouro nas Minas Gerais. Foi o principal centro abastecedor do território mineiro, e para lá mandou muitos de seus filhos, junto aos bandeirantes de Taubaté e de Pindamonhangaba, no desbravamento e penetração dos sertões de Minas. A essa época, a vila recebeu uma Casa de Fundição do Ouro, depois transferida para Paraty. A vila, porém, era modesta, com poucas e tortuosas ruas que, a partir da Matriz, acompanhavam os caminhos. Vivia de uma economia de subsistência e do comércio de beira de estrada mais voltado para os viajantes que transitavam pela região.
Guaratinguetá era usada como caminho, dos "Paulistas", ligando a Vila de São Paulo às Minas Gerais. Iniciava-se na cidade de São Paulo, percorrendo o Vale do Paraíba até atingir Guaratinguetá, onde se encontrava com o "Caminho Velho". De Guaratinguetá iam em direção do "Porto de Guaypacaré", onde ficavam as roças de Bento Rodrigues Caldeira.
O Caminho de São Paulo seguia até Guaratinguetá, onde se bifurcava no Caminho Velho: para o Norte, Minas Gerais; para o Sul, Parati e Rio de Janeiro (por mar). Em meados do séc. XVIII, com a construção de acessos terrestres para o Rio de Janeiro, o caminho de São Paulo passou a ter mais opções de prosseguimento, como a trilha que passava por Cachoeira Paulista, Silveiras, S. José do Barreiro, e Bananal, até a Guarda do Coutinho (Pouso Seco), na divisa estadual, próximo a Rio Claro. Ou seguindo até Campo Alegre (Resende, Quatis, Piraí, no RJ), e daí escolhendo algum de outros diversos caminhos para chegar ao Rio. [Sodero]
No Século XIX, Guaratinguetá atinge o apogeu do período cafeeiro, ao mesmo tempo em que sofria com o declínio dos engenhos de açúcar. Durante a “Trilha da Independência”, D. Pedro I pernoita na cidade, em 18 de Agosto de 1822. Impulsionada pelo desenvolvimento econômico, político e social promovido pela evolução cafeeira, a Vila eleva-se a categoria de Cidade em 1844, e de Comarca em 1852. O café vira moeda forte, alterando o cotidiano da cidade. Aumenta-se a mão-de-obra nos campos, ampliam-se as construções na cidade e os filhos dos fazendeiros são levados a estudarem na Corte ou na Europa. O comércio de mercadorias vindas em lombo de burro do porto de Parati expande-se.
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Todos os caminhos que se cruzaram em direção ao litoral, as Minas Gerais, São Paulo e depois para o Rio de Janeiro, em toda a sua História desde os primeiros tropeiros trazendo mercadorias nos lombos dos burros, continuando com a ferrovia e as rodovias e o aeroporto, favoreceram o desenvolvimento do comércio de Guaratinguetá.
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Fonte: Info Escola http://www.infoescola.com/historia/historia-do-comercio-de-guaratingueta/

Produção mercantil e diversificação econômi ca: um desafio para o sul mineiro. Freguesia de Itajubá, 1785-1850. - Juliano Custódio Sobrinho ∗

Introdução 
Localizada na serra da Mantiqueira, na fronteira entre as capitanias de Minas Gerais e de São Paulo, a freguesia de Itajubá foi formada ainda no início do século XVIII por desbravadores das freguesias vizinhas, do vale do Paraíba paulista, motivados pelas catas de ouro da região mineradora. As  possíveis riquezas provenientes das minas do Itajubá não produziram o efeito desejado e, em poucos anos, o novo povoado se manteve com uma produção agropastoril de subsistência. No início do século XIX, o antigo povoado de Itajubá foi substituído pela ocupação de uma outra área próxima, no vale do rio Sapucaí, onde a sede da freguesia foi transferida, causando grandes conflitos entre aqueles que se mudaram para a nova freguesia e os que permaneceram na região serrana. A freguesia de Itajubá pertencia a uma região que hoje é definida imprecisamente como o “sul de Minas”. A noção de região adotada nesse trabalho pretende se aproximar das reflexões propostas por Ciro Cardoso, em que uma região pode ser definida “operacionalmente de acordo com certas variáveis e hipóteses, sem pretender que a opção adotada seja a única maneira correta de recortar o espaço e de  definir blocos regionais”.1 A noção de “região” transcende as delimitações geográficas e as subdivisões jurídico- administrativas das comarcas e parte para uma realidade mais complexa, que  engloba outros fatores, como o fator mercantil que rompia com as barreiras do que se considerava como sul mineiro. Assim, as freguesias do “sul de Minas” estavam interligadas com um complexo econômico mais dinâmico e sem fronteiras, que estava além da Capitania de Minas Gerais, estabelecendo uma ligação com outras capitanias, como a do Rio de Janeiro, São Paulo e o sul da colônia, principalmente nos oitocentos. Dessa forma, pensamos que o termo “região” precisa ser bem  analisado, quando empregado para áreas consideradas como o “sul mineiro” daquele período.  Com o sucesso da descoberta de ouro na região central da futura Capitania de Minas Gerais,  no final do século XVII, um grande contingente de pessoas se aventurou a desbravar a região, até  então pouco povoada e explorada em quase toda sua territorialidade. Em pouco tempo, vários  povoados foram surgindo entre as minas e as encostas dos rios e toda essa movimentação e  transformação naquela área chamou a atenção do Império Português. Era visível a satisfação da  Coroa Portuguesa pelas descobertas do eldorado na colônia, contudo também era preocupante a  maneira como se daria o controle administrativo e fiscal da região por parte do império.2 Nesse primeiro momento de ocupação, a região aurífera estava sob a administração da  Capitania do Rio de Janeiro. Em 1709 foi criada a Capitania de São Paulo e das Minas, sendo que  essa última veio a ter sua própria capitania tempos mais tarde. Segundo o Alvará de 6 de abril de  1714, a comarca do Rio das Mortes estava criada, com sede em São João del Rei, regulamentando  mais outras duas comarcas na capitania: Vila Rica (Ouro Preto) e Vila Real do Sabará (Rio das Velhas). Afirma Afonso de Alencastro que era de se supor que antes mesmo do alvará, essas comarcas já deveriam existir. Mais tarde, as comarcas do Serro Frio (Vila do Príncipe), em 1720 e a do Paracatu, em 1815.3
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A freguesia de Itajubá teve seu primeiro núcleo de ocupação no alto da serra da Mantiqueira, como povoado limite entre a Capitania de Minas Gerais e a Capitania de São Paulo, ainda por volta do início do século XVIII, sendo considerado um dos povoamentos mais antigos do Sul de Minas.7 Em 1714, a Câmara de Guaratinguetá teria enviado homens a fim de afixar o marco divisório da Capitania de Minas Gerais e São Paulo no arraial de Itajubá.8 A ocupação dessa localidade teve relação com a procura das catas de ouro na região. No entanto, o caráter efêmero da mineração nesta região despertaria no sul mineiro a vocação para a agropecuária e o que percebemos e tentaremos de monstrar ao longo desse artigo é a inserção da freguesia de Itajubá nesse tipo de atividade produtiva, característica do sul mineiro. Geraldino Campista afirmou que foi Miguel Garcia, sobrinho do Capitão Manuel Garcia que, depois de voltar da região do Ribeirão do Carmo para a vila de Taubaté, teria subido a serra da Mantiqueira e aportado a uma paragem que primeiro denominou de “Caxambu”, mas que logo chamaria de Itajubá. A data parece imprecisa, mas o autor acredita que por volta de 1703 a 1705 tenha-se dado a formação das “minas do Itagybá”. 9 A descoberta de ouro no arraial parece não ter se estendido por muitos anos, o que não correspondeu aos interesses dos que se dedicavam a mineração: Os aventureiros que, depois de Miguel Garcia Velho, lá estiveram logo abandonaram aquelas minas. Os poucos habitantes do povoa do, desde então, nem mais pensavam em ouro, já não dava pão e comida a ninguém, de tão raro que ficou. Os antigos faisqueiros se tornavam agricultores, e a gente nova que surgia, muito pouco, não chegava com menos interesse pela garimpagem. Só se cuidava, a partir de então, do plantio de cereais, do fabrico da rapadura, queijos, manteigas e da criação de aves, cabras, suínos, alguns porcos, ovelhas e gado alto.10 Entretanto, as jazidas de Itajubá eram citadas por alguns autores, como Mafalda Zemella, na tentativa de demonstrar que a mineração era também a intenção dos descobridores para aquele território mineiro. Isso demonstra que além da região central das minas do ouro, outras jazidas esparsas, com certa distância do núcleo minera dor, produziram ouro por algum tempo, sem, contudo, ter o mesmo sucesso das outras. As demais minas citadas pela autora eram as minas do Rio Verde, as Minas Novas e as de Paracatu.11 Seriam os povoados do vale do Paraíba Paulista que, desde o princípio da ocupação nas minas do Itajubá, mantiveram contato com o arraial. Contudo o acesso entre a paragem do Itajubá com as povoações do vale era muito difícil. Até 1741, os dois únicos caminhos que levavam até as minas de Itajubá eram pela garganta do Embaú e a serra dos Marins, por onde havia entrado o Sargento-mor Miguel Garcia, e o caminho dos Campos de apivari, aberto por Gaspar Vaz. A abertura pela serra da Mantiqueira foi uma nova alternativa, que encurtava a distância entre a vila de Taubaté, a freguesia de Guaratinguetá e a freguesia de N. Sra. da Piedade (atual Lorena-SP). O arraial estabelecia desde cedo relações mercantis com essa região paulista, enviando produtos agrícolas e recebendo cargueiros de sal, querosene e tecidos.12 Dessa forma, os primeiros moradores do arraial de Itajubá seriam de origem dessa região da Capitania de São Paulo e em breve seria construída a capela de N. Sra. da Soledade, pertencente ao Bispado de São Paulo.13 As dificuldades para as minas de Itajubá não se resumiam à distância e a falta de comunicação com a comarca do Rio das Mortes, mas também a exploração dos impostos, por parte da Coroa Portuguesa aos habitantes do arraial, por conta da fiscalização da extração do ouro. Segundo Geraldino Campista, o ouro extraído do arraial de Itajubá era de má qualidade, tendo sempre na permuta valor inferior, o que despertava a insatisfação do arraial que não conseguia pagar os impostos.14 Ainda no século XVIII, o arraial de Itajubá seria considerado oficialmente um julgado, “isto é, uma povoação sem pelourinho, nem privilégio de vila, mantendo justiça própria: um juiz ordinário, um tabelião, um alcaide e um meirinho”.15 Essa informação pode ser confirmada através de uma carta de José António Freire de Andrada, governador das Minas Gerais, expondo os motivos para se nomear juiz ordinário e escrivão para as minas de Itajubá.16 A formação de julgados e freguesias na região sul mineira demonstrava a necessidade das alterações jurídico-administrativas no termo de Campanha da Princesa, principalmente por conta da distância entre a região e a vila de São João de l Rei, sede da comarca do Rio das Mortes. Também as criações de julgados e freguesias poderiam representar a expansão e o desenvolvimento econômico do termo, a partir do dezoito, através da produção diversificada voltada ao abastecimento. Como um julgado, o arraial de Itajubá atendia as funções jurídico-administrativas de outras localidades do termo de Campanha da Princesa, o que corrobora para demonstrar a importância da freguesia frente ao termo, já que era referência a outros povoados que estavam na região de fronteira entre as Capitanias de Minas e de São Paulo e que não podiam ser atendidos pela justiça da sede do termo, devido à distância geográfica. Em 1762, a capela curada foi elevada à condição de freguesia. O território da freguesia de  Itajubá abrangia os atuais municípios de Itajubá , Cristina, São Sebastião da Pedra Branca, Santa Rita do Sapucaí e São Caetano da Vargem Grande ou vila Braz. A rápida escassez da extração  aurífera, a geografia desprivilegiada no alto da serra da Mantiqueira e a dificuldade de acesso a outras  localidades fizeram com que o padre responsável pela freguesia decidisse migrar com parte da população para o vale do Rio Sapucaí, perto daquela localidade. O Pe. Lourenço da Costa Moreira convenceu seus fieis das potencialidades da região ao vale do Rio Sapucaí, devido à pobreza em que se encontravam no alto da serra. Em 1819, começaram a migrar para a região do vale, formando o arraial de Boa Vista do Sapucaí.17 Segundo Armelim Guimarães, já existiam fazendas na região de Boa Vista do Sapucaí, doadas aos sesmeiros, mas nada parecido com a formação de um arraial. O Pe. Lourenço recebeu terras para a construção da igreja e para a infra-estrutura do novo povoado. Com a mudança de Pe. Lourenço e parte da população da freguesia de Itajubá, muitos outros moradores não aceitaram a transferência e durante anos marcaram vários conflitos com o novo arraial,  principalmente pela perda do vigário, Pe. Lourenço, já que a freguesia se encontrava “desprovida espiritualmente de um líder”.18 As justificativas para o abandono da freguesia ficaram explícitas em vários documentos e a transferência da matriz seria autorizada pelo presidente da província de Minas Gerais, permitindo que só os paramentos necessários ficassem na freguesia.19 Os desentendimentos entre os dois povoados não cessaram e se arrastaram ao longo do dezenove. Entre 1828 e 1829, o vigário Pe. Lourenço reuniu o povo em procissão para o transporte da imagem de N. Sra. da Soledade e os paramentos para a nova igreja autorizada pelo presidente da província. Contudo, a procissão para a transferência dos paramentos religiosos foi surpreendida por um confronto com os moradores que não aceita vam a mudança. A solução encontrada foi a permanência da imagem na capela velha e a transferência dos paramentos para a nova igreja.20 O direito regencial de Feijó, de 14 de julho de1832, transferia a sede da freguesia de Itajubá para Boa Vista do Sapucaí – onde a paróquia seria transladada para a nova igreja e o antigo povoado se tornaria curato até 1842, quando voltaria a se tornar freguesia (conhecido popularmente como Itajubá Velho ou Soledade do Itajubá). Essa transferência de sede da freguesia acentuaria ainda mais os desentendimentos entre o curato de Itajubá Velho e a freguesia de Boa Vista de Itajubá, o que se estenderia por anos, fazendo com que a vila de Campanha da Princesa organizasse os procedimentos para definir os limites da divisa entre as duas localidades.21 A freguesia Nova de Boa Vista do Itajubá se dedicaria principalmente à produção de gêneros alimentícios como feijão, arroz, milho, mandioca, cereais, rapadura, queijos, manteiga, aguardente, gado vacum e principalmente suíno.22 Afirmou Armelim Guimarães que esses produtos escoavam pelo rio Sapucaí para o comércio com as localidades vizinhas, como Pouso Alegre, Campanha, Baependi, Pouso Alto e outros pontos da província. Outros produtos vinham da Corte para a freguesia como fazendas, ferragens, louças, sal em lombos de burros23 Cultivava-se também para o consumo local e exportação fumo, frutas e a pecuária em geral.24
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 Fonte: http://www.cedeplar.ufmg.br/seminarios/seminario_diamantina/2010/D10A002.pdf
Nota:  Em momento algum fez-se referência do Registro de Itajubá. Todavia, foi este instalado no Alto da Serra da Mantiqueira, espaço colonial de Piquete-SP hoje, por volta de 1746, principal caminho de entrada  para o Sertão das Gerais, ligando Guaratinguetá-SP, a São João Del Rei, Desta feita torna-se possível afirmar que a região do Alto da Serra,  Boa Vista, Meia Lua, Caminho Geral do Sertão, Estrada  Real do Sertão, estava contido no território de mineiro de Itajubá-MG.  (Registro de Itajubá n.º 07 no Mapa) 

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...