Em 1560, o governador geral Mem de Sá, tendo expulsado os Franceses da
Baía de Guanabara, deteve-se na Capitania de São Vicente e "providenciou
para que o provedor Brás Cubas e o mineiro Luís Martins fossem ao
sertão a dentro a buscar minas de outro e prata". Os sertanistas
percorrem trezentas léguas de sertão em busca de outro e prata. Partindo
de São Paulo e passando por Mogy das Cruzes, desceram o rio Paraíba,
guiados pelos índios até a paragem de Cachoeira, onde encontraram o
caminho que atravessava do litoral para a serra acima e tomando por esse
caminho subiram a serra de Jaguamimbaba (Mantiqueira), forma à barra
do rio das Velhas e correram a margem do rio São Francisco até o
Pará-Mirim, donde voltaram pelo mesmo caminho.
Navegando a favor da
correnteza nas águas do rio Paraíba do Sul, os paulistas e outros
sertanistas e aventureiros atingiam as terras de Guapacaré (atual
Lorena) e transpondo o rio "antes dele encachoeirar-se", atravessavam a
garganta do Embaú, por onde se transpunha a serra da Mantiqueira e
penetravam os sertões mineiros.
As expedições de João Pereira de
Souza Botafogo (1596), de Martim Corrêa de Sá e Anthony Knivet (1597),
de André de Leão e Wilhelm Glimmer ( 1601), Jerônimo da Veiga ( 1643), Sebastião Machado Fernandes Camacho (1645), de Fernão Dias Paes (1674),
atravessaram o Vale do Paraíba, percorrendo o rio e as velhas trilhas,
abrindo o chamado "caminho geral do sertão", que ligava a vila de São
Paulo aos primeiros núcleos de povoamento nos sertões do Paraíba e daqui
às minas dos Cataguás, de Taubaté e da Gerais.
Desde os primeiros
anos do século XVII "foi esse caminho senhoreado e freqüentado pelos
paulistas, tornando-se a linha de penetração mais importante do Brasil,
senão na América do Sul" , até a abertura do "caminho novo de Garcia
Rodrigues ", que ligou, diretamente, Rio de Janeiro às Minas Gerais.
Quem
dirá o bairro do Botafogo recorda João Pereira de Souza Botafogo, aí
morador desde 1590, donde também chamar-se "praia de João de Souza",
como dantes era "praia de Francisco Velho", companheiro de Estácio de Sá
que, da praia Vermelha ou de Martim Afonso, avançou pela praia da
Saudade, costeando o Morro, depois chamado de Matias, do Pasmado, da
Azinhaga, começo da avenida Pasteur de hoje, atravessando o rio de
Berquó, nome do ouvidor Berquó ou da Banana Podre, onde está hoje o
desgracioso e inútil Pavilhão Mourisco, desbravando então, daí, a
pequena baía encerrada entre os morros do Pasmado e da Viúva?
Nota: O Núcleo embrião de Piquete estava contido indubitavelmente, na "linha de penetração mais importante do Brasil". Uma vez que, alcançadas a terras do Guaipacaré o rio era necessariamente transposto, antes de encachoeirar-se. Prova disso é que, o caminho da serra acima, ou seja, o
caminho que atravessa do litoral, isto é, o caminho de Paraty, encontra-se com o de São Paulo em um trecho encachoeirado, restando
incontrastável que, estamos falando da região da Vila Santo Antonio
(Guaratinguetá) e Guaipacaré (Lorena). Sendo está a única forma de alcançar a Garganta do Sapucai (via Meia Lua), onde mais tarde instalou-se o (registro de Itajubá) ou a Garganta do Embaú, pelo (registro da Mantiqueira). Sendo o ponto de bifurcação em busca desses caminhos o Bairro do Itabaquara, um dos primeiros núcleo de povoamento de Piquete Quer-se dizer que, tomando esse
caminho subiram a serra de Jaguamimbaba (Mantiqueira). Em definitivo, 1 légua = 6.600 metros , ou seja, estamos falando de 300 léguas percorridas. Ademais no traçado do Mapa abaixo podemos ver que da Piedade (Lorena-SP) seguia-se em direção ao Alto da Serra.
Carta corográfica - Capitania de S. Paulo, 1766
Apresentando o Estado Político da Capitania de São Paulo em 1766, foi elaborada esta carta, com particular atenção aos limites com Minas Gerais. http://migre.me/9P7rG
Mapa do Caminho Velho: Guaipacaré (Lorena), Registro (Piquete), Conceição do Embaí (Cruzeiro).
Esse outro Mapa informa um outro caminho em Alternativa ao caminho pelo Alto da Serra, à partir do Registro (Piquete-SP), ou seja, o caminho que leva a localidade de Conceição do Embaú. Em demanda da Garganta do mesmo nome. Definitivamente o Rio Paraíba, não era navegável até a localidade de Cachoeira Paulista, uma vez que o encachoeiramento resultando em catadupas, inviabilizava qualquer propósito de navegação
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Obs: 1 légua = 3000 braças = 6.000 varas = 30.000 palmos = 240.000 polegadas = 660.000 centímetros = 6.600 metros (http://migre.me/9P7L4)