terça-feira, 28 de junho de 2011

ROMEIROS SÃO MIGUEL DO PIQUETE - JORNADA DA PERSEVERANÇA – QUARESMA DE SÃO MIGUEL - RESGATE DE UMA TRADIÇÃO RELIGIOSA SETECENTISTA.(3)

ARTE SACRA PAULISTA - SÉCULOS XVI AO XVIII
Remanescentes e primórdios da arte paulista 
Na capital no bairro de São Miguel Paulista a capela anchietana e posteriormente franciscana data de 1622. É exemplar raro de capela alpendrada dos tempos catequéticos restaurada por Luís Saia, autor de Morada paulista (1978). O pesquisador e ex-diretor do museu Louvre de Paris, Germain Bazin, em A arquitetura religiosa barroca no Brasil (1983) diz que deve-se basear naquela construção se quisermos imaginar como eram a maioria dos templos religiosos construídos na época da colonização. No interior, um dos mais antigos retábulos que chegaram até hoje. As madeiras foram postas junto à parede e o altar acomodado na espessura da taipa de pilão de onde nasce o arco do nicho. Do arco abatido nascem discretos raios que terminam em curva antes de tocar as tábuas do forro. No Vale do Paraíba, a igreja da Freguesia da Escada e a residência (1640), jesuítica e posteriormente franciscana, é testemunho do espaço criado pelos inacianos para ação catequética: a capela com coro, a residência e o terreiro fronteiriço para a encenação dos autos e procissões. Em Carapicuíba (1615) a velha aldeia, com a capela reconstruída em 1730, ainda vivencia a dança da Santa Cruz no mês de maio diante da capela com cruzeiro e casario emoldurando esta preciosidade espacial banida das cidades brasileiras.(1)
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Nota: O estudo sobre a Arte Sacra Paulista dos Séculos XVI ao XVII, ao se referir ao Bairro de São Miguel Paulista, faz menção à capela anchietana depois franciscana datada de 1622. No mesmo sentido ao tratar do Vale do Paraíba, em especial da igreja da Freguesia da Escada e a residência, faz menção a vocação jesuítica e posteriormente franciscana. Fala ainda “...do espaço criado pelos inacianos para ação catequética: a capela com coro, residência e o terreiro fronteiriço para a encenação dos autos e procissões”
Dúvida não resta quanto ao momento à partir do qual os inacianos se fizeram efetivamente presentes em especial no vale do Paraíba área de interesse. Assim sendo torna se possível afirmar que a sucessão dos franciscanos posteriormente tornou-se definitiva com a reforma educacional pombalina no sentido que:
“Através do Alvará Régio de 28 de junho de 1759, o Marquês de Pombal, suprimia as escolas jesuíticas de Portugal e de todas as colônias ao expulsar os jesuítas da colônia e, ao mesmo tempo, criava as aulas régias ou avulsas de Latim, Grego, Filosofia e Retórica, que deveriam suprir as disciplinas antes oferecidas nos extintos colégios jesuítas”. (2)
Ou seja, “....o novo sistema não impediu a continuação do oferecimento de estudo nos seminários e colégios das ordens religiosas que não a dos jesuítas (Oratorianos, Franciscanos e Carmelitas, principalmente)” (ibidem).
Não querendo crer que qualquer semelhança, seja mera coincidência, temos uma antiga igreja na invocação a São Miguel em Piquete, "cujas madeiras foram postas junto à parede e o altar, reproduzindo a acomodação na espessura da taipa de pilão de onde nasce o arco do nicho". Magnífica ainda é a citação, contida no texto adrede transcrito: “Do arco abatido nascem discretos raios que terminam em curva antes de tocar as tábuas do forro.”
E quanto ao “...terreiro fronteiriço para a encenação dos autos e procissões”?
Em fim, tudo conduz para tese mais provável, depois de tanta bobagem dita sobre a origem de Piquete que, a Aldeia instalada na invocação a São Miguel no Núcleo embrião de Piquete, deveu-se aos Franciscanos.
Ademais, a criação de um aldeamento, somada a proposta administrativa, com a nomeação de um diretor, concomitantemente, dava-se a nomeação de um pároco e a construção de uma capela, objetivando a catequese e a cobrança do  dízimo. Sendo possivel cogitar que existia uma igreja primitiva, provavelmente em outra localidade, talvez na Vila da Aldeia, toponímia que restou do aldeamento,  reproduzida à imagem e semelhaça, preservando a legitima  arquitetura religiosa barroca paulista. (grifo e petulância de um ignorante em Artes)
Nestas direções, considerando as recomendações ao capitão-mor de Guaratinguetá, em 1779, no que diz respeito à infra-estrutura de apoio na Vila Nossa Senhora da Conceição do Embaú e Aldeia São Miguel, às tropas que vinham de Minas em direção ao Cone Sul, na defesa da Ilha de Santa Catarina, invadida pelos espenhois,  a devoção, soma aproximadamente 232 anos. 
Neste contexto temos além do verdadeiro reencontro com grandiosa tradição Histórica e genuina fé em São Miguel, a oportunidade de lembrar de  São Francisco de Assis, o seráfico, por sua vez, dos inacianos como exemplo a ser seguido em uma jornada quaresmal de perserverança. Por uma verdadeiro movimento de cultura de Paz.

(1) Fonte (Artigo para o Instituto de Estudos Brasileiros. IEA/USP Prof. Dr. Percival Tirapeli Instituto de Artes da UNESP, Universidade Estadual Paulista Dia 15 de maio segunda de manhã 2005 http://migre.me/584lm
(2) Fonte: MARQUÊS DE POMBAL E A REFORMA EDUCACIONAL BRASILEIRA  http://migre.me/58614 
(3)  “ROMEIROS SÃO MIGUEL DO PIQUETE “    http://migre.me/589A3


 

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

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