domingo, 8 de março de 2020

Histórias de Tropeiros (Transcrição)

[...] As tropas de burros procedentes de Argentina e Uruguai entraram no Brasil no século XVI através do Rio Grande do Sul. A Argentina trouxe jumentos e éguas da Espanha e foram criados em grandes estâncias nesses paÍses vizinhos. Houve tentativas de levar os burros de navio desde o Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro, mas não deram certo, já que os burros sofriam muito durante a viagem, passavam sede, fome e, muitos terminavam morrendo. Também tentaram levar os burros pela praia mas também não conseguiram. Em 1724 o português Francisco Farias de Sá, que estava trabalhando na construção do Porto de Laguna, em Santa Catarina, propôs abrir uma estrada do Rio Grande do Sul até Curitiba, fez o traçado da estrada, mas os governadores de Santa Catarina, Paraná e São Paulo se opuseram em fazer a estrada por temor de que os assaltantes argentinos, que viviam assaltando os tropeiros, invadissem o Brasil. Posteriormente veio ao Porto de Laguna um outro português, Cristóvão Pereira de Abreu, que se interessou pelo caminho proposto por Francisco Farias de Sá, melhorou o traçado original e conseguiu convencer os governadores em fazer a estrada. Em 1727 Cristóvão Pereira de Abreu iniciou a construção, que levou seis anos e, em 1733 saiu a primeira tropa de dois mil animais entre burros cargueiros, burros soltos e gado bovino, levando carne seca das charqueadas de Rio Grande do sul para Minas Gerais, onde estavam as minas de extração de ouro, era a época da febre do ouro. Cristóvão Pereira de Abreu inaugurou o ciclo do tropeirismo do Rio Grande do Sul até São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e algumas tropas foram até o norte e o nordeste. Como as distâncias eram grandes e a demanda de burros também crescia, em 1757 foi estabelecida uma Feira de Gado Mular em Sorocaba, onde os vendedores e compradores de diferentes regiões se dirigiam para fazer negócios. Esta feira durava três meses e devido a ela Sorocaba, que tinha uma população inicial de 3.500 habitantes, chegou a ter acima de 40.000 moradores, 200 anos depois. Assim, Sorocaba se tornou o centro do tropeirismo. Os animais vinham da Argentina, Uruguai Rio Grande do Sul até Sorocaba, sendo tocados pelos próprios donos, tropeiros, e por ajudantes ou peões. As tropas vinham soltas e os burros cargueiros transportavam carne seca, feijão, farinha. Ao sair do Rio Grande do Sul, os tropeiros pegavam uma guia para a viagem, em Rio Negro, Santa Catarina, os tropeiros e suas tropas passavam por um registro (não há informações de pagamentos de imposto neste percurso) e com o tempo foi estabelecido o pagamento de um imposto em Sorocaba. Os animais ao chegar, ficavam nas fazendas vizinhas da Cidade, e no momento da venda os tropeiros pagavam um imposto sobre o valor da venda; posteriormente foi também cobrado um imposto pela passagem dos animais, mesmo que eles não fossem vendidos em Sorocaba. Para evitar este imposto os tropeiros começaram a desviar-se do caminho. Quando chegavam em Buri - SP cortavam caminho, passavam por Bom Sucesso (hoje Paranapanema) e Pardinho. Não houve tentativa de fugir de pagamentos de impostos em Sorocaba e sim procurar uma nova rota para Minas Gerais. Quando o governo descobriu essa nova rota, decidiu colocar uma porteira. Não há registros de cobrança do animal solto, mas sim das tropas carregadas. Esse lugar foi chamado Tranca de Ferro, que logo deu nome à Fazenda onde foi colocada a porteira (a Tranca de Ferro estava perto das atuais Mel Alvorada e ONG Nascentes). Fonte: https://biodinamica.org.br/2/a/13-historia-de-tropeiros

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...