[...] As tropas de burros procedentes de
Argentina e Uruguai entraram no Brasil no século
XVI através do Rio Grande do Sul. A Argentina
trouxe jumentos e éguas da Espanha e foram criados
em grandes estâncias nesses paÍses vizinhos. Houve
tentativas de levar os burros de navio desde o Rio
Grande do Sul até o Rio de Janeiro, mas não deram
certo, já que os burros sofriam muito durante a
viagem, passavam sede, fome e, muitos terminavam
morrendo. Também tentaram levar os burros pela
praia mas também não conseguiram.
Em 1724 o português Francisco Farias de
Sá, que estava trabalhando na construção do Porto
de Laguna, em Santa Catarina, propôs abrir uma
estrada do Rio Grande do Sul até Curitiba, fez o
traçado da estrada, mas os governadores de Santa
Catarina, Paraná e São Paulo se opuseram em fazer
a estrada por temor de que os assaltantes argentinos,
que viviam assaltando os tropeiros, invadissem o Brasil.
Posteriormente veio ao Porto de Laguna um outro
português, Cristóvão Pereira de Abreu, que se
interessou pelo caminho proposto por Francisco
Farias de Sá, melhorou o traçado original e conseguiu
convencer os governadores em fazer a estrada. Em
1727 Cristóvão Pereira de Abreu iniciou a
construção, que levou seis anos e, em 1733 saiu a
primeira tropa de dois mil animais entre burros
cargueiros, burros soltos e gado bovino, levando
carne seca das charqueadas de Rio Grande do sul
para Minas Gerais, onde estavam as minas de
extração de ouro, era a época da febre do ouro.
Cristóvão Pereira de Abreu inaugurou o ciclo
do tropeirismo do Rio Grande do Sul até São Paulo,
Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e algumas
tropas foram até o norte e o nordeste. Como as
distâncias eram grandes e a demanda de burros
também crescia, em 1757 foi estabelecida uma Feira
de Gado Mular em Sorocaba, onde os vendedores
e compradores de diferentes regiões se dirigiam para
fazer negócios. Esta feira durava três meses e devido
a ela Sorocaba, que tinha uma população inicial de
3.500 habitantes, chegou a ter acima de 40.000
moradores, 200 anos depois. Assim, Sorocaba se
tornou o centro do tropeirismo. Os animais vinham
da Argentina, Uruguai Rio Grande do Sul até
Sorocaba, sendo tocados pelos próprios donos,
tropeiros, e por ajudantes ou peões. As tropas vinham
soltas e os burros cargueiros transportavam carne
seca, feijão, farinha.
Ao sair do Rio Grande do Sul, os tropeiros
pegavam uma guia para a viagem, em Rio Negro,
Santa Catarina, os tropeiros e suas tropas passavam
por um registro (não há informações de pagamentos
de imposto neste percurso) e com o tempo foi
estabelecido o pagamento de um imposto em
Sorocaba. Os animais ao chegar, ficavam nas fazendas
vizinhas da Cidade, e no momento da venda os
tropeiros pagavam um imposto sobre o valor da
venda; posteriormente foi também cobrado um
imposto pela passagem dos animais, mesmo
que eles não fossem vendidos em Sorocaba.
Para evitar este imposto os
tropeiros começaram a desviar-se
do caminho. Quando
chegavam em Buri - SP
cortavam caminho,
passavam por Bom
Sucesso (hoje Paranapanema) e Pardinho. Não houve
tentativa de fugir de pagamentos de impostos em Sorocaba e sim procurar uma nova
rota para Minas Gerais. Quando o governo descobriu
essa nova rota, decidiu colocar uma porteira. Não
há registros de cobrança do animal solto, mas sim
das tropas carregadas. Esse lugar foi chamado Tranca
de Ferro, que logo deu nome à Fazenda onde foi
colocada a porteira (a Tranca de Ferro estava perto
das atuais Mel Alvorada e ONG Nascentes). Fonte: https://biodinamica.org.br/2/a/13-historia-de-tropeiros
Piquete-SP, Lugar de Memória: "Inventário dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos Escravizados no Brasil elaborado pelo Comitê Científico Internacional do Projeto da UNESCO “Rota do Escravo: Resistência, Herança e Liberdade”. Relativamente ao Núcleo Embrião de Piquete-SP, foram contemplados; "Caminho do Ouro", "Jongo" e "Irmandades", estes dois últimos, na condição de patrimônio imaterial.
GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.
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