A memória da toponímia indígena, marcadamente presente em todo o Brasil, pode ser encontrada de modo muito vivo na Estrada Real. A tarefa de resumir a contribuição indígena na toponímia nacional é um tanto difícil. A maior parte dos nomes possuem dois ou três radicais reunidos que foram muitas vezes modificados, de modo que a verdadeira forma original é difícil de ser reconstruída. Afirma Lind (1963, p. 60) que "foi a língua geral, derivada do tupi e do guarani que serviu de base principal para a nomenclatura nacional. Podemos dizer que foram os bandeirantes ou os missionários os primeiros a utilizá-los." A respeito dessa questão, observa Dick (1990, p.120) que no Brasil, os nomes geográficos que têm origem indígena possuem várias procedências, não se limitando somente à família linguística Tupi. A autora afirma que "a toponímia brasílica contém um acervo considerável de designações de outras origens como a karib, aruak, bororo, jê, kariri, kaingang, por exemplo." Na Estrada Real encontramos: Itaipava, Piranga, Itatiaia, Itabira, Ipoema, Itambé, Itapanhoacanga, Caeté, Sabará, Aiuruoca, Baependi, Acuruí, Jeceaba, Itutinga, Ibirutuna, Ingaí, Itanhandu, Guaratinguetá, Paraty etc.
Fonte: Primeiro Simpósio Brasileiro de Cartografia Histórica: http://migre.me/50wNx