Conheça o projeto |
ALAN INFANTE
da PrimaPagina
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Um projeto que está estruturando uma rede de empresários em cinco pólos
mineiros pretende melhorar a infra-estrutura turística e dobrar a
visitação à Estrada Real — um trajeto histórico pelo qual era escoado o
ouro das minas no século 18. A idéia é aproximar proprietários de
empreendimentos como hotéis, restaurantes, operadoras de turismo e lojas
de souvenirs para promover a cooperação, ajudá-los a aprimorar a
qualidade dos serviços oferecidos e a desenvolver pacotes voltados a
novos públicos. A ação, que teve início em julho do ano passado, tem
como meta elevar a taxa de ocupação dos hotéis na região de 30% para 60%
até o final de 2008.
A iniciativa é resultado de uma parceria entre o IER (Instituto Estrada Real),
o PNUD e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que pretendem
investir US$ 3,4 milhões para consolidar as redes em alguns núcleos:
Ouro Preto, São João Del Rei, Santa Bárbara, Serra do Cipó e Diamantina.
Os locais foram escolhidos por se destacarem como os principais
destinos turísticos da Estrada Real — que se estende por 1,4 mil
quilômetros e passa por 177 municípios nos Estados de Minas Gerais, Rio
de Janeiro e São Paulo.
A rede terá como objetivo assessorar os empresários a profissionalizarem
a estrutura básica do turismo para que, posteriormente, eles tomem a
frente das ações de melhoria, segundo Jean Pierre Sensevi, consultor do
BID no projeto. “Vamos entregar a eles o básico para depois eles mesmos
liderarem as ações. Queremos oferecer serviços de elaboração de sites,
de central de reservas, para melhorar o atendimento”, afirma. De acordo
com ele, a rede deve ganhar vida própria e servirá como um instrumento
ao qual os empresários poderão recorrer quando precisarem de auxílio. “O
empresário terá que pagar uma taxa para se tornar membro da rede e, a
cada serviço que ele contratar, terá que pagar uma taxa”, adianta.
Um dos primeiros benefícios gerados pela rede deve ser o desenvolvimento
de novos pacotes com vistas a atrair turistas de outras regiões. O
projeto elaborou uma estratégia para que, em dois anos, a Estrada Real
seja uma das opções de destino no mercado europeu, segundo Sensevi.
“Quase ninguém conhece a Estrada Real, a não ser em Minas Gerais. Os
visitantes vêm principalmente de Belo Horizonte e um pouco de Brasília”,
diz. De acordo com ele, o plano é que, até julho deste ano, pacotes com
viagens para a região sejam oferecidos em diversas partes do Brasil e
em países vizinhos, como a Argentina. “Com a experiência adquirida com
os turistas paulistas e cariocas, vamos desenvolver dois ou três
produtos para oferecer aos turistas europeus”, destaca.
A ingresso no mercado europeu pode ser uma boa solução para impulsionar o
turismo na Estrada Real, já que a região conta com muitos atrativos que
atendem ao gosto dos turistas da Europa, segundo o consultor. “Primeiro
o espaço — falar que eles vão para um Estado do tamanho da França, que
tem muito verde, muita água. Depois, a figura do mineiro, que é uma
figura autêntica”, avalia. “Além disso, tem outros atrativos. Os
alimentos orgânicos, por exemplo, estão na moda na Europa. Eles pagam
uma fortuna por um quilo de tomate. Mas aqui é tudo natural e é barato.
Essas balas de mel feitas artesanalmente, por exemplo, é uma coisa que
quase não existe mais lá, e é muito barato”, completa.
Para desenvolver esses pacotes voltados a públicos específicos, o
projeto contratou consultores norte-americanos e europeus. “Eles estão
na Serra do Cipó avaliando o circuito de ecoturismo, onde começa, onde
acaba, o que tem. Há um outro fazendo o circuito das águas”, conta
Sensevi. Segundo ele, esse trabalho é fundamental para ampliar o número
de visitantes. “Eles estão procurando produtos para determinados
clientes. Não adianta fazer um pacote sobre teatro na Serra do Cipó,
porque ninguém vai visitar”, frisa.
A criação dos novos pacotes, aliada à maior divulgação da Estrada Real e
à melhoria da infra-estrutura da região, fará com que o projeto consiga
ampliar o turismo e consolidar a rede, prevê Sensevi. “Já conseguimos
reunir mais de 250 empresas nos cinco núcleos e esse número deve
aumentar”, sustenta. Além de empresas, as prefeituras podem participar
da rede, desde que cumpram exigências como manter uma central de
informações turísticas aberta nos fins de semana.
Fonte da trascrição-http://migre.me/5MTCR