quinta-feira, 27 de outubro de 2011

El Dorado Em busca dos antigos mistérios Amazônicos Texto de Dalton Delfini Maziero

Em entrevista exclusiva, o pesquisador e artista Roland Stevenson nos revela fatos surpreendentes sobre o mito do El Dorado. A descoberta de uma estrada inca em plena floresta brasileira, o saque sistemático de estrangeiros ao nosso patrimônio cultural e a comprovação da existência do lendário lago Parime, são apenas algumas das polêmicas desta matéria. Seria o ouro inca, proveniente do Brasil? Seria o El Dorado, mais do que uma lenda?



5) Além do lago Parime, você encontrou indícios de um antigo caminho pré-colombiano na região do Amazônas. Como foi essa descoberta?
Em 1977 comecei as pesquisas no Alto Rio Negro, onde fomos em busca das fortificações de pedras a que alguns escritores se referiam, a exemplo de Barbosa Rodrigues. Conseguimos localizá-las através de guias indígenas. Tratava-se de restos de muros de pedras que os nativos brasileiros não costumam utilizar, tornando-se para nós um grande mistério, pois seus vestígios achavam-se invariavelmente a cada 20 km, situados paralelamente à linha equatorial, cerca de uns 60 km. O enigma começou a se desvendar quando achamos próximo de uma delas o petroglifo de uma lhama, animal de carga dos povos andinos. Ao estudar as características deste camelídeo, reparamos que ele caminha somente 20 km por dia, negando-se a continuar além disso. Então, as fortificações eram pousadas de descanso dos viajantes, dispostas em função do rendimento das lhamas. Tratava-se evidentemente de um caminho extinto, apagado pela floresta, exceto os Tambos como chamam as pousadas no Peru. Em contato com diversas tribos da Bacia do Uaupés, ouvimos as lendas a respeito deste caminho, contada pelos velhos de boca em boca através das gerações. Curiosamente todos os grupos indígenas coincidiam com a mesma narrativa, especialmente entre os Dessana, Pirá-tapuya e Tukano, chamando-a de Nhamíni-wi. Explicavam ser um grande caminho que alcançava as montanhas dos Andes, ou a "casa da noite", onde obscurece o sol. Por ele transitavam numerosos "soldados", carregando pesadíssimas caixas contendo "insetos de ouro". Tais caixas não podiam ser abertas porque eram oferendas para que o sol não apagasse. Mas os índios desobedeceram abrindo-as, e o sol se apagou durante vários dias.
Toda essa história parece-nos a lembrança do último capítulo da existência do caminho, quando os espanhóis invadiram o Peru, exigindo o resgate de Atahualpa, representante do Sol. O carregamento de ouro transportado por Ruminháui não chegou ao destino justamente pelo assassinato de Atahualpa. Os insetos de ouro referidos na lenda, seriam simplesmente peças confeccionadas pelos ourives da época, que copiavam a natureza, como borboletas, besouros, aranhas, pássaros, macaquinhos, etc.
O destino do grande caminho para o ocidente nos Andes, já estava resolvido, mas qual era sua origem? De onde vinha procedente do leste? Os tukanos explicavam que ele iniciava-se no "lago branco", ou "lago de leite", axpekõ-dixtara, na língua deles.

 OBS: "O ciclo do muar nasceu com o ouro, na madrugada do século XVII e depois de uma vigência de mais de século e meio, morreu em 1870, mais ou menos, com o advento da ferrovia (1) . Nota:(1) Passava por Sorocaba, isto é pelas suas afamadas feiras em número formidável e inimaginável de muares atestando a importância fora do comum desse ciclo que esteve desligado como subsidiário aos ciclo do ouro, durante o setecentismo e ao do café, durante o oitocentismo. O ciclo do muar nasceu com a feitura da estrada do Rio Grande do Sul a São Paulo em 1729 e terminou em 1875, mais ou menos com o advento da ferrovia...."  - Fonte: (Alfredo Ellis Junior e Myriam ellis, A ECONOMIA PAULOSTA NO SÉCULO XVIII, Boletim 115, História da Civilização Brasileira n.º 11, pag 55).
UMA BREVE ANALOGIA: 1) Ciclo do ouro,  2) Muro de pedra, 3) Caminho que alcançava as Montanhas 4) O Muar animal de carga 5) Fortificações usada como pousadas de descanso dos viajantes, dispostas em função do rendimento dos Muares etc.  Mera conincidência ou Piquete, dada a toponímia, não se constituiu em um dos  caminhos, quando não, princinpal caminho,   rumo ao  Eldorado  na América Portuguesa? Não se tratando de um caminho extinto, desta feita, não precisamos de petroglifo do muar, para contar essa História.




GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...