Posteriormente,
a região conhecida como Sumidouro,
foi escolhida pelo Governador das Esmeraldas,
Fernão Dias Paes, como ponto de referência
de sua Bandeira. Fernão fundou o Arraial
do Sumidouro, onde plantou roças, criou
pequenos animais, e onde abasteceu regularmente
suas tropas durante quatro anos. Neste local,
onde hoje se localizam se distritos de Fidalgo
e Quinta do Sumidouro, ainda podem ser encontrados
edificações do período
bandeirista e colonial, com destaque para
a “Casa Fernão Dias” e
a Capela Nossa Senhora do Rosário,
ambas tombadas pelo IEPHA, esta última
restaurada e entregue à comunidade
em 2004.
A epopéia dos bandeirantes, conforme
já é aceito pela historiografia
atual, se filia à grande empresa dos
descobrimentos marítimos, pois Fernão
Dias, Bartolomeu Bueno, Raposo Tavares, Borba
Gato e tantos outros são continuadores
das realizações de Bartolomeu
Dias, Vasco da Gama e Cabral, pois continuaram
terra a dentro o trabalho dos navegadores
terra a fora, no mar. Segundo documentos do Arquivo Público
Mineiro, os bandeirantes paulistas chegaram
a Pedro Leopoldo seguindo as ordens de Fernão
Dias Paes, provavelmente no dia 13 de março
de 1673. Este havia enviado na vanguarda de
sua bandeira uma expedição chefiada
por Matias Cardoso a quem cabia plantar roças
de milho e mandioca e reunir animais como
porcos e galinhas, em toda extensão
do percurso até o Serro Frio.
Em 21 de junho de 1674, Fernão Dias
atravessa o Vale do Paraíba, a Serra
da Mantiqueira e percorre incansavelmente
os locais para pouso, em busca de ouro e pedras
preciosas. Estes locais assinalados como pouso
formaram posteriormente povoações,
a saber: Ibituruna, Paraopeba (Betim), Sumidouro,
Roça Grande (em Sabará), Itacambira,
Itamarandiba, Esmeraldas, Mato das Pedrarias
e Serro do Frio.
Quando chegou a Sabará, Fernão
Dias procurou ainda por três meses prata
e esmeraldas. Como não encontrou nada,
voltou para o Sumidouro onde fundou um arraial
e ficou a espera do auxílio solicitado
à sua esposa, D. Maria Rodrigues Garcia
Betim.
Na Quinta do Sumidouro, Fernão Dias
construiu casa e uma capela, sendo que, em
sua última jornada, antes mesmo de
alcançar seu repouso na Quinta, veio
a falecer, provavelmente de febre amarela
ou febre palustre como era chamada, por volta
de 1681. Os bandeirantes, contudo, permaneceram
ainda nesta região por aproximadamente
oito anos.
Em 1702, no alto do morro da Antiga Fazenda
das Três Moças ou Fazenda da
Cachoeira Grande, foi erguido um cruzeiro
onde estava inscrita a data: 1702, e indicando
presença humana no local onde, posteriormente,
formou-se o núcleo urbano do município.
Na época áurea da extração
de ouro e pedras em Minas Gerais, região
passou a fazer parte do caminho de abastecimento
da região aurífera, ou seja,
as fazendas da região produziam gêneros
alimentícios: milho, feijão
e mandioca, criavam animais: porco, galinha
e boi, com objetivo de abastecer as regiões
produtoras de ouro com as quais mantinham
um intenso comércio. Segundo Marcos
Lobato Martins “Ao redor do atual município
de Pedro Leopoldo, a partir da segunda metade
do século XVIII, aparecem referências
a diversas localidades: Curral d’el
Rei, (hoje Belo Horizonte), Contagem das Abóboras,
Capela Nova do Betim, Santa Quitélia,
(hoje Esmeraldas), Sete Lagoas, Venda Nova, Riacho da Areia
, Olhos d’água,
Pindaíbas (próxima a Venda Nova).
A maioria desta localidades surgiram associadas
ao fluxo comercial que se desenvolvia na região.”
Piquete-SP, Lugar de Memória: "Inventário dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos Escravizados no Brasil elaborado pelo Comitê Científico Internacional do Projeto da UNESCO “Rota do Escravo: Resistência, Herança e Liberdade”. Relativamente ao Núcleo Embrião de Piquete-SP, foram contemplados; "Caminho do Ouro", "Jongo" e "Irmandades", estes dois últimos, na condição de patrimônio imaterial.
GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.
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