terça-feira, 17 de janeiro de 2012

FERNÃO DIAS, OS BANDEIRANTES E O SUMIDOURO (Transcrição)

Posteriormente, a região conhecida como Sumidouro, foi escolhida pelo Governador das Esmeraldas, Fernão Dias Paes, como ponto de referência de sua Bandeira. Fernão fundou o Arraial do Sumidouro, onde plantou roças, criou pequenos animais, e onde abasteceu regularmente suas tropas durante quatro anos. Neste local, onde hoje se localizam se distritos de Fidalgo e Quinta do Sumidouro, ainda podem ser encontrados edificações do período bandeirista e colonial, com destaque para a “Casa Fernão Dias” e a Capela Nossa Senhora do Rosário, ambas tombadas pelo IEPHA, esta última restaurada e entregue à comunidade em 2004. A epopéia dos bandeirantes, conforme já é aceito pela historiografia atual, se filia à grande empresa dos descobrimentos marítimos, pois Fernão Dias, Bartolomeu Bueno, Raposo Tavares, Borba Gato e tantos outros são continuadores das realizações de Bartolomeu Dias, Vasco da Gama e Cabral, pois continuaram terra a dentro o trabalho dos navegadores terra a fora, no mar. Segundo documentos do Arquivo Público Mineiro, os bandeirantes paulistas chegaram a Pedro Leopoldo seguindo as ordens de Fernão Dias Paes, provavelmente no dia 13 de março de 1673. Este havia enviado na vanguarda de sua bandeira uma expedição chefiada por Matias Cardoso a quem cabia plantar roças de milho e mandioca e reunir animais como porcos e galinhas, em toda extensão do percurso até o Serro Frio. Em 21 de junho de 1674, Fernão Dias atravessa o Vale do Paraíba, a Serra da Mantiqueira e percorre incansavelmente os locais para pouso, em busca de ouro e pedras preciosas. Estes locais assinalados como pouso formaram posteriormente povoações, a saber: Ibituruna, Paraopeba (Betim), Sumidouro, Roça Grande (em Sabará), Itacambira, Itamarandiba, Esmeraldas, Mato das Pedrarias e Serro do Frio. Quando chegou a Sabará, Fernão Dias procurou ainda por três meses prata e esmeraldas. Como não encontrou nada, voltou para o Sumidouro onde fundou um arraial e ficou a espera do auxílio solicitado à sua esposa, D. Maria Rodrigues Garcia Betim. Na Quinta do Sumidouro, Fernão Dias construiu casa e uma capela, sendo que, em sua última jornada, antes mesmo de alcançar seu repouso na Quinta, veio a falecer, provavelmente de febre amarela ou febre palustre como era chamada, por volta de 1681. Os bandeirantes, contudo, permaneceram ainda nesta região por aproximadamente oito anos. Em 1702, no alto do morro da Antiga Fazenda das Três Moças ou Fazenda da Cachoeira Grande, foi erguido um cruzeiro onde estava inscrita a data: 1702, e indicando presença humana no local onde, posteriormente, formou-se o núcleo urbano do município.  Na época áurea da extração de ouro e pedras em Minas Gerais, região passou a fazer parte do caminho de abastecimento da região aurífera, ou seja, as fazendas da região produziam gêneros alimentícios: milho, feijão e mandioca, criavam animais: porco, galinha e boi, com objetivo de abastecer as regiões produtoras de ouro com as quais mantinham um intenso comércio. Segundo Marcos Lobato Martins “Ao redor do atual município de Pedro Leopoldo, a partir da segunda metade do século XVIII, aparecem referências a diversas localidades: Curral d’el Rei, (hoje Belo Horizonte), Contagem das Abóboras, Capela Nova do Betim, Santa Quitélia, (hoje Esmeraldas), Sete Lagoas, Venda Nova, Riacho da Areia , Olhos d’água, Pindaíbas (próxima a Venda Nova). A maioria desta localidades surgiram associadas ao fluxo comercial que se desenvolvia na região.” 

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...