"As incríveis aventuras e estranhos infortúnios de Anthony Knivet", narrativas constante de um roteiro de viagem.Uma Tradução do original de 1625 por Vivien Kogur Lessa de Sá, Professora do Departamento de Letras da Puc Rio e especialista em literatura inglesa do Renascimento. Com Organização Introdução e notas de Sheila Moura Hue, edição 2007, Jorge Zahar Editora Ltda, Rio de Janeiro, temos:
- Capítulo 3 - Suas extraordinárias provações com doze portugueses que foram devorados pelos selvagens. Sua vida com os canibais e, depois disto, com os portugueses, de quem foge para Angola e por quem é trazido de volta. E como, depois de muitas aventuras, é embarcado para Lisboa.
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"Eu e os doze portugueses de quem falei nos despedimos do capitão, preferindo seguir em direção ao mar do Sul do que voltar sem nada. Os nomes dos portugueses eram: Francisco Tavares, Luís de Pina, Gonçalo Fernandes, Tomás do Vale, Luís Coelho, Matias de Galo, João da Silveira, Pedro da Costa, Antônio Fernandes, Jorge Dias, Manuel Caldeira e eu mesmo, Anthony Knivet. Depois que deixamos o capitão, fizemos uma canoa bem grande da casca de uma árvore e começamos a descer um rio chamado Jaguari. Uma semana depois chegamos a uma pequena aldeia de seis casas que parecia estar há muito desabitada. Abandonamos então nossa canoa e decidimos continuar o trajeto por terra. Nessa aldeia encontramos grande quantidade de vasos de cerâmica e, dentro de alguns, pepitas de ouro amarradas a linhas com as quais os índios costumam pescar. Também encontramos pedras verdes como grama e uma grande quantidade de pedras brancas e brilhantes como cristal. Muitas das pedras, no entanto, eram azuis e verdes, vermelhas e brancas, todas deslumbrantes de olhar. Quando vimos as pepitas de ouro e essas pedras, calculamos estar muito próximos de Potosí. Rumamos então para sudoeste e subimos uma enorme montanha coberta de floresta."
Mapa: http://migre.me/8ugAM
"Rumamos então para sudoeste e subimos uma enorme montanha coberta de floresta."
Nota: Em sã consciência é difícil entender que, um desembarque além do Porto Guaipacaré, em conformidade com esse roteiro, seguindo à pé rumo Sudoeste, implicaria em retornar em direção à Piquete. Gostaria ainda que alguém me dissesse ou indicasse um afluente pela margem esquerda do Rio Paraíba, além de Lorena que deriva do poente? Vamos cogitar da mais extrema ignorância. Quem tendo como objetivo o mar do Sul, região do Rio do Prata, o Alto Peru (hoje Bolívia), por que haveria de seguir rumo leste? Vindo de Paraty, com absoluta certeza, o caminho a ser buscado era o que possibilitasse uma correção de rota, uma vez que o objetivo era a latitude dezenove graus do Sabaraçu e latitude dezessete do Alto Peru, simples assim.
Mapa: http://migre.me/8ugAM
"Rumamos então para sudoeste e subimos uma enorme montanha coberta de floresta."
Nota: Em sã consciência é difícil entender que, um desembarque além do Porto Guaipacaré, em conformidade com esse roteiro, seguindo à pé rumo Sudoeste, implicaria em retornar em direção à Piquete. Gostaria ainda que alguém me dissesse ou indicasse um afluente pela margem esquerda do Rio Paraíba, além de Lorena que deriva do poente? Vamos cogitar da mais extrema ignorância. Quem tendo como objetivo o mar do Sul, região do Rio do Prata, o Alto Peru (hoje Bolívia), por que haveria de seguir rumo leste? Vindo de Paraty, com absoluta certeza, o caminho a ser buscado era o que possibilitasse uma correção de rota, uma vez que o objetivo era a latitude dezenove graus do Sabaraçu e latitude dezessete do Alto Peru, simples assim.