quinta-feira, 15 de março de 2012

I Simpósio Luso-Brasileiro de Cartografia Histórica - (Transcrição)

DO DESCOBRIMENTO DO OURO À CRIAÇÃO DAS VILAS NA CARTOGRAFIA HISTÓRICA DA CAPITANIA DE MINAS GERAIS:
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A “Serra do Sarabassu” já consta no mapa América Meridionale do Pe. Vincenzo Maria Coronelli (1650 – 1718), publicado pela primeira vez em 1680. O mapa, de projeção azimutal, é uma gravura em cobre e mostra as longitudes em relação à Ilha do Ferro (Ilhas Canárias). Essa longitude foi definida pelo rei Louis XIII, em 1610, como meridiano de origem nos mapas franceses. Enquanto o litoral aparece neste mapa bastante pormenorizado com a divisão de 12 capitanias, desde a do Maranhão até a de São Vicente, e muitas embocaduras de rios, não há detalhamento no interior. A Província de S. Cruz ou Brasile é, em sua maior parte, ocupada pela bacia do Rio São Francisco e os espaços preenchidos por cenas de índios (de lutas e de canibalismo) e da vida rural (carro de boi e engenho de moagem de cana) além da indicação de algumas populações de indígenas (Guaracatiuy, Annaciugi, Quirigay,Tapiguiry). O Rio São Francisco (ou Parapitinga) aparece bastante distorcido e muito deslocado para noroeste. Na sua margem direita constam dois afluentes com os nomes Geta Caig e Gaibuig (Jequitaí e Guacuí ou Rio das Velhas). A leste desse último estende-se, na direção nordeste, uma grande serra que corresponde a atual Serra do Espinhaço. A Serra do Sarabassu aparece ao norte do Rio Paraná(Rio Grande e Rio das Mortes), junto a uma lagoa sem nome (talvez a lendária lagoa do Vapabussu?), formando o divisor de águas com o Rio Gaibuig (figura 2). 

Ao sul da nascente do Rio São Francisco consta a Serra de Guasembaga, que seria a Serra da Canastra. Os afluentes da margem esquerda são os rios Parachai (Paracatu), Ynaya (Indaiá) e Galiaole(sem identificação na atual toponímia e hidrografia). O Rio Jequitinhonha não aparece no mapa, a não ser como Rio Grande (de Belmonte) num pequeno trecho no litoral. Nota-se uma predominância da nomenclatura indígena no interior, ao contrário do litoral onde prevalece a toponímia religiosa portuguesa que seguiu o calendário dos dias dos santos dos respectivos descobrimentos, tais como: Monte Pascoal, Natal, Baia de Todos os Santos, Rio de São Francisco, Espírito Santo, São Vicente, entre outros.
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Fonte:http://migre.me/8i0sk
Obs: 1) Meridiano Zero - Durante vários séculos, inclusive durante todo o período dos Descobrimentos, o Meridiano de Ferro foi considerado meridiano "0" já que era o extremo ocidental do mundo conhecido. O meridiano era fixado na Punta de Orchilla, até que, em 1887 se transferiu a referência ao Meridiano de Greenwich. Por isso também se conhece a ilha de El Hierro como a ilha do meridiano.
Fonte: http://migre.me/8i13Q
   2) Em julho de 1550, de Porto Seguro, o capitão Duarte de Lemos escreveu ao soberano, garantindo-lhe que ali "é a terra onde está o ouro, porque de nenhuma destas partes podem ir melhor a ele que por esta"(São Vicente), já que o Peru "está na altura de dezessete graus que é onde esta capitania está (...)".
Fonte:http://migre.me/8i1lJ
Parafraseando: Chovendo no molhado, relativamente ao sistema de balizamento em se tratando de rotas e caminhos, em especial no que diz respeito a longitude sendo referência a ilha do Ferro (Ilhas Canarias). No que tange, mais uma vez, a carta de Duarte de Lemos ao soberano, opinando que de nenhuma das partes citadas, poderiam ir melhor as bandas do grande rio São Francisco, onde se encontravam serras com o metal amarelo. É possível imaginar que o caminho em alternativa ao Peabiru, em razão do insucesso, resultante de naufrágio e dissimação das expedições pelos carijós, não se orientasse pelo critério meridiano "0". Especialmente à partir da recomendação, de que o Alto Peru (correspondente hoje a região da Bolívia), ficava a uma  latitude 17º0'0". 

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

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