quarta-feira, 16 de maio de 2012

Parte 2 - MINERAÇÃO NO BRASIL COLÔNIA

São Paulo
A descoberta das minas funcionou como um poderoso estímulo às atividades econômicas em São Paulo. Porém, no início do século XVIII, a sua população mal ultrapassava 15 mil pessoas e uma boa parte dela foi para as minas. Em compensação, recebeu um acréscimo populacional proveniente de Portugal e já no final do século XVIII tinha perto de 117 mil habitantes.
Assim, as lavouras foram se ampliando e multiplicaram-se as atividades manufatureiras. O porto de Santos ganhou súbita importância como porta de entrada para escravos e produtos importados europeus.
Como as minas necessitavam de animais de carga e transporte, alguns paulistas deslocaram ­se para Paranaguá e Curitiba, onde dedicaram à criação. Outros foram buscar na região platina (Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina) o gado muar, essencial para o transporte.
Os caminhos para as minas
Situadas no interior do centro-sul, as minas eram localidades de difícil acesso. De São Paulo aos núcleos mineradores a viagem era de sessenta dias. Ha­via três caminhos de acesso. O que foi aberto por Fernão Dias Pais passava por Atibaia e Bragança e alcançava a Mantiqueira. O outro, saindo de São Paulo, percorria Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Jacareí, Pindamonhangaba, Guaratinguetá e Lorena para chegar às três principais regiões mineradoras: Ribeirão do Carmo, Ouro Preto e rio das Velhas. Um terceiro caminho passava por Mogi-Guaçu e correspondia, grosso modo, ao traçado da Estrada de Ferro Mojiana, hoje desativada.
A Bahia possuía uma ligação com Minas muito anterior à descoberta do ouro. O caminho foi aberto pelos bandeirantes paulistas no século XVII do sul para o norte. A vantagem dessa via era a sua segurança e conforto. Não faltavam pastos para os cavalos, nem alimento para os viajantes. As estradas eram mais largas e podiam ser percorridas sem medo de ataques indígenas.
A Bahia estava apta a se integrar à economia mineira por várias razões: era um centro antigo de colonização e, como tal, tinha uma economia mais bem preparada para atender às demandas de Minas; a sua pecuária havia se expandido para o sertão e pelo rio São Francisco dirigindo-se para as minas; além disso, era um grande centro importador de produtos europeus e tinha a vantagem de estar mais próximo de Portugal do que os portos sulinos.
Como aconteceu com outras regiões, grande contingente de baianos foi atraído pelas mi­nas. Até senhores de engenho abandonaram tudo e se mudaram para lá com todos os seus bens e escravos.
Mas as autoridades coloniais não viam a integração da Bahia na economia mineira com bons olhos. Não interessava ao rei que os baianos abandonassem a economia açucareira. Havia ainda a preocupação com a venda de es­cravos dos engenhos para as minas. Por outro lado, o contrabando do ouro era difícil de ser controlado na estrada de Minas à Bahia. Por isso, a Bahia foi proibida de fazer comércio com as Gerais, exceto no que se refere ao gado. A proibição, entretanto, foi inútil. Contrariando as determinações, os baianos continuaram tão ativos no comércio com as minas quanto os paulistas e os fluminenses.
De qualquer modo, para efeitos legais, o comércio muito intenso mantido pelos merca­dores baianos com as minas era considerado contrabando. E uma das maiores figuras desse contrabando era, justamente, Manuel Nunes Viana, que teve um destacado papel no episódio da Guerra dos Emboabas.
O Rio de Janeiro, no começo, não dispunha de acesso direto às minas, o que dificultava o seu comércio. Mas rapidamente se beneficiou com a abertura do "caminho novo", construído em três anos (de 1698 a 1701) e aperfeiçoado entre 1701 e 1707.
Com a sua abertura, a viagem do Rio para Minas poderia ser realizada em doze ou dezessete dias, conforme o ritmo da marcha. A vantagem do "caminho novo" era óbvia com­parado com o de São Paulo a Minas, no qual se gastavam sessenta dias. E essa vantagem teve importantes conseqüências, pois transformou o Rio no principal fornecedor das minas e na principal rota de escoamento do ouro. São Paulo sofreu os efeitos da nova situação, mas graças à descoberta de minas em Goiás e Mato Grosso as perdas foram contrabalançadas.
Sendo uma economia essencialmente importadora, a mineração dependia do abasteci­mento externo de alimentos, ferramentas, objetos artesanais, incluindo os de luxo, gado, principalmente o muar, para transporte e tração e, finalmente, escravos. Três agentes se encarregaram desse abastecimento: o tropeiro, que trazia alimentos e outras mercadorias; o boiadeiro e os comboieiros, que chegavam com os escravos. (http://migre.me/8WxLq)
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Nota: A logística demandada na preparação da Bandeira do Caçador de Esperaldas, implicou especiamente, no envio antecipado de pessoas objetivando a formação de roças como estrutura para sustento da comitiva. Assim sendo, afirmar que o "caminho aberto" por Fernão Dias Pais, passava por Atibaia, Bragança e atravessava a Mantiqueira, constitui-se em Ignorância crassa. A assertiva encontra elementar fundamento no fato que, havendo estado com Fernão Dias aos 13 anos na empreitada da esmeraldas, assumindo posteriormente a missão de levar a diante o proposito de descobrimento com a morte do pai no Sertão Mineiro. Sendo reconhecido pela Historiografia como descobridor das minas, graças ao potentado dos Dias Paes Leme, Bento Rodrigues, se estabeleceria com suas roças no Caminho dos Paulistas, Caminho Geral do Sertão, no prolongamento do entroncamente com o Caminho Velho, entre o Rio Paraiba do Sul, no limite de sua navegabilidade, (Freguesia de Nossa Senhora  da Piedade) e o contra forte da Mantiqueira (Núcleo Embrição de Piquete), fosse outro o caminho? Sendo certo que, o recebebimento da sesmaria correspondente a roças em 1707, resultou em ato meramente formal, um vez que, já se encontrava no caminho havia mais de 12 anos. Tempos que somados, ou seja, da preparação da expedição e sua partida em 1674 de São Paulo, resultam em mais de 30 anos de conhecimento e dominio do caminho. Aliás, que caminho este, teria aberto Fernão Dias, se comprovamdamente as expedições faziam uso das já existentes trilhas indigenas, em especial a designada como, trilha dos Guainazes em demanda do Sertão Mineiro.
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Foqunte: Carta corográfica - Capitania de S. Paulo, 1766 http://migre.me/979cN

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...