sábado, 27 de outubro de 2012

Os caminhos antigos no território fluminense (Créditos Adriano Novaes*)

As primeiras estradas (Transcrição)
Os primeiros caminhos no Vale do Paraíba surgiram, ainda no século XVII, quando a Coroa Portuguesa, com o objetivo de encontrar ouro e pedras preciosas no interior da Colônia, começou a buscar pontos distantes do litoral, através das velhas picadas abertas pelos índios. Encontrado o metal precioso nas Minas Gerais, deu-se início à corrida para conquistá-lo e, em conseqüência, a construção de uma verdadeira rede de estradas, consolidada ao longo dos séculos seguintes. Com o declínio do Ciclo do Ouro a partir de 1750, os velhos caminhos de terra, sinuosos e estreitos, foram sendo calçados e ampliados para a passagem das tropas que transportavam o “ouro verde”, o café, a maior riqueza do século XIX.
O caminho Velho
Em meados do século XVI, a região de Angra dos Reis, Paraty e Ubatuba recebeu especial atenção da metrópole, tendo em vista a colonização da área e a garantia de sua posse para a Coroa Portuguesa. Essas regiões desempenhavam papel estratégico entre o caminho do mar e a penetração para o interior. A principal atividade econômica da época era o cultivo da cana-de-açúcar.
Foi com o surgimento das notícias sobre o ouro, em 1695, que os primeiros aventureiros subiram a trilha dos guaianazes com destino ao sertão. No final do século XVII, foi criado o caminho para as Minas Gerais, a que se tinha acesso pela serra do quebra Cangalha, pelo caminho da Freguesia do Facão (atual Cunha), atingindo-se o rio Paraíba do Sul. Nesse ponto, dava-se o encontro com a rota dos bandeirantes paulistas, na altura de Guaratinguetá, e na Garganta do Embaú. Vencida a serra, o caminho seguia até Baependi, Carrancas, São João Del Rey e São José Del Rei (hoje, Tiradentes), até alcançar os arraiais de Antônio Dias e de Vila Rica (atual Ouro Preto). Parte desse caminho ainda existe, como, por exemplo, o trecho que liga Paraty a Cunha e Guaratinguetá, a atual RJ-165 / SP-171. O historiador MAGALHÃES apresenta o roteiro do “Caminho Velho” na página 177 de Cultura e opulência do Brasil, ed. de 1837, de André João Antonil, anagrama do padre jesuíta João Antonio Andreoni, que o publicou em 1711:
“Em menos de trinta dias, marchando de sol a sol, podem chegar os que partem da cidade do Rio de Janeiro às Minas Gerais; porém raras vezes sucede poderem seguir esta marcha, por ser o caminho mais áspero que o dos paulistas. E por relação de quem andou por ele em companhia do Governador Artur de Sá é o seguinte: Partindo, aos 23 de agosto, da cidade do Rio de Janeiro foram a Parati, de Parati a Taubaté, de Taubaté a Pindamonhangaba, de Pindamonhangaba a Guaratinguetá, às rocas de Garcia Rodrigues, destas roças ao ribeirão. E do ribeirão com oito dias mais de sol a sol chegaram ao rio das Velhas aos 29 de novembro; havendo parado no caminho oito dias em Parati, dezoito dias em Taubaté, dois em Guaratinguetá, dois nas roças de Garcia Rodrigues, e 26 no ribeirão. Que por todas são cinqüenta e seis dias. E tirado estes dos noventa e nove, que se contam desde 23 de agosto até 29 de novembro, vieram a gastar neste caminho não mais que quarenta e três dias.”
Nota: O Mapa de Santos, contempla os diversos caminhos: a) Caminho de Paraty à Taubaté; b) Caminho de Paraty à Guaratinguetá. Após o encontro desses caminhos seguia-se para Freguesia da Piedade (Lorena-SP). Transpondo o Rio Paraíba em curta distância, tinha-se as Roças de Bento Rodrigues e o Ribeiros, entre outros, (Passa Quatro, Passa Vinte), localizados no espaço colonial que veio a dar origem à Piquete-SP, sendo a toponímia de referência, a exemplo do Mapa adrede,  o Alto da Serra, se o destino era alcançar o Alto Sapucaí, caminho geral do Sertão.
............................ou via, Vila Conceição do Embaú, (Cruzeiro-SP), quando o objetivo era a Garganta de mesmo nome. 

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...