segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Conquista e ocupação da Amazônia: a fronteira Norte do Brasil (Transcrição)

A unidade geográfica compreendia outra, ainda mais sólida: a unidade cultural da ocupação humana, composta por povos largamente diferenciados daqueles contidos pela cordilheira andina e representados pelas civilizações maiaincáica, que todavia nunca excederam as bordas da floresta tropical equatoriana, venezuelana e boliviana. Porém, do outro lado da cordilheira, adentrando os limites da floresta tropical, os grupos humanos eram outros, conforme demonstrado pelos trabalhos do antropólogo francês Alfred Métraux, ao analisar o extenso movimento migratório dos povos pré-colombianos (aruak, karib, tupi, guarani, jê e outros), que dominavam e controlavam o território da América do Sul, desde o Orinoco até o Prata, ocupando não somente o interior das terras como ainda a vasta extensão do litoral atlântico português (Métraux, 1927).
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Capistrano de Abreu já ressaltara, em esquema, a importância das bandeiras que partiam dos vários pontos da costa do Brasil, conquistando o território da hinterlândia: primeiro as bandeiras dos paulistas, que trilhando desde o planalto vicentino o caminho conhecido do piabirú tupi, ligaram o Paraná ao Paraguai, ampliando progressivamente as suas viagens até o sul de Mato Grosso, de onde atingiam os limites do território espanhol dos moxo e chiquito (Bolívia), subindo até o rio Guaporé. Ou, desde a segunda metade do século XVII, penetravam o Madeira, o Tapajós e o Araguaia-Tocantins, estabelecendo ligações com o vale do Amazonas. Ou, ainda, penetravam pelos caminhos que ligam o Paraíba ao vale do São Francisco, subindo os sertões em direção ao Parnaíba e o Itapicuru, de onde penetravam até o Piauí e o Maranhão, caminhos que haviam sido conquistados e abertos pelos sertanistas baianos e pernambucanos. Capistrano se refere em seguida às bandeiras que da Bahia saíram para os sertões, realizando o reconhecimento e a conquista das terras do São Francisco ao Parnaíba, ou que subiam até o Maranhão pelo Itapicuru ou, ainda, que pelo São Francisco adentravam-se nos sertões em direção ao Tocantins. Bandeiras que, de Sêrro e Minas Novas (Minas Gerais), aventuravam-se na busca do “rio do ouro” (9). Finalmente, Capistrano se refere às bandeiras que, partindo de Pernambuco, desbravaram os caminhos do norte, conquistando a região entre o Capibaribe e a serra de Ibiapaba, traçando a menor distância entre o litoral e os chamados “sertões de fora”, do Piauí e do Maranhão (Abreu: 338). Da origem desses três movimentos (sertanistas paulistas, baianos e pernambucanos) se formou o amálgama daqueles mamelucos que desbravaram os sertões do Maranhão, as águas e as florestas do Grão-Pará, ou seja, a Amazônia. Partindo do Grão-Pará, esses sertanistas foram responsáveis pela penetração dos luso-brasileiros através do grande rio, no rumo leste-oeste, daí se espalhando em todas as direções. Créditos REGINA MARIA A. FONSECA GADELHA - fonte: http://migre.me/cBQQh, pág 68/69)
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Parafraseando: Resulta impossível desconsiderar a obviedade contida no texto, no que diz respeito ao caminho do peabirú tupi. a)  Temos a comprovação que da cordilheira, adentraram os limites da floresta tropical, (baseado nos trabalhos do antropólogo francês Alfred Métraux), através de um extenso movimento migratório, povos pré-colombianos, entre esses tupi, guarani e jê; b) Povos estes que, dominavam e controlavam o território da América do Sul, desde o Orinoco até o Prata, ocupando não somente o interior das terras como ainda a vasta extensão do litoral atlântico. É possível desconsiderar que, estes povos pré-colombianos de presença marcante em toda litoral da costa Atlântica,  que transitavam pelos caminhos que ligam o Paraíba ao vale do São Francisco, ou  seja, Caminho Velho, Caminho dos Paulistas, Estrada Geral do Sertão, Caminho dos Guainases, não estivessem presença marcante por esses  caminhos, violentamente usurpados pelos europeus? Não estamos falando do verdadeiro  piabirú tupi, que por mais que possa representar um caminho de ida para os Bandeirantes, para as nações dos povos; aruak, karib, tupi, guarani,  e outros, representou um caminho de volta, um recuo heróico,  resultante da truculência e extermínio a que foram submetidos? Não obstante ao fato de haver em um primeiro momento esse povo, franqueado os caminhos, aos estrangeiros, transmitindo-lhes informações valiosas. Ou a confederação dos tamoios não traduz o que representou a indizível barbaria e crueldade. 





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