“Estradas que andam”
Em 1725, uma carta dos oficiais da Câmara de São Paulo ao governador Rodrigo César de Menezes afirma que:
"Sem a gente parda se não podem fazer os descobrimentos do ouro, por ser só ela a que sabe talar o sertão e navegar os rios, livrando dos perigos que nele se encontram, por causa das muitas cachoeiras e os mais que embaraçam as navegações, sendo a gente parda a que sustenta os sertanistas assim pelos rios como pela terra, pelo largo conhecimento que têm de tudo o que pode servir de alimento"33.
Nos caminhos fluviais, os paulistas conservaram praticamente intactas as técnicas indígenas de construção de embarcações e de mareagem pelos rios encachoeirados. Em 1628, Luiz Céspedes y Xeria fez uma viagem de São Paulo à Assunção, onde assumiria o cargo de governador. Depois de ter andado quarenta léguas por “tierra y a pie, por ser camiño fragosissimo que no se puede andar de otra manera con ynfinitos trabajos de liubias y rios”34, atravessou dezoito vezes o rio Tietê e chegou a um porto onde mandou construir grandes embarcações. Fabricou três canoas, uma delas com dezessete metros e sessenta centímetros de circunferência, dezesseis metros e meio de comprimento e um metro de trinta de dois centímetros de boca, capaz de abrigar cinqüenta índios remeiros, outros tripulantes e mantimentos(35)
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/anaismp/v17n2/07.pdf
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/anaismp/v17n2/07.pdf