domingo, 28 de julho de 2013

FRONTEIRAS AO SUL DO SERTÃO DAS MINAS: ASPECTOS DA FORMAÇÃO DA VILA DE CAMPANHA DA PRINCESA (Transcrição)

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O Sertão do Rio Verde, como era denominado o território antes de se tornar parte constituinte da Comarca do Rio das Mortes, começou a ser percorrido em 1692 quando os bandeirantes paulistas deixaram suas terras em busca das riquezas do interior, os índios, posteriormente de ouro, e atravessam a serra da Mantiqueira pela garganta do Embaú e atingiram as cabeceiras do Rio Verde.
Os primeiros sertanistas oriundos de Taubaté: Antônio Delgado da Veiga, João da Veiga e Miguel Garcia, o Velho, que lideravam uma bandeira que tinha como finalidade apresar índios. Nomeiam Pouso Alto e chegam a um afluente do rio Verde, que denominam de Baependi. A notícia de ouro nas terras banhadas pelos rios Verde e Sapucaí chegou a São Paulo e rapidamente houve o deslocamento de homens para essa direção.
O sertão do Rio Verde era área de fronteira e de disputa entre as autoridades de São Paulo e Minas Gerais. No governo de D. Brás Baltazar da Silveira foram criadas três  comarcas para a região das Minas e ficou decretado como limites para a do Rio das Mortes a Serra da Mantiqueira, ao sul, e o sertão desconhecido, a oeste. Como conseqüência, o termo da vila de São João del Rei foi ampliado, estendendo-se até a Mantiqueira, fazendo com que sua Câmara se tornasse responsável pela administração de toda a região sul do território.
Em 1721, D. Lourenço de Almeida, primeiro governador da Capitania de Minas Gerais, informava ao rei que havia uma grande extensão de terras ainda despovoadas, na qual chegavam correições tanto do ouvidor de São Paulo quanto do Rio das Mortes. Este governador expressava ainda dúvidas com relação ao fato de que, se povoada a região, a quem caberia a correição, sendo reiterada a São João del Rei, por ordem régia de 22 de abril de 1722.
A região de Campanha do Rio Verde foi descoberta pelos paulistas por volta de 1720, tendo pouca divulgação até 1737, quando em 02 de outubro, uma expedição militar sob o comando do ouvidor da Vila de São João Del Rei, Cipriano José da Rocha, com a incumbência dada pelo governador da Capitania, D. Martinho de Mendonça de Pina e Proença, deveria reconhecer a região, desbravar os sítios desconhecidos ao longo da bacia dos Rios Verde, Sapucaí e Palmela e tomar posse do território em nome do rei. No entanto, como aponta Para Carla Anastasia 5, a ocupação das áreas de fronteira na capitania de Minas Gerais nunca foi consensual entre as autoridades tanto metropolitanas e quanto coloniais A primeira ação do Estado foi a de tornar as regiões limítrofes da capitania, áreas proibidas, a partir de um bando de 1736 que impendia "lançar posse de terras situadas nas extremidades não povoadas da Capitania sem expressa licença do governador." (ANASTASIA, 2005: 36)
Dessa forma com base no bando do ano anterior, a expedição chefiada pelo ouvidor Cipriano José da Rocha não deveria fundar uma povoação sem autorização do governador. No entanto o ouvidor não só funda um arraial como abre uma estrada, como percebemos no que ele mesmo relatou em carta endereçada ao governador em 04 de outubro de 1737.
Cheguei a este descobrimento a dois do corrente, fiz dez dias de jornada, e destes descansei dois, que me foi preciso pela razão de mantimentos; (…) As terras destas minas, é uma dilatada Campanha do Rio Lambari para dentro, exceto uma serra que tem seu princípio no mesmo rio e se dilata por espaço de uma légua, toda coberta de matos, por onde vem a estrada que mandei abrir e achei muito capaz; são os ares muito alegres de maravilhosa vista, e com melhor assento que as terras de São João Del Rei .    
6..(VALLADÃO, 1942: 249-251)
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