sábado, 21 de setembro de 2013

Titulo: Os tropeiros, comerciantes do Brasil sem estradas (Transcrição)

(PIQUETE-SP NO CAMINHO DO OURO, NO CAMINHO DA HISTÓRIA)
Corpo do Texto:
Figura extremamente popular na época do descobrimento do ouro, o tropeiro, cujo nome deriva de “tropa”, exercia, além da função econômica, um papel social de portador de notícias. Representando um verdadeiro elo entre os grandes e os pequenos núcleos urbanos, era ele quem comprava, nos centros abastecedores, gêneros de toda espécie e os levava para o interior, ganhando sobre as vendas porcentagens exorbitantes. Em pouco tempo, adquiria fortuna, prestígio social e ingressava na carreira política.
Como a atividade mineradora exigia grande mão-de-obra, a Coroa portuguesa proibiu o desenvolvimento da pecuária e da agricultura na região das Minas Gerais, para que os escravos fossem aproveitados exclusivamente no processo de extração do ouro e pedras preciosas. Alimentos, escravos e outros produtos passaram a chegar por intermédio dos tropeiros. Surge o primeiro grande mercado consumidor do Brasil.Devido ao desenvolvimento da atividade pecuária na região Sul da colônia, os tropeiros, montados em suas mulas e vestidos como típicos gaúchos, transportavam gado da região do Rio Grande do Sul até os mercados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Rio de Janeiro.
As rotas, que ligavam as diferentes regiões da colônia, ora faziam uso das trilhas indígenas, ora eram abertas na mata virgem. Nesses trajetos, os tropeiros procuravam seguir cursos d’água, orientação natural. Em direção às minas, o transporte era feito no lombo de animais, devido aos acidentes geográficos da região, que dificultavam a logística. Já nas regiões de Goiás e Mato Grosso, a maioria dos produtos eram transportados através dos rios, nas chamadas monções.
No início, o comércio era realizado a partir do Caminho Velho, rota que ligava Ouro Preto a Paraty/Rio de Janeiro e que durava cerca de 43 dias. Havia ainda o Caminho Paulista, passando pelo Vale do Camanducaia, Mogi-Mirim e Garganta do Embu, com duração de dois meses. A abertura do Caminho Novo, que ligava o Rio de Janeiro às regiões mineradoras, fez com que a capital da Colônia fosse transferida de Salvador para o Rio de Janeiro, em 1763. Nesse caminho, o tempo médio de viagem foi reduzido para 10 a 17 dias, dependendo da rota utilizada e do clima. Assim, o Porto do Rio de Janeiro tornou-se o preferido para as transações comerciais de importação e exportação, substituindo o Porto de Santos.
Com o passar do tempo, algumas regiões utilizadas para pouso dos tropeiros foram se desenvolvendo e se transformando em povoados e vilas, como é o caso da cidade de Sorocaba, importante mercado de animais de carga. Várias cidades do interior paulista e da região Sul do Brasil devem sua fundação à passagem desses viajantes em seus territórios. No início, com o desenvolvimento do Porto de Santos, cidades como Itapetininga, Cabreúva, Apiaí, Itararé, Avaré e tantas outras foram fundadas
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Fonte: Marco Geográfico http://migre.me/gam9g 
 
Jean-Baptiste Debret desenhou também os tropeiros conduzindo longas filas de muares, ou tocando boiadas / Aquarela sobre papel 'Carvão' - Rio de Janeiro, 1822 (Fonte: http://migre.me/gamdO)

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

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