No Brasil, foi criado em fins de 2003, por iniciativa do Ministério do turismo, um grupo técnico temático sobre turismo cultural, composto de representantes de várias organizações e instituições da área de turismo, o que foi de fundamental importância para que se chegasse a uma definição precisa do termo, de modo a nortear o debate e o desenho de políticas direcionadas ao segmento no país. A partir dos trabalhos desta Comissão, chegou-se a uma segmentação precisa do setor do turismo, expressa no documento “marcos conceituais dos segmentos de turismo”, que veio a público no Salão de Turismo de São Paulo, em Junho de 2006. A definição adotada de turismo cultural é a seguinte:
“Turismo cultural compreende as atividades relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura.” (Cartilha da Segmentação, p.13) O enfoque expresso no documento vai ao encontro daquele encontrado na literatura internacional sobre o tema: o que distingue o segmento do turismo cultural é a motivação do turista de vivenciar outras culturas. A definição ali encontrada de patrimônio histórico e cultural3 e de eventos culturais é a seguinte:
“ Considera-se patrimônio histórico e cultural os bens de natureza material e imaterial que expressam ou revelam a memória e a identidade das populações e comunidades. São bens culturais, de valor histórico, artístico, científico, simbólico, passíveis de atração turística: arquivos, edificações, conjuntos urbanísticos, sítios arqueológicos, ruínas; museus e outros espaços destinados à apresentação ou contemplação de bens materiais e imateriais; manifestações, como música, gastronomia, artes visuais e cênicas, festas e outras. Os eventos culturais englobam as manifestações temporárias, enquadradas ou não na definição de patrimônio. Incluem-se nesta categoria os eventos religiosos, musicais, de dança, de teatro, de cinema, gastronômicos, exposições de arte, de artesanato e outros.”(idem, ibidem)
Turismo religioso: “Configura-se pelas atividades turísticas decorrentes da busca espiritual e da prática religiosa em espaços e eventos relacionados às religiões institucionalizadas.”
Turismo místico e esotérico: “Caracterizam-se pelas atividades turísticas decorrentes da busca da espiritualidade e do autoconhecimento em práticas, crenças e rituais considerados alternativos.”
Turismo étnico: Constitui-se das atividades decorrentes da vivência das experiências autênticas em contatos diretos com os modos de vida e a identidade de grupos étnicos.” (Cartilha da Segmentação, pgs 15 a 17) Para nossos propósitos, faremos apenas uma grande distinção: entre o turismo cultural dirigido a locais culturalmente significativos (patrimônio histórico/museus) e aquele dirigido a manifestações artísticas vivas locais (enquadradas ou não na definição de patrimônio). NOTA: O presente documento é propriedade do Governo Federal e é disponibilizado gratuitamente para avaliação dos profissionais do turismo brasileiro. A transcrição do trecho foi obtido na internet no 20 de agosto (grifos meus)
Fonte: http://www.labhoi.uff.br/node/1507
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Inventário dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos Escravizados no Brasil
O trabalho de organização do Inventário dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos Escravizados no Brasil foi coordenado pelo Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI) da Universidade Federal Fluminense, em parceria com o Comitê Científico Internacional do Projeto da UNESCO “Rota do Escravo: Resistência, Herança e Liberdade”. Reúne 100 Lugares de Memória e foi construído a partir da indicação e contribuição de diversos historiadores, antropólogos e geógrafos do país, após consultas e intensas trocas de informações. Sem essa generosa contribuição, inclusive na redação preliminar dos verbetes e indicação da bibliografia ou fontes de referência, não teria sido possível a reunião desse amplo material.
O avanço da pesquisa histórica sobre o tráfico e a escravidão em nosso país permitiu a reunião dessas 100 indicações, mas temos certeza que estamos longe de esgotar o Inventário. Esse trabalho deve ser entendido como um ponto de partida para novas e futuras ações (nos âmbitos federal, estadual e municipal), tanto no campo da pesquisa histórica, como no do ensino, educação patrimonial, divulgação e desenvolvimento do turismo cultural dos Lugares de Memória do Tráfico e História dos Africanos Escravizados no Brasil.
Demos prioridade às evidências documentais, escritas ou orais, da presença histórica e cultural dos africanos, com o objetivo de centrar o foco na ação e no legado dos recém-chegados. Por outro lado, sabemos que a lista seria interminável se tivéssemos optado por reunir os Lugares de Memória dos descendentes de africanos no Brasil. O inventário é sobre os locais onde é possível lembrar a chegada dos africanos ou identificar as marcas de sua presença e intervenção.
Escravizados em seu continente, entre os séculos XVI e XIX, muitas vezes em guerras internas entre os inúmeros reinos que existiam nas diversas regiões da África tocadas pelo tráfico, africanos de diferentes línguas e origens tornaram-se “escravos”, categoria jurídica de época, no Brasil. Aqui reorganizaram suas identidades, criando novos sentidos para suas referências africanas. Nos verbetes, utilizamos tanto o termo jurídico de época (escravo) quanto o adjetivo “escravizado”, que sublinha o caráter compulsório da instituição. Para referir às novas identidades africanas criadas nas Américas, respeitamos a diversidade de expressões utilizadas pelos especialistas consultados, refletindo diferentes cronologias, abordagens historiográficas e usos regionais.
Se, de início, foi uma tarefa difícil a separação entre africanos e afrodescendentes, o esforço foi recompensado. O leitor também ficará impressionado com as dimensões das ações dos africanos escravizados no Brasil. Para melhor compreensão e maior visibilidade dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos, organizamos os 100 Lugares em 7 diferentes temáticas, apresentadas a seguir:Portos de chegada, locais de quarentena e venda
Desembarque ilegal
Casas, Terreiros e Candomblés
Igrejas e Irmandades
Trabalho e Cotidiano
Revoltas e Quilombos
Patrimônio Imaterial
http://www.labhoi.uff.br/node/1507
“Turismo cultural compreende as atividades relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura.” (Cartilha da Segmentação, p.13) O enfoque expresso no documento vai ao encontro daquele encontrado na literatura internacional sobre o tema: o que distingue o segmento do turismo cultural é a motivação do turista de vivenciar outras culturas. A definição ali encontrada de patrimônio histórico e cultural3 e de eventos culturais é a seguinte:
“ Considera-se patrimônio histórico e cultural os bens de natureza material e imaterial que expressam ou revelam a memória e a identidade das populações e comunidades. São bens culturais, de valor histórico, artístico, científico, simbólico, passíveis de atração turística: arquivos, edificações, conjuntos urbanísticos, sítios arqueológicos, ruínas; museus e outros espaços destinados à apresentação ou contemplação de bens materiais e imateriais; manifestações, como música, gastronomia, artes visuais e cênicas, festas e outras. Os eventos culturais englobam as manifestações temporárias, enquadradas ou não na definição de patrimônio. Incluem-se nesta categoria os eventos religiosos, musicais, de dança, de teatro, de cinema, gastronômicos, exposições de arte, de artesanato e outros.”(idem, ibidem)
Cabe destacar que a cartilha da segmentação constrói subcategorias, no interior do segmento de turismo cultural. São elas:
Turismo cívico: “Ocorre em função de deslocamentos motivados pelo conhecimento de monumentos, fatos, observação ou participação em eventos cívicos, que representem a situação presente ou a memória política e histórica de determinados locais”. Turismo religioso: “Configura-se pelas atividades turísticas decorrentes da busca espiritual e da prática religiosa em espaços e eventos relacionados às religiões institucionalizadas.”
Turismo místico e esotérico: “Caracterizam-se pelas atividades turísticas decorrentes da busca da espiritualidade e do autoconhecimento em práticas, crenças e rituais considerados alternativos.”
Turismo étnico: Constitui-se das atividades decorrentes da vivência das experiências autênticas em contatos diretos com os modos de vida e a identidade de grupos étnicos.” (Cartilha da Segmentação, pgs 15 a 17) Para nossos propósitos, faremos apenas uma grande distinção: entre o turismo cultural dirigido a locais culturalmente significativos (patrimônio histórico/museus) e aquele dirigido a manifestações artísticas vivas locais (enquadradas ou não na definição de patrimônio). NOTA: O presente documento é propriedade do Governo Federal e é disponibilizado gratuitamente para avaliação dos profissionais do turismo brasileiro. A transcrição do trecho foi obtido na internet no 20 de agosto (grifos meus)
Fonte: http://www.labhoi.uff.br/node/1507
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Inventário dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos Escravizados no Brasil
O trabalho de organização do Inventário dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos Escravizados no Brasil foi coordenado pelo Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI) da Universidade Federal Fluminense, em parceria com o Comitê Científico Internacional do Projeto da UNESCO “Rota do Escravo: Resistência, Herança e Liberdade”. Reúne 100 Lugares de Memória e foi construído a partir da indicação e contribuição de diversos historiadores, antropólogos e geógrafos do país, após consultas e intensas trocas de informações. Sem essa generosa contribuição, inclusive na redação preliminar dos verbetes e indicação da bibliografia ou fontes de referência, não teria sido possível a reunião desse amplo material.
O avanço da pesquisa histórica sobre o tráfico e a escravidão em nosso país permitiu a reunião dessas 100 indicações, mas temos certeza que estamos longe de esgotar o Inventário. Esse trabalho deve ser entendido como um ponto de partida para novas e futuras ações (nos âmbitos federal, estadual e municipal), tanto no campo da pesquisa histórica, como no do ensino, educação patrimonial, divulgação e desenvolvimento do turismo cultural dos Lugares de Memória do Tráfico e História dos Africanos Escravizados no Brasil.
Demos prioridade às evidências documentais, escritas ou orais, da presença histórica e cultural dos africanos, com o objetivo de centrar o foco na ação e no legado dos recém-chegados. Por outro lado, sabemos que a lista seria interminável se tivéssemos optado por reunir os Lugares de Memória dos descendentes de africanos no Brasil. O inventário é sobre os locais onde é possível lembrar a chegada dos africanos ou identificar as marcas de sua presença e intervenção.
Escravizados em seu continente, entre os séculos XVI e XIX, muitas vezes em guerras internas entre os inúmeros reinos que existiam nas diversas regiões da África tocadas pelo tráfico, africanos de diferentes línguas e origens tornaram-se “escravos”, categoria jurídica de época, no Brasil. Aqui reorganizaram suas identidades, criando novos sentidos para suas referências africanas. Nos verbetes, utilizamos tanto o termo jurídico de época (escravo) quanto o adjetivo “escravizado”, que sublinha o caráter compulsório da instituição. Para referir às novas identidades africanas criadas nas Américas, respeitamos a diversidade de expressões utilizadas pelos especialistas consultados, refletindo diferentes cronologias, abordagens historiográficas e usos regionais.
Se, de início, foi uma tarefa difícil a separação entre africanos e afrodescendentes, o esforço foi recompensado. O leitor também ficará impressionado com as dimensões das ações dos africanos escravizados no Brasil. Para melhor compreensão e maior visibilidade dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos, organizamos os 100 Lugares em 7 diferentes temáticas, apresentadas a seguir:Portos de chegada, locais de quarentena e venda
Desembarque ilegal
Casas, Terreiros e Candomblés
Igrejas e Irmandades
Trabalho e Cotidiano
Revoltas e Quilombos
Patrimônio Imaterial
http://www.labhoi.uff.br/node/1507