terça-feira, 3 de novembro de 2015

A VIAGEM DO CORSÁRIO INGLÊS ANTHONY KNIVET AO MAR DO SUL E SUA PASSAGEM PELO VALE DO RIO PARAÍBA (1591 - 1597) - (TRANSCRIÇÃO)

INTRODUÇÃO
A presente pesquisa trata uma temática ainda pouco estudada nos estudos regionais, que são os relatos de viagem como fonte de pesquisa e material de compreensão para o estudo da cartografia.  Em específico, trata-se de uma análise das crônicas de viagem do corsário2 inglês Anthony Knivet entre os anos de 1591 e 1597, desde sua saída da Inglaterra  à incursão ao interior de São Paulo,  chegando ao sertão dos Cataguás. Nesse aspecto, tem-se como objetivo verificar a utilização do  rio Paraíba que corta o interior de São Paulo, apontado como principal rota para os aventureiros, bandeiras, entradas e descimentos indígenas, rumo às minas durante o ciclo de exploração do ouro. Conforme sua crônica de viagem, o corsário  inglês após ser capturado pelos portugueses, ficou submetido ao  trabalho escravo e às ordens da família Correia de Sá,  cujo descendente Martim de Sá, em 1597, adentrou o interior paulista para verificar a presença de metais e indígenas. O caminho dessa incursão perpassa todo o vale do Paraíba e  atinge a região dos Cataguás.
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2 ANTHONY KNIVET E A REGIÃO DO VALE DO RIO PARAÍBA
O marinheiro de Cavendish viveu a serviço e submissão da família Correia de Sá por quase uma década. Foi durante esse período que Knivet adentrou os sertões e consequentemente passou pela região do vale do Rio Paraíba, citada várias vezes no relato, pelos caminhos indígenas da  Serra  do Mar. Knivet embrenha - se pelo sertão, por lugares nunca antes pisados  por um europeu, entrando em contato com tribos desconhecidas e  negociando escravos que serão usados nos engenhos e em  trabalhos domésticos. Suas entradas pelo interior do Brasil, seguindo  rotas indígenas e caminhos desconhecidos, são viagens de exploração em busca de minas de ouro e pedras preciosas, que se incrementaram no governo de d. Francisco de Souza (KNIVET, 2007,  p. 20 - 21) . A facilidade de adaptação e contato com os povos indígenas  permitiu  a Knivet um relativo sucesso , como o apontado em suas  crônicas  e em outros documentos , como o inventário realizado a  pedido de Martim de Sá sobre despesas, no qual podemos verificar  a seguinte passagem:
O objetivo de Martim de Sá era a compra de escravos por missangas  e ferramenta; mas, apesar de os Guaianazes serem muito dados a  esse comércio, a ponto de venderem suas próprias mulheres e filhos,  na ocasião encontravam - se em extrema escassez. Por isso Martim  de Sá resolveu enviar Knivet, com oito de seus escravos, aos Puris,  gentio amigo dos contrafortes da Mantiqueira, cujo morubixaba  acolheu muito bem o emissário e, depois de recebidas as dádivas de  Martim de Sá, lhe entregou  setenta escravos, fazendo - os acompanhar por trezentos frecheiros até  a outra banda do Paraíba,  rumo ao litoral (PROCESSO, 1937 Ainda sobre o caminho dos Guaianazes, segundo o relato de Knivet , havia sido prometido a ele um escravo para realizar  trabalhos para o inglês quando retornando ao Rio de Janeiro. Mas o prometido não aconteceu. Continuou a cumprir suas entradas. As datas das entradas seguem ainda com alguns espaços a  serem preenchidos durante as análises dos documentos de viagem e cartoriais, como é o caso do inventário solicitado pela família Sá.  Isso aponta a um conflito de datas constante e de “versões”. Como o  objetivo deste artigo é a verificação do caminho e da utilização do rio com o transporte e alimentação para os viajantes, prevalecem as relações  de  cruzamentos dos dados. Assim, as datas funcionam  aqui como acessórias à análise, apenas como guia temporal dessas  entradas paulistas. Em 1593, em seu inventário, Martim de Sá descreve  sua  entrada no sertão ao lado de Knivet. Mas, suas expedições pela região ganham mais força dois anos depois, em 1595, por um fator  pessoal. Após uma discussão com sua madrasta o jovem  é enviado pelo pai a fazer o caminho dos Guaianases, que ia de Angra dos Reis  a Cananéia (do Rio de Janeiro à região de São Paulo), com o  intuito de apresamento  de  indígenas e reconhecimento local e de seu gentio. Nesse momento, o objetivo era retornar  à Ilha Grande, onde estavam fixados, e após o contato com os Puris próximo à Mantiqueira, quarenta dias depois de dobrar o rio Paraíba, retornou à Ilha  Grande. No inventário mencionado de Sá,  já é sem tempo relatada a  escassez de indígenas, mesmo aqueles que eram ligados ao comércio escravo, chegando a vender seus filhos e mulheres. Quando Knivet seguia viagem verificava que a  isponibilidade de escravos cativos diminuía, por isso a incursão ao interior do território da colônia. Na entrada de 14 de outubro de 597, com a bandeira em  regra, seguiram juntamente a Sá e Knivet, o também inglês  Henrique Banaway, além de um capelão, muitos moradores e colonos do Rio de Janeiro. Knivet comenta que partindo de Parati para o sertão, a oeste verificava um grande número de canoas a navegar entre as ilhas e a terra firme, o que leva a crer em um comércio entre os moradores do Rio de Janeiro  e as cidades do  litoral norte paulista e o vale do  rio Paraíba. .
Fonte1 GIOVANNA LOUISE NUNES, pesquisa realizada na internet no dia 03 de Novembro de 2015 Site: http://www.seer.furg.br/hist/article/viewFile/3285/2493

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