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Caminho Velho
Em menos de trinta dias, marchando de Sol a Sol, podem chegar os que partem da Cidade do Rio de Janeiro ás Minas Geraes [...] da Cidade do Rio de Janeiro foraõ a Paratijs. De Paratijs a Taubatê. De Taubatê a Pindamonhangâba. De Pindamonhangâba a Guaratingaetâ. De Guaratingaetâ ás Roças de Garcia Rodrigues. Deftas Roças ao Ribeiraõ. E do Ribeiraõ com oitos dias mais de Sol a Sol chegaraõ ao Rio das Velhas. (ANTONIL, 1711, p. 163) Uma das primeiras rotas do ouro no Brasil, o Caminho Velho incluía, na verdade, não apenas o trecho terrestre descrito acima, mas também uma parte percorrida por vias marítimas, de Parati a Sepetiba, de onde, novamente por terra, os carregadores seguiam até a cidade do Rio de Janeiro através das roças da fazenda Santa Cruz. Nos atentamos, contudo, à região localizada nos entornos da via terrestre entre as minas e o porto de Parati. Coberto originalmente por densa vegetação característica das florestas tropicais úmidas, o trecho da costa até a Serra da Mantiqueira era apenas um prenúncio dos árduos obstáculos que teriam que ser superados ao longo de centenas de quilômetros e dezenas de dias de viagem. Nos arredores da vila de São Francisco das Chagas de Taubaté encontrava-se o Caminho Velho com a trilha oriunda de São Paulo de Piratininga. Ao longo das primeiras décadas do século XVII, esse entroncamento foi desviado para Pindamonhangaba e posteriormente para Guaratinguetá, diminuindo a distância entre a Freguesia do Falcão (que originou Cunha) e o Rio Paraíba (SANTOS, 2001). Após cruzar a Garganta do Embaú – um dos vales mais baixos da Serra da Mantiqueira, os relatos encontrados passam a ser vagos e contraditórios: Antonil (1711) cita as roças de Garcia Rodrigues tanto no Caminho Novo quanto no Velho; não se pode afirmar se é uma questão de homonímia ou se as roças de Rodrigues realmente tinham essa vasta extensão. O pai de Garcia Rodrigues Paes, Fernão Dias, de fato, foi um dos pioneiros desbravadores dos sertões dos Cataguás; assim, as mercês concedidas pela Coroa Portuguesa por papel tão crucial no desenvolvimento da exploração aurífera de Minas Gerais podem, porventura, ter beneficiado seu herdeiro com tão vasta propriedade. O frágil mapeamento do interior brasileiro, que já vinha sendo explorado desde o século XVI, apenas se aprimorou ao longo do processo de exploração aurífera do século XVIII. Paralelamente ao surgimento e crescimento de arraiais e povoados, muitos dos acidentes geográficos nos arredores do Caminho Velho foram identificados e nomeados, facilitando o efetivo reconhecimento dos lugares citados. A evolução da produção cartográfica sobre as Minas ao longo do século XVIII demonstra uma drástica mudança de perspectiva: enquanto as imagens dos séculos anteriores mostram uma massa homogênea de terra representando o interior da América Portuguesa; os mapas do século XVIII são repletos de toponímia, especialmente aqueles que retratavam as Minas Gerais. A descoberta de ouro no sertão dos Cataguás em fins do século XVII ocorreu como resultado do esforço contínuo de inúmeras gerações, que desde o século anterior vinham explorando as Américas em busca de metais preciosos (ZEMELLA, 1990). Diversas lendas se difundiam pelas áreas colonizadas, assim como pelas metrópoles, sobre o potencial aurífero do ‘novo’ continente, impetrando diversos movimentos de interiorização: a busca de Sabarabuçu, montanha resplandecente que os europeus imaginavam revestida de ouro ou prata (BOXER, 2000), promoveu, em certa instância, a colonização do sertão mineiro. Alguns pesquisadores sustentam, no entanto, que paulistas já haviam encontrado jazidas de ouro anteriormente nos sertões interiores, ocultando das autoridades coloniais tais descobertas, para que não perdessem o domínio da região-cerne de sua economia (COSTA, 2005; HOLANDA, 1996). Afinal, com a notificação da Coroa sobre tais tesouros, de fato, o controle da região deixou as mãos bandeirantes passando a ser efetivamente uma função oficial da metrópole. Assim, embora pela infinidade de descaminhos, continuassem a subsistir atividades proibidas pela Coroa, a liberdade outrora desfrutada pelos paulistas e outros grupos pioneiros é severamente restringida com o avanço do empreendimento colonial.Diversas espécies exóticas foram introduzidas nos ecossistemas mineiros, muitas vezes competindo com espécies nativas pelos recursos do meio; grandes áreas de floresta foram desmatadas para sustentar lavouras e pastos. Além disso, a exploração aurífera dos depósitos aluvionais provocou transformações na qualidade das águas, afetando todo a extensão dos ecossistemas através do efeito cadeia e assoreando diversos rios da região. Grandes áreas de montanhas foram desmatadas e erodidas com a busca do ouro de grupiara. Enfim, a mineração gerou severos impactos ambientais ainda hoje não cicatrizados. Através das hipóteses do historiador Alfred Crosby (2011), tentamos contextualizar as transformações dos sertões mineiros em uma conjuntura mais ampla denominada academicamente como Columbian Exchange. Esse termo designa o intercâmbio de espécies, idéias e pessoas que se processou a partir das ‘descobertas’ marítimas do século XV. Conectando todos os continentes do planeta, com exceção da Antártica, essa troca teria sido, na visão de muitos pensadores ocidentais, um dos maiores e mais importantes eventos da história da humanidade, contribuindo para a diluição de diferenças culturais e ambientais entre os lugares. Outras idéias nas quais nos apoiamos partem do livro de Warren Dean sobre a Mata Atlântica (1996): segundo o autor, a região das minas teria sofrido um esvaziamento populacional ao longo dos primeiros séculos de colonização portuguesa em função dos patógenos trazidos nos navios europeus; assim a floresta estaria sofrendo na época das primeiras descobertas oficiais de ouro um processo de sucessão ecológica natural. A colonização européia do século XVIII, contudo, altera esse processo natural e institui uma nova dinâmica ambiental com a introdução de espécies de seres vivos do ‘Velho Mundo’ que operam numa tendência à homogeneização cultural e ambiental (CROSBY, 2011).
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Em menos de trinta dias, marchando de Sol a Sol, podem chegar os que partem da Cidade do Rio de Janeiro ás Minas Geraes [...] da Cidade do Rio de Janeiro foraõ a Paratijs. De Paratijs a Taubatê. De Taubatê a Pindamonhangâba. De Pindamonhangâba a Guaratingaetâ. De Guaratingaetâ ás Roças de Garcia Rodrigues. Deftas Roças ao Ribeiraõ. E do Ribeiraõ com oitos dias mais de Sol a Sol chegaraõ ao Rio das Velhas. (ANTONIL, 1711, p. 163) Uma das primeiras rotas do ouro no Brasil, o Caminho Velho incluía, na verdade, não apenas o trecho terrestre descrito acima, mas também uma parte percorrida por vias marítimas, de Parati a Sepetiba, de onde, novamente por terra, os carregadores seguiam até a cidade do Rio de Janeiro através das roças da fazenda Santa Cruz. Nos atentamos, contudo, à região localizada nos entornos da via terrestre entre as minas e o porto de Parati. Coberto originalmente por densa vegetação característica das florestas tropicais úmidas, o trecho da costa até a Serra da Mantiqueira era apenas um prenúncio dos árduos obstáculos que teriam que ser superados ao longo de centenas de quilômetros e dezenas de dias de viagem. Nos arredores da vila de São Francisco das Chagas de Taubaté encontrava-se o Caminho Velho com a trilha oriunda de São Paulo de Piratininga. Ao longo das primeiras décadas do século XVII, esse entroncamento foi desviado para Pindamonhangaba e posteriormente para Guaratinguetá, diminuindo a distância entre a Freguesia do Falcão (que originou Cunha) e o Rio Paraíba (SANTOS, 2001). Após cruzar a Garganta do Embaú – um dos vales mais baixos da Serra da Mantiqueira, os relatos encontrados passam a ser vagos e contraditórios: Antonil (1711) cita as roças de Garcia Rodrigues tanto no Caminho Novo quanto no Velho; não se pode afirmar se é uma questão de homonímia ou se as roças de Rodrigues realmente tinham essa vasta extensão. O pai de Garcia Rodrigues Paes, Fernão Dias, de fato, foi um dos pioneiros desbravadores dos sertões dos Cataguás; assim, as mercês concedidas pela Coroa Portuguesa por papel tão crucial no desenvolvimento da exploração aurífera de Minas Gerais podem, porventura, ter beneficiado seu herdeiro com tão vasta propriedade. O frágil mapeamento do interior brasileiro, que já vinha sendo explorado desde o século XVI, apenas se aprimorou ao longo do processo de exploração aurífera do século XVIII. Paralelamente ao surgimento e crescimento de arraiais e povoados, muitos dos acidentes geográficos nos arredores do Caminho Velho foram identificados e nomeados, facilitando o efetivo reconhecimento dos lugares citados. A evolução da produção cartográfica sobre as Minas ao longo do século XVIII demonstra uma drástica mudança de perspectiva: enquanto as imagens dos séculos anteriores mostram uma massa homogênea de terra representando o interior da América Portuguesa; os mapas do século XVIII são repletos de toponímia, especialmente aqueles que retratavam as Minas Gerais. A descoberta de ouro no sertão dos Cataguás em fins do século XVII ocorreu como resultado do esforço contínuo de inúmeras gerações, que desde o século anterior vinham explorando as Américas em busca de metais preciosos (ZEMELLA, 1990). Diversas lendas se difundiam pelas áreas colonizadas, assim como pelas metrópoles, sobre o potencial aurífero do ‘novo’ continente, impetrando diversos movimentos de interiorização: a busca de Sabarabuçu, montanha resplandecente que os europeus imaginavam revestida de ouro ou prata (BOXER, 2000), promoveu, em certa instância, a colonização do sertão mineiro. Alguns pesquisadores sustentam, no entanto, que paulistas já haviam encontrado jazidas de ouro anteriormente nos sertões interiores, ocultando das autoridades coloniais tais descobertas, para que não perdessem o domínio da região-cerne de sua economia (COSTA, 2005; HOLANDA, 1996). Afinal, com a notificação da Coroa sobre tais tesouros, de fato, o controle da região deixou as mãos bandeirantes passando a ser efetivamente uma função oficial da metrópole. Assim, embora pela infinidade de descaminhos, continuassem a subsistir atividades proibidas pela Coroa, a liberdade outrora desfrutada pelos paulistas e outros grupos pioneiros é severamente restringida com o avanço do empreendimento colonial.Diversas espécies exóticas foram introduzidas nos ecossistemas mineiros, muitas vezes competindo com espécies nativas pelos recursos do meio; grandes áreas de floresta foram desmatadas para sustentar lavouras e pastos. Além disso, a exploração aurífera dos depósitos aluvionais provocou transformações na qualidade das águas, afetando todo a extensão dos ecossistemas através do efeito cadeia e assoreando diversos rios da região. Grandes áreas de montanhas foram desmatadas e erodidas com a busca do ouro de grupiara. Enfim, a mineração gerou severos impactos ambientais ainda hoje não cicatrizados. Através das hipóteses do historiador Alfred Crosby (2011), tentamos contextualizar as transformações dos sertões mineiros em uma conjuntura mais ampla denominada academicamente como Columbian Exchange. Esse termo designa o intercâmbio de espécies, idéias e pessoas que se processou a partir das ‘descobertas’ marítimas do século XV. Conectando todos os continentes do planeta, com exceção da Antártica, essa troca teria sido, na visão de muitos pensadores ocidentais, um dos maiores e mais importantes eventos da história da humanidade, contribuindo para a diluição de diferenças culturais e ambientais entre os lugares. Outras idéias nas quais nos apoiamos partem do livro de Warren Dean sobre a Mata Atlântica (1996): segundo o autor, a região das minas teria sofrido um esvaziamento populacional ao longo dos primeiros séculos de colonização portuguesa em função dos patógenos trazidos nos navios europeus; assim a floresta estaria sofrendo na época das primeiras descobertas oficiais de ouro um processo de sucessão ecológica natural. A colonização européia do século XVIII, contudo, altera esse processo natural e institui uma nova dinâmica ambiental com a introdução de espécies de seres vivos do ‘Velho Mundo’ que operam numa tendência à homogeneização cultural e ambiental (CROSBY, 2011).
Sertão
A idéia de sertão no período colonial está relacionada, mais do que a atributos físicos, a uma percepção sócio-cultural do espaço; os sertões seriam as terras interiores ‘não-civilizadas’, zonas de litígio e conflito, habitadas por selvagens (RIBEIRO, 2008). Nesse sentido, o ambiente do sertão seria caracterizado não necessariamente pelo clima seco e a vegetação rala, mas por uma natureza não-domesticada, hostil. Na visão européia, as florestas densas e exuberantes se enquadravam nessa classificação, não havia animais e plantas familiares aos naturais do Velho Mundo, tudo era novo. Desvinculado do domínio europeu, os sertões seriam os espaços desconhecidos, indomados, habitados por feras e homens ferozes, ‘mundos sem forma’ (WEGNER, 2000). Mas, assim como a população nativa, vista a partir de uma perspectiva dúbia – fonte de mão-de-obra e conflitos – o sertão embutia também promessas de riqueza: correndo “para o ocidente por um largo espaço [...] sabia-se [...] consistir de terras férteis, nas quais se poderiam instalar lavouras e criação de gados e fundar vilas e cidades. Podia ainda abrigar minas de metais, salitre e pedras preciosas” (SANTOS, 2010, p. 34-35). Cabia à metrópole a incorporação desse sertão ambíguo e movediço que recuava e avançava segundo o movimento da fronteira de colonização luso-brasileira (RODRIGUES, 2003). Os pioneiros paulistas aderiram à vida errante em busca de escravos e terras num primeiro momento, e posteriormente, em busca de ouro. Necessitavam assim se adaptar às condições impostas por uma natureza ‘selvagem’ e dependiam, para isso, de um conhecimento de que apenas os ameríndios dispunham. A cultura ameríndia fornecia as bases técnicas e materiais para que colonos lusos pudessem efetuar suas explorações espaciais: os indivíduos indígenas serviam como guias, decifravam trilhas e apresentavam recursos de sobrevivência no ambiente selvagem; além disso, trabalhavam compulsoriamente nos empreendimentos paulistas ou eram vendidos aos engenhos do nordeste. No início, portanto, os intercursos entre portugueses e nativos, especialmente em termos materiais, foram íntimos e positivos, permitindo o estabelecimento de fortes vínculos entre conquistadores e terra conquistada – ou a conquistar (WEGNER, 2000). O equipamento técnico do Velho Mundo, contudo, não funcionava nesses sertões do ‘Novo Mundo’, implicando em uma reavaliação de hábitos e concepções europeus. A adoção do milho na dieta alimentar, dos pés descalços nas trilhas e do arco e flecha na caça reflete a adaptação dos portugueses às asperezas do meio nesse primeiro momento em que a fronteira exige um constrangimento das heranças externas às tradições indígenas acomodadas previamente àquele ambiente. A penetração do sertão somente foi possível mediante essa nativização/indianização do português bandeirante (DEAN, 1996; WEGNER, 2000) ocorrida além das vilas. Nessas, porém, embora houvesse elementos nativos como a língua e o milho, a relação de dominação do europeu sobre o índio e o mameluco era bastante enfatizada, particularmente através de signos de status como sapatos de couro e velas. Gradualmente em conformidade com a difusão das instituições e estruturas européias que acompanhavam o avanço da fronteira, os mamelucos foram perdendo prestígio, assim como os legados indígenas, não mais necessários após a retomada das tradições do ‘Velho Mundo’. A transposição da cultura européia, então, não acontece de modo pleno, mas de acordo com as demandas cotidianas de um novo ambiente, resultando em uma nova dinâmica entre meio-cultura-sociedade. Os portugueses incorporam práticas da cultura indígena atribuindo-lhe novas lógicas e significados. Os portugueses e seus descendentes culturais luso-brasileiros, na tentativa de reproduzir no Brasil não apenas suas instituições sociais, mas um espaço físico familiar ao ‘Velho Mundo’, impõem sua cultura e ‘natureza’ a um espaço vasto e heterogêneo, importando matérias e imatérias, costumes, animais, plantas, crenças. No decorrer de um século, forças políticas e econômicas concorreram para alterar inteiramente o perfil cultural e ecológico dos sertões de minas: enquanto o sertão dos Cataguases contava no século XVI com uma população escassa (provavelmente em função das viroses trazidas com os navios europeus) e dispersa, predominantemente indígena e mameluca; ao longo setecentos, a região transformou-se numa área populosa com alta concentração demográfica em determinados centros, e com elevado índice de populações africanas, afrodescendentes e brancas – quase inexistentes no século anterior. Há, portanto, uma grande ruptura na dinâmica espacial do interior brasileiro no século XVIII: como esclarece Santos (2008), antes da conquista européia, as relações sócio-ambientais ameríndias eram regidas basicamente por lógicas locais, sendo imprescindível certa continuidade ambiental para manter intactos os ethos indígenas. A chegada dos portugueses, que atuam a partir de imperativos ultraoceânicos, impõe uma nova lógica que se sobrepõe aos interesses locais; para os adventícios, não há necessidade de manter equilíbrio ambiental, pois não há correspondência direta entre os ambientes nativos e os meios de vida coloniais. A metrópole e os colonos visavam apenas explorar as riquezas das minas de maneira rápida sem atentar para questões ecológicas que, direta ou indiretamente, constavam no imaginário ameríndio. Além disso, nem a cultura negra nem a branca haviam sido forjadas na interação com aqueles meios específicos, não há identidade. Apesar da soberania portuguesa, as influências ameríndias impactaram permanentemente as relações entre luso-brasileiros e natureza: nas primeiras décadas de ocupação não-indígena das Minas Gerais, a técnica majoritariamente adotada pelos colonos para cultivo de espécies vegetais originara-se da coivara adaptada, porém a uma lavoura mais intensiva. Mesmo quando em meados do século XVIII, a Coroa tenta incutir métodos sedentários para facilitar a cobrança de impostos, os horticultores relutam em adotar o arado; se por um lado isso revela a importância das raízes indígenas na formação da cultura mineira; por outro, a necessidade de suprir a população nos padrões de base européia, a partir de uma técnica nativa, teria custado, segundo Dean (1996) cerca de seiscentos quilômetros quadrados de floresta secundária anuais ao longo do século XVIII.
Fonte: http://migre.me/vjkrA