Maria Márcia Magela Machado & Friedrich Ewald Renger Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG
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1.2 Primeiros registros do território mineiro Passaram-se mais de 140 anos desde a entrada dos emissários de Martim Afonso até o ano de 1674, quando, a pedido do rei D. Pedro II, o paulista Fernão Dias Paes Leme, partiu de São Paulo contando com a experiência de caçadores de índios habituados a entrar em território mineiro, entre eles Matias Cardoso de Almeida. O objetivo era achar a lendária Serra do Sabarabuçu onde se acreditava estarem as tão sonhadas esmeraldas e a prata. Se não descobriu esmeraldas, Fernão Dias abriu caminho para o descobrimento do ouro. Trilhou o que se tornaria depois a Capitania de Minas Gerais entre o Rio Grande, no sul de Minas, até a Serra do Espinhaço, na região de Itacambira já quase na divisa com a atual Bahia. A “Serra do Sarabassu” já consta no mapa América Meridionale do Pe. Vincenzo Maria Coronelli (1650 – 1718), publicado pela primeira vez em 1681 (Fig. 2). O mapa, de projeção azimutal, apresenta longitudes em relação à Ilha do Ferro (Ilhas Canárias). Essa longitude foi defi nida pelo rei Luis XIII, em 1610, como meridiano de origem nos mapas franceses. Este mapa testemunha a não ocupação do território mineiro antes da descoberta das minas de ouro, assim como de todo o interior brasileiro. Enquanto o litoral aparece bastante pormenorizado com a divisão de 12 capitanias, desde o Maranhão até São Vicente, e muitas embocaduras de rios, não há detalhamento no interior. A nomenclatura indígena, com exceção de nomes portugueses presentes no litoral, denuncia também esta realidade.
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