O projeto do caminho religioso de 600 quilômetros, envolverá a Diocese de Itabira e Coronel Fabriciano, segundo Dom Walmor.
A fé não apenas remove montanhas, mas
abre caminhos. Pelo menos é o que sugere a implantação do Caminho
Religioso da Estrada Real de Aparecida (SP) à Serra da Piedade, em
Caeté, na Grande BH, projeto que foi apresentado pelo secretário
estadual de Turismo, Agostinho Patrus Filho, com a presença do arcebispo
metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo. A boa
notícia foi dada ontem à noite, em evento que reuniu prefeitos de
cidades ao longo do percurso e representantes dos setores de turismo,
empresarial e religioso no auditório da Federação das Indústrias de
Minas Gerais (Fiemg), no Funcionários, Centro-Sul da capital.
O modelo foi inspirado no consagrado
Caminho de Santiago de Compostela, do século 9, um percurso de 750
quilômetros entre Espanha e França. O secretário Agostinho Patrus chama
atenção para o fato de que o Brasil é o terceiro país a enviar turistas
ao Caminho de Santiago, ficando atrás somente de espanhóis e franceses.
Ele destacou ainda que o turismo religioso é o que mais cresce no mundo.
Dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) apontam que
8,1 milhões de viagens domésticas no Brasil são motivadas pela fé, o que
representa 3,6% de todas as realizadas no país. Já o patrimônio
histórico das igrejas mineiras representa 60% do acervo nacional, um
atrativo para turistas.
Dom Walmor comemorou a iniciativa que, além da Arquiodiocese
Metropolitana de Belo Horizonte, vai envolver as unidades religiosas de
Mariana, São João del-Rei, Campanha e Coronel Fabriciano/Itabira, em
Minas, além de Lorena e Aparecida, em São Paulo. “Dos 10,3 milhões de
peregrinos que anualmente passam pelo Santuário de Aparecida, quase
metade são fiéis de Minas Gerais. Vamos disponibilizar o melhor que
temos, o Santuário de Nossa Senhora da Piedade, padroeira dos mineiros,
para atrair esses fiéis que visitam a padroeira do Brasil. Afinal, a
força da cultura religiosa é uma ajuda preciosa na vida da sociedade
contemporânea”, constata o arcebispo.
A trilha de fé que vai ligar as duas
padroeiras – Brasil/Minas – terá cerca de 600 quilômetros, com
apropriação do patrimônio da Estrada Real, num roteiro de peregrinação
que será percorrido a pé, a cavalo ou de bicicleta. A iniciativa do
governo estadual, por meio da Secretaria de Turismo, conta também com a
participação das pastas de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável,
Cultura e Planejamento e Gestão, além da parceria com o governo de São
Paulo, prefeituras municipais dos dois estados e o Instituto Estrada
Real (Fiemg).
Este ano, a proposta estará em fase de
estruturação, com seminários e reuniões com representantes dos
municípios envolvidos e de entidades do setor turístico e cultural, além
dos levantamentos geográficos, que serão desenvolvidos por uma empresa
de consultoria. A partir de 2012, terá início a implementação do Caminho
Religioso Estrada Real, num prazo de seis meses. O projeto prevê que 38
cidades estarão na rota principal (Caminho Velho, Sabarabuçu e Caminho
dos Diamantes da Estrada Real) e 48 municípios na área de abrangência. O
prefeito Marcos Tridon, de Itamonte, no Sul do estado, a 407
quilômetros da capital, aprovou o projeto: “Será um reforço no conceito
da Estrada Real. O potencial religioso vai valorizar ainda mais as
iniciativas cultural e turística. É um projeto que tem tudo para dar
certo”.
Fonte: Vitrine! Ibira: http://migre.me/5qfp8NOTA: PIQUETE-ROTA TRANSMINEIRA DA FÉ.