Os Caminhos - Roteiros Documentados (créditos - Flaviano Pereira Trindade):
Dois séculos após o descobrimento do Brasil, “ocorreu o que um historiador denominou de o “ensimesmamento da América portuquesa”. "A Colônia deu as costas ao litoral e começou a se entranhar sertões adentro”.
Minas Gerais teve uma colonização tardia, provavelmente por falta de caminhos, por falta de rios navegáveis. Os tesouros que esta terra guardava não estavam tão disponíveis. Cadeias de montanhas os protegiam.Para se chegar até eles, antigas trilhas indígenas e rios tiveram que ser utilizados, até mesmo como fio condutor das entradas, cruzando-os de uma margem a outra quando necessário. Vêm daí os nomes de “Passa Quatro” e até de “PassaTrinta”. Destas Roças até o pé da serra afamada de Amantiqueira, pelas cinco serras muito altas, que parecem os primeiros muros que o ouro tem no caminho para que não cheguem lá os mineiros, gastam-se três dias até o jantar.Daqui começam a passar o ribeiro que chamam de Passavinte, porque vinte vezes se passa e se sobe às serras sobreditas, para passar as quais se descarregam as cavalgaduras, pelos grandes riscos dos despenhadeiros que se encontram, e assim gastam dous dias em passar com grande dificuldade estas serras, e daí se descobrem muitas e aprazíveis árvores de pinhões, que a seu tempo dão abundância deles para o sustento dos mineiros, como também porcos monteses, araras e papagaios. (Antonil, André João, Cultura e opulência do Brasil: texto confrontado com o da edição de 1711) (1)
Dois séculos após o descobrimento do Brasil, “ocorreu o que um historiador denominou de o “ensimesmamento da América portuquesa”. "A Colônia deu as costas ao litoral e começou a se entranhar sertões adentro”.
Minas Gerais teve uma colonização tardia, provavelmente por falta de caminhos, por falta de rios navegáveis. Os tesouros que esta terra guardava não estavam tão disponíveis. Cadeias de montanhas os protegiam.Para se chegar até eles, antigas trilhas indígenas e rios tiveram que ser utilizados, até mesmo como fio condutor das entradas, cruzando-os de uma margem a outra quando necessário. Vêm daí os nomes de “Passa Quatro” e até de “PassaTrinta”. Destas Roças até o pé da serra afamada de Amantiqueira, pelas cinco serras muito altas, que parecem os primeiros muros que o ouro tem no caminho para que não cheguem lá os mineiros, gastam-se três dias até o jantar.Daqui começam a passar o ribeiro que chamam de Passavinte, porque vinte vezes se passa e se sobe às serras sobreditas, para passar as quais se descarregam as cavalgaduras, pelos grandes riscos dos despenhadeiros que se encontram, e assim gastam dous dias em passar com grande dificuldade estas serras, e daí se descobrem muitas e aprazíveis árvores de pinhões, que a seu tempo dão abundância deles para o sustento dos mineiros, como também porcos monteses, araras e papagaios. (Antonil, André João, Cultura e opulência do Brasil: texto confrontado com o da edição de 1711) (1)
Nota: As Roças a que se refere o roteiro são as Roças de Bento Rodrigues, filho de Fernão Dias, percorridas em três dias. Quanto às cinco serras Altas, seria injusto e um abuso contra a inteligência de meus conterrâneos explicar sua localização, estando Piquete no caminho em direção ao pé da serra afamada de Amantiqueira. Ou seja, não se chegava na localidade denominada Garganta do Embaú, sem percorrer o trecho correspondente ao Núcleo Embrião de Piquete, com suas roças, vendas e pousos. Caminho que era percorrido à partir no Registro (Piquete-SP), pelo Vale do Embaú, alcançando a Vila de Conceição do Embaú (Cruzeiro-SP), quando então buscava-se a Garganta de mesmo nome.
Parafraseando: Esse mapa da Capitania de São Paulo de 1766, foi elaborado com particular atenção aos limites com Minas Gerais, restando definitivamente esclarecido que existiam duas alternativas de caminhos, à partir do Núcleo Embrião Registro (Piquete), ou seja, a) via Alto da Serra, Gartanta do Sapucaí, desfiladeiro de Itajubá, hoje Bairo Boa Vista, (Meia Lua), b) via Vale do Embaú até, Conceição do Embaú (Cruzeiro-SP). Todas as dúvidas surgidas na analises dos roteiros à partir da Vila da Piedade, resultam do desconhecimento do roteiro do Caminho Geral do Sertão, ou seja, em demanda do Alto Sapucaí. Caminho trilhado e identificado no que tange a toponímia Alto da Serra, por Anthony Knivet em 1597 (quando cita, uma montanha coberta de floresta), André de Leão em 1601 (quando cita a Raiz do Monte), Padre Vigário João de Faria em 1695 (quando cita a Amantiqueira Quadrilheira), em cujo ponto de travessia se realiza, (via Alto da Serra), desembocando na região pertencente hoje a Marmelópolis-MG Onde se deu a instalação do Registro de Itajubá por volta de 1746. Por uma questão de lógica, relativamente ao roteiro do caminho da vila de São Paulo para as Minas Gerais e para o rio das Velhas, é possível verificar que, chegar em três dias ao pé da Serra, não sendo necessário transpor os ribeiros antes de subir a serras sobreditas, nos dá conta dos caminhos distintos, isto é, ocorre somente se o Caminho seguido for via Garganta do Sapucaí. Caso contrário estando no pé da Serra, no Bairro de Itabaquara, ponto de bifurcação dos caminhos, seguindo em demanda da Garganta do Embaú, pelo Vale do mesmo novem, chega-se a Vila de Conceição do Embau, e nesse caso sim, atravessa se o rio passa vinte e outros; "e se sobe às serras sobredita; para passar as quais se descarregam as cavalgaduras pelos grandes riscos dos despenhadeiros que se encontram". Restando indubitável, mais uma vez que, estas dificultades estão relacionadas a Garganta do Embaú. ((Fonte Antonil, André João, Cultura e Opulência do Brasil Por suas Drogas e Minas, Edusp - Editora da Universidade de São Paulo, 2007, pág. 256/262.)
Esse mapa, Estrada Real do Sertão, indica o traçado cujo ponto de travessia se realiza, (via Alto da Serra), quando então se alcança a região de Queimados, (Soledade de Itajubá), pertencente hoje a Marmelópolis-MG
Parafraseando: Esse mapa da Capitania de São Paulo de 1766, foi elaborado com particular atenção aos limites com Minas Gerais, restando definitivamente esclarecido que existiam duas alternativas de caminhos, à partir do Núcleo Embrião Registro (Piquete), ou seja, a) via Alto da Serra, Gartanta do Sapucaí, desfiladeiro de Itajubá, hoje Bairo Boa Vista, (Meia Lua), b) via Vale do Embaú até, Conceição do Embaú (Cruzeiro-SP). Todas as dúvidas surgidas na analises dos roteiros à partir da Vila da Piedade, resultam do desconhecimento do roteiro do Caminho Geral do Sertão, ou seja, em demanda do Alto Sapucaí. Caminho trilhado e identificado no que tange a toponímia Alto da Serra, por Anthony Knivet em 1597 (quando cita, uma montanha coberta de floresta), André de Leão em 1601 (quando cita a Raiz do Monte), Padre Vigário João de Faria em 1695 (quando cita a Amantiqueira Quadrilheira), em cujo ponto de travessia se realiza, (via Alto da Serra), desembocando na região pertencente hoje a Marmelópolis-MG Onde se deu a instalação do Registro de Itajubá por volta de 1746. Por uma questão de lógica, relativamente ao roteiro do caminho da vila de São Paulo para as Minas Gerais e para o rio das Velhas, é possível verificar que, chegar em três dias ao pé da Serra, não sendo necessário transpor os ribeiros antes de subir a serras sobreditas, nos dá conta dos caminhos distintos, isto é, ocorre somente se o Caminho seguido for via Garganta do Sapucaí. Caso contrário estando no pé da Serra, no Bairro de Itabaquara, ponto de bifurcação dos caminhos, seguindo em demanda da Garganta do Embaú, pelo Vale do mesmo novem, chega-se a Vila de Conceição do Embau, e nesse caso sim, atravessa se o rio passa vinte e outros; "e se sobe às serras sobredita; para passar as quais se descarregam as cavalgaduras pelos grandes riscos dos despenhadeiros que se encontram". Restando indubitável, mais uma vez que, estas dificultades estão relacionadas a Garganta do Embaú. ((Fonte Antonil, André João, Cultura e Opulência do Brasil Por suas Drogas e Minas, Edusp - Editora da Universidade de São Paulo, 2007, pág. 256/262.)
Esse mapa, Estrada Real do Sertão, indica o traçado cujo ponto de travessia se realiza, (via Alto da Serra), quando então se alcança a região de Queimados, (Soledade de Itajubá), pertencente hoje a Marmelópolis-MG
(2 Estrada Real – Caminho religioso será implantado de Aparecida (SP) à Serra da Piedade em MG http://migre.me/5qf46
(3) Mapa: http://www.cp2_parati.blogger.com.br/mapa.JPG
(3) Mapa: http://www.cp2_parati.blogger.com.br/mapa.JPG