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Geralmente os quintais eram
delimitados por uma cerca ou muro de pedra, no documento acima não há
referência a nenhum tipo de cercado, o que confirma a idéia de que o quintal
da casa térrea de Pedro não possuía fronteiras bastante definidas. Quintais prolongados sem cercados e casas
sem confrontação nos arredores da vila geravam uma indefinição da própria
delimitação do espaço da vila. Os moradores dessas áreas mais distantes
podiam desfrutar de seus quintais, que se prolongavam sem limites bem definidos.
Essas áreas se constituíam em espaços híbridos, onde ocorriam
simultaneamente, e de forma mais acentuada que no centro, tanto práticas
tidas como urbanas, quanto rurais.
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Por outro lado, a sociedade que se
configurou na região mineradora teve como característica primordial a
diversidade. Comerciantes de todos os tratos, artífices e artesãos,
funcionários da administração local, mineradores, toda essa leva de gente
proporcionou uma dinâmica social, econômica e cultural tão significativa, a
tal ponto de podermos afirmar que a região experimentou uma certa
urbanização, pela existência de atividades administrativas, comerciais e
artesãs.
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Diferentemente de tentar delimitar
os espaços geográficos entre urbano e rural, procuramos demonstrar que as
vilas e povoados do século XVIII possuíam uma dinâmica própria. As vilas e povoados eram lugares onde
atividades como a criação de pequenos animais, como porcos e galinhas, lotes
cercados para pastagens de gado, onde pequenas plantações se faziam
necessárias para o seu funcionamento. Em Vila Rica encontramos um desses
lotes cercados, no testamento de João Alves do Couto:
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“Sessenta braças de terras no
morro da Forca, no caminho Novo que vai para a Barra que serve de pasto tapados
com seus valos e paredes de pedra. Na frente seu portão fechado com fechadura
e chave que comprei e paguei foral a Câmara”.(43)
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Esse documento nos mostra que o fato de o pasto
estar localizado geograficamente nas delimitações da vila revela uma dinâmica
própria daquela sociedade. João Alves, o arrematante do foro, não possuía
animais de qualquer espécie. O pasto poderia funcionar como uma espécie de
“estacionamento” onde se alojavam as tropas de animais que eram utilizadas
para o transporte de carga pelos caminhos entre Minas Gerais, Rio de Janeiro,
São Paulo e Bahia. “Tais tropas foram utilizadas inicialmente na região
centro-sul e tornou-se a única alternativa para o transporte de cargas na
região de Minas Gerais, devido ao difícil acesso à capitania”.(44) Esses
pastos cercados poderiam também servir para acomodar animais para serem
abatidos. Assim o pasto, elemento rural, é ao mesmo tempo indispensável para
o funcionamento do comércio, já que o transporte de cargas era feito em
lombos de animais ou em carros tracionados pelos mesmos.
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Os pastos eram comuns em Vila Rica e se situavam
próximos aos locais como os quartéis, matadouros ou casa de corte, onde
atividades que demandavam o uso de animais eram desempenhadas. No termo de aforamento feito a Luís Antônio
Cabral, em 1760, de quatro braças de terras, há a referência ao pasto de
cavalos junto aos quartéis:
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“Parte da ponte de São José com
terras do dito arrematante José Gomes de Almeida e da parte do Palácio com um
beco que se deixa de uma braça para serventia pública para o córrego e bicas
de água que estão atrás dos quartéis e parte com o muro novo que fecha o
pasto de cavalos”.(45)
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As casas localizadas em Vila Rica
também dividiam o espaço com estrebarias e currais:
Nota:
Piquete-SP setecentista - O presente estudo possibilita entender de forma incontrastável, a importância dos piquetes,
currais de pedra, cerca de pedra, termos sinônimos na
constituição do espaço urbano na época. Possibilitando ainda afirmar que, esses
topônimos sempre estiveram diretamente lIgados às atividades Tropeiras, aos pousos, vendas, roças no caminho para Minas Gerais. Piquete no Caminho do Ouro, no Sertão da Mantiqueira, no Sertão dos Índios Bravos, na terra do Jongo/Caxambu, no Caminho da História.
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Piquete-SP, Lugar de Memória: "Inventário dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos Escravizados no Brasil elaborado pelo Comitê Científico Internacional do Projeto da UNESCO “Rota do Escravo: Resistência, Herança e Liberdade”. Relativamente ao Núcleo Embrião de Piquete-SP, foram contemplados; "Caminho do Ouro", "Jongo" e "Irmandades", estes dois últimos, na condição de patrimônio imaterial.
terça-feira, 13 de setembro de 2011
I Simpósio Luso-Brasileiro de Cartografia Histórica (Taciana Botega Tavares Universidade Federal de Minas Gerais)
GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.
Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...
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Fonte: http://abrasoffaong.blogspot.com.br/2011/06/tropeiros-da-vacaria.html MAPAS DE SANTOS Fonte: Carta corográfica - Cap. de S. Pau...