ROTEIRO DO CAMINHO DA VILA DE SÃO PAULO PARA AS MINAS GERAIS E PARA O RIO DAS VELHAS, ITINERÁRIO CULTURAL DE DEVOÇÃO CONSOLIDADA A SÃO MIGUEL ARCANJO:
Em descrição relativa a Catedral de São Miguel Arcanjo, São Paulo, o articulista faz menção ao passado nos termos seguintes:
Fonte da foto http://migre.me/5CHzO
Em descrição relativa a Catedral de São Miguel Arcanjo, São Paulo, o articulista faz menção ao passado nos termos seguintes:
Fonte da foto http://migre.me/5CHzO
"* Capela de São Miguel Arcanjo.
Conhecida como Capela dos Índios, ela é a mais antiga Igreja, totalmente preservada, do estado de São Paulo. Na viga superior da porta de entrada está a seguinte inscrição: “Aos 18 de julho de 1622. São Miguel”.
Sua história de quase quatro séculos testemunhou o alvorecer da evangelização jesuítica e franciscana em São Paulo. O Beato José de Anchieta foi catequista na Capela de São Miguel, juntamente com uma comunidade de Padres da Cia. Jesus.
A Capela de São Miguel com o Pátio do Colégio eram os locais principais da organização evangelizadora dos Padres Jesuítas, para implantar a fé católica, os colégios e os serviços de solidariedade aos necessitados.A presença franciscana também foi marcante, depois dos Jesuítas, em nossa Capela e, entre os mais importantes evangelizadores que por aqui passaram foi o Frei Leão, muito amigo do padre Aleixo Monteiro Mafra."(1)
Nota: O Roteiro de viagem contido na obra Cultura e Opulência do Brasil por sua Drogas e Minas, de Antonil, relata o inicio da partida e os pouso e paragens do caminho. Assim sendo, no primeiro dia saindo da vila de São Paulo (Pátio do Colégio e Capela São Miguel, locais principais de organização evangelizadora), "vão ordinariamente a pousar em Nossa Senhora da Penha" (localizada à 20 km da referida vila).
Nota: O Roteiro de viagem contido na obra Cultura e Opulência do Brasil por sua Drogas e Minas, de Antonil, relata o inicio da partida e os pouso e paragens do caminho. Assim sendo, no primeiro dia saindo da vila de São Paulo (Pátio do Colégio e Capela São Miguel, locais principais de organização evangelizadora), "vão ordinariamente a pousar em Nossa Senhora da Penha" (localizada à 20 km da referida vila).
A obra "No tempo dos Bandeirantes" de (Belmonte) no capitulo "Os Bandeirantes" descreve: Rumo ao sertão - Antes da partida - O que um sertanista leva consigo - O temor da morte - Armas e munições - O "gibão da armas" e a "coura" - A "rodela" e o "machete" - A bandeira.
No mesmo contexto assevera: "O Paulista arruma a sua caixa, ageita os seus pequenos negócios, dita ou escreve suas últimas vontades, toma seu arcabuz e, tranquilamente, parte". Assim sendo faz referência a Braz Gonçalves, que morre na jornada, Belchior Carneiro que parte em 1644, entre outros."Não partem, todavia sem testar, determinando suas últimas vontades, porque sabem que a fascinação da selva é traçoeira; que, dos tremendais lutulentos, se levantam miásmas mortiferos; que, das brenhas híspidas, chovem flechas envenenadas; e que por toda a parte, nas lezirias; nas balseiras, nos chapadões, a morte os espreita, invisível e implacável..."
Fala ainda o autor de: "Outro sertanista, que sai no encalço dos guainás, parece temeroso e apega-se a todos os santos....peço ao Anjo S. Miguel e ao santo do meu nome e ao Anjo da minha guarda me queiram acompanhar e livrar dos demonios amen e por não saber da morte nem da vida desta viagem que vou fazer aos Guayanazes.."
Em continuidade ao relato adrede transcrito, trazendo luz ao importantissimo e necessário, proposito devocional a São Miguel Arcanjo, presente em todos os momentos das jornadas declara:
(Mais assustado do que esse, somente André de Burgos que nunca foi ao sertão mas que se agarra a Corte celeste com desespero de náufrago em alto mar):"Primeiramente encomendo minha alma a Deus Nosso Senhor que haja misericordia della pois a remiu com seu precioso sangue e à Virgem Nossa Senhora Mãe Sua para que ella como mãe de missericordia alcance de seu bento filho perdão de meus peccados e ao santo de meu nome e ao anjo da minha guarda e ao Archajo S. Miguel e a todos os santos e santas da corte dos céus e às onze mil virgens e a todos anjos, archanjos, cherubins e seranis, thronos e dominações e aos patriarchas e prophetas..."
Definitivamente a Aldeia São Miguel do Piquete não pode continuar sendo considerada como espaço de memória insignificante. Restando esclarecido que, em se tratando da época, o Porto Guaipacaré visto como fronteira do sertão, o núcleo embrião de Piquete constituía-se em tenebroso e desafiador sertão dos índios bravos. É, desta feita possível, após depararmos com relatos equivalentes a relatos de "naufragos em alto mar" no que diz respeito a viagem pelo sertão da mantiqueira, que pudesse alguém, negligenciar a invocação do suporte celestial? A final, os índios bravos que faziam chover flechas envenenadas, fazendo com que a morte sempre estivesse a espreita, invisível e implacável estavam pelas veredas das brumas das terras ermas e pelas cinco serras altas. (grifo meu). Piquete no Caminho do Ouro, no Caminho da História.
Igreja de São Miguel e Almas - Piquete-SP
(1) Fonte: Catedral de São Miguel Arcanjo http://migre.me/5CsjP
(2) Belmonte, No Tempos dos Bandeirantes, 2.º Edição, Companhia Editora Nacional, São Paulo, pág, 232/237. (Obs: As transcrições mantiveram o vernáculo em vigor na época)