CAPÍTULO I
1- A história do comércio de Guaratinguetá
Por Regiane Aparecida 1- A história do comércio de Guaratinguetá
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Por sua privilegiada localização, Guaratinguetá era ponto de passagem
para Minas Gerais, para as vilas de Taubaté e São Paulo e para o porto
de Paraty.
As tropas vinham dos municípios de Cunha, Parati, Lagoinha, Taubaté e
mesmo de São Luiz do Paraitinga. Havia também um outro rancho de tropas
do outro lado do Rio Paraíba, perto da ponte metálica. O Rancho da
Pedreira, porém era o mais importante pela forma de seu grande
movimento, pois ali os tropeiros não permaneciam mais de um dia. O lema
era: “Mercadoria vendida, mercadoria comprada”. Semanalmente perto de
300 animais traziam: feijão, milho, salgado, carne de porco e ainda
frutas como o marmelo, pêra, pêssego, ameixa. Essas mercadorias vinham em jacás e balaios próprios para cada espécie.
De Parati destacam-se o peixe salgado, deliciosas tainhas, e a
aguardente azulada. Este comércio consistia, principalmente na troca de
mantimentos para homens e para animais, por tecidos, por sal e por
instrumentos necessários à lavoura. Ampliou-se, depois, com a criação de
porcos e com a plantação do algodão, para suprimento das bandeiras que
buscavam as riquezas das minas.
O retorno iniciava-se nas primeiras horas da madrugada, muito antes
do sol nascer. Assim a jornada rendia mais e os burros não se cansavam
muito, pois tinham de cobrir longas caminhadas com pesados fardos. Do
rancho partiam para a estação de trem, carroças cheias de mercadorias
com destino, principalmente para o Rio de Janeiro. Era o comércio dos
tropeiros, que desde o frio, sob o sol, sob a chuva, envolvendo-se na
poeira ou sujando-se na lama, rudes como os próprios animais, traziam de
longe para Guaratinguetá, o produto de seu trabalho, acolhido e
consumido não só aqui, mas também em outras regiões, que impulsionou o
nosso comércio para o que ele se transformou hoje.
Durante as primeiras décadas do século XVIII, teve importante
participação no ciclo do ouro nas Minas Gerais. Foi o principal centro
abastecedor do território mineiro, e para lá mandou muitos de seus
filhos, junto aos bandeirantes de Taubaté e de Pindamonhangaba, no
desbravamento e penetração dos sertões de Minas. A essa época, a vila
recebeu uma Casa de Fundição do Ouro, depois transferida para Paraty. A
vila, porém, era modesta, com poucas e tortuosas ruas que, a partir da
Matriz, acompanhavam os caminhos. Vivia de uma economia de subsistência e
do comércio de beira de estrada mais voltado para os viajantes que
transitavam pela região.
Guaratinguetá era usada como caminho, dos “Paulistas”, ligando a Vila
de São Paulo às Minas Gerais. Iniciava-se na cidade de São Paulo,
percorrendo o Vale do Paraíba até atingir Guaratinguetá, onde se
encontrava com o “Caminho Velho”. De Guaratinguetá iam em direção do
“Porto de Guaypacaré”, onde ficavam as roças de Bento Rodrigues
Caldeira.
O Caminho de São Paulo seguia até Guaratinguetá, onde se bifurcava no
Caminho Velho: para o Norte, Minas Gerais; para o Sul, Parati e Rio de
Janeiro (por mar). Em meados do séc. XVIII, com a construção de acessos
terrestres para o Rio de Janeiro, o caminho de São Paulo passou a ter
mais opções de prosseguimento, como a trilha que passava por Cachoeira
Paulista, Silveiras, S. José do Barreiro, e Bananal, até a Guarda do
Coutinho (Pouso Seco), na divisa estadual, próximo a Rio Claro. Ou
seguindo até Campo Alegre (Resende, Quatis, Piraí, no RJ), e daí
escolhendo algum de outros diversos caminhos para chegar ao Rio.
[Sodero]
Fonte Info Escola http://migre.me/5X3WS
Nota: Toponímias que definem caminhos: "um outro rancho de tropas do outro lado do Rio Paraíba", (Racho da Pedreira) com grande movimento de tropas, na margem esquerda do rio, estrada das posses, abastecimento das Minas, Piquetes, potreiros e cercas de pedras, Vila do Norte, ou seja, uma Estrada Real, que ligava Guaratinguetá a São João Del-Rei.
Nota: Toponímias que definem caminhos: "um outro rancho de tropas do outro lado do Rio Paraíba", (Racho da Pedreira) com grande movimento de tropas, na margem esquerda do rio, estrada das posses, abastecimento das Minas, Piquetes, potreiros e cercas de pedras, Vila do Norte, ou seja, uma Estrada Real, que ligava Guaratinguetá a São João Del-Rei.