quinta-feira, 17 de novembro de 2011

CARTAS DE UM OUTRO MATOSINHOS (Isabel Lago Diretamente de Portugal)

POUSO ALEGRE – Minas Gerais
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 Desde 1600, um século depois da descoberta do Brasil, a região do Mandu era conhecida, mas não era explorada, nem oficialmente administrada. A região, era banhada pelo Sapucaí Mirim e seus afluentes: o Capivari, Itaim, Mandu e Cervo, tinha uma rica flora (...) e a fauna também era abundante.
A beleza topográfica da região, a terra fértil, a abundância de água e a piscosidade dos rios eram um convite à fixação de colonos na região.
Da ambição dos aventureiros que demandavam a região do Sul de Minas, à procura de ouro e outras riquezas, nasceu o conhecimento daquele vasto sertão, ainda desabitado por volta de 1596, quando se deu o primeiro devassamento da bacia do Alto Sapucaí pelos bandeirantes paulistas. Essas expedições e os raros aventureiros que por aqui transitavam necessitavam de se orientar, por falta de informantes, pelas referências geográficas, que por isso ganhavam nomes inconfundíveis: o Matosinho, hoje Pouso Alegre, separado pelo campo do mato grande, era um ponto de referência. A região de Estiva era marcada por uma formação montanhosa no formato de um capuz e ganhou o nome de Serra do Carapuça. Próximo de Santana do Sapucaí, hoje Silvianópolis, havia uma elevação com falha de vegetação no cimo, que recebeu o nome de Serra do Coroado; quem de Ouro Fino viajasse para o Matosinho, depois de vencer o mato encontrava o campo e quem do Matosinho seguia para Ouro Fino, depois de vencer o campo, encontrava a mata, por isso a área de transição do campo para a mata era conhecida de uns por Borda do Campo e por outros por Borda da Mata, o nome que perdura.
             Foi com a descoberta das minas de Santana, que se iniciou o desenvolvimento do Matosinho do Mandu, primeiro nome de Pouso Alegre.
Durante muitos anos, bem antes da criação do Arraial de Pouso Alegre e do surgimento da primeira Capela, os caminhos do Mandu eram passagem e parada obrigatória de diversas caravanas que iam da cidade de São Paulo para a capital mineira, Ouro Preto.
Muito antes também, esses caminhos foram desbravados pelos Bandeirantes, que abriram trilhas para os tropeiros. Na beira do Rio Mandu, próximo à atual Via Perimetral, as caravanas de tropeiros paravam para o descanso e dormida, onde faziam um pouso alegre. Nesse tempo, começavam a chegar os primeiros colonizadores, adquirindo terras para cultivo e sustento.

O maior historiador de Pouso Alegre, Eduardo Amaral de Oliveira, que dedicou 40 anos de sua vida pesquisando milhares de documentos em Campanha, São Paulo, Ouro Preto e Rio de Janeiro, descobriu que os primeiros proprietários de terras devidamente registradas, na verdade os primeiros sitiantes, foram: Antonio Araújo Lobato, Felix Francisco, João Angelo e Joaquim Reis de Lima - supostamente também chamado de Paulo Araújo Pereira. Esses homens aventureiros para cá vieram e se instalaram, tornando-se os primeiros proprietários de terras nessa região do Sul de Minas e que, pouco depois, seguidos por outros que chegavam, deram início a colonização de um arraial que, três séculos após, tornar-se-ia na sempre crescente e magnífica Pouso Alegre de agora!
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GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...