(Transcrição da Pesquisa feita pela Profª Vera Lucia Ramos de Oliveira) O bairro da Cabelinha, em Lorena, SP, está localizado numa
zona urbana periférica, iniciando na Rua Antonino Rosa Jr e indo até o
início da estrada que liga a outro bairro, o Ponte Nova.
O bairro da Cabelinha é limitado ao
norte pelo Rio Paraíba do Sul; a leste pela Estrada do Aterro que dá
acesso ao bairro da Ponte Nova e saída para a cidade de Piquete; ao sul,
pela Rua Antonino Rosa Jr (alguns dizem que esta rua ainda faz parte do
bairro e a rua ao sul seria então, a 21 de Abril) e à oeste, do outro lado
do rio Paraíba, pela Estrada Municipal que liga Lorena à
Guaratinguetá. O bairro da Cabelinha é um dos mais antigos da cidade de
Lorena. A capela de São Sebastião que existe no bairro data do começo do
século XIX. Outros elementos encontrados no entorno do bairro são:
campos, várzea, mato ciliar, aterros realizados para construção da antiga
estrada de ferro Lorena/Piquete atualmente desativada, tendo seus trilhos
sido removidos e transformado o aterro em estrada de terra utilizada para
caminhadas. O outro aterro funciona a estrada de saída da cidade para o
bairro da Ponte Nova e para Piquete e sul de Minas. No entorno do bairro,
perto do atual leito do rio Paraíba, em grande área, o Governo do Estado
construiu três grandes piscinões de concreto para receber todo o esgoto da
cidade e ser devidamente tratado, antes de ser lançado ao rio. Ao longe,
nota-se o contorno azulado da serra da Mantiqueira, com seus elevados
picos.
No bairro Cabelinha, no início do século XX havia várias chácaras que depois foram
loteadas, algumas com casarões antigos, existindo ainda, restaurado, o
velho casarão chamado de “Palácio das águias”. O bairro é uma área
residencial por não possuir indústrias, tendo em sua história possuído uma
pequena fábrica de material dentário e olarias. Atualmente possui apenas
pequenas lojas de comércio como uma padaria, bares, quitandas, vídeo
locadoras, bicicletaria, igreja de São Sebastião, etc. O bairro da Cabelinha está localizado no interior de um
meandro antigo do Rio Paraíba que há muitos anos está seco devido à
retificação do rio. Porém, as terras de várzea, mais baixas desse antigo
leito do rio, alagadiças em épocas de cheia do rio, sempre impediram que o
bairro se expandisse e se desenvolvesse além dos limites atuais.
Mais tarde o rio foi retificado em seus meandros deixando de passar perto
do do bairro, mas nos dias atuais ainda se pode constatar o antigo leito
do rio, ao lado da estrada que liga o bairro ao bairro da Ponte
Nova e a continuação do antigo leito do rio na região do bairro
Nova Lorena, no entorno do CSU. Atualmente, com o leito retificado e mais reto, o rio está há uns
três quilômetros do bairro livrando-o das enchentes. Em frente à escola do
bairro (Escola Prof. Prudente de Aquino), existe ainda uma vila de casas iguais
que são as antigas casas de madeira de funcionários da Prefeitura, a
maioria já reformada e reconstruída com alvenaria.(Fonte: http://migre.me/7tafB)
Nota: Após um longa e produtiva convesa com o Sr. Dourado, em Piquete, sobre o traçado do rio Paraiba em Lorena, fez este referência ao Paraiba morte. Imediatamente, retornando a analise do roteiro da viagem de André e Leão de 1601, descrição de Alexandre Glymmer temos:
"...chama rio de Sorobis e é abundantíssimo em peixes, tanto grandes como pequenos. Descendo também este rio, durante quinze ou dezeseis dias, chegamos a uma catarata, onde o rio, apertado entre montanhas alcantiladas, se despenha para o Nascente." (Fonte: http://migre.me/7tcs8)
Desta feita, parafraseando, em sendo o traçado do rio retificado em seus meandro deixando de passar perto do bairro, sendo possivel constatar o antigo leito, na região do bairro Nova Lorena e no entorno do CSU, é possivel negar que o rio despenhava para o nascente. Não foi a Estrada do Aterro ao leste do Bairro, que dá acesso a Ponte Nova que impediu com que o rio seguisse em direção ao nascente? Ou não estamos falando exatamente do ponto, limite da navegabilidade do rio e inicio do encachoeiramento, com a formação das "catadupas."