quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Tupinambás

 Os tupinambás da Região Sudeste do Brasil tinham um vasto território, que se estendia desde o Rio Juqueriquerê, em São Sebastião/Caraguatatuba, no estado de São Paulo, até o Cabo de São Tomé, no estado do Rio de Janeiro. O grosso da nação  tupinambá localizava-se na Baía da Guanabara e em Cabo Frio, onde fabricavam o gecay, que era a mistura de sal e pimenta que os índios vendiam aos franceses (chamados pelos tupinambás de maíra[2], nome originário de Meire Humane), com os quais se aliaram quando estes estabeleceram a colônia da França Antártica na Baía de Guanabara. As tentativas de escravização dos índios para servirem nos engenhos de cana-de-açúcar no núcleo vicentino levaram à união das tribos numa confederação sob o comando de Cunhambebe chamada de Confederação dos Tamoios, englobando todas as aldeias tupinambás desde o Vale do Paraíba Paulista até o Cabo de São Tomé, com invejável poderio de guerra. É nesse ínterim que Nóbrega e Anchieta teriam sido levados por José Adorno de barco até Iperoig (atual Ubatuba), para tentar fazer as pazes com os índios. Segundo a tradição, Nóbrega voltou até São Vicente com Cunhambebe e o Padre José de Anchieta ficou cativo dos tupinambás em Ubatuba. Nesse período, ele teria escrito o Poema da Virgem. Fatos lendários e fantásticos teriam ocorrido nesta época do cativeiro, como o milagre de Anchieta: levitar entre os índios, que horrorizados, queriam que ele dali se retirasse pois pensavam tratar-se de um feiticeiro. Seja como for, os padres, com muita diplomacia, conseguiram desmantelar a Confederação dos Tamoios, promovendo a Paz de Iperoig, o primeiro tratado de paz das Américas. Diz-se que, depois de feitas as pazes, Nóbrega advertiu os índios de que, se voltassem atrás na palavra empenhada, seriam todos destruídos, profecia que, de fato, se concretizou. Quando os portugueses atacaram os franceses do Rio de Janeiro, estes pediram ajuda aos índios, que acudiram a seus aliados. Isto levou ao extermínio dos tupinambás que moravam em aldeias em torno da Baía da Guanabara, na segunda metade do século XVI. Os que conseguiram se salvar foram os que se embrenharam nos matos com alguns franceses e os índios tupinambás de Ubatuba que, para não ajudarem os irmãos do Rio e não correrem riscos, ou se embrenharam nos matos ou foram assimilados pelos colonos em Ubatuba, gerando a atual população caiçara daquela região assim como a população cabocla do Vale do Paraíba Paulista e Fluminense. Contudo, o golpe fatal aos tupinambás foi o ataque ao último reduto francês em Cabo Frio, com a destruição de todas as aldeias. Tudo destruído com fogo e passado ao fio da espada. Os sobreviventes ou se refugiaram nos matos e migraram para outras regiões ou alguns poucos ainda, no final do século XVI, podiam ser encontrados numa aldeia de índios cristãos próxima da então recém-fundada cidade do Rio de Janeiro, local onde morreu e foi enterrado o Padre Nóbrega. Por esses motivos e por algumas declarações que denotariam em tese conivência com o extermínio indígena é que o Padre José de Anchieta tem sido considerado muito polêmico até os dias atuais, embora, noutras oportunidades, tenha declarado que se entendia melhor com os índios do que com os portugueses.
Obs: As incríveis aventuras e estranhos infortúnios de Anthony Knivet, que foi com Thomas Cavendish em sua segunda viagem ao mar do sul – 1591: "Um dia, enquanto eu pescava sozinho por diversão, fiquei sentado pensando em como me achava e   no que já tinha sido. Então comecei a amaldiçoar o  dia em que pela primeira vez ouvi falar do mar, e me   lamentei, pensando como pude ser tão tolo em abandonar minha própria terra onde nada me faltava. Naquele  momento eu não tinha qualquer esperança de rever minha terra ou mesmo algum cristão. Enquanto eu lá  estava, sentado na margem do rio, em meio a esses pensamentos desesperados, aproximou-se um velho índio que era um dos chefes da tribo. Começou a conversar  comigo dizendo sentir falta do tempo em que estavam   em Cabo Frio, pois podiam comerciar com os franceses  e nada lhes faltava, mas que agora já não tinham facas nem   machadinhas, ou outras coisas, e se achavam tão desprovidos."
Fonte:http://migre.me/81lTf
Nota: O Rio Paraíba tornou-se verdadeira trincheira dos guerreiros tupinambás que se refugiaram no sertão. Assim como a serra de Jaguamimbaba. Alguma dúvida, quanto ao fato justificador, no que tange ao região, Núcleo Embrião de Piquete e a denominação de "Sertão dos Índios Bravos." Ademais, não se trata de uma citação alheatória, durante o Governo de Morgado de Mateus, cartas ao capitão Mor da freguesia da Piedade faziam expressas referências ao fato. Sendo também motivo de grande desespero das autoridades a ação dos núcleos de resistência formado pelos quilombolas. Ou o bairro do Quilombo, originou da criação de uma localidade destinada a reunião de negros africanos, para receber os Portugueses a "pão de ló", definitivamente, não é isso que tenho encontrado em minhas pesquisas.    

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...