quarta-feira, 21 de março de 2012

Entradas( Por Cristine Delphino)

Diferente das Bandeiras as Entradas foram expedições apoiadas pelo governo de Portugal com a finalidade de expandir o território brasileiro. 
Devido a crise do açúcar no século XVII, as expedições para o interior do Brasil  aumentaram com o objetivo de encontrarem riquezas que pudessem suprir os problemas econômicos enfrentados. Essas entradas eram comuns, mas não representaram grande parte das expedições pelo sertão brasileiro, realizados pelas bandeiras. Existiam também outro intuito para a realização destas viagens: os administradores da coroa buscavam por índios que seriam escravizados.
Foram as entradas os primeiros responsáveis pelo extermínio em massa das tribos indígenas no Brasil. Os jesuítas e as missões que tanto se opunham a estas ações violentas dos portugueses acabavam por facilitar sem querer a escravização, já que índios catequizados e aglomerados em missões eram muito mais fáceis de serem presos. Espertos, os lusitanos também aproveitavam-se da da rivalidade entre as tribos, colocando uma contra a outra.
Uma das primeiras entradas data de 1531, organizada por Martim Afonso de Sousa  em direção ao Peru. Ele partiu do litoral da Capitania de São Vicente, mas não conseguiu finalizá-la já que o seu grupo foi exterminado pelos índios.
Em 1554 aconteceu a chamada “Entrada de Porto Seguro” realizada pelo castelhano Francisco Bruzo de Espinhosa  que partiu da Capitania da Bahia. A sua expedição desceu o litoral, cruzou o sertão da Bahia até alcançar o estado de Minas Gerais, onde foi fundado Espinosa.
Seis anos depois, Brás Cubas partiu de Santos (SP), seguiu pelo rio Paraíba chegando até a Serra da Mantiqueira, passando pelo vale do rio são Francisco até a barra do rio Paranamirim, retornando até o inicio da sua expedição pelo mesmo caminho.
Outras entradas conhecidas foram a de Martim de Carvalho, Sebastião Fernandes Tourinho e de Antônio Dias. Porém, as atividades por busca de ouro tornaram-se mais frequentes durante a União Ibérica. O governador-geral D. Francisco de Sousa buscou no litoral da Capitania da Bahia e do da Capitania do Espírito Santo, visando o título de Marquês das Minas, título prometido pelo soberano espanhol para quem encontrasse ouro nas terras brasileiras.
Em 1598, depois da descoberta de ouro na Capitania de São Vicente, D. Francisco foi pessoalmente para as minas de Jaraguá, Monserrate, Biriçoiaba e Bituruna, próximo a São Paulo. O ouro encontrado nas minas não foi de números significativos, porém as buscas por mais próximos da região aumentaram. O governador faleceu sem ter êxito em suas buscas por ouro. (Fonte: http://migre.me/8nkah)
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Fonte: http://migre.me/8nkBG
Nota: Não obstante as pesquisas realizadas no médio Vale do Paraíba, buscar fazer  crer,  indefinido o trajeto da Expedição realizada por Brás Cubas,  que seguiu pelo rio Paraíba,  chegando até à Serra da Mantiqueira, deve-se ter em consideração que se travava de uma expedição, ou seja, entradas apoiada pelo governo de Portugal. Desta feita, não resta dúvida de que se tratava de implementação de um plano, resultante da recomendação do Capitão Duarte de Lemo,  em carta enviada da Bahia: "Em julho de 1550, de Porto Seguro, o capitão Duarte de Lemos escreveu ao soberano, garantindo-lhe que ali "é a terra onde está o ouro, porque de nenhuma destas partes podem ir melhor a ele que por esta", já que o Peru "está na altura de dezessete graus que é onde esta capitania está (...)". (Fonte: http://migre.me/8nlAI)
Para tanto faz-se necessário destacar, a assertiva no sentido que, a expedição de Brás Cuba, retornou até o inicio de onde partiu pelo mesmo caminho (grifos meus). Ou seja, pela mesma Serra da Mantiqueira,  pelo mesmo rio Paraíba. Nesta direção  são poucas as margens de dúvidas de que não tenha sido pela região, que veio a se constituir em uma sesmaria recebida em 1567 correspondente a localidade que veio a dar origem a Mogi  Cruzes. Entendendo, acreditando não se tratar de mera coincidência, outra expedição oficial, a de André de Leão de 1601, que seguiu pelo mesmo rio Paraíba, transpondo a Serra da Mantiqueira,  quando de seu retorno consta do relato de  Guilherme Grymmer: "Dai, recuperadas as forças e aparelhados os víveres, pelo mesmo caminho por onde viéramos regressamos àquele rio, onde havíamos deixado as canoas, e revigorados,  saltamos nela e subimos o rio até as suas fontes; e assim gastos nove meses nesta expedição, voltamos primeiro a Mogomimin, depois, à cidade de S. Paulo".(http://migre.me/8nmeZ)
Definitivamente as coordenadas geográficas  contidas nos relatos de Anthony Knivet, também constituída de um caráter de oficial,  nos conduz exatamente pelo mesmo caminho, Alto Sapucaí, rio Verde, rio Grande,  em demanda da Serra das Vertentes e Alto São Francisco, caminho geral do Sertão, caminho dos Paulista, Caminho de Goiás,  bacia do Prata, Paraguai, Caminho do Potosi ( Alto Peru). Ou esse não foi o caminho alternativo, em busca do Potosi, dado ao extermínio do grupo de Martins Afonso de Souza, em suas diversas tentativas, via caminho do Peabiru.    

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...