quarta-feira, 21 de março de 2012

Parte 1: A Legenda de São Tomé no Brasil e nas Américas

As pegadas de São Tomé no Brasil
Em nosso país, a legenda e vestígios de São Tomé encontram-se espalhados por muitos lugares. Com base em informações dadas pelos índios à época do Descobrimento, os portugueses recém-chegados constataram a existência das impressões dos pés de São Tomé no litoral e mesmo no interior. “A Nova Gazeta da Terra do Brasil” publicava, em 1514, tradições orais dos índios brasileiros quanto à existência no país das pegadas de São Tomé, bem como recordações que conservavam dele. Ao mostrarem tais pegadas aos portugueses, os índios indicavam também cruzes existentes terra adentro. E quando falavam do Apóstolo, chamavam-no de deus pequeno, pois havia outro Deus maior. É tradição antiga entre os índios que aquele Apóstolo, a quem chamavam Sumé, veio ao Brasil e lhes forneceu a planta da mandioca e da banana, ajudando-os a cultivar a terra. Pregou o bem àqueles indígenas, ensinando-os a adorar e servir a Deus e não ao demônio, a não terem mais de uma mulher e não comerem carne humana. Outra informação histórica da existência das pegadas no Brasil foi-nos transmitida pelo padre Manoel da Nóbrega –– dos primeiros missionários jesuítas vindos de Portugal após o Descobrimento –– em suas “Cartas do Brasil”. Poucos dias após sua chegada aqui, em março de 1549, escrevia: “Também me contou pessoa fidedigna que as raízes de que cá se faz pão, que São Tomé as deu, porque cá não tinham pão”. E, em data posterior, acrescenta: “Dizem os índios que São Tomé passou por aqui e isto lhes foi dito por seus antepassados e que suas pisadas estão sinaladas junto de um rio, as quais eu fui ver, por mais certeza da verdade, e vi com os próprios olhos quatro pisadas sinaladas com seus dedos. Dizem que quando deixou estas pisadas ia fugindo dos índios que o queriam flechar, e chegando ali se abrira o rio e passara por meio dele a outra parte sem se molhar. Contam que, quando queriam o flechar os índios, as flechas se tornavam para eles e os matos lhe faziam caminho para onde passasse”. Constata-se nesse relato do padre Manoel da Nóbrega a intenção missionária de São Tomé, espalhando por estas plagas brasílicas a palavra de Deus, e deixando visíveis as marcas de sua passagem em vários lugares conhecidos. Desde o Rio Grande do Sul, passando por São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Paraíba, Ceará e Maranhão, encontramos pegadas atribuídas a São Tomé, que, pela tradição dos índios, vêm de remotas eras, anteriores ao Descobrimento, em 1500. Além destas, e das cruzes mostradas pelos índios, há várias outras marcas e fatos pitorescos ocorridos em nosso território. Perto da cidade de Cabo Frio, no Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, existe um grande penedo que parece ter levado várias bordoadas. Estas estão impressas na pedra como se o bordão tivesse golpeado com força em cera branda. E é tradição dos índios terem sido as bordoadas impressas pelo bordão de São Tomé, numa ocasião em que eles haviam resistido à doutrina pregada pelo Apóstolo. Na Bahia, em São Tomé do Peripé, há uma fonte perene de água doce, que brota de um penedo junto a certas pegadas. É tradição que por ali desceu São Tomé. A esta fonte o povo deu o nome de São Tomé milagroso, porque a água nasce de pedra viva.(Fonte; http://migre.me/8mNl6)
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Observação: As incríveis aventuras e estranhos  infortúnios de Anthony Knivet, que foi com Thomas Cavendish em sua  segunda viagem ao mar do sul – 1591: "Enquanto eu lá  estava, sentado na margem do rio, em meio a esses pensamentos desesperados, aproximou-se um velho índio que era um dos chefes da tribo. Começou a conversar  comigo dizendo sentir falta do tempo em que estavam em Cabo Frio, pois podiam comerciar com os franceses  e nada lhes faltava, mas que agora já não tinham facas nem  machadinhas, ou outras coisas, e se achavam tão desprovidos." (http://migre.me/8mQaA)
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Parafraseando: De Cabo Frio a São Tomé das Letras, (caminho do ouro). Da lenda a intuição, fundamentadas nas narrativas de Anthony Knievet em busca do mar do Sul, nas palavras do velho índio, ligando o sertão a Cabo Frio, evidências de uma secular tradição no sentido que, a história das pegadas de São Tomé, se faz presente, no caminho geral do sertão, caminho do Norte, caminho do Potosi, caminho de Goiás, caminho da Serra resplandescente, caminho do Sabaraçu,  na tradição do Santos Cruzeiros, da Santas Cruzes, nas veredas das brumas das terras ermas, no sertão dos índios bravos, na aldeia São Miguel do Piquete etc.  



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