Capítulo XIII
JERÔNIMO LEITÃO
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A sua ação, para a conquista da terra, no combate aos índios inimigos dos portugueses e na expulsão dos franceses, não se limitou ao território, que ia ser capitania de S. Paulo, foi muito além, ainda que dentro das terras doadas a Martim Afonso. Diz a “Informação do Brasil”, de 1584, R.I.H.G.B., vol. 6º, pág. 415: “Na era de 1574 veio o Dr. Antônio Salema com alçada em todo o Brasil”. Ainda no seu tempo, estavam em pé os tamoios de Cabo Frio, grande colheita dos franceses, donde vinham, fazer saltos dentro do mesmo Rio, pelo qual se determinou de lhes dar guerra e assim com o favor da Capitania de S. Vicente da qual veio o Capitão Jerônimo Leitão, com a maior parte dos portugueses e dos índios cristãos e gentios e com esta ajuda cometeu a empresa e acabou de destruir toda a nação dos tamoios que estava ainda com muita “soberba e fortes com muitas armas dos franceses, espadas, adagas, montantes, arcabuzes, etc”...
Há confirmação desse feito. Referindo-se à guerra que, em 1579, Antônio Salema fez para exterminação dos tamoios de Cabo Frio, aliados dos franceses e com estes comerciando, Capistrano de Abreu informa que nessa ocasião “foi pedido auxílio da capitania de S. Vicente, de onde partiu Jerônimo Leitão comandando muitos portugueses e índios cristãos.” As forças reunidas, segundo dois contemporâneos, contavam 400 portugueses e 700 índios. Entre os primeiros acham-se Cristóvão de Barros e Antônio de Mariz que nela se distinguiu. A 15 de novembro de 1579, estava ele em preparativos para uma expedição, da qual deviam fazer parte Antônio de Macedo e João Fernandes, filhos de João Ramalho, segundo uma carta que lhe escreveu José de Anchieta: mas não se pode determinar o objetivo e o destino, pois muito vagos são os termos dessa carta (Cartas Jesuíticas, vol. 3º, pág. 268).
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Nessas entradas, em 1590, nessa guerra ofensiva, os colonos tinham atravessados o rio Jaguari (Idem, fls. 388) o seu afluente Pirapetingui (Idem, fls. 423) e atingindo o Parnaíba, onde havia chegado Antônio de Macedo, Domingos Grou e sua gente e em cuja volta tinham perecido (Idem, pág. 423).Os índios foram repelidos, mas não se deram por vencidos nem subjugados. As ameaças, as escaramuças, os ataques prosseguiram. E a Câmara continuava a fazer as suas reclamações, acrescentando que esses índios “eram vizinhos e amigos, eram seus compadres, se comunicavam com os moradores, gozando dos mesmos resgates e de suas amizades”, e que, se não tivessem o justo castigo, reformariam as suas forças e tornaria com mais ímpeto, por ser gente bárbara e usada na guerra, e que eles chegaram a dizer que, acabando com a capitania de S. Vicente iriam ao Rio de Janeiro e mais partes da costa, entregariam o capitão e os padres aos ingleses, e com estes assentariam pazes (Vereança a 7 de julho de 1591, vol. 1º, pág. 404)(pág. 242/243)
(Fonte: http://migre.me/8nxNT, pág 237/2380
Observação:
Em se tratando da entrada ao sertão em combate aos tamoios à partir de São
Vicente ou Rio de Janeiro, definitivamente, os rios em questão,
Jaguari e seu afluente Pirapetingui,
são afluente do Rio Paraíba do Sul, e jamais do Parnaíba. Jaguari este,
afluente do Rio Paraíba do Sul na regão do Médio Vale. Quando então descendo o
rio Paraíba do Sul, chegava-se na região de Guaratinguetá, ponto de confluência do caminho dos
paulista com o caminho de Paraty. Quando então, seguindo em direção Norte, transpunha-se a Serra da Mantiqueira, em demanda do caminho geral do sertão, serra das vertentes, nascente do Rio São Francisco etc, uma das região para quais, refugiaram os tupinambás.