OS PRIMEIROS POVOADORES EUROPEUS
Náufragos, aventureiros de toda a sorte já estavam, nas primeiras décadas do século XVI, estabelecido no litoral e até serra acima. Formavam três núcleos: São Vicente, Cananéa e Santo André.
Desses três núcleos o mais importante foi São Vicente. Servia já naquele tempo de porto de refresco obrigatório para as armadas em demanda do rio da Prata. Possuía recursos consideráveis, tendo em conta a época e o lugar. Alonzo de Santa Cruz não hesita em chamá-lo de "pueblo de San Vicente". Descreve seu aspecto parecido com o de uma aldeia portuguesa do século XVI com torre de defesa de pedra. Possuía um estaleiro rudimentar para consertos de navios e até fabricação de bergantins. Seus habitantes europeus cultivavam para seu sustento e para vender aos navios de passagem, não só os mantimentos da terra como verduras européias. Criavam galinhas e porcos. São Vicente já era enfim uma verdadeira aldeia, um núcleo de povoamento europeu, o primeiro em toda a costa da América Portuguesa. Quanto aos dois outros, parecem ter tido uma importância bem menor. Celebrizaram-se sobretudo pelos nomes de seus principais habitantes, o misterioso bacharel de Cananéa e João Ramalho. A missão de Martim Afonso não foi portanto de fundar um núcleo de povoamento, mas mui habilmente de se aproveitar do que já existia, de se servir da base, de lhe dar uma vida oficial e localizar dentro desses núcleos os povoadores importados. Não é fundador, é colonizador. É o espírito prático, conhecedor das realidades, que sabe se aproveitar da oportunidade única de apoiar sua colonização em homens adaptados ao país e que vão em grande parte, garantir-lhe o suces so. Martim Afonso oficializa a existência de São Vicente e com notável visão compreende a importância da aldeia de João Ramalho em pleno sertão, a única em toda a costa atlântica da América. Cria os cargos de governo, dá existência oficial, distribui terras pelos imigrantes. São Vicente, devido a sua situação de porto de mar, prospera rapidamente. É dele que vai partir a onda povoadora. Já em 1545 Braz Cubas funda a cidade de Santos em lugar bem escolhido. Mais tarde, em tempos já de Thomé de Souza, Santo André, a boca do sertão, atrás de seus muros de pau a pique e taipa, constantemente atacado pelos índios, toma-se um verdadeiro castelo forte de fronteira. Em torno desses núcleos já se abrem as roças, já se fundam os engenhos de açúcar, já se cria um povoamento rural. O colono lavra a terra e defende sua fazenda de armas na mão contra o índio. Mas em meados do século XVI aparece um novo fator do povoamento com um verdadeiro método de colonizador: o jesuíta. Nóbrega com sua alta visão de político, Anchieta com a energia de um santo jesuíta, resolveram fundar serra acima, entre as tribos guaianases, um colégio para catequizar os silvícolas. A situação geográfica de São Paulo, sua localização estratégica sabiamente escolhida pelo instinto guerreiro dos índios, em pouco tempo transformou e s se novo castelo forte num núcleo de povoamento de primeira ordem. A política jesuíta de aldeamento dos índios em pouco tempo esparramou pelos territórios do planalto, em tomo de São Paulo, uma quantidade de aldeias. Entre essas aldeias espalharam-se as fazendas. O sertão começou a recuar. Por outro lado, já em fins do século XVI começam a aparecer serra acima as primeiras povoações de fundação particular. Parnaíba fundada por volta de 1580 por André Fernandes, Mogi das Cruzes e Juqueri. No litoral fundam-se os núcleos de Itanhaem, Xiririca e Iguape. De tal maneira que ao alvorecer do século XVII a situação do povoamento de São Paulo era a seguinte. O litoral sul já era bastante povoado com as vilas de Cananéa (vila em 1578), Xiririca, Iguape, Itanhaem (vila em 1561), Cubatão, São Vicente e Santos. O litoral norte, entretanto, era muito menos povoado, não possuindo nenhuma vila. Algumas sesmarias tinham sido concedidas em São Sebastião, mas nenhuma aldeia, nenhum povoamento urbano existia. É que os terríveis Tamoios de seu quartel general em Ubatuba assolavam a costa Norte toda até o forte construído em Bertioga, como sentinela avançada da civilização paulista. O litoral Sul ao contrário, já antes do povoamento oficial de 1532, todo ele habitado pelos guaianases aliados dos vicentinos. No planalto o núcleo principal era São Paulo. Em torno da futura capital as inúmeras aldeias de índios fundadas pelos jesuítas: M'Boy, Santo Amaro, Pinheiros, Guarulhos, Carapicuiba, Itaquecetuba, São Miguel, etc. e mais as primeiras vilas de fundação particular já citadas. É essa esquematicamente, a situação dos núcleos de povoamento urbano de São Paulo em fins do século XVI. (http://migre.me/8PVEP)
..............................................................................................................................................Um dos caminhos era, Via Registro (Piquete), Conceição do Embaú (Cruzeiro)
Topônimo Alto da Serra, espaço colonial de Piquete-SP, Garganta do Sapucaí, Desfiladeiro de Itajubá, Caminho Velho, Caminho Geral do Sertão, Caminho dos Paulistas, Estrada Real do Sertão.
Fonte Carta corográfica - Capitania de S. Paulo, 1766 (http://migre.me/96jly)