sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Do borrão às aguadas: os engenheiros militares e a representação da Capitania (Transcrição)

.....................................................................................................................................
O governador D. Francisco de Sousa permaneceu inicialmente em Santos e São Vicente, mas as Atas da Câmara de São Paulo atestam sua presença serra acima em 16 de maio de 1599 (20). Acompanhado por um séquito qualificado de mineradores – Geraldo Betting e Jacques de Oalte –, dado que os motivos de sua nomeação como governador da então criada Repartição do Sul era organizar  e motivar a população de São Paulo a percorrer o sertão em busca de ouro e pedras preciosas, trouxe também consigo dois importantes engenheiros italianos: Massai e Baccio da Filicaia. As notícias de mineração de ouro no Jaraguá reorientaram a política colonizadora nos tempos da União das Coroas Ibéricas,  e D. Francisco foi deslocado às terras meridionais para estimular pesquisas e dar  um caráter sistemático às incursões de entradas e bandeiras nos sertões. A Massai são atribuídas as Relaciones Geográficas da costa da Repartição do Sul; já a Baccio da Filicaia, o primeiro esforço para estabelecer alguma disciplina no  urbanismo da vila de São Paulo e orientar o seu crescimento. Segundo Nestor Goulart, teria sido Baccio da Filicaia (21)  o responsável pelo traçado das duas ruas  retas fora dos muros do povoado: a rua Direita de São Bento e a rua Direita. Em tempos do domínio felipino, também se atribui (22)  o projeto inicial  da Fortaleza de S. Amaro da Barra Grande a outro engenheiro militar italiano,  Giovanni Battista Antonelli, que a teria projetado em 1583. Trata-se, quiçá, de  um terceiro personagem ilustre que por aqui passou, deixando vestígios  materiais. Observa-se longa ausência de engenheiros militares na região vicentina  entre o fim da União das Coroas Ibéricas e a incorporação das capitanias de  São Vicente e Santo Amaro pela Coroa, em decorrência das descobertas auríferas  além serra da Mantiqueira. A documentação do Conselho Ultramarino existente  no Arquivo Histórico Ultramarino, de Lisboa, atesta um único mapa, anônimo, datável  desse ínterim – a [Planta da baía de Paranaguá/.../ e a perspectiva da cidade de  Paranaguá] (c. 1653) –, contemporâneo da época de criação da vila (1649) e  decorrente do período da mineração de ouro na região, aliás, bastante  significativa. As minas ao redor da Baía de Paranaguá estão perfeitamente  documentadas no mapa (23)
.....................................................................................................................................
Fonte: Beatriz Piccolotto Siqueira Bueno http://migre.me/cShVK
Fonte: Carta corográfica - Cap. de S. Paulo, 1766 .Apresentando o Estado Político da Capitania de São Paulo em 1766, foi elaborada esta carta, com particular atenção aos limites com Minas Gerais. (http://migre.me/aWncu)
Parafraseando: A presença de D. Francisco de Sousa na serra acima, como governador da Repartição do Sul, objetivando motivar a população de São Paulo a percorrer o sertão em busca de ouro, não foi pelo Alto da Serra, espaço colonial de Piquete-SP, em demanda da Região do Alto Sapucaí? Ademais, a expedição de Andre de Leão enviada ao Sertão pelo mesmo Governador, bem como, pelo menos 2 das incoursões de Anthony Knivet, não foi pela Montanha dos Pinheiros? Não resulta justificável as dúvidas relativamente aos caminhos percorridos na visão de renomados históriadores, somado ao segredo de Estado, o fato da longa ausência de engenheiros militares na região vicentina entre o fim da União das Coroas Ibéricas e a incorporação das capitanias de São Vicente e Santo Amaro pela Coroa, em decorrência das descobertas auríferas além serra da Mantiqueira? Existe outra razão para que  apareça essa região serrana, tão somente como, a Amantiqueira quadrilheira, em conformidade com o roteiro de viagem do Padre vigário, João Faria Fialho,  ou seja, Amantiqueira vigiada? (grifos meus).

 
 

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...