Resumo
Este estudo tem como objetivo refletir sobre o instrumento do
itinerário cultural, recentemente introduzido no campo do patrimônio
cultural, procurando compreender sua amplitude e eficácia. Para isso,
tomou-se como referência principalmente a atuação da UNESCO (Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) no
reconhecimento do Patrimônio Mundial, mostrando como aquela agência
internacional tem lidado com os desafios teóricos e práticos colocados
por uma ideia como a de “itinerário cultural”. Para se abordar os
itinerários culturais, mostramos inicialmente a sua relação com outra
ideia, também recentemente introduzida na área, a “paisagem cultural,
que, como os itinerários, também problematiza a relação natureza e
cultura. Percebeu-se que a ideia de itinerário traz à tona a importância
dos valores e dos significados dos bens culturais para o
desenvolvimento social e humano, mostrando-se que esse instrumento pode
ser um importante mecanismo de gestão territorial na direção do
desenvolvimento sustentável, ao incluir as dimensões cultural, social,
ambiental, política e econômica. Para se conhecer a potencialidade desse
instrumento, foi realizado ainda um estudo de caso, abordando a Estrada
Real, itinerário que vai do Rio de Janeiro a Minas Gerais, envolvendo
os antigos caminhos de ocupação do território brasileiro. Concluiu-se
que, embora ela apresente diversos bens culturais ao longo dos Caminhos
Reais, sua atual gestão torna-a incompatível com as demandas necessárias
para o seu reconhecimento como um Itinerário Cultural. Por outro lado,
ao se perceber, também por uma análise interdisciplinar específica, o
potencial turístico da Estrada Real, a dissertação aponta para a
necessidade de estudos técnicos e científicos mais aprofundados que
potencializem essa proposta. Fonte:http://migre.me/et6Jc