segunda-feira, 8 de setembro de 2014

História - Luta pelas minas de ouro marca a criação de Cuiabá (Transcrição)

 
A luta pelas minas ouro marcou a história da fundação da capital-mato grossense. Durante muitos anos índios e brancos morreram em diversas batalhas para conquistar das jazidas descobertas por acidente nas margens dos rios cuiabanos. Inicialmente somente as tribos indigenas habitavam as densas matas do estado de Mato Grosso. Os primeiros bandeirantes chegaram no território mato-grossense com o objetivo de capturar os nativos da região e leva-los para fazendas em outras províncias. Mas uma velha 'lenda' contada pelos sertanistas, fez com que os paulistas deixassem de apenas aprisionar os índios e passarem a buscar pedras preciosas. É incerto o resgistro do primeiro bandeirante que pisou nas terras do Estado. Talvez um dos propulsores para a "corrida do ouro" foi o bandeirante paulista Manoel de Campos Bicudo. À procura das célebres Minas dos Martírios, ele subiu o rio Cuiabá, até chegar no Morro da Canastra, atual Morro de São Jerônimo, situado em Chapada dos Guimarães. Bicudo superou as barreiras do morro e atingiu o rio que mais tarde foi denominado Rio das Mortes, e acampou na confluência do rio Cuiabá com o Coxipó, local que batizou de São Gonçalo. O que Bicudo não imaginava que essas minas eram apenas lendas criadas pelos sertanistas de imaginação fértil. Anos mais tarde seu filho, Antônio Pires de Campos, acampou no mesmo local que seu pai chegara, rebatizando-o de São Gonçalo Velho. Lá combateu e aprisionou os índios Coxiponés, para depois vendê-los como escravos em São Paulo. No ano seguinte, 1718, deixou o acampamento nas margens do Coxipó, desceu o rio Cuiabá levando centenas de índios escravizados e encontrou-se com a bandeira de Pascoal Moreira Cabral, a quem informou sobre os índios Coxiponés, aldeados rio acima. Seguindo as informações de Pires de Campos, a bandeira de Moreira Cabral subiu rio Cuiabá acima até a confluência com o rio Coxipó, em busca dos Coxiponés. Em São Gonçalo Velho, a expedição formada por 56 homens brancos e uma quantidade desconhecida de negros e índios escravos, instalou-se. Uma parte do grupo subiu o ribeirão do Coxipó para procurar os índios indicados por Antônio Pires de Campos. Lá houve confrontos com os índios, que obrigaram os paulistas a se retirarem. Descoberta do ouro
 
Voltando a São Gonçalo Velho, o bandeirante Pascoal Moreira Cabral encontrou um grupo garimpando ouro de aluvião que acidentalmente fora descoberto às margens e no leito do Coxipó. A bandeira recebeu ajuda de Fernando Dias Falcão, que possibilitou uma posição estratégica para Pascoal Moreira, superior aos Coxiponés, modificando seu objetivo que era prear índios, para minerar ouro. São Gonçalo Velho transformou-se no primeiro núcleo de povoamento, e em 8 de abril de 1719, Pascoal Moreira Cabral e os bandeirantes ali reunidos lavraram a Ata de Fundação de Cuiabá, sendo Pascoal Moreira eleito Guarda-Mor das minas descobertas. A busca pelo ouro trouxe mais bandeirantes paulistas, que foram subindo o Coxipó e seus afluentes, o que teve como consequência a transferência do arraial primitivo para a Forquilha, na confluência do rio Mutuca com o Coxipó, em 1721. No arraial da Forquilha foi levantada a primeira igreja, onde foi celebrada a primeira missa pelo padre Jeronymo Botelho. Em outubro de 1722, Miguel Sutil subiu o Rio Cuiabá, chegando até o córrego da Prainha, no sopé do Morro da Prainha, atual Morro da Luz, onde mandou os índios buscarem mel silvestre. Os índios voltaram sem o mel mas trouxeram as primeiras pedras de ouro, colhidas no local que denominou-se Lavras do Sutil, a maior mancha aurífera do Brasil Colonial. Hoje, o local onde encontravam-se as Lavras do Sutil é a região da Igreja do Rosário. De vila a cidade
 A população garimpeira em pouco tempo abandonou a Forquilha, desenvolvendo o núcleo que ficou dividido entre o córrego da Prainha e o Morro da Prainha, atulamente Morro da Luz. No dia 1º de janeiro de 1727, o arraial recebeu o título de Vila, por determinação do Capitão General de São Paulo, passando a se chamar Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá. Em 17 de setembro de 1818, Cuiabá é elevada à categoria de cidade, de acordo com a Carta Régia de D. João VI, e em 1823, por decisão do Imperador D. Pedro I, tornou-se a capital da Província, no lugar de Vila Bela da Santíssima Trindade. Apesar de ser a capital da Província, Cuiabá permaneceu muito tempo afastado dos grandes centros devido às escassas possibilidades de comunicação e transporte, nesse contexto a cidade não foi influenciada em grande escala pela Revolução Industrial iniciada no século XIX. Logo, Cuiabá permaneceu longo tempo sem passar por transformações sociais e econômicas. A partir de 1920, Cuiabá começa a se desenvolver, facilitada pelos melhoramentos do sistema de transporte e rodoviário. Esse novo cenário de crescimento tem uma guinada no início da década de 1950, através da política do Governo Federal de ocupação do Centro Oeste do país; o Governo do Estado também incentivou a colonização e, a partir de 1960, Cuiabá teve um povoamento mais acelerado. Desenvolvimento econômico A década de 70 representou o renascimento econômico de Cuiabá, tornando-se uma das cidades que mais se desenvolvia, até o final da década de 80. Começaram a chegar migrantes vindo de várias partes do país; do Sul vieram os filhos dos imigrantes alemães, russos, italianos e poloneses - que vieram para o Brasil no início do século XX - pois já não encontravam as mesmas riquezas de antes, então, na busca de um novo rumo, partiram para Mato Grosso. A política de ocupação amazônica, tendo em vista proteger as fronteiras do norte do país, criou condições especiais para o desenvolvimento da região, com a abertura de estradas tais como as rodovias BR-163 e BR-164, que ligam Cuiabá a Brasília e São Paulo respectivamente. Como resultado dessa expansão populacional verifica-se que de 70 mil habitantes em 1970, Cuiabá ultrapassou 500 mil em 2002. Cuiabá completa 291 anos de mistério sobre a origem do próprio nome
Fonte: http://migre.me/lwg8k

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