IV - HABITAÇÃO, HÁBITOS ALIMENTARES E VESTIMENTAS
Durante muitos anos, a historiografia abordou a condição escrava de uma forma estática. Interpretou-a como uma situação em que as mudanças e o movimento não ocorriam. Ser escravo significava não se poder movimentar fisicamente, a não ser a serviço ou com a permissão do senhor. Estudiosos baseavam-se nos depoimentos e nos desenhos feitos por viajantes, normalmente vindos de áreas não escravistas (quase sempre europeus, embora alguns norte-americanos tenham deixado registros), que estiveram no Brasil. A
maior concentração de relatos e pinturas foi, sem dúvida, a do século XIX, após a abertura dos portos, em 1808, e a chegada da família real. Retratava-se o escravo acompanhado de correntes ou de colares punitivos ao pescoço, descalços, seminus ou em situações de castigo, amarrados a troncos e chicoteados. Também foi comum a imagem do negro no trabalho, sempre braçal, pesado, extenuante, em algumas delas, homens negros carregando liteiras, situação vil do ser humano, a de carregar como animal de carga um semelhante. Tratava-se de registrar o exótico e a inferioridade da América escravista, selvagem, composta por uma população negra e mestiça bárbara e brutal; em outros poucos casos, de denunciar o sistema escravista. Tanto os relatos quanto as pinturas tenderam a mostrar a promiscuidade da habitação dos negros, a pobreza e as condições de vida sub-humanas, em particular na alimentação, sempre deficitária e nada atrativa. A roupa também impressionou certos observadores. A variedade delas, em cidades como Rio de Janeiro e Salvador, fez com que inúmeros pintores tivessem a indumentária de negros e negras como destaque, retratando-a em detalhes. Quanto mais estranho, mais interessava aos autores. Foi com base nos relatos de cronistas e viajantes que passaram pelo Brasil que grande parte dos historiadores ou estudiosos teceu comentários sobre a vida cotidiana dos escravos. Mantiveram-se, assim, as interpretações superficiais e, mesmo, exóticas, sugeridas
por um grupo de pessoas que esteve no Brasil de passagem e que dificilmente poderia entender os significados profundos dos costumes de negros africanos e seus descendentes163. Hoje, já se podem entrever um pouco mais as formas complexas com que
escravos e ex-escravos organizaram suas vidas, inclusive a material, que passavam distante das intenções e, mesmo, dos interesses dos senhores. Casas e senzalas: o lugar de morar. O termo senzala ou sanzala, algumas vezes grafado como cenzala, no século XVIII, tem sua origem no banto, tronco tinguístico de várias línguas da África centro-ocidental. Difícil é precisar o significado original do termo. Moraes Silva164, dicionarista de final do século XVIII, define-o como “no Brasil, a casa de morada dos pretos escravos”. Hoje, em kimbundo, idioma banto e língua franca de uma extensa área de Angola, na época do tráfico de escravos, a palavra possui três significados. O primeiro deles é “povoado”, provavelmente anterior aos outros dois; o segundo, “residência de serviçais em propriedade agrícola” e, por fim, “moradia de gente separada da casa principal”. As duas últimas
acepções foram muito usadas no Brasil, mas é o significado de “povoado” que chama a atenção, pois, nas condições históricas da África centro-ocidental, um novo povoado era geralmente formado por migrantes aparentados entre si, que fugiam das guerras de apresamento de cativos165. Sem dúvida, o trabalho mais importante e esclarecedor que existe na historiografia brasileira sobre as senzalas dos escravos é o de Robert Slenes, intitulado “Na senzala, uma flor. As esperanças e as recordações na formação da família escrava”166. O autor sugere que o termo senzala, no Brasil, que designava o conjunto de moradias dos escravos, provavelmente foi dado, pelos africanos, derivando-o do sentido inicial de “povoado” ou “comunidade”. De qualquer forma, foi a partir da entrada maciça de africanos do tronco lingüístico banto que senzala se tornou termo vulgar para designar o local de moradia dos escravos. O jesuíta Antonil chegou a utilizá-lo, sob a forma de sanzala, mas sem deixar claro se o fazia aludindo ao grupo ou à moradia dos escravos do engenho de Sergipe do Conde, em livro escrito em final do século XVII, mas só editado em 1711167. Já nos inventários paulistas do século XVII, analisados por Alcântara Machado168, inexiste o termo senzala. As moradas dos escravos africanos ou seus descendentes, raros na região, por imperarem os escravos índios, eram designados não como senzalas, mas como “casas dos negros”. Ao que tudo indica, a palavra senzala só se generalizou no século XVIII. Viajantes estrangeiros, do final do período colonial, a exemplo do francês Debret e do bávaro Rugendas169, também indicavam a casa dos negros como cabanas e choupanas, ambos os termos sinônimos de “casa rústica”, segundo Moraes Silva. Outros termos também são encontrados, como choça, palhoça e mocambo, este último, pelo nosso dicionarista setecentista, também sinônimo de quilombo, ou “habitação feita nos matos pelos escravos pretos fugidos no Brasil; qualquer choça, ou palhocinha, no Brasil para habitação, ou se recolherem os que vigiam lavouras”170. De qualquer forma, os termos empregados pelos eruditos, para designar a moradia dos escravos, são sempre depreciativos, salientando a pequenez, a rusticidade e a pobreza das habitações. Luiz Figueira, que viveu em Angola, no início do século XX, notou, preconceituosamente, que (...) as habitações dos ambundos são geralmente acanhadas, pequenas, primitivas: a cubata propriamente dita. Vivem nas povoações constituídas por grupo de cubatas, cônicas ou quadradas, feitas de pau-a-pique, à laia de tabique usado na divisão das casas. Baixas, possuem uma porta e a maioria nem postigo tem, nem janela por onde entre o ar e a luz. (...) Devido ao fogo os tetos cobrem-se de fuligem, as paredes enegrecem, tisnam-se e o interior da cubata torna-se de aspecto repelente, sujo, imundo171. A historiografia sobre o período colonial não deu muita atenção ao lugar de habitação dos escravos, limitando-se a afirmar, como Alice Canabrava, entre outros, que “a casa-grande, a senzala, a capela e a casa de engenho formam o quadrilátero principal e característico do engenho de açúcar”172. Realmente, sempre as senzalas estavam localizadas muito próximas das casas de morada dos senhores. No século XIX, a proximidade das moradias senhoriais e escravas, nas grandes propriedade, é explicada, pela historiografia, pela necessidade de controle visual das escravarias, mas presumo que a origem desta proximidade remonte aos primeiros séculos de colonização. Em algumas áreas escravistas do Novo Mundo, como no Caribe britânico, por exemplo, as casas de senhores e de homens livres ficavam bem distantes das senzalas, e nem por isto o controle sobre a escravaria era negligenciado. É provável que a proximidade entre casa-grande e senzala, no Brasil colonial, se explique por outros motivos, como a defesa contra os índios, especialmente nos primeiros séculos, mantendo-se o costume posteriormente. Também é fato que a área de beneficiamento dos produtos, como no caso específico do açúcar e, posteriormente, do café, estava anexa às casas de morada dos proprietários. Formavam, forma, o fato é que a proximidade de construções nas áreas rurais tornava o contato entre escravos e livres cotidiano e íntimo, numa convivência em que os brancos se africanizavam e os africanos se aportuguesavam, o que escandalizava os observadores estrangeiros que pelo Brasil passaram, sendo motivo de seus vários registros. De todo modo, a imagem trazida por uma historiografia tradicional de senzalas coletivas e trancafiadas à chave é cada vez menos defensável, à luz das pesquisas mais atuais sobre o cotidiano da escravidão. Na verdade, havia vários tipos de senzalas e também variava a composição de seus ocupantes. A habitação dos escravos está vinculada à possibilidade ou não de formação de família entre eles. Como afirma Hebe Mattos173, a face mais visível do cativeiro era a realidade da plantation, com grandes escravarias, compostas de homens adultos e solteiros, executando trabalho coletivo sob a forte pressão de castigos físicos. Era para este contingente populacional que, via de regra, pelo menos para o século XIX, se destinavam as senzalas coletivas, que podiam ser de vários tipos, a se dar crédito às descrições de viajantes que pelo Brasil passaram. Havia a “senzala pavilhão”, térrea, separada em cubículos, cada um com saída para um pátio, segundo descrição de Hermann Burmeisteer, em 1851. Dizia ele que “É lá que moram os escravos; os casados, juntos num cubículo, os solteiros 2 ou 3 em cada peça, os homens separados das mulheres. Em geral, há pavilhões separados para os homens e para as mulheres”174. Há outras descrições deste tipo de senzala, algumas incluindo varandas em cada cubículo, e parece que ela não foi incomum, pelo menos no Sudeste do XIX, e podem ser encontradas, ainda hoje, em fazendas preservadas. Outro tipo é a senzala denominada por Slenes de “senzala barracão”, que seria uma construção comprida, com pequenas tarimbas, separadas por divisão de madeira, possuindo no centro um corredor largo, “tendo na frente uma esteira ou cobertor para tapar a entrada do lado do corredor”, segundo Tschudi, que descreveu uma senzala deste tipo para Cantagalo, no Rio de Janeiro, em 1860175. Os barracões dos solteiros não tinham, via de regra, separações internas. O que parece claro em todos os relatos, segundo Slenes, é que havia distinção entre os locais de dormir de escravos solteiros e casados, havendo, inclusive, indícios evidentes de que era comum os escravos casados morarem em construções separadas, muitas vezes em barracos e cabanas individuais. Diversos relatos afirmam que os casados ocupavam casinhas ou barracos individuais. Luiz Figueira informa que, em Angola, no início do século XX, “dentro dos álumbo [forma plural de élumbo, que significa as vivendas de um determinado indivíduo em que se encontram divididas as aldeias] as cubatas da gente casada estão separadas das outras onde dormem os solteiros e as das raparigas separadas das destes por meio de pequenas paliçadas”176, divisão semelhante às das senzalas relatadas pelos viajante.
.....................................................................
maior concentração de relatos e pinturas foi, sem dúvida, a do século XIX, após a abertura dos portos, em 1808, e a chegada da família real. Retratava-se o escravo acompanhado de correntes ou de colares punitivos ao pescoço, descalços, seminus ou em situações de castigo, amarrados a troncos e chicoteados. Também foi comum a imagem do negro no trabalho, sempre braçal, pesado, extenuante, em algumas delas, homens negros carregando liteiras, situação vil do ser humano, a de carregar como animal de carga um semelhante. Tratava-se de registrar o exótico e a inferioridade da América escravista, selvagem, composta por uma população negra e mestiça bárbara e brutal; em outros poucos casos, de denunciar o sistema escravista. Tanto os relatos quanto as pinturas tenderam a mostrar a promiscuidade da habitação dos negros, a pobreza e as condições de vida sub-humanas, em particular na alimentação, sempre deficitária e nada atrativa. A roupa também impressionou certos observadores. A variedade delas, em cidades como Rio de Janeiro e Salvador, fez com que inúmeros pintores tivessem a indumentária de negros e negras como destaque, retratando-a em detalhes. Quanto mais estranho, mais interessava aos autores. Foi com base nos relatos de cronistas e viajantes que passaram pelo Brasil que grande parte dos historiadores ou estudiosos teceu comentários sobre a vida cotidiana dos escravos. Mantiveram-se, assim, as interpretações superficiais e, mesmo, exóticas, sugeridas
por um grupo de pessoas que esteve no Brasil de passagem e que dificilmente poderia entender os significados profundos dos costumes de negros africanos e seus descendentes163. Hoje, já se podem entrever um pouco mais as formas complexas com que
escravos e ex-escravos organizaram suas vidas, inclusive a material, que passavam distante das intenções e, mesmo, dos interesses dos senhores. Casas e senzalas: o lugar de morar. O termo senzala ou sanzala, algumas vezes grafado como cenzala, no século XVIII, tem sua origem no banto, tronco tinguístico de várias línguas da África centro-ocidental. Difícil é precisar o significado original do termo. Moraes Silva164, dicionarista de final do século XVIII, define-o como “no Brasil, a casa de morada dos pretos escravos”. Hoje, em kimbundo, idioma banto e língua franca de uma extensa área de Angola, na época do tráfico de escravos, a palavra possui três significados. O primeiro deles é “povoado”, provavelmente anterior aos outros dois; o segundo, “residência de serviçais em propriedade agrícola” e, por fim, “moradia de gente separada da casa principal”. As duas últimas
acepções foram muito usadas no Brasil, mas é o significado de “povoado” que chama a atenção, pois, nas condições históricas da África centro-ocidental, um novo povoado era geralmente formado por migrantes aparentados entre si, que fugiam das guerras de apresamento de cativos165. Sem dúvida, o trabalho mais importante e esclarecedor que existe na historiografia brasileira sobre as senzalas dos escravos é o de Robert Slenes, intitulado “Na senzala, uma flor. As esperanças e as recordações na formação da família escrava”166. O autor sugere que o termo senzala, no Brasil, que designava o conjunto de moradias dos escravos, provavelmente foi dado, pelos africanos, derivando-o do sentido inicial de “povoado” ou “comunidade”. De qualquer forma, foi a partir da entrada maciça de africanos do tronco lingüístico banto que senzala se tornou termo vulgar para designar o local de moradia dos escravos. O jesuíta Antonil chegou a utilizá-lo, sob a forma de sanzala, mas sem deixar claro se o fazia aludindo ao grupo ou à moradia dos escravos do engenho de Sergipe do Conde, em livro escrito em final do século XVII, mas só editado em 1711167. Já nos inventários paulistas do século XVII, analisados por Alcântara Machado168, inexiste o termo senzala. As moradas dos escravos africanos ou seus descendentes, raros na região, por imperarem os escravos índios, eram designados não como senzalas, mas como “casas dos negros”. Ao que tudo indica, a palavra senzala só se generalizou no século XVIII. Viajantes estrangeiros, do final do período colonial, a exemplo do francês Debret e do bávaro Rugendas169, também indicavam a casa dos negros como cabanas e choupanas, ambos os termos sinônimos de “casa rústica”, segundo Moraes Silva. Outros termos também são encontrados, como choça, palhoça e mocambo, este último, pelo nosso dicionarista setecentista, também sinônimo de quilombo, ou “habitação feita nos matos pelos escravos pretos fugidos no Brasil; qualquer choça, ou palhocinha, no Brasil para habitação, ou se recolherem os que vigiam lavouras”170. De qualquer forma, os termos empregados pelos eruditos, para designar a moradia dos escravos, são sempre depreciativos, salientando a pequenez, a rusticidade e a pobreza das habitações. Luiz Figueira, que viveu em Angola, no início do século XX, notou, preconceituosamente, que (...) as habitações dos ambundos são geralmente acanhadas, pequenas, primitivas: a cubata propriamente dita. Vivem nas povoações constituídas por grupo de cubatas, cônicas ou quadradas, feitas de pau-a-pique, à laia de tabique usado na divisão das casas. Baixas, possuem uma porta e a maioria nem postigo tem, nem janela por onde entre o ar e a luz. (...) Devido ao fogo os tetos cobrem-se de fuligem, as paredes enegrecem, tisnam-se e o interior da cubata torna-se de aspecto repelente, sujo, imundo171. A historiografia sobre o período colonial não deu muita atenção ao lugar de habitação dos escravos, limitando-se a afirmar, como Alice Canabrava, entre outros, que “a casa-grande, a senzala, a capela e a casa de engenho formam o quadrilátero principal e característico do engenho de açúcar”172. Realmente, sempre as senzalas estavam localizadas muito próximas das casas de morada dos senhores. No século XIX, a proximidade das moradias senhoriais e escravas, nas grandes propriedade, é explicada, pela historiografia, pela necessidade de controle visual das escravarias, mas presumo que a origem desta proximidade remonte aos primeiros séculos de colonização. Em algumas áreas escravistas do Novo Mundo, como no Caribe britânico, por exemplo, as casas de senhores e de homens livres ficavam bem distantes das senzalas, e nem por isto o controle sobre a escravaria era negligenciado. É provável que a proximidade entre casa-grande e senzala, no Brasil colonial, se explique por outros motivos, como a defesa contra os índios, especialmente nos primeiros séculos, mantendo-se o costume posteriormente. Também é fato que a área de beneficiamento dos produtos, como no caso específico do açúcar e, posteriormente, do café, estava anexa às casas de morada dos proprietários. Formavam, forma, o fato é que a proximidade de construções nas áreas rurais tornava o contato entre escravos e livres cotidiano e íntimo, numa convivência em que os brancos se africanizavam e os africanos se aportuguesavam, o que escandalizava os observadores estrangeiros que pelo Brasil passaram, sendo motivo de seus vários registros. De todo modo, a imagem trazida por uma historiografia tradicional de senzalas coletivas e trancafiadas à chave é cada vez menos defensável, à luz das pesquisas mais atuais sobre o cotidiano da escravidão. Na verdade, havia vários tipos de senzalas e também variava a composição de seus ocupantes. A habitação dos escravos está vinculada à possibilidade ou não de formação de família entre eles. Como afirma Hebe Mattos173, a face mais visível do cativeiro era a realidade da plantation, com grandes escravarias, compostas de homens adultos e solteiros, executando trabalho coletivo sob a forte pressão de castigos físicos. Era para este contingente populacional que, via de regra, pelo menos para o século XIX, se destinavam as senzalas coletivas, que podiam ser de vários tipos, a se dar crédito às descrições de viajantes que pelo Brasil passaram. Havia a “senzala pavilhão”, térrea, separada em cubículos, cada um com saída para um pátio, segundo descrição de Hermann Burmeisteer, em 1851. Dizia ele que “É lá que moram os escravos; os casados, juntos num cubículo, os solteiros 2 ou 3 em cada peça, os homens separados das mulheres. Em geral, há pavilhões separados para os homens e para as mulheres”174. Há outras descrições deste tipo de senzala, algumas incluindo varandas em cada cubículo, e parece que ela não foi incomum, pelo menos no Sudeste do XIX, e podem ser encontradas, ainda hoje, em fazendas preservadas. Outro tipo é a senzala denominada por Slenes de “senzala barracão”, que seria uma construção comprida, com pequenas tarimbas, separadas por divisão de madeira, possuindo no centro um corredor largo, “tendo na frente uma esteira ou cobertor para tapar a entrada do lado do corredor”, segundo Tschudi, que descreveu uma senzala deste tipo para Cantagalo, no Rio de Janeiro, em 1860175. Os barracões dos solteiros não tinham, via de regra, separações internas. O que parece claro em todos os relatos, segundo Slenes, é que havia distinção entre os locais de dormir de escravos solteiros e casados, havendo, inclusive, indícios evidentes de que era comum os escravos casados morarem em construções separadas, muitas vezes em barracos e cabanas individuais. Diversos relatos afirmam que os casados ocupavam casinhas ou barracos individuais. Luiz Figueira informa que, em Angola, no início do século XX, “dentro dos álumbo [forma plural de élumbo, que significa as vivendas de um determinado indivíduo em que se encontram divididas as aldeias] as cubatas da gente casada estão separadas das outras onde dormem os solteiros e as das raparigas separadas das destes por meio de pequenas paliçadas”176, divisão semelhante às das senzalas relatadas pelos viajante.
.....................................................................
Fonte: http://migre.me/oFfeI