quarta-feira, 25 de março de 2015

Índios loiros no interior de Minas (Transcrição)

Não foram raras as princesas incas que se casaram com os espanhóis, sendo recebidas em pé de igualdade na corte. No Brasil, diz o cronista padre Simão de Vasconcellos, referindo-se aos aimoré: “Desses aimoré alguns são tão brancos como os portugueses.” Talvez por pura coincidência, esses indígenas viviam na região limítrofe entre Minas e Bahia, onde se encontram os alinhamentos e outros importantes monumentos. Mais desconcertante, porém, é a noticia de Knivet. No interior de Minas, no vale do Sapucai, o aventureiro inglês deparou e conviveu algum tempo com os muirapaque (gente esperta).
Segundo palavras do aventureiro, esses indígenas eram muito altos, loiros e barbadas, muito parecidos fisicamente com os holandeses. Este povo não possuia qualquer tradição sobre sua origem ou normas religiosas, havendo adotado inclusive a antropofagia ritual, corrente entre o comum dos nossos silvícolas. Esta circunstância pode avaliar a longa permanência do grupo na terra, já que não se pode considerá-los como nativos. Suas aldeias eram fortificadas com muralhas de pedras, barro e madeira. Habitantes da Mantiqueira devem ter sido destruídos tão logo se iniciaram as incursões dos bandeirantes paulistas, em direção às Minas Gerais. A entrada de Knivet data de fins do século 16, época em que o sertão de Minas permanecia virgem e intocado pelo branco. É ainda significativo o diálogo entre os tamoio e o explorador inglês, em que as palavras soam como eco daquelas com que Montezuma recebeu Hernán Cortez: “Nada receies, pois que teus antepassados foram nossos amigos, e nós amigos deles.” Em seguida, os tamoio conduziram-no ao Cabo Frio, a fim de que testemunhasse, pessoalmente, a obra do grande civiliza dor branco. 

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 Fonte:  Instituto de Pesquisas Psíquicas Imagick  - Pesquisas Sobre O Mito de Sumé Peabiru: o caminho da montanha do Sol - link: http://www.imagick.org.br/cidade/sume.html
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Nota: LUIS GALDINO é arqueólogo, membro da Escola Superior de Ciências e especialista em história da arte. Passou cinco anos no interior do Brasil, catalogando e documentando importantes ocorrências arqueológicas. Tem feito conferências e cursos em várias universidades brasileiras. Tem colaborado em jornais e revistas, nacionais e estrangeiros, divulgando e desmistificando fatos ligados à cultura dos brasilíndios.
Texto extraído da Revista Planeta
Número 4 - Dezembro de 1972

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