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MINAS GERAIS
MINAS GERAIS
A cachaça chegou às Minas com os tropeiros
e bandeirantes, através do Caminho Velho, que já existia no fim do
século XVII e ligava Paraty a Guaratinguetá e, daí, à região aurífera da
Vila Rica. Também subiu o rio São Francisco, com os baianos que se
internaram no sertão rosiano. Em 1715, o governador da província, Brás
Baltazar da Silveira, já dá início à perseguição ao líquido brasileiro,
proibindo a construção de novos alambiques, sob a alegação de que a
bebida “inquieta os negros” e causa “dano irreparável ao Real Ser-viço e
à Fazenda” – pura reserva de mercado para os vinhos e bagaceiras do
Reino. A lei é tão inócua quanto as anteriores e outras que se sucederão
ao longo do século para deter o avanço dos alambiques, que vão se
tornando parte do equipamento básico das fazendas mineiras.
Enquanto as minas escasseavam em fins do século XVIII, os alambiques se
multiplicavam para desgosto da Coroa. Durante a Inconfidência, ela será
usada para brindes, por exemplo, no banquete oferecido pelo Padre Toledo
em outubro de 1788 após o batizado dos filhos de Alvarenga Peixoto e
Bárbara Helio-dora – considerada a primeira reunião inconfidente na
Comarca do Rio das Mortes, hoje Tiradentes.
A própria família de
Tiradentes produzia – e produz – cachaça, no engenho Boa Vista, na atual
cidade de Xavier Chaves. O padre Domingos da Silva Xavier, irmão do
alferes, cuidava do alambique. Já no território da lenda, o último
pedido do futuro mártir da nacionalidade basileira teria sido: “Molhem
minha goela com cachaça da terra”.
A ligação lendária entre o alferes e a bebida faz todo o sentido dentro da construção dos símbolos da nacionalidade brasileira do século XIX, a reboque da Independência. Nesse período, a cachaça atinge seu ponto mais elevado como parte da vida nacional. Em 1863, são 150 os alambiques em funcionamento apenas em Paraty, fornecendo, inclusive, para o Palácio Imperial, onde a preferência do conde d’Eu – que se casaria com a princesa Isabel no ano seguinte – seria glosada, mais tarde, por Oswald de Andrade: “No baile da Corte/ Foi o Conde d’Eu quem disse/ Pra Dona Benvinda/ Que farinha de Surui, Pinga de Paraty e fumo de Baependi/ É comê, bebê, pitá e caí.”
Recebida em palácio e cantada pelos nobres, tal era o prestígio da cachaça naquele século que foi admitida até nas cerimônias religiosas, como atesta o Baile da Aguardente, recolhido por Melo Morais Filho e mencionado por Câmara Cascudo no seu Prelúdio da cachaça. Segundo o folclorista, a penetração na religiosidade – a mais profunda das representações de um povo – comprova o elevado status que a cachaça atingiu naquele momento.Enquanto as minas escasseavam em fins do século XVIII, os alambiques se multiplicavam para desgosto da Coroa. Durante a Inconfidência, ela será usada para brindes, por exemplo, no banquete oferecido pelo Padre Toledo em outubro de 1788 após o batizado dos filhos de Alvarenga Peixoto e Bárbara Helio-dora – considerada a primeira reunião inconfidente na Comarca do Rio das Mortes, hoje Tiradentes.
A ligação lendária entre o alferes e a bebida faz todo o sentido dentro da construção dos símbolos da nacionalidade brasileira do século XIX, a reboque da Independência. Nesse período, a cachaça atinge seu ponto mais elevado como parte da vida nacional. Em 1863, são 150 os alambiques em funcionamento apenas em Paraty, fornecendo, inclusive, para o Palácio Imperial, onde a preferência do conde d’Eu – que se casaria com a princesa Isabel no ano seguinte – seria glosada, mais tarde, por Oswald de Andrade: “No baile da Corte/ Foi o Conde d’Eu quem disse/ Pra Dona Benvinda/ Que farinha de Surui, Pinga de Paraty e fumo de Baependi/ É comê, bebê, pitá e caí.”
Recebida em palácio e cantada pelos nobres, tal era o prestígio da cachaça naquele século que foi admitida até nas cerimônias religiosas, como atesta o Baile da Aguardente, recolhido por Melo Morais Filho e mencionado por Câmara Cascudo no seu Prelúdio da cachaça. Segundo o folclorista, a penetração na religiosidade – a mais profunda das representações de um povo – comprova o elevado status que a cachaça atingiu naquele momento.Enquanto as minas escasseavam em fins do século XVIII, os alambiques se multiplicavam para desgosto da Coroa. Durante a Inconfidência, ela será usada para brindes, por exemplo, no banquete oferecido pelo Padre Toledo em outubro de 1788 após o batizado dos filhos de Alvarenga Peixoto e Bárbara Helio-dora – considerada a primeira reunião inconfidente na Comarca do Rio das Mortes, hoje Tiradentes.
A própria família de
Tiradentes produzia – e produz – cachaça, no engenho Boa Vista, na atual
cidade de Xavier Chaves. O padre Domingos da Silva Xavier, irmão do
alferes, cuidava do alambique. Já no território da lenda, o último
pedido do futuro mártir da nacionalidade basileira teria sido: “Molhem
minha goela com cachaça da terra”.
A ligação lendária entre o alferes e a bebida faz todo o sentido dentro da construção dos símbolos da nacionalidade brasileira do século XIX, a reboque da Independência. Nesse período, a cachaça atinge seu ponto mais elevado como parte da vida nacional. Em 1863, são 150 os alambiques em funcionamento apenas em Paraty, fornecendo, inclusive, para o Palácio Imperial, onde a preferência do conde d’Eu – que se casaria com a princesa Isabel no ano seguinte – seria glosada, mais tarde, por Oswald de Andrade: “No baile da Corte/ Foi o Conde d’Eu quem disse/ Pra Dona Benvinda/ Que farinha de Surui, Pinga de Paraty e fumo de Baependi/ É comê, bebê, pitá e caí.”
Recebida em palácio e cantada pelos nobres, tal era o prestígio da cachaça naquele século que foi admitida até nas cerimônias religiosas, como atesta o Baile da Aguardente, recolhido por Melo Morais Filho e mencionado por Câmara Cascudo no seu Prelúdio da cachaça. Segundo o folclorista, a penetração na religiosidade – a mais profunda das representações de um povo – comprova o elevado status que a cachaça atingiu naquele momento.
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Escravos moviam as moendas que
produziam o caldo que, fermentado, gerava a cachaça, um dos principais
produtos de exportação do Brasil colonial. Pequena moenda portátil, Jean Baptiste Debret, in Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, A ligação lendária entre o alferes e a bebida faz todo o sentido dentro da construção dos símbolos da nacionalidade brasileira do século XIX, a reboque da Independência. Nesse período, a cachaça atinge seu ponto mais elevado como parte da vida nacional. Em 1863, são 150 os alambiques em funcionamento apenas em Paraty, fornecendo, inclusive, para o Palácio Imperial, onde a preferência do conde d’Eu – que se casaria com a princesa Isabel no ano seguinte – seria glosada, mais tarde, por Oswald de Andrade: “No baile da Corte/ Foi o Conde d’Eu quem disse/ Pra Dona Benvinda/ Que farinha de Surui, Pinga de Paraty e fumo de Baependi/ É comê, bebê, pitá e caí.”
Recebida em palácio e cantada pelos nobres, tal era o prestígio da cachaça naquele século que foi admitida até nas cerimônias religiosas, como atesta o Baile da Aguardente, recolhido por Melo Morais Filho e mencionado por Câmara Cascudo no seu Prelúdio da cachaça. Segundo o folclorista, a penetração na religiosidade – a mais profunda das representações de um povo – comprova o elevado status que a cachaça atingiu naquele momento.
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Fonte: HISTÓRIA VIVA http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/cachaca_uma_dose_de_historia.html