segunda-feira, 10 de outubro de 2016

AS FRONTEIRAS DA PROVÍNCIA: ROTAS DE COMÉRCIO INTERPROVINCIAL, MINAS GERAIS, 1839-1884 (Transcrição)

Ao sudoeste de Campanha, a vila de Pouso Alegre localizava-se em sítio "favorável para o comércio de Taubaté e Guaratinguetá com Minas” e os paulistas para ali transportavam “mercadorias européias e traziam de volta queijos, marmelada, algum fumo e tecido grosseiro de algodão". 462 Um caminho – estrada geral Minas-São Paulo – partia de Jundiaí e seguia até São João Del Rei passando por Bragança, Jaguari (onde estava a recebedoria), Pouso Alegre, Campanha, vale do rio Verde e rio do Peixe. Então se ramificava, seguindo pelo vale, via Lavras, ou pela montanha, via serra das Letras, vale do rio Ingaí e Ibituruna (mapa 9.1). 463 Outro caminho desde Pouso Alegre acompanhava o curso do rio Sapucaí pelo “Campo do Lima” e pela “Fazenda das Cachoeiras”, atravessava território paulista em São Bento do Sapucaí-mirim, voltava a um braço de Minas onde estava a recebedoria mineira de Sapucaí- Mirim e então adentrava São Paulo em Pindamonhangaba. 464 Um terceiro caminho seguia  “da Villa de Itajubá ao alto da serra do mesmo nome”, dali ao Salto Grande no rio Paraíba em Lorena, comunicando “aquelle municipio e o de Campanha com a cidade de Parati da provincia do Rio de Janeiro, por onde exportão suas producções”. 465 Em 1869, as recebedorias que fiscalizavam estes caminhos eram bem vigiadas contra extravios. A de Jaguari possuía seis estações de vigia em atividade, enquanto as de Sapucaí-mirim e Soledade de Itajubá situavam-se em gargantas que garantiam caminho quase único. 466
...................................................................................................................

Nota: Mapa de Santos de 1776, cujo objetivo foi a definição das fronteiras entre a Capitania de São Paulo e Minas, verdadeira faixa de gaza, dado o conflito histórico, relativamente aos limites entre os Estados, que perdurou mais de século, possibilita esclarecer, os caminhos que sempre foram percorridos, após os encontros dos caminhos; a) dos Paulistas, ou Caminho Geral do Sertão, b) Caminho Velho do Rio de Janeiro e c) Caminho da Piedade. Uma vez que, o referido, Guaipacaré, correspondia a fronteira do Sertão.  Ou seja, entre a Margem esquerda do Rio Paraíba do Sul, e a Serra da Mantiqueira, espaço colonial de Piquete-SP, denominado, Sertão dos Índios Bravos, sempre existiu uma bifurcação de caminhos. Ainda que reiteradamente insistem os historiadores, em citar, tão somente a Garganta do Embaú, via Registro da Mantiqueira, como único acesso ao Sertão. É certo que, neste contexto,  nunca citado, não obstante a relevante, cartografia histórica, existe um outro caminho, mais antigo. Estou falando do caminho,  via Alto da Serra, percorrido pelos que tinham com objetivo, a região do Vale do Sapucaí, primeira região alcançada pela coroa Portuguesa, em busca do El Dorado, dando origem, as mais diversas denominações. Ou seja, Garganta do Sapucai, desfiladeiro de Itajubá, Estrada Real do Sertão, Caminho dos Paulista, donde se deu a instalação do Registro de Itajubá em 1746. Itinerário percorrido por Martim Corrêa de Sá. Sabido que, com ele esteve o aventureiro Inglês Anthony Kanivet, que adentrou por esse mesmo caminho, por mais de uma vez. Sendo que, em uma delas a serviço do então D. Francisco de Souza, sétimo governador da Capitania do Sul. Quando então, abandonando a condição de escravo a que vinha sendo submetido, permaneceu em companhia dos tamoios nesse sertão, uma vez que tiveram que abandonar a região de Cabo Frio onde viviam, e ali permaneceram refugiados, após a conhecida confederação dos Tamoios. É certo que esses caminhos se encontravam, uma vez que, em um primeiro momento, a meta era alcançar, a serra das vertentes, contido no complexo Mantiqueira,  nascente do Rio São Francisco, onde se supunha estar contida a grande lagoa Dourada, Ademais, faz-se necessário lembrar que, após a inúmeras tentativas,  via Bahia, Espirito Santo, em especial, pelo Rio Doce, objetivando alcançar as nascentes do grande rio Para, como era chamado o São Francisco pelos índios vivia na região do médio Vale do Paraíba entre eles os Puris, o caminho mais favorável,  foi via capitania do Sul. Não sendo oportuno ampliar essa reflexão, nesse momento, deve-se ter em consideração que, a designação Caminho Geral do Sertão, não decorreu de mera conjectura  fantasiosa tem seu real sentido. 
Fonte do Mapa: Apresentando o Estado Político da Capitania de São Paulo em 1766, foi elaborada esta carta, com particular atenção aos limites com Minas Gerais. http://migre.me/viNMG
Sopé da serra da Mantiqueira, Cinco Serras Altas do Roteiro de Andre João Antonil, inicio do Vale do Embaú, espaço colonial de Piquete-SP

 Fonte: Problemas Brasileiro  http://migre.me/vfKeR HENRIQUE OSTRONOFF
Fonte:Cristino Corte Restituti - Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara da Universidade Estadual Paulista como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Economia. Orientador: Prof. Dr. Renato Leite Marconde http://migre.me/vcIVz

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...